Ozempic-Mounjaro-WeGovy-1024x576-1

Ozempic ou Mounjaro: qual é o mais barato? Veja o preço de cada um

O medicamento Mounjaro, cujo princípio ativo é a tirzepatida, começará a ser vendido nas farmácias do Brasil na primeira quinzena de maio. Concorrente do Ozempic (semaglutida), a caneta foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023 para tratamento de diabetes tipo 2.

Embora a aprovação atual seja específica para diabetes, o Mounjaro aguarda autorização da Anvisa para ser indicado formalmente em bula para o controle crônico de peso. Mas médicos já prescrevem o Mounjaro na modalidade off label (fora das indicações da bula) como tratamento para a perda de peso.

Por isso, vale a pergunta: entre Ozempic e Mounjaro, qual é o mais barato? Vamos à reposta.

Qual é o mais barato: Ozempic ou Mounjaro?

A resposta curta: a princípio, o Ozempic vai sair mais barato do que o Mounjaro nas farmácias brasileiras. Agora, vamos à resposta longa.

Efeito da tirzepatida – princípio do Mounjaro – no controle da glicemia é superior ao da semaglutida – princípio do Ozempic (Imagem: KK Stock/Shutterstock)

O Mounjaro é administrado numa injeção semanal, aplicada com uma caneta. É o mesmo procedimento do Ozempic. Inicialmente, o medicamento estará disponível nas dosagens de 2,5 mg e 5 mg.

Cada caixa vai ter quatro canetas – o suficiente para um mês de tratamento. Confira abaixo quanto vai custar cada dosagem:

  • Dosagem 2,5 mg:
    • Programa da fabricante (Lilly): R$ 1.406,75 (e-commerce) / R$ 1.506,76 (loja física);
    • Fora do programa: R$ 1.907,29;
  • Dosagem 5 mg:
    • Programa da fabricante (Lilly): R$ 1.759,64 (e-commerce) / R$ 1.859,65 (loja física);
    • Fora do programa: R$ 2.384,34.

Já sobre o Ozempic, o preço máximo das canetas fica entre um pouco mais de R$ 1 mil e R$ 1,3 mil na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de cada estado.

Mounjaro seria melhor do que Ozempic, segundo estudos

Estudos sugerem que o efeito da tirzepatida no controle da glicemia é superior ao da semaglutida. Este é o princípio ativo do Ozempic, medicamento disponível – e bem popular – no mercado nacional.

  • princípio ativo é a substância química principal presente num remédio. Ela é a responsável direta pelo efeito terapêutico – ou seja, por tratar, prevenir ou aliviar os sintomas de uma doença.
Homem injetando Mounjaro por meio de caneta na perna
O Mounjaro é administrado numa injeção semanal, aplicada com uma caneta (Imagem: Mohammed_Al_Ali/Shutterstock)

Apesar da indicação oficial restrita, médicos já prescrevem o Mounjaro na modalidade off label (fora das indicações da bula) como tratamento para a perda de peso.

Leia mais:

Pesquisas também investigam a eficácia da tirzepatida contra outras condições, como apneia do sono, esteatose hepática (gordura no fígado), doença renal crônica e insuficiência cardíaca.

Saiba mais nesta matéria do Olhar Digital.

O post Ozempic ou Mounjaro: qual é o mais barato? Veja o preço de cada um apareceu primeiro em Olhar Digital.

shutterstock_2528015333-e1745599552121-1024x577

Ozempic e Mounjaro: quais as diferenças entre os remédios para emagrecer?

Em um momento em que o uso de “canetas emagrecedoras” está ganhando popularidade, é importante saber diferenciar os efeitos de cada marca, como o Ozempic, talvez a mais famosa atualmente, e o Mounjaro, que será comercializado no Brasil a partir do próximo mês.

Embora tenham propósitos semelhantes, esses remédios possuem composições e mecanismos de ação distintos, o que influencia diretamente em sua eficácia, tolerância e custo. Vamos entender as diferenças!

Princípios ativos e mecanismos de ação

A principal diferença entre os dois está no princípio ativo. O Ozempic contém semaglutida, um agonista do receptor GLP-1, que age promovendo sensação de saciedade e controle da glicemia.

Já o Mounjaro utiliza a tirzepatida, que combina ação nos receptores GLP-1 e GIP, oferecendo uma atuação dupla que potencializa os efeitos sobre o apetite, o metabolismo e os níveis de açúcar no sangue.

Segundo especialistas, essa dupla ação da tirzepatida pode tornar o Mounjaro mais eficaz tanto no controle do diabetes quanto na redução de peso.

“A combinação dos dois mecanismos favorece uma resposta mais robusta, especialmente em pacientes com obesidade ou que apresentam resistência ao tratamento com GLP-1 isolado”, explica a endocrinologista Lorena Lima Amato.

Efeitos colaterais e adaptação

Ambos os medicamentos podem causar efeitos adversos, especialmente no início do tratamento. Náuseas, dores de cabeça, fraqueza e desconfortos gastrointestinais são comuns, mas tendem a diminuir com o tempo.

