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É possível quebrar todos os ossos de uma só vez?

Os ossos são uma parte fundamental do corpo humano, responsáveis por exercer diversas funções importantes que vão além da sustentação e da mobilidade. Eles compõem o chamado sistema esquelético, que conta com outras partes tão essenciais quanto os ossos, como as cartilagens e os tendões.

Apesar de serem muito resistentes e capazes de sustentar um corpo pesado, além de realizarem inúmeras atividades físicas que não seriam possíveis sem o esqueleto, os ossos podem se quebrar por diversos motivos. Desde um pequeno exemplar encontrado em um dedo, até o fêmur, o maior osso que temos, pode ser fraturado dependendo do acontecimento.

Em casos de acidentes graves, uma pessoa pode ter múltiplas fraturas, que é quando diversos ossos do corpo humano são quebrados de uma só vez. Isso aconteceu com o ator Jeremy Renner, por exemplo, que quebrou 30 ossos em um acidente doméstico. Porém, existe um limite de fraturas simultâneas que nosso corpo pode aguentar? Veja tudo na matéria abaixo.

Para que servem os ossos no corpo humano?

O ser humano possui um sistema esquelético composto por ossos e cartilagens, arranjados perfeitamente para formar nosso esqueleto.

Existem diversos tipos de fraturas que nossos ossos podem sofrer. (Imagem: brgfx/Freepik)

Nosso corpo possui 206 ossos, que são responsáveis pela sustentação do organismo, proteção dos órgãos vitais, garantia da movimentação, produção de células sanguíneas e armazenamento de alguns sais minerais, como cálcio e fósforo.

Eles são formados por um tipo especial conjuntivo chamado de tecido ósseo, com uma matriz intracelular mineralizada. Apesar do que muita gente pensa, esse tecido é formado por células vivas: os osteoblastos, osteoclastos e osteócitos.

O primeiro grupo dessas células é responsável pela síntese da matriz óssea, e são relacionadas com a reparação do osso.

Já os osteoclastos atuam na reabsorção do tecido ósseo, enquanto os osteócitos estão relacionados com a manutenção da matriz e com a sua reabsorção quando estimulados pelo hormônio da paratireoide.

Os ossos ainda formam a estrutura básica do corpo, mantendo a nossa postura e forma. Os que estão localizados nos membros inferiores, como a coxa, a perna e o pé, permitem a nossa caminhada e outras atividades físicas.

Os ossos do esqueleto apendicular, como os do braço e antebraço, permitem a mobilidade do corpo.

Já os ossos do tórax servem para proteger o coração e os pulmões; as vértebras protegem a medula espinhal, e o crânio abriga o cérebro.

É possível quebrar todos os ossos de uma só vez?

Em tese, é possível, sim, quebrar todos os ossos do corpo. Mas se isso acontecesse, a vítima dessa situação não sairia com vida. Por outro lado, há casos de pessoas que tiveram inúmeras fraturas ósseas (isto é, quebraram vários ossos, mas não todos) e ainda sobreviveram para contar história, mas são casos raros.

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É extremamente improvável que um ser humano quebre todos os ossos do corpo ao mesmo tempo e ainda sobreviva. (Imagem: pvproductions/Freepik)

Primeiro, devemos considerar que temos muitos ossos: ao todo, são 206. Os casos de fraturas múltiplas, geralmente, são causadas por acidentes gravíssimos, como quedas de grandes altitudes, esmagamentos e acidentes de alta velocidade. A gravidade desses acontecimentos já faria ser difícil que um ser humano sobrevivesse a eles.

Outro ponto importante a ser considerado é a densidade dos ossos humanos, que varia com a região do corpo e com o envelhecimento.

Algumas partes são mais densas e resistentes que outras, fazendo com que seja preciso muito mais intensidade em uma região do que outra para resultar em uma fratura. A densidade do fêmur, por exemplo, é bem maior do que a das falanges dos dedos.

