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Blender: o software de edição gratuito que ajudou “Flow” a ganhar o Oscar

A Letônia fez história e venceu seu primeiro Oscar este ano com Flow. Indicado em duas categorias (incluindo Melhor Filme Internacional), o longa-metragem venceu como Melhor Animação, derrubando filmes de grandes estúdios, como Disney (Divertida Mente 2) e Dreamworks (O Robô Selvagem).

O que mais chamou atenção na vitória foi a modestidade da produção: Flow foi criado por uma equipe enxuta usando o Blender, um software de edição gratuito.

Flow foi criado no software gratuito Blender (Imagem: Blender/Reprodução)

Flow surpreendeu no Oscar

Flow segue a trajetória de um gatinho cinza (que, depois do sucesso do filme, foi batizado de Flow) e seus amigos animais em busca da sobrevivência em um mundo coberto por uma inundação.

O longa-metragem, uma produção da Letônia, é dirigido e roteirizado foi Gints Zilbalodis. O aspecto que mais chamou atenção em toda a situação é que Flow foi editado no software gratuito Blender, com uma equipe e orçamento reduzidos.

Para se ter uma ideia, o The Hollywood Reporter revelou que Divertida Mente 2 custou US$ 200 milhões (cerca de R$ 1,15 bilhão) e O Robô Selvagem, US$ 78 milhões (cerca de R$ 447,7 milhões). Já Flow custou US$ 3,7 milhões (cerca de R$ 21,2 milhões).

O que é o Blender

O Blender é um software de edição de código aberto. Ou seja, qualquer pessoa pode usá-lo para criar e editar vídeos, fazer modelagens 3D, animações e renderizações, e trabalhar em efeitos visuais.

Como lembrou o g1, a ferramenta é amplamente usada nas indústria de Cinema, jogos e design. Up – Altas Aventuras e Monstros S.A. são alguns dos exemplos de filmes da Disney Pixar que aproveitaram os recursos do Blender.

No entanto, no caso de Flow, a ferramenta foi o software principal de criação. Em entrevista ao blog da empresa, o diretor contou que passou cinco anos e meio trabalhando no projeto. O primeiro foi dedicado apenas a escrever o roteiro, buscar financiamento e aprender a usar o blender.

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A partir de 2020, começou a edição em si. Zilbalodis destacou as vantagens de se trabalhar na plataforma, que, segundo ele, é rápida e personalizável. Isso porque o software permite a criação de plugins personalizados para ações.

Ele deu um exemplo: um profissional específico ficou focado em dominar a edição da água presente no filme. Já outros focaram nos pelos e penas de animais. Tudo isso com uma personalização dos comandos na plataforma, que permitem usar a criatividade de forma ilimitada.

Já a rapidez tem a ver com a leveza da plataforma em comparação com outros softwares, que a torna uma opções mais acessível e exige menos maquinário.

Um profissional específico ficou responsável por trabalhar a água no filme Flow (Imagem: Blender/Reprodução)

Flow e a democratização do cinema

  • O diretor revelou que aprendeu a usar muitos dos recursos do Blender através de vídeos e tutoriais na internet;
  • A equipe também foi enxuta, com cada um se ajudando no processo de aprendizado;
  • A imprensa internacional destacou que a vitória de Flow contra animações de grandes estúdios, como Disney e Dreamworks, mostra que o cinema está se democratizando e se tornando mais inclusivo.

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Oscar: como um filme brasileiro motivou mudança de regra na premiação

Neste domingo (2), acontece a 97ª edição do Oscar, a maior premiação do cinema mundial. O Brasil está na disputa com “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, que concorre a três estatuetas: Melhor Filme Internacional, Melhor Atriz (Fernanda Torres) e Melhor Filme. 

A presença do longa no Oscar 2025 reacende um episódio polêmico envolvendo “Cidade de Deus”, que sofreu um boicote há 23 anos e acabou ficando de fora da categoria de Melhor Filme Internacional.

“Cidade de Deus”: filme brasileiro prejudicado no Oscar há duas décadas modificou regra importante da premiação. Crédito: Divulgação/O2 Filmes/ Globo Filmes

Entenda o caso “Cidade de Deus”

Lançado em 2002 e dirigido por Fernando Meirelles, “Cidade de Deus” não foi indicado ao Oscar de 2003. O motivo foi um boicote de membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas durante a exibição do longa para avaliação. 

