O Universo é um vasto espaço repleto de estruturas impressionantes. Nele existem estrelas, galáxias, buracos negros, nuvens de gás, nebulosas coloridas e formações que desafiam a compreensão humana.
Ao redor do nosso Sistema Solar, por exemplo, há regiões pouco conhecidas que podem conter pistas valiosas sobre a origem dos planetas. Entre essas regiões está a chamada Nuvem de Oort, uma das formações mais enigmáticas que compõem os limites do domínio gravitacional do Sol.
O que é a Nuvem de Oort?
A Nuvem de Oort é uma das estruturas mais misteriosas do Sistema Solar. Embora nunca tenha sido observada diretamente, ela é amplamente aceita pela comunidade científica como uma enorme nuvem esférica composta por trilhões de corpos gelados.
Esses objetos orbitam o Sol a distâncias extremas, formando uma espécie de fronteira entre o Sistema Solar e o espaço interestelar. Estima-se que a Nuvem de Oort comece a cerca de dois mil unidades astronômicas (UA) do Sol e se estenda até 100 mil ou até 200 mil UA. Isso equivale a mais de três anos-luz de distância.
A teoria da existência da Nuvem de Oort surgiu para explicar a origem dos cometas de longo período. Esses cometas aparecem em órbitas altamente alongadas e muitas vezes parecem surgir do nada. Como eles perdem material a cada passagem pelo Sol, é razoável supor que não se formaram em regiões tão próximas, mas sim em áreas frias e distantes, como a Nuvem de Oort.
A hipótese mais aceita é que essa nuvem foi formada por detritos e planetesimais lançados para a periferia do Sistema Solar durante os estágios iniciais de formação dos planetas gigantes.
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A nuvem leva esse nome em homenagem ao astrônomo holandês Jan Oort, que propôs sua existência em 1950 com base em cálculos sobre as órbitas dos cometas.
No entanto, a ideia original já havia sido sugerida anteriormente por Ernst Öpik, um astrônomo estoniano. Desde então, a Nuvem de Oort se tornou uma peça fundamental para entender a dinâmica do Sistema Solar externo, mesmo sem observações diretas.

A estrutura da nuvem é dividida em duas partes. A região externa tem forma esférica e pode conter trilhões de objetos com mais de um quilômetro de diâmetro. A parte interna, conhecida como Nuvem de Hills, tem formato mais achatado e é composta por corpos que orbitam a uma distância menor, embora ainda muito além de Netuno. Os objetos dessa nuvem são majoritariamente formados por gelo de água, metano, amônia e outros compostos voláteis.
Apesar de não sabermos exatamente qual é a massa da Nuvem de Oort, estimativas apontam que ela pode conter material equivalente a várias vezes a massa da Terra. Além de cometas, acredita-se que a nuvem também abriga asteroides e outros objetos rochosos.
A origem de muitos cometas observados nos últimos séculos está diretamente relacionada a essa nuvem. Eles só se tornam visíveis quando alguma perturbação gravitacional, causada por estrelas próximas ou pela maré galáctica, os empurra para dentro do Sistema Solar.
Até hoje, nenhuma sonda conseguiu alcançar a região da Nuvem de Oort. A Voyager 1, por exemplo, levará mais de 300 anos para alcançá-la e aproximadamente 30 mil anos para atravessá-la completamente.
Mesmo assim, sua importância para o estudo da formação e da evolução do Sistema Solar é enorme. Ela pode ser considerada uma cápsula do tempo cósmica, preservando os vestígios do material que originou os planetas.
Com informações de Phys.org.
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