Para reduzir os sintomas, recomenda-se evitar refeições gordurosas, manter boa hidratação e reduzir o consumo de cafeína e álcool.

O nutrólogo Arthur Rocha ressalta que a resposta do corpo pode variar: “A perda de peso geralmente desacelera com o tempo, à medida que a gordura corporal diminui, mas isso não significa que o remédio deixou de funcionar”.

Especialistas explicam como cada remédio age no corpo (Imagem: MKPhoto12/Shutterstock)

Leia mais

Preço, acessibilidade e uso responsável

  • O Mounjaro costuma ter um custo mais elevado em relação ao Ozempic, o que pode ser um fator limitante para alguns pacientes.
  • Ainda assim, sua maior eficácia pode justificar o investimento em casos mais complexos.
  • A escolha do medicamento, no entanto, deve sempre considerar o quadro clínico individual e ser feita com acompanhamento médico.

Ambos os medicamentos são contraindicados para pessoas com histórico de câncer medular de tireoide, pancreatite aguda ou doenças hepáticas e renais graves. Gestantes e lactantes também não devem utilizá-los.

Mudança de hábitos: parte essencial do tratamento

Apesar dos resultados promissores, os especialistas enfatizam que nenhum medicamento substitui hábitos saudáveis.

Alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos — especialmente musculação — e acompanhamento médico contínuo são fundamentais para a manutenção dos resultados.

“A mudança de comportamento é o que garante que os efeitos dos medicamentos sejam sustentáveis a longo prazo”, conclui Rocha.

Imagem mostra injeção de Ozempic, remédio aliado do controle da diabetes tipo 2.
Medicamentos para emagrecimento podem ajudar, mas não são substitutos para hábitos saudáveis (Imagem: Marc Bruxelle/Shutterstock)

O post Ozempic e Mounjaro: quais as diferenças entre os remédios para emagrecer? apareceu primeiro em Olhar Digital.

Ozempic-Mounjaro-WeGovy-1024x576

Mounjaro: concorrente do Ozempic chega às farmácias brasileiras em maio

O medicamento Mounjaro, cujo princípio ativo é a tirzepatida, começará a ser vendido nas farmácias do Brasil na primeira quinzena de maio. Concorrente do Ozempic (semaglutida), a caneta foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023 para tratamento de diabetes tipo 2.

Embora a aprovação atual seja específica para diabetes, o Mounjaro aguarda autorização da Anvisa para ser indicado formalmente em bula para o controle crônico de peso.

Mounjaro seria melhor do que Ozempic, segundo estudos

Estudos sugerem que o efeito da tirzepatida no controle da glicemia é superior ao da semaglutida. Este é o princípio ativo do Ozempic, medicamento disponível – e bem popular – no mercado nacional.

  • princípio ativo é a substância química principal presente num remédio. Ela é a responsável direta pelo efeito terapêutico – ou seja, por tratar, prevenir ou aliviar os sintomas de uma doença.
Efeito da tirzepatida – princípio do Mounjaro – no controle da glicemia é superior ao da semaglutida – princípio do Ozempic (Imagem: KK Stock/Shutterstock)

Apesar da indicação oficial restrita, médicos já prescrevem o Mounjaro na modalidade off label (fora das indicações da bula) como tratamento para a perda de peso.

Pesquisas também investigam a eficácia da tirzepatida contra outras condições, como apneia do sono, esteatose hepática (gordura no fígado), doença renal crônica e insuficiência cardíaca.

Resultados em estudos

Pesquisas clínicas apontaram a eficácia da tirzepatida:

  • Estudo Surpass-2: Pacientes com diabetes tipo 2 que usaram tirzepatida perderam, em média, 12,4 kg – o dobro do observado com a semaglutida no mesmo estudo;
  • Estudos Surmount-3 e 4: Em voluntários com obesidade ou sobrepeso (sem diabetes tipo 2), a tirzepatida levou a uma redução de peso de 26% (cerca de 28 kg, em média) em comparação com placebo.

Esses resultados se aproximam, e em alguns casos superam, os obtidos com a cirurgia bariátrica.

Como a tirzepatida funciona

llustração em 3D da tirzepatida, princípio ativo do medicamento Mounjaro
A tirzepatida atua em dois hormônios importantes no controle do apetite e do açúcar no sangue (Imagem: SergeiShimanovich/Shutterstock)

A tirzepatida atua em dois hormônios importantes para o controle do apetite e do açúcar no sangue: o GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e o GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon).

  • Ação dupla: Esses hormônios, secretados pelo intestino após as refeições, agem em áreas do cérebro que regulam o apetite e melhoram a liberação de insulina;
  • Efeito combinado: A tirzepatida demonstrou diminuir a vontade de comer e modular como o corpo utiliza a gordura. A combinação da ação nos receptores GIP e GLP-1 parece potencializar os efeitos no controle da glicose e na redução de peso.