De acordo com o regulamento, os avaliadores deveriam assistir ao filme para que ele fosse considerado na categoria de Melhor Filme Internacional, mas parte dos jurados simplesmente abandonou a sessão.

Segundo o crítico Waldemar Dalenogare Neto relatou ao Uol, a evasão em massa foi uma estratégia para reduzir a nota do filme. Um membro da comissão da época afirmou que a pontuação caiu de 10 para 6 após a exibição, o que inviabilizou a nomeação. O alto nível de violência retratado no longa desagradou votantes mais conservadores, que o classificaram como apelativo e desnecessário.

Considerado violento demais, o filme “Cidade de Deus” foi boicotado por parte dos votantes da seleção do Oscar. Crédito: Divulgação/O2 Filmes/ Globo Filmes

Sem chances na categoria de Melhor Filme Internacional, “Cidade de Deus” teve sua estreia internacional adiada para janeiro de 2003, tornando-se elegível para o Oscar do ano seguinte. Em 2004, o filme teve quatro indicações: Melhor Direção, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhor Fotografia. Mesmo com esse reconhecimento, a ausência na disputa por Melhor Filme Internacional gerou questionamentos sobre a imparcialidade do processo de seleção.

Diante da repercussão negativa, a Academia decidiu rever suas regras para evitar que situações semelhantes se repetissem.

Leia mais:

Injustiça com filme brasileiro mudou o regulamento do Oscar

Em 2005, um estudo foi encomendado para analisar falhas no processo de indicação. O objetivo era impedir que filmes aclamados fossem excluídos por manipulações internas. Como resposta, a Academia implementou a pré-lista de indicados em 2007, garantindo que obras prestigiadas tivessem mais chances de serem consideradas.

A nova regra também reduziu o eurocentrismo na categoria de Melhor Filme Internacional. Antes, a maioria dos indicados vinha da Europa e dos EUA. Com a mudança, os membros passaram a sugerir filmes de outros países, mesmo que não tivessem recebido as maiores notas iniciais. Isso abriu espaço para uma maior diversidade na premiação.

Duas décadas depois do episódio com Cidade de Deus, o Brasil volta a marcar presença forte na premiação com “Ainda Estou Aqui”. A expectativa é que o filme tenha uma trajetória mais justa na disputa pelo prêmio mais importante do cinema mundial.

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Oscar 2025: veja os filmes indicados que estão no streaming

97ª edição do Oscar acontece neste domingo (02) diretamente do Teatro Dolby, em Los Angeles, na Califórnia. A principal premiação do cinema mundial contará com apresentação de Conan O’Brien e performances musicais de Ariana Grande e Cynthia Erivo.

Se você ainda não conseguiu assistir aos filmes para opinar e fazer aquele bolão de última hora, a gente ajuda! Alguns dos indicados estão no streaming. Confira a lista a seguir!

Filmes indicados ao Oscar 2025 que estão no streaming

Amazon Prime

  • Nickel Boys
  • Wicked

Max

  • Duna: Parte 2

Mubi

  • A Substância

Netflix

  • Wallace & Gromit: Avengança
  • Batalhão 6888

Disney+

  • Divertida Mente 2
Duna: Parte 2. (Imagem: Warner Bros. Pictures)

Oscar 2025: veja lista completa de indicados

Melhor Ator Coadjuvante

  • Yura Borisov (de Anora)
  • Kieran Culkin (de A Real Man)
  • Edward Norton (de Um Completo Desconhecido)
  • Guy Pearce (de The Brutalist)
  • Jeremy Strong (de O Aprendiz)

Melhor Figurino

  • Um Completo Desconhecido
  • Conclave
  • Gladiador II
  • Nosferatu
  • Wicked

Melhor Cabelo e Maquiagem

  • Um Homem Diferente
  • Emilia Pérez
  • Nosferatu
  • A Substância
  • Wicked

Melhor Trilha Sonora Original

  • O Brutalista
  • Conclave
  • Emilia Pérez
  • Wicked
  • Robô Selvagem

Melhor Curta-Metragem em Live-Action

  • A Lien
  • Anuja
  • I’m Not a Robot
  • The Last Ranger
  • The Man Who Could Not Remain Silent
Ariana Grande Glinda
Wicked foi um dos principais indicados deste ano (Crédito: Universal Pictures)

Melhor Animação em Curta-Metragem

  • Beautiful Men
  • In the Shadow of the Cypress
  • Magic Candies
  • Wander to Wonder
  • Yuck!

