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Pesquisa alerta: mineração no fundo do mar deixa ‘cicatrizes’ por anos

O processo de mineração já devastou muitas áreas do planeta, trazendo prejuízos ambientais importantes. No entanto, a demanda por minerais não para de aumentar e é difícil imaginar que isso mude (pelo menos num futuro próximo).

Dessa forma, muitas empresas estão de olho no fundo do mar. Esta região possui depósitos inexplorados de níquel e cobalto, por exemplo. Enquanto não há regras claras sobre este tipo de atividade, pesquisadores realizam estudos para entender os possíveis danos disso aos ecossistemas marinhos.

Experimento de 1979 revela pistas dos impactos da mineração

  • Um recente estudo do Centro Nacional de Oceanografia e do Museu de História Natural de Londres analisou um local que foi extraído como parte de um experimento em 1979.
  • Tanto tempo depois, este trecho da Zona Clarion-Clipperton (CCZ) contém pistas sobre os impactos provocados pela mineração no fundo do mar.
  • Segundo os cientistas, a observação mais impressionante é que “os rastros feitos pela máquina de mineração há mais de 40 anos parecem quase como se tivessem sido feitos ontem”.
  • Isso comprova que os processos biológicos no fundo do mar são bastante lentos.
  • O mais interessante, porém, é que a vida animal começou a recolonizar a área, localizada no Pacífico.
  • As conclusões foram apresentadas em estudo publicado na revista Nature.
Experimento de mineração no fundo do mar deixou marcas ainda visíveis (Imagem: Centro Nacional de Oceanografia e do Museu de História Natural de Londres)

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Efeitos nos ecossistemas marinhos ainda são desconhecidos

O trabalho encontrou evidências claras de mudanças de longo prazo nos sedimentos, com uma seção de 8 metros do fundo do mar limpa de nódulos com sulcos em ambos os lados, onde a máquina passou há mais de quatro décadas.

Quando se tratava de vida selvagem, os efeitos foram mais variáveis. Os pesquisadores destacam que é muito difícil, ou talvez impossível, quantificar o impacto ecológico desse único distúrbio para efeitos ecossistêmicos ou globais.

Impactos para a vida marinha ainda não estão claros (Imagem: Solarisys/Shutterstock)

De qualquer forma, a pesquisa mostrou sinais de recuperação biológica quando se trata de pequenas criaturas. Já para animais maiores, os impactos parecem ter sido mais intensos, com poucas espécies sendo encontradas.

Por fim, os cientistas afirmaram que ainda não foi possível calcular os efeitos da mineração no fundo do mar para ecossistemas mais amplos. Apesar disso, eles destacam que há um grande potencial de perda de biodiversidade.

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Mineração de ouro na Amazônia está destruindo depósitos naturais de carbono

Pesquisadores avaliaram em novo estudo os impactos da mineração artesanal de ouro no sul da Amazônia peruana. O grupo descobriu que essa prática está levando ao aumento maciço da destruição de turfeiras, que são acúmulos de restos de plantas responsáveis por estocar carbono. Constataram que a atividade destruiu mais turfas nos últimos dois anos do que nas três décadas anteriores combinadas.

Cerca de 70% da exploração de ouro em pequena escala no Peru acontece na região de Madre de Dios. Lá, os sedimentos dos rios têm abundância desse metal precioso, tanto que é possível ver o brilho por satélite

É estimado que a atividade gere emprego para mais de 30 mil pessoas. O número tem crescido desde a crise econômica de 2008.

Poços de prospecção de ouro ao lado do rio Inambari, no Peru
Poços de prospecção de ouro ao lado do rio Inambari, no Peru. (Imagem: NASA Earth Observatory)

A mineração na área é ilegal e considerada o principal fator que contribui para o desmatamento. Os cientistas descobriram uma nova camada dessa destruição ao estudarem o impacto da operação nas turfeiras amazônicas.

Elas são ecossistemas pantanosos e alagados, compostos por material vegetal em decomposição que atuam como reservatórios de carbono. São responsáveis por sequestrar CO2 sete vezes mais do que as árvores da região.

Grandes áreas desse terreno estão sendo desenterradas e destruídas por garimpeiros. Isso está liberando quantidades alarmantes de carbono na atmosfera, contribuindo para a crise climática.

Descoberta e destruição em uma década

O grupo de cientistas analisou mais de 35 anos de dados dos satélites Landsat da NASA e descobriu que mais de 550 hectares de turfeiras foram destruídos. Esse desmatamento liberou entre 0,2 e 0,7 milhões de toneladas de carbono na atmosfera e mais da metade disso ocorreu somente nos últimos dois anos.

“Se não desacelerarmos a destruição, os danos às turfeiras da Amazônia podem ser permanentes, com sérios impactos ambientais, sociais e econômicos no futuro”, disse o Dr. John Householder, um dos autores do estudo do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, na Alemanha, em um comunicado.