Aplicação, dosagem e preço

O Mounjaro é administrado numa injeção semanal, aplicada com uma caneta. É o mesmo procedimento do Ozempic. Inicialmente, o medicamento estará disponível nas dosagens de 2,5 mg e 5 mg.

Homem injetando Mounjaro por meio de caneta na perna
O Mounjaro é administrado numa injeção semanal, aplicada com uma caneta (Imagem: Mohammed_Al_Ali/Shutterstock)

Cada caixa vai ter quatro canetas – o suficiente para um mês de tratamento. Confira abaixo quanto vai custar cada dosagem, segundo o G1:

  • Dosagem 2,5 mg:
    • Programa da fabricante (Lilly): R$ 1.406,75 (e-commerce) / R$ 1.506,76 (loja física);
    • Fora do programa: R$ 1.907,29;
  • Dosagem 5 mg:
    • Programa da fabricante (Lilly): R$ 1.759,64 (e-commerce) / R$ 1.859,65 (loja física);
    • Fora do programa: R$ 2.384,34.

Leia mais:

Assim, a chegada do Mounjaro amplia as opções terapêuticas para pacientes com diabetes tipo 2. E representa uma alternativa promissora, embora ainda off label, para o manejo do peso.

O post Mounjaro: concorrente do Ozempic chega às farmácias brasileiras em maio apareceu primeiro em Olhar Digital.

pilulas-1024x526

Pílula do exercício e Ozempic: quais são as diferenças?

A chamada “pílula do exercício” ganhou destaque nos últimos dias por prometer efeitos semelhantes aos da prática física sem que o paciente precise, de fato, se exercitar. Em paralelo, o Ozempic, medicamento originalmente desenvolvido para tratamento de diabetes tipo 2, segue popular entre quem busca alternativas para perda de peso.

Apesar de ambos os compostos atuarem no metabolismo corporal e serem associados ao emagrecimento, seus mecanismos de ação e finalidades clínicas são distintos. No entanto, a comparação entre eles pode gerar dúvidas.

Como funciona a pílula do exercício

A nova substância apelidada de “pílula do exercício” atua na queima de gordura e no aumento da resistência do corpo. O composto, identificado como SLU-PP-332, estimula uma proteína chamada ERR (estrogênio receptor relacionado), que desempenha papel importante na regulação da energia celular.

Segundo pesquisadores da Universidade de Washington, o medicamento foi testado em camundongos sedentários e mostrou efeitos semelhantes aos do exercício físico regular. Os animais apresentaram redução da gordura corporal, melhora na resistência muscular e aumento da queima de calorias, mesmo sem atividade física.

Ainda não aprovada para humanos, a pílula do exercício queima de gordura e no aumento da resistência do corpo (Imagem: Bowonpat Sakaew/Shutterstock)

“A chamada ‘pílula do exercício’, ainda em fase experimental, busca ativar vias metabólicas e celulares semelhantes às ativadas durante o exercício físico”, explica ao Olhar Digital o Dr. Marco Aurélio Neves, ortopedista e especialista em cirurgia do Quadril e Joelho do Instituto da Mobilidade – SP. “Ela tenta simular as adaptações musculares e metabólicas do exercício físico.”

Segundo ele, há uma semelhança conceitual com substâncias como o AICAR e o GW501516, que foram investigadas no passado para uso esportivo, mas não chegaram ao mercado por causa dos efeitos colaterais. “Alguns compostos naturais, como o BAIBA, também estão sendo estudados como miméticos naturais do exercício.”

O que é o Ozempic e como age no corpo

Já o Ozempic tem como princípio ativo a semaglutida, substância que imita o hormônio GLP-1, responsável por regular o apetite e os níveis de glicose no sangue. Com ação no cérebro, o medicamento promove maior saciedade, o que leva à redução da ingestão calórica.

“O Ozempic atua no sistema digestivo e no cérebro. Ele prolonga a saciedade, retarda o esvaziamento gástrico e regula os níveis de insulina e glicose, reduzindo o apetite e facilitando o emagrecimento, além de controlar o diabetes tipo 2”, explica o médico.

Imagem mostra injeção de Ozempic, remédio aliado do controle da diabetes tipo 2.
O Ozempic foca na promoção da saciedade (Imagem: Marc Bruxelle / Shutterstock.com)

O remédio ganhou notoriedade também no controle de peso. Em estudo citado pelo G1, pacientes relataram perda significativa de peso com o uso do medicamento, embora também tenham sido observados efeitos colaterais como náusea e constipação.

Pílula do exercício e Ozempic seguem caminhos diferentes no organismo

Embora ambos estejam ligados à perda de peso, a forma como cada um age no corpo é bastante diferente. O Ozempic reduz o consumo calórico, enquanto a pílula do exercício tenta aumentar o gasto energético.

“Eles podem ter resultados parecidos, como a redução da gordura corporal, mas não atuam pelas mesmas vias”, diz o ortopedista. “O Ozempic ajuda a reduzir a ingestão calórica e melhora o controle glicêmico. Já a pílula atua promovendo mudanças celulares nos músculos, como se o corpo tivesse praticado atividade física, mesmo em repouso.”