Melhor Roteiro Adaptado

  • Um Completo Desconhecido
  • Conclave
  • Emilia Pérez
  • Nickel Boys
  • Sing Sing

Melhor Roteiro Original

  • Anora
  • The Brutalist
  • A Real Pain
  • September 5
  • A Substância

Melhor Atriz Coadjuvante

  • Monica Barbaro (de Um Completo Desconhecido)
  • Ariana Grande (de Wicked)
  • Felicity Jones (de O Brutalista
  • Isabella Rossellini (de Conclave)
  • Zoe Saldaña (de Emilia Pérez)

Melhor Canção Original

  • El Mal (Emilia Pérez)
  • The Journey (The Six Triple Eight)
  • Like a Bird (Sing Sing)
  • Mi Camino (Emilia Pérez)
  • Never Too Late (Elton John: Never Too Late)

Melhor Documentário

  • Black Box Diaries
  • No Other Land
  • Porcelain War
  • Soundtrack to A Coup D’Etat
  • Sugarcane
Moça sentada no chão com pernas em espacate em A Substância, um dos lançamentos de filmes da semana
A Substância repetiu o feito do Globo de Ouro: muitas indicações (Imagem: MUBI/Divulgação)

Melhor Documentário em Curta-Metragem

  • Death By Numbers
  • I am Ready, Warden
  • Incident
  • Instruments of a Beating Heart
  • The Only Girl in the Orchestra

Melhor Filme Internacional

  • Ainda Estou Aqui
  • A Menina com a Agulha
  • Emilia Pérez
  • A Semente do Fruto Sagrado
  • Flow

Melhor Animação

  • Flow
  • DivertidaMente 2
  • Memoir of a Snail
  • Wallace e Gromit: Vengeance Most Fowl
  • O Robô Selvagem

Melhor Design de Produção

  • The Brutalist
  • Conclave
  • Duna: Parte 2
  • Nosferatu
  • Wicked

Melhor Edição

  • Anora
  • The Brutalist
  • Conclave
  • Emilia Pérez
  • Wicked

Melhor Som

  • Um Completo Desconhecido
  • Duna: Parte 2
  • Emilia Pérez
  • Wicked
  • O Robô Selvagem

Melhores Efeitos Visuais

  • Alien: Romulus
  • Better Man
  • Duna: Parte 2
  • O Reino do Planeta dos Macacos
  • Wicked
Fernanda Torres recebe primeira indicação ao Oscar (Imagem: Sony Pictures)

Melhor Fotografia

  • The Brutalist
  • Duna: Parte 2
  • Emilia Pérez
  • Maria
  • Nosferatu

Melhor Ator

  • Adrien Brody (de The Brutalist)
  • Timothée Chalamet (de Um Completo Desconhecido)
  • Colman Domingo (de Sing Sing)
  • Ralph Fiennes (de Conclave)
  • Sebastian Stan (de O Aprendiz)

Melhor Atriz

  • Cynthia Erivo (de Wicked)
  • Karla Sofía Gascón (de Emilia Pérez)
  • Mikey Madison (de Anora)
  • Demi Moore (de A Substância)
  • Fernanda Torres (de Ainda Estou Aqui)

Melhor Direção

  • Sean Baker (Anora)
  • Brady Cobert (The Brutalist)
  • James Mangold (Um Completo Desconhecido)
  • Jacques Audiard (Emilia Pérez)
  • Coralie Fargeat (A Substância)

Melhor Filme

  • Anora
  • The Brutalist
  • Um Completo Desconhecido
  • Conclave
  • Duna: Parte 2
  • Emilia Pérez
  • Ainda Estou Aqui
  • Nickel Boys
  • A Substância
  • Wicked

O post Oscar 2025: veja os filmes indicados que estão no streaming apareceu primeiro em Olhar Digital.