A comunidade científica descobriu esses terrenos pantanosos no sul do Peru somente em 2012. Uma década depois, o mesmo grupo de pesquisadores que estudou originalmente essas formações agora está descrevendo a sua extinção.

Turfeiras na Indonesia
Turfeiras tropicais em Jambi, na Indonésia. (Imagem: Eka Dana Kristanto / Shutterstock)

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Cerca de 9% da mineração em Madre de Dios ocorre em turfeiras atualmente, mas espera-se que esse número cresça nos próximos anos. Se as tendências continuarem, a atividade mineradora em turfas deverá corresponder a 25% do total da mineração da região. Os cientistas alertam que isso poderia liberar mais de 14,5 milhões de toneladas de carbono.

“O que nosso artigo mostra é que, mesmo dentro de uma geração humana, é bem possível que grandes depósitos de turfa desapareçam da paisagem, antes que a ciência tenha a chance de descrevê-los. Para aqueles depósitos de turfa que já são conhecidos, essas descobertas da pesquisa são um chamado para protegê-los”, conclui o Dr. Householder.

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Mineração de asteroides em risco: “chance de falar com Odin é mínima”; entenda

Em 26 de fevereiro, foi enviado ao Espaço o primeiro minerador de asteroides do mundo. A missão Odin, da AstroForge, tinha como objetivo pousar um minerador no asteroide 2022 OB5 e coletar dados para uma futura missão chamada Vestri, que pretende pousar, futuramente, no asteroide e explorar seu potencial para mineração, mas, agora, tudo parece estar perdido.

Isso porque, segundo a AstroForge, após a Odin perder contato com a Terra horas após seu lançamento, a startup californiana praticamente jogou a toalha e acha muito difícil recuperar o minerador. “A chance de falar com Odin é mínima, pois, neste ponto, a precisão de sua posição está se tornando um problema“, explicou a empresa, em nota divulgada nesta quinta-feira (6).

Sonda Odin, da AstroForge, a caminho de se tornar o primeiro minerador de asteroide do mundo, em imagem obtida antes da falha de comunicação com a Terra (Imagem: AstroForge)

Odin: minerador de asteroides está perdido de vez?

  • O equipamento de 120 quilos foi construído pela AstroForge em menos de dez meses e custou US$ 3,5 milhões (R$ 20,11 milhões, na conversão direta) somente;
  • Na nota da empresa, eles informam que “essa abordagem de iteração rápida incorpora nossa filosofia: aprender rápido, ajustar-se rapidamente e aceitar riscos calculados para ganhar experiência que não pode ser adquirida apenas por meio de simulação ou planejamento”;
  • A Odin foi lançado no Falcon 9, foguete da SpaceX, mas, horas após, a comunicação com a espaçonave foi perdida e até chegou a ser retomada, chegando a ficar intermitente antes de ser perdida de vez;
  • A startup já tem algumas teorias sobre o que pode ter acontecido:
    • “Nossa teoria principal envolve complicações potenciais com a implantação do painel solar. A Odin inicializou em Modo de Segurança Solar — estado de proteção projetado para conservar energia enquanto tenta se reorientar em direção ao Sol”, explicou a empresa.

“Se os painéis não se estendessem e travassem completamente, a Odin operaria com energia severamente limitada, priorizando sistemas essenciais em vez de comunicação, tentando, periodicamente, implantar painéis e estabilizar a posição”, acrescentou.

“Quanto tempo Odin pode permanecer neste modo antes de perder energia e cair depende de quanta energia os painéis são capazes de gerar nesta situação fora do nominal — de 2,5 horas a indefinidamente“, informou.

Ainda, também há a possibilidade de a espaçonave estar caindo pelo Espaço, impedindo que sua antena se fixe na Terra. “Se houver queda, podemos esperar comunicações breves ocasionais quando a antena se alinhar com a Terra — exatamente o padrão que observamos no início da missão“, disse.

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Sonda decolou a partir de um foguete Falcon 9 (Imagem: Sundry Photography/Shutterstock)

O que se sabe sobre sua localização?

Dados de rastreamento da Odin mostra que, mesmo sem comunicação com a Terra, o dispositivo segue na trajetória planejada rumo ao asteroide-alvo. A sonda encontra-se a cerca de 435 mil km da Terra, indicando que ela já passou pela Lua.

“Isso coloca nossa espaçonave em território verdadeiramente espacial — uma conquista que poucas empresas privadas podem reivindicar”, comemorou a AstroForge, que comunicou, ainda, que seguirá, de tempos em tempos, tentando comunicação com a Odin.

Contudo, “nosso foco mudou para aplicar esses insights duramente conquistados em nossa próxima missão. Os dados que recebemos, embora limitados, provaram ser inestimáveis ​​para entender os desafios da comunicação no espaço profundo e da operação de espaçonaves”, prosseguindo: “De muitas maneiras, Odin se tornou um pioneiro e um professor — continuando sua missão informando nossos empreendimentos futuros, mesmo em silêncio.”

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