Ainda segundo o especialista, o Ozempic não simula o exercício físico. “Ele pode ajudar indiretamente, porque a perda de peso reduz a sobrecarga nas articulações e facilita a retomada da atividade física — mas não promove adaptações fisiológicas como ganho de força ou benefícios neurológicos.”

Para quem cada um é indicado

As indicações também variam de acordo com o perfil do paciente. O Ozempic é aprovado para uso em pessoas com diabetes tipo 2, obesidade ou sobrepeso com outras comorbidades. Já a pílula do exercício, se chegar ao mercado, poderá ser usada em públicos com limitações físicas.

“Ela pode ser uma opção interessante para pacientes com mobilidade reduzida, como idosos frágeis, pacientes acamados ou com doenças neuromusculares — que não conseguem se beneficiar do exercício real”, diz Marco Aurélio. “São ferramentas diferentes, com indicações distintas.”

Pode haver uso combinado?

Com os dois medicamentos atuando em frentes distintas, uma combinação pode fazer sentido no futuro para casos específicos. A estratégia, no entanto, ainda precisaria passar por estudos clínicos rigorosos.

“É uma possibilidade, especialmente em casos complexos de obesidade com limitação funcional”, afirma o ortopedista. “A combinação poderia unir o controle do apetite e glicemia, promovido pelo Ozempic, com o estímulo ao gasto energético e à preservação da massa muscular proporcionado pela pílula do exercício.”

Leia mais

Os medicamentos substituem o exercício físico?

Apesar das promessas, especialistas alertam para o risco de que os medicamentos sejam vistos como substitutos definitivos da prática física. A preocupação é que o público veja as soluções como atalhos para a saúde, sem considerar os múltiplos benefícios do movimento.

“Esse é o maior risco”, alerta o médico. “Existe uma tendência natural de buscar soluções rápidas — e tanto o Ozempic quanto a futura pílula do exercício podem ser vistos como atalhos para saúde e emagrecimento, quando na verdade são apenas ferramentas complementares.”

Pés caminhando em uma esteira
Apesar de positivos para auxiliar no controle de peso e melhoria da qualidade de vida, nenhum medicamento substitui a atividade física (Imagem: peampath2812 / Shutterstock.com)

Para ele, nada substitui os benefícios amplos do movimento. “Fortalecimento muscular, proteção óssea, melhora da saúde mental, cognição, imunidade e conexão social: o exercício real continua sendo a forma mais segura, barata e eficaz de promover saúde e bem-estar.”

O post Pílula do exercício e Ozempic: quais são as diferenças? apareceu primeiro em Olhar Digital.

Olhar-Digital-12-1024x576

Ozempic: como funciona o remédio à base de semaglutida, segundo especialista

É possível que você já tenha ouvido falar do medicamento chamado Ozempic, já que ele tem ocupado lugar na mídia e nas redes sociais, tendo sido envolvido em controvérsias.

No início de 2023, o apresentador do Oscar, Jimmy Kimmel, chegou a fazer piadas com seu uso na festa do cinema.

Na ocasião, ele disse: “Todo mundo parece ótimo. Quando olho ao redor desta sala, não consigo deixar de me perguntar: Ozempic é o produto certo para mim?”.

Apesar de ser usado na perda de peso, este medicamento é voltado para tratamento de pacientes com diabetes tipo 2. Ou seja, quando uma pessoa usa Ozempic para emagrecer, ela está fazendo um uso errado desse remédio.

Para entender melhor como Ozempic funciona, a forma de atuação, a indicação e os riscos, entrevistamos a especialista Dra. Priscila Cardoso. Confira a seguir!  

Leia mais:

Ozempic: como funciona

O principio ativo do Ozempic é a semaglutida que foi aprovada inicialmente para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2 na dose de até 1mg por semana.

Depois foram feitos mais estudos, agora em pacientes sem diabetes, e a semaglutida foi aprovada também para o tratamento de obesidade, na dose de até 2,4 mg por semana. Quando foi liberada para o tratamento de obesidade, recebeu um novo nome, o Wegovy, e uma nova bula. Ambos injetáveis, via subcutânea.

É preciso prescrição médica para se adquirir o medicamento (Freepik)

A explicação e as respostas foram dadas pela Dra. Priscila Cardoso, endocrinologista da clínica Synesis, localizada na zona oeste de São Paulo. ” O Ozempic e o Wegovy têm o mesmo principio ativo, a semaglutida, o que muda é a dose e a bula”, explica ela. 

A semaglutida, para tratamento de diabetes mellitus tipo 2, está disponível também na forma de comprimidos, para uso diário, via oral, com o nome comercial Rybelsus. 

Ozempic: para que serve?

A semaglutida é semelhante a um hormônio produzido no nosso trato gastrointestinal, chamado GLP-1, e atua nos receptores desse hormônio em vários órgãos do corpo humano, aumentando a sensibilidade à insulina.