O politraumatismo, que são múltiplos ferimentos graves que afetam diferentes partes do corpo ao mesmo tempo, tem um limite de sobrevivência que depende de alguns fatores, como:

  • Órgãos vitais envolvidos: se houver lesão grave no crânio, coluna ou órgãos internos, a chance de sobrevivência cai drasticamente;
  • Perda de sangue: muitas fraturas levam a hemorragias internas, que podem causar choque hipovolêmico (queda perigosa da pressão arterial);
  • Complicações respiratórias: se a caixa torácica estiver gravemente comprometida, pode ser impossível respirar adequadamente;
  • Assistência médica rápida: quanto mais rápido a vítima receber atendimento, maiores as chances de sobrevivência.

Múltiplas fraturas e sobrevivência

Mesmo sendo raro, há relatos de pessoas que sobreviveram após sofrerem fraturas em diversos ossos, como esquiadores ou paraquedistas que caíram de grandes alturas e, mesmo com muitos ossos quebrados, puderam sobreviver. Isso por conta de uma combinação de sorte, fisiologia e atendimento médico rápido.

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Mesmo sendo raro, há relatos de pessoas que sobreviveram após sofrerem fraturas em diversos ossos, mas não em todos. (Imagem: Tima Miroshnichenko/Pexels)

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Também não podemos esquecer dos casos de doenças em que os ossos ficam frágeis, como a osteoporose, a osteogênese imperfeita (conhecida como doença dos ossos de vidro) e artrite reumatóide, que aumentam muito as chances da pessoa ter múltiplas fraturas.

No caso da osteogênese perfeita, por exemplo, uma simples queda ou movimento brusco pode resultar em diversos traumatismos, como braços, pernas e costelas. A quantidade exata varia dependendo da gravidade da doença e da intensidade do trauma.

Contudo, por ser um risco grande que pode levar a complicações, quem possui essas condições precisa ter um cuidado ainda maior para evitar que aconteçam fraturas em seus corpos.

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O Guinness World Records reconhece o dublê americano Evel Knievel como a pessoa que sofreu o maior número de fraturas ósseas ao longo da vida, totalizando 433 delas. (Imagem: Andrey Popov/Shutterstock)

Não existem informações precisas ou registros oficiais sobre alguém que tenha sofrido o maior número de fraturas de uma vez e tenha sobrevivido. Contudo, o Guinness World Records reconhece o dublê americano Evel Knievel como a pessoa que sofreu o maior número de fraturas ósseas ao longo da vida, totalizando 433 delas (ou seja, as fraturas não ocorreram todas de uma única vez, variou com o tempo e o número de ocorrências foi aumentando).

O caso mais grave foi quando ele tentou pular a famosa fonte do Caesars Palace, em Las Vegas, e falhou, resultando em um traumatismo craniano e ossos quebrados em quase todo o corpo.

Ainda assim, ele continuou fazendo acrobacias e quebrando mais ossos ao longo dos anos, chegando a passar por mais de 15 cirurgias para colocar placas e pinos no corpo.

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Tesouro da Era do Gelo! Ossos de mamutes de 25 mil anos são encontrados 

Uma descoberta fascinante foi feita por pesquisadores da Academia Austríaca de Ciências. Eles localizaram ossos de pelo menos cinco mamutes em um sítio conhecido como Langmannersdorf, no norte da Áustria.

Além dos restos mortais dos animais antigos, foram encontradas ferramentas de pedra no local. Os objetos foram datados em cerca de 25 mil anos e oferecem pistas sobre como era a vida e os hábitos dos caçadores pré-históricos que habitaram a região.

Marfim era trabalhado para a produção de ferramentas

Em comunicado, a equipe de cientistas afirmou que ossos de pelo menos dois mamutes foram encontrados com marcas de corte. Isso indica que os animais eram desmembrados pelos humanos antigos.

Ossos datam de cerca de 25 mil anos (Imagem: Marc Händel/Academia Austríaca de Ciências)

Em uma outra área, restos de pelo menos outros três mamutes, incluindo presas inteiras e em pedaços, foram desenterrados. Eles revelam que o marfim era trabalhado para a produção de ferramentas, como pontas de lança.

