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Missão levará astronautas para orbitar os polos da Terra

A missão Fram2 pretende levar os primeiros astronautas para a órbita dos polos terrestres na madrugada da próxima terça-feira, dia 1° de abril. Missões anteriores nunca foram muito ao sul, nem ao norte, o que impediu os cosmonautas de terem uma visão detalhada das regiões polares. Os registros serão inéditos e o grupo fará pesquisas que poderão ajudar futuras viagens espaciais de longa duração.

O lançamento está por conta da SpaceX, que usará o foguete Falcon 9 com a cápsula Crew Dragon, onde o grupo estará. O nome da missão é uma homenagem ao navio polar Fram, utilizado por exploradores nas primeiras missões humanas que alcançaram o Ártico e a Antártida.

“Após um treinamento extensivo e dedicação de toda a nossa equipe, estamos honrados em continuar o legado do nome Fram em uma era emocionante de exploração espacial comercial”, diz Wang, o capitão da missão, em um comunicado.

Equipe da missão Fram2 no dia do treinamento. (Imagem: Fram2)

Os astronautas na Estação Espacial Internacional (ISS) não conseguem ver os polos sul e norte. As missões espaciais anteriores também não tinham visão dessas regiões, com exceção do programa Apollo, que mesmo assim só passava longe dos locais. Isso significa que os membros da Fram2 serão os primeiros humanos a passar pela órbita polar.

O grupo é composto por pessoas de diversas áreas do conhecimento e que irão ao espaço pela primeira vez. A tripulação conta com o investidor e empreendedor de criptomoedas Chun Wang como comandante, a diretora de cinema Jannicke Mikkelsen, o piloto Rabea Rogge e o especialista da missão e oficial médico Eric Philips.

Fram2 terá experimentos inovadores

A tripulação observará as regiões polares a uma altitude de 430 quilômetros. Durante a missão, que durará de 3 a 5 dias, eles verão a natureza selvagem dos polos e pretendem manter contato com cientistas, estudantes e outros cidadãos interessados para sanarem dúvidas.

Nesses dias, a equipe conduzirá 22 experimentos focados na saúde e no desempenho humano fora da Terra. Eles pretendem capturar as primeiras imagens de raio-x  de uma pessoa no espaço, estudar exercícios de restrição do fluxo sanguíneo para preservar a massa muscular e óssea e cultivar cogumelos em microgravidade como uma potencial cultura espacial.

Além disso, examinarão o padrão de sono e estresse. Para isso, haverá monitoramento constante da glicose, saúde hormonal feminina, enjoo de movimento e exame das imagens cerebrais, tudo através de tecnologias vestíveis e uma ressonância magnética portátil.

Em parceria com o Centro Universitário de Svalbard, a tripulação também fará registros do fenômeno atmosférico STEVE (Strong Thermal Emission Velocity Enhancement). Ele é um conjunto de fitas luminosas verdes parecido com as auroras, normalmente visto em altitudes de 400 a 500 km.

Equipe na frente do foguete Falcon 9 da SpaceX
Equipe na frente do foguete Falcon 9 da SpaceX. (Imagem: fram2)

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Missão manterá contato

A equipe se uniu à Rádio Amadora da Estação Espacial Internacional (ARISS International) para colocar no ar a Fram2Ham, uma competição para os ouvintes. Enquanto a tripulação orbitar a Terra, eles transmitirão imagens de vários locais, mas elas estarão cortadas e misturadas como peças de um quebra-cabeça.

Telespectadores de todo o mundo deverão montar as partes. O foco é divulgar locais pouco conhecidos nos polos e ensinar com diversão qual a importância deles para a história polar.

O grupo também fez uma parceria com a empresa Ootiboo para criar o The Blue Marble Project. Nessa proposta, eles responderão 12 perguntas de estudantes europeus enquanto estiverem no espaço e registrarão a experiência, para assim aproximar os alunos dos astronautas e das novidades da missão.

A equipe será lançada em uma cápsula SpaceX Crew Dragon, com uma cúpula de visualização para poderem examinar a vista detalhadamente. A data de lançamento nos EUA é 31 de março, às 23h20 ET, e 00h20 de 1° de abril no horário de Brasília.

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Assista momento em que cápsula espacial privada reentra na atmosfera da Terra

A missão W-2, da empresa privada Varda Space, foi encerrada em 27 de fevereiro, quando a pequena cápsula espacial reentrou na atmosfera terrestre. A companhia nos deu um vislumbre de como foi essa reentrada, com um vídeo dos momentos finais da nave antes de pousar no nosso planeta.

O objetivo da missão, a segunda da empresa, era coletar dados para o desenvolvimento de tecnologias hipersônicas.

Nave usou um paraquedas para pousar com segurança (Imagem: Varda Space/Reprodução)

Cápsula espacial ficou seis semanas no espaço

A cápsula espacial pesa 120 quilos e passou seis semanas no espaço. No dia 27 de fevereiro, ela reentrou na Terra e pousou no Campo de Testes de Koonibba, no sul da Austrália.

A Varda Space, responsável pela missão W-2, divulgou um vídeo mostrando a reentrada. Além das imagens impressionantes da Terra vista do espaço, os dois minutos finais da gravação mostram uma verdadeira show de luzes. As faíscas coloridas surgem a partir da interação da nave com a espessa atmosfera terrestre, numa velocidade que chegou a 25 vezes a velocidade do som.

Veja o vídeo completo:

Após a reentrada, a cápsula espacial teve a ajuda de um paraquedas da empresa para pousar e ser recuperada.

A Varda Space também divulgou um vídeo completo da missão. Veja aqui.

Missão é a segunda da empresa (Imagem: Varda Space/Reprodução)

O que era a missão W-2 da Varda Space

  • A Varda Space é uma empresa privada de pesquisa espacial, com sede na Califórnia. De acordo com o Space.com, ela quer se tornar um grande nome da indústria de manufatura espacial, usando a microgravidade do espaço para fabricar produtos (incluindo farmacêuticos);
  • A primeira missão da empresa foi a W-1, que passou oito meses na órbita da Terra e produziu um medicamento antiviral diretamente do espaço. Ela pousou em Utah (Estados Unidos) em fevereiro do ano passado;
  • Na segunda missão, W-2, a cápsula espacial levou à órbita terrestre um espectrômetro do Laboratório de Pesquisa da Força Aérea (AFRL) e um reator farmacêutico da própria Varda Space;
  • O objetivo era coletar dados importantes para o desenvolvimento de tecnologias hipersônicas.

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