No pâncreas, ela aumenta a produção e liberação de insulina em resposta à glicose e reduz a liberação de glucagon (hormônio que aumenta a glicose no sangue). No músculo, ela aumenta a entrada de glicose nas células; e no estômago, retarda o esvaziamento. Finalmente, no hipotálamo, tem um efeito importante de diminuição do apetite.

Assim, justamente por atuar em tantos pontos do metabolismo da glicose, a semaglutida apresenta um ótimo resultado no controle do diabetes mellitus tipo 2.

Dra. Priscila Cardoso é endocrinologista com registros profissionais CRM 144424 | RQE 60595 (Divulgação)

Ozempic é eficaz?

Ele é muito eficaz no tratamento de diabetes tipo 2, com uma redução média de hemoglobina glicada entre 1,5 e 2. Atualmente, é a medicação mais eficaz para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2 disponível nas farmácias aqui no Brasil. Só perde para o Mounjaro (tirzepatida) que já foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e chegará em junho de 2025 nas farmácias aqui no Brasil.

Ozempic é para emagrecer?

Não, o Ozempic não é voltado para o emagrecimento. Mas, ele pode provocar a perda de peso como um efeito secundário no tratamento para o diabetes mellitus tipo 2. Nos estudos com a dose de 1 mg por semana (para tratamento de diabetes) os pacientes perderam cerca de 5 a 7% do peso inicial.

No entanto, o Wegovy – também da Novo Nordisk – pode ser usado em pacientes com sobrepeso ou obesidade que tenham comorbidades associadas ao excesso de peso. Em estudos com foco na obesidade, a dose de 2,4 mg de semaglutida por semana provocou uma perda de peso em torno de 15 a 20%, sendo que cerca de um terço dos pacientes perdeu mais de 20% do peso inicial.

Há riscos no uso do Ozempic?

Os principais efeitos colaterais são náusea e vômito, também é comum dar constipação e refluxo gastroesofágico. Geralmente esses sintomas melhoram após algumas semanas. Há um aumento no risco de formação de cálculo biliar, associado a perda de peso rápida que pode ocorrer com o uso da medicação. 

Isoladamente, não causa hipoglicemia, mas se usado com outras medicações para diabetes, como insulina ou sulfonilureias pode ocorrer hipoglicemia.

Exercício físico é fundamental para boa saúde do corpo e da mente (Freepik)

Ozempic precisa de receita?

Inicialmente, o Ozempic era vendido com receita médica simples. Mas, a Anvisa determinou, no dia 16 de abril, que a retenção de receita médica será obrigatória para esse e outros medicamentos, como Wegovy, Saxenda e similares. Serão duas vias, como a de antibiótico, tendo validade de 90 dias após a emissão.

“É importante ressaltar que o acompanhamento médico é essencial para um bom resultado no tratamento, controle de efeitos colaterais, ajuste de dose, associação com outras medicações e na manutenção do peso perdido”, afirma a Dra. Priscila.

Todos perdem peso com o uso do Ozempic?

É preciso deixar claro que nem todos os pacientes que usaram Ozempic perderam peso. Tem uma pequena porcentagem de pacientes que não respondem à medicação. “Cerca de 15% dos pacientes não perderam nem 5% do peso inicial, mesmo no estudo com a dose de 2,4mg”, afirma a médica.

Todo remédio precisa sempre contar com o acompanhamento médico para que seu uso seja seguro e o paciente tenha benefícios. Tenha sempre responsabilidade com a sua saúde.

As informações presentes neste texto têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.

O post Ozempic: como funciona o remédio à base de semaglutida, segundo especialista apareceu primeiro em Olhar Digital.

shutterstock_2528015333-1024x683

Ozempic, Wegovy e Mounjaro: quais as diferenças entre os remédios para emagrecer?

O uso de medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro para perda de peso tem se tornado cada vez mais comum. Apesar de originalmente indicados para o tratamento do diabetes tipo 2 e da obesidade, esses remédios passaram a ganhar destaque pelo potencial de promover emagrecimento rápido e expressivo. A crescente popularidade, no entanto, levanta dúvidas sobre suas diferenças, efeitos colaterais e contraindicações.

Esses fármacos são aplicados por meio de injeções subcutâneas e atuam diretamente na regulação do apetite e da glicemia. A eficácia e o tipo de ação, porém, variam conforme o princípio ativo de cada um. Por isso, especialistas alertam que o uso deve ser sempre feito com acompanhamento médico.

Princípios ativos e eficácia no tratamento da obesidade

Tanto o Ozempic quanto o Wegovy têm como base a semaglutida, substância que age no receptor GLP-1 no intestino, promovendo a saciedade e controlando a glicemia. A diferença principal entre os dois está na dosagem: “O Wegovy permite doses mais altas, o que pode ampliar os efeitos no controle de peso”, explica o nutrólogo Arthur Rocha.

Já o Mounjaro utiliza a tirzepatida, que atua em dois receptores intestinais, GLP-1 e GIP. Essa combinação proporciona um efeito mais robusto, especialmente indicado para pacientes com obesidade diagnosticada ou diabetes tipo 2. “Ele tende a ser mais eficaz nesses casos, justamente por ter dupla ação no organismo”, afirma o médico.