Na época em que os animais viveram, o vale do rio Perschling era um local de passagem importante para os animais, além de servir como área de alimentação. Os arqueólogos acreditam que os caçadores pré-históricos tinham um profundo conhecimento do comportamento dos mamutes e usavam essas informações para planejar suas caçadas.

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Presas dos mamutes eram utilizadas para criar ferramentas com marfim (Imagem: Daniel Eskridge/Shutterstock)

Ideia é entender mais sobre os caçadores pré-históricos

  • O trabalho realizado pelos pesquisadores da Academia Austríaca de Ciências faz parte de esforços maiores de investigação de sítios arqueológicos na Polônia, República Tcheca e Áustria.
  • O objetivo é entender como era feita a caça e o aproveitamento de mamutes no passado.
  • Além disso, os estudos podem revelar como as mudanças climáticas entre 35 mil e 25 mil anos atrás impactaram os animais e os humanos antigos.
  • Todos os objetos desenterrados estão sendo analisados no Instituto Arqueológico Austríaco e devem ser expostos no Museu de História Natural de Viena e no Museu de História Local de Perschling, no futuro.

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Mulher de 1.500 anos é descoberta acorrentada em Jerusalém

Durante escavações em um mosteiro bizantino em Khirbat el-Masani, perto da Cidade Velha de Jerusalém, arqueólogos encontraram um esqueleto feminino envolto em correntes pesadas. A descoberta, feita em túmulos do século V, revelou restos mortais de homens, mulheres e crianças, mas a presença das correntes tornou essa sepultura especialmente intrigante.

Segundo o artigo que relata a descoberta, que será publicado  na edição de abril do Journal of Archaeological Science: Reports, as correntes não indicavam punição ou aprisionamento, mas sim uma prática ascética religiosa – que consistia em limitar a mobilidade do próprio corpo como forma de devoção espiritual.

Túmulo escavado em Jerusalém revela esqueleto de mulher de 1.500 anos envolto em esqueleto. Crédito: Autoridade de Antiguidades de Israel

Durante a vida, a pessoa provavelmente usava as correntes para renunciar aos prazeres terrenos e fortalecer sua fé. Esse tipo de ritual era mais comum entre monges cristãos da época, especialmente após o cristianismo se tornar a religião oficial do Império Romano, no ano 380.

O ascetismo ganhou força no período bizantino, quando muitos religiosos buscavam a purificação espiritual por meio de autoprivação. Alguns se isolavam no topo de colunas para orar, enquanto outros usavam correntes para limitar seus movimentos. Apesar de ser uma prática documentada entre homens, relatos históricos indicam que algumas mulheres também adotavam formas extremas de ascetismo.

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Como foi descoberto o sexo do esqueleto encontrado em Jerusalém

Para confirmar o sexo da pessoa, os pesquisadores analisaram peptídeos presentes no esmalte dentário. A presença do gene AMELX, ligado ao cromossomo X, e a ausência do gene AMELY, encontrado no cromossomo Y, indicaram que o indivíduo era biologicamente feminino. 

Arqueólogos encontraram os restos mortais de uma mulher acorrentada em uma sepultura da era bizantina em Jerusalém. Crédito: Matan Chocron / Autoridade de Antiguidades de Israel

Mulheres ascetas eram mais comuns entre a nobreza, mas geralmente seguiam práticas menos rigorosas, como jejum e oração. O uso de correntes pesadas era raro entre elas, tornando essa descoberta uma evidência única. Em entrevista ao site LiveScience, a arqueóloga Elisabetta Boaretto, do Instituto Weizmann de Ciência, em Rehovot, Israel, “restringir o corpo com correntes criava espaço para que a mente se concentrasse exclusivamente em Deus”.

A presença das correntes no enterro sugere que esse objeto fazia parte da identidade espiritual da mulher. Os pesquisadores acreditam que o sepultamento com as correntes foi uma forma de honrar sua dedicação religiosa, garantindo que seu compromisso espiritual fosse reconhecido mesmo após a morte.

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