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Uso de ‘protetor solar’ evitou extinção dos nossos antepassados, revela estudo

Existem várias teorias para explicar o porquê do Homo sapiens ter sobrevivido na Europa e no Norte da Ásia, enquanto os neandertais, aparentemente mais bem adaptados, não. Uma delas cita o uso de um “protetor solar” antigo.

De acordo com pesquisadores, os nossos antepassados teriam desenvolvido formas eficazes de se proteger dos raios ultravioletas. Uma capacidade que pode ter salvado a espécie da extinção milhares de anos atrás.

Mudanças climáticas criaram grave ameaça

  • Durante a história da Terra, a direção dos polos magnéticos mudou pelo menos 180 vezes.
  • Este fenômeno pode aumentar a exposição à radiação.
  • Um cenário capaz de aumentar a incidência de câncer de pele, além das chances de extinção de espécies.
  • Segundo os historiadores, o desaparecimento dos neandertais pode ter ligação com o último fenômeno do tipo registrado, há cerca de 40 mil anos.
  • Por outro lado, o Homo sapiens sobreviveu ao mesmo cenário.
  • Agora, um estudo publicado na revista Science Advances explica como isso foi possível.
Homo sapiens souberam se proteger da luz solar (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)

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Pinturas corporais e roupas serviram como “protetor solar”

Os autores do trabalho observaram que o momento coincide com mudanças importantes no modo de viver dos nossos antepassados.

Naquela época, eles começaram a usar o ocre em pinturas corporais, o que fornece proteção contra a radiação solar.

A criação das primeiras roupas também teve importância. Isso reduziu a exposição da pele à luz solar. Além disso, este foi um período de maior utilização de cavernas e outros espaços para se abrigar do forte calor.

Cavernas serviram como abrigos (Imagem: Salcido/Shutterstock)

Dessa forma, dizem os pesquisadores, o Homo sapiens desenvolveu ferramentas que possibilitaram aumentar as chances de sobrevivência. Algo que não aconteceu quando analisadas as populações de neandertais.

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Esse esqueleto revolucionou estudos sobre a evolução. Agora, sabemos mais sobre ele

Encontrado na região do vale do Lapedo, em Portugal, no ano de 1998, um esqueleto se transformou em uma das maiores evidências do cruzamento entre os neandertais e os Homo sapiens. A descoberta confirmou que houve contato entre as espécies no passado.

Várias tentativas de calcular a idade da chamada “Criança de Lapedo” fracassaram desde então. Agora, no entanto, uma equipe de arqueólogos conseguiu chegar num resultado utilizando uma técnica mais avançada para determinar a idade dos ossos.

Processo para avaliar materiais degradados foi utilizado

Desde o final da década de 1990, foram menos quatro tentativas de datar o esqueleto. O grande problema encontrado pelos cientistas foi o alto grau de degradação dos ossos, o que impossibilitava uma datação precisa.

Restos do esqueleto da Esqueleto da “Criança de Lapedo” (Imagem: Science Advances)

Para resolver este problema, pesquisadores investiram em uma técnica mais avançada. Extraindo um aminoácido chamado hidroxiprolina do rádio direito da “Criança de Lapedo”, eles conseguiram medir a taxa de decaimento de radiocarbono neste componente do colágeno.

Este processo é considerado ideal para avaliar materiais degradados. Foi assim que a equipe descobriu que os ossos têm entre 27 mil e 28 mil anos. Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista Science Advances.

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Ossos foram encontrados em 1998 (Imagem: Science Advances)

Esqueleto foi enterrado junto com ossos de coelho

  • Os cientistas ainda usaram a técnica em materiais encontrados junto ao esqueleto, como carvão, ossos de um cervo vermelho e restos de um coelho.
  • Eles descobriram que os dois primeiros eram bem mais velhos do que a criança e estavam na área muito antes do enterro dela.
  • Já os ossos do coelho foram espalhados ao redor do esqueleto e apresentam as mesmas manchas avermelhadas dele, além de idade semelhante.
  • Isso indica que o animal foi usado em algum tipo de oferenda funerária, tendo sido colocado na sepultura ao mesmo tempo que a criança.
  • As manchas seriam resultado de uma mortalha tingida de vermelho que cobria o corpo.

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Cemitério antigo revela indícios de interação entre neandertais e Homo sapiens

Um artigo publicado nesta terça-feira (11) na revista Nature Human Behaviour revela novas evidências sobre a convivência entre neandertais e Homo sapiens no Levante do Paleolítico Médio – entre 50 mil e 250 mil anos atrás. 

O estudo se baseia em descobertas feitas em um antigo cemitério na Caverna Tinshemet, em Israel, e sugere que esses grupos não apenas coexistiram, como também interagiram ativamente, compartilhando conhecimento, hábitos de caça e rituais funerários.

Em vez de competição constante, os achados indicam um intercâmbio cultural que impulsionou avanços sociais e tecnológicos, como o uso simbólico de pigmentos minerais e a realização de sepultamentos elaborados.

Seção exposta de sedimentos arqueológicos datados de 110 mil anos atrás na caverna Tinshemet. Crédito: Yossi Zaidner

A Caverna Tinshemet abriga os primeiros enterros do Paleolítico Médio descobertos na região em mais de 50 anos. Desde 2017, pesquisadores liderados pelo arqueólogo Yossi Zaidner, da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, investigam o local em busca de pistas sobre a relação entre neandertais e Homo sapiens. 

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Coexistência entre neandertais e Homo sapiens foi colaborativa

Eles analisaram aspectos como a fabricação de ferramentas, as estratégias de caça, o uso de símbolos e a complexidade social. As evidências sugerem que diferentes grupos humanos da época interagiam de forma significativa, transmitindo conhecimentos e influenciando mutuamente suas culturas. Essas interações podem ter acelerado o desenvolvimento de comportamentos sofisticados, como a prática sistemática de rituais funerários.

Uma das descobertas mais intrigantes é o uso de ocre, um pigmento mineral que provavelmente era aplicado no corpo ou nos objetos. Isso sugere que esses povos já valorizavam a identidade cultural e a diferenciação entre grupos, indicando um nível avançado de pensamento simbólico.

A presença de diversos enterros no mesmo local levanta a hipótese de que a caverna poderia ter sido usada como um cemitério. Os pesquisadores encontraram artefatos enterrados junto aos corpos, incluindo ferramentas e ossos de animais, o que pode indicar crenças em uma vida após a morte ou práticas rituais consolidadas.

Artefato lítico da Caverna Tinshemet feito com tecnologia compartilhada entre Homo sapiens e Neandertais. Crédito: Marion Prévost

Para Zaidner, o Levante funcionava como um “caldeirão” de encontros humanos, onde diferentes populações se misturavam e evoluíam juntas. Em um comunicado, Marion Prévost, coautor do estudo, destaca que as condições climáticas da época favoreceram a expansão demográfica e intensificaram o contato entre esses grupos.

Israel Hershkovitz, também membro da equipe, reforça que essas interações não se limitavam à troca de objetos, mas envolviam mudanças nos estilos de vida e estratégias de sobrevivência. “A coexistência entre neandertais e Homo sapiens pode ter sido mais colaborativa do que se imaginava, moldando o futuro da humanidade”.

As escavações na Caverna Tinshemet continuam e podem revelar mais detalhes sobre as origens das sociedades humanas. As descobertas feitas até agora fornecem uma nova perspectiva sobre a história dos nossos ancestrais e o impacto das interações entre diferentes grupos na evolução cultural e tecnológica.

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