Enquanto Ozempic e Wegovy tem como base a semaglutida, o Mounjaro utiliza a tirzepatida (Imagem: MKPhoto12 / Shutterstock.com)

A endocrinologista Lorena Lima Amato também aponta que o Mounjaro representa um avanço importante no tratamento: “A associação entre GLP-1 e GIP mostrou-se superior à semaglutida na perda de peso e controle glicêmico. Isso o torna uma opção promissora, principalmente quando o paciente apresenta resistência a outros tratamentos”, ressalta.

Efeitos colaterais e cuidados iniciais

Mesmo com os benefícios, os medicamentos podem causar efeitos adversos, especialmente nas primeiras semanas de uso. Náuseas, dores de cabeça, alterações intestinais e fraqueza são os mais relatados. Para aliviar os sintomas, Arthur Rocha recomenda evitar refeições pesadas e ricas em gordura, manter-se hidratado e reduzir o consumo de cafeína e álcool.

O especialista também esclarece que o organismo tende a responder de forma diferente ao longo do tempo: “A perda de peso desacelera com a redução da gordura corporal, mas isso não significa que o remédio deixou de funcionar”, diz. Ele alerta ainda para o risco de reganho de peso se não houver mudanças sustentáveis no estilo de vida.

Preço, contraindicações e uso consciente

O preço também é um fator relevante. “O Mounjaro tem custo mais elevado, o que pode dificultar o acesso. Começar com Ozempic ou Wegovy pode ser uma alternativa mais viável para quem busca controle do peso com menor impacto financeiro”, sugere Rocha.

ozempic
Ozempic e Wegovy têm preços mais baixos que o Mounjaro (Imagem: KK Stock / Shutterstock.com)

Quanto às contraindicações, o uso desses medicamentos não é recomendado para pessoas com histórico de câncer medular de tireoide, pancreatite aguda e doenças hepáticas ou renais graves, além de gestantes e lactantes. “A escolha do medicamento deve considerar características individuais e acompanhamento médico contínuo, já que os efeitos variam de pessoa para pessoa”, reforça a endocrinologista Lorena Amato.

Leia mais:

Importância da mudança de hábitos

Tanto Rocha quanto Amato são unânimes em afirmar que os remédios não substituem a adoção de hábitos saudáveis. “Eles reduzem o apetite, mas não eliminam calorias por conta própria. Alimentação equilibrada e prática regular de atividade física são indispensáveis para manter os resultados”, destaca Arthur Rocha.

A recomendação é que o paciente inclua musculação e exercícios físicos em sua rotina, principalmente para evitar a perda de massa muscular e manter o metabolismo ativo. “A mudança de comportamento é essencial para que os efeitos dos medicamentos sejam sustentáveis”, conclui o nutrólogo.

O post Ozempic, Wegovy e Mounjaro: quais as diferenças entre os remédios para emagrecer? apareceu primeiro em Olhar Digital.

iStock-1411734128-1024x683

Farmacêutica do Mounjaro aposta em “pílula do emagrecimento”

A Eli Lilly, farmacêutica responsável pelo Mounjaromedicamento concorrente do Ozempic que acaba de chegar ao Brasil —, anunciou resultados positivos de uma nova aposta: um comprimido oral em desenvolvimento para o tratamento do diabetes tipo 2 e para perda de peso. Esta “pílula do emagrecimento” chama atenção por ir na contramão dos populares medicamentos injetáveis, como Ozempic, Saxenda, Wegovy e o próprio Mounjaro.

O novo fármaco, chamado orforglipron, ainda está em fase de testes de segurança e eficácia, mas já demonstrou efeitos relevantes: perda média de 7 kg em 40 semanas e redução de 1,3% nos níveis de glicose no sangue entre pacientes com diabetes tipo 2. Apesar de não alcançar o mesmo desempenho de concorrentes injetáveis em controle glicêmico, o formato em comprimido é apontado como um diferencial estratégico.

Adesão dos pacientes favorece uso da pílula

  • Jeffrey Emmick, vice-presidente sênior da área de desenvolvimento da Lilly Cardiometabolic Health, explicou ao Wall Street Journal que os comprimidos são mais bem aceitos pelos pacientes do que as opções injetáveis.
  • Mesmo com uso diário, o formato oral tende a gerar maior adesão — um fator decisivo em tratamentos de longo prazo.
  • Além disso, muitos pacientes têm aversão a agulhas, o que pode limitar o alcance dos medicamentos injetáveis.
  • Outro ponto prático é a necessidade de refrigeração das canetas aplicadoras, o que dificulta o armazenamento e a distribuição em regiões com infraestrutura limitada.
  • O comprimido, por sua vez, poderia ampliar o acesso ao tratamento em países com menor capacidade logística.

Produção em larga escala favorece estratégia

A Eli Lilly também destaca que tem maior capacidade de produção de medicamentos orais baseados em pequenas moléculas. A escassez do Mounjaro nos primeiros meses após seu lançamento para diabetes evidenciou a limitação na fabricação em larga escala de tratamentos injetáveis.

Esse diferencial estrutural pode ser essencial para atender à crescente demanda global por medicamentos do tipo, especialmente diante da expansão do uso de análogos de GLP-1 para além do diabetes, alcançando também a área da obesidade e da prevenção cardiovascular.

Farmacêntica Eli Lilly tem maior capacidade de produção de medicamentos de via oral, o que pode favorecer o orforglipron (Imagem: JHVEPhoto / iStock)

Como funciona o orforglipron, a “pílula do emagrecimento” da Eli Lilly?

Assim como o Ozempic e o Wegovy, o orforglipron é um análogo de GLP-1 — um hormônio que regula o apetite, o metabolismo da glicose e o peso corporal. Inicialmente indicado para o tratamento do diabetes tipo 2, esse tipo de medicamento passou a ser adotado também para controle de peso em pessoas com obesidade, após estudos demonstrarem sua eficácia na redução significativa da massa corporal.

Leia mais:

Além da perda de peso, os análogos de GLP-1 têm sido associados a efeitos positivos adicionais, como a proteção cardiovascular e renal, o que aumenta ainda mais o interesse por soluções nesse grupo farmacológico.

Lançamento do Mounjaro no Brasil

Enquanto desenvolve o comprimido, a Eli Lilly também prepara a chegada do Mounjaro ao mercado brasileiro. O medicamento, que tem como princípio ativo a tirzepatida, deve estar disponível em junho. Sua ação se destaca por ativar dois hormônios simultaneamente, o que potencializa os efeitos em comparação com remédios como o Ozempic, que atuam sobre apenas um.

Mounjaro está prestes a chegar ao mercado brasileiro (Imagem: oleschwander / Shutterstock.com)

O post Farmacêutica do Mounjaro aposta em “pílula do emagrecimento” apareceu primeiro em Olhar Digital.

pode-tomar-paracetamol-depois-da-vacina-covid-1024x682

Novo Ozempic? Entenda como funciona a pílula que deve substituir a injeção

Conforme noticiamos na última quinta-feira (17), uma pílula de Ozempic foi desenvolvida pela empresa farmacêutica Eli Lilly para substituir as canetas injetáveis. Mas como a medicação sólida vai atuar contra a obesidade e diabetes tipo 2 ao substituir as injeções?

A farmacêutica publicou um release (veja aqui) que demonstra os resultados alcançados pelo remédio. A ideia é submeter o ensaio clínico completo para análise do órgão regulatório estadunidense, o Food and Drug Administration (FDA).

Segundo o estudo, as maiores doses do medicamento (em torno de 36 mg) levaram à queda de 8% da gordura corporal dos mais de 550 pacientes em que foi testado.

Doses menores, felizmente, também demonstraram um resultado positivo: quem tomou 12 mg perdeu 6% de gordura corporal; já com 3 mg, foi detectada a queda de 5% de gordura.

Para quem tem pressa:

  • A empresa farmacêutica Eli Lilly criou uma pílula com a mesma eficácia do Ozempic injetável;
  • O medicamento pode ter eficácia superior ao comprimido concorrente Rybelsus, da Novo Nordisk;
  • O estudo mostra uma perda eficiente de gordura corporal e controle da diabetes tipo 2;
  • Caso seja aprovado pelo órgão regulador estadunidense, o FDA, a ‘pílula de Ozempic’ pode chegar ao mercado já em 2026.

Como funciona a ‘pílula de Ozempic’?

O mecanismo de ação dessa pílula, consoante o release publicado pela empresa, é comparável às injeções de Ozempic e Mounjaro: a substância orforgliprona imita o comportamento de alguns hormônios, os quais informam ao cérebro que o estômago está cheio; esta ação diminui o apetite, auxilia no controle da glicose, e ajuda a emagrecer porque, por sentir-se saciado, a pessoa demora mais tempo para comer.

Mulher tomando uma pílula (Reprodução: Doucefleur/Shutterstock)

O maior desafio para criar uma pílula da classe dos GLP-1 eram os peptídeos: um pequeno grupo de proteínas fragmentadas. As canetas, por serem medicamentos injetáveis, não tem problema para administrar os peptídeos no corpo — a pílula, por outro lado, precisaria ser digerido no estômago e isso destruiria os peptídeos que fariam o remédio funcionar.

Então, o objetivo era desenvolver um fármaco sólido de via oral cujas propriedades não fossem destruídas durante o processo de digestão. Nisso, precisavam de uma molécula diferente de um peptídeo, mas cuja ação se assemelhasse a de uma.

Segundo o jornal The New Tork Times, a japonesa Chugai Pharmaceutical Co. tinha a resposta e a licenciou para a empresa Eli Lilly: uma molécula ainda menor do que um peptídeo.

Leia mais:

Esta molécula minúscula tinha a seguinte função: encaixar-se dentro da proteína que seria utilizada para ativar o GLP-1 no corpo humano. Uma vez ali dentro, a molécula obriga a proteína a funcionar da mesma forma como se o peptídeo estivesse inteiro.

Imagem mostra injeção de Ozempic, remédio aliado do controle da diabetes tipo 2.
Caneta injetável de Ozempic (Reprodução: Marc Bruxelle/Shutterstock)

Isto é: a molécula engana a proteína (peptídeo) e isso faz a pílula funcionar com o mesmo efeito que uma caneta injetável da classe dos GLP-1, sem que a digestão da pílula no estômago interfira na eficácia do medicamento.

Todo esse esforço é notável porque a pílula deve funcionar com ou sem comida e a qualquer hora do dia — algo inovador para o tratamento da diabetes, visto que a insulina existe há décadas, também é um fármaco à base de peptídeos e que só está disponível de forma injetável.

A ideia de criar um medicamento oral não é nova: a Novo Nordisk já tem uma medicação oral comparável ao Ozempic e o Wegovy, chamada Rybelsus.

No entanto, o fármaco tem a orientação de ser administrado com doses altas, justamente porque a tecnologia utiliza o peptídeo inteiro — ao contrário do medicamento da Eli Lilly — e tem recebido indicativos de possuir uma eficácia menor porque boa parte da proteína é digerida pelo estômago.

Quais os efeitos colaterais?

Todo medicamento ou vacina que tem o funcionamento cientificamente comprovado possui efeitos colaterais. Com a ‘pílula de Ozempic’ não é diferente.

Os efeitos colaterais registrados pela empresa desenvolvedora foram náuseas, indigestão e diarréia: similares àqueles ocorridos durante o tratamento com as canetas injetáveis.

Os especialistas ainda precisam realizar mais análises sobre o estudo que justifica a eficácia do remédio, assim como a agência reguladora FDA. A proposta, no entanto, é que se esta alternativa for aprovada para comercialização, deve representar uma alternativa mais prática do que a medicação injetável.

Estima-se que o remédio chegue ao mercado em 2026.

O post Novo Ozempic? Entenda como funciona a pílula que deve substituir a injeção apareceu primeiro em Olhar Digital.

wegovy-1024x683

Melhor que Ozempic? Comprimido diário promete perda de peso e controle de diabetes

Na manhã desta quinta-feira (17), a empresa farmacêutica Eli Lilly divulgou resultados de um ensaio clínico que atesta que tomar um comprimido diariamente pode ser tão eficaz quanto os injetáveis Mounjaro e Ozempic quando se fala do controle de diabetes tipo 2.

O medicamento em questão é o orforgliprona e é da classe medicamentosa GLP-1, que é sucesso de vendas por conta de ajudarem na perda de peso. A diferença que podemos verificar entre o comprimido e os injetáveis é que este último é caro, precisa ser mantido em refrigeração constante e é invasivo.

Por sua vez, o orforgliprona tem potencial de ser bem mais utilizado por poder ser armazenada em temperatura ambiente e ser administrada via oral. Contudo, poderá ser tão cara quanto o Ozempic, por exemplo — no Brasil, o medicamento está na faixa dos R$ 1 mil.

Próximos passos para o comprimido chegar às farmácias

  • A Lilly indicou que, agora, vai submeter o remédio à Food and Drug Administration (FDA);
  • A expectativa da empresa é que o órgão estadunidense autorize o orforglipron para obesidade ainda este ano e, no início de 2026, para diabetes;
  • A expectativa de especialistas é que o medicamento seja aprovado em 2026 mesmo e que seja muito lucrativo para a Lilly;
  • O preço do comprimido deve ser anunciado pela farmacêutica apenas após sua aprovação.

Ao The New York Times, Craig Garthwaite, economista de saúde da Universidade Northwestern, disse que “o que estamos vendo começar a acontecer é uma luta pelo futuro do mercado da obesidade“.

Resultados do ensaio do comprimido

No resultado divulgado nesta quinta-feira (17), a farmacêutica apresentou apenas um resumo, algo obrigatório após receberem os resultados de estudos com potencial de afetar o preço de suas ações. Já os dados subjacentes não foram divulgados pela Lilly, tampouco foram examinados por especialistas externos.

A companhia indicou que apresentará resultados detalhados em reunião com pesquisadores sobre o diabetes em junho. Posteriormente, os publicará em periódico revisado por pares.

Medicações injetáveis, como o Wegovy, são invasivas e dependem de refrigeração constante (Imagem: KK Stock/Shutterstock)

Ensaio em si

Foram 559 pessoas que participaram do ensaio clínico. Elas têm diabetes tipo 2 e tomaram o comprimido ou placebo por 40 semanas. Aqueles que tomaram o orforgliprona tiveram a A1C (que mede níveis de açúcar no sangue com o passar do tempo) reduzida entre 1,3% e 1,6%.

Em ensaios não relacionados, o Ozempic e o Mounjaro conseguiram chegar a resultados similares. Em 65% das pessoas que tomaram o novo comprimido, o nível de açúcar no sangue foi reduzido e chegou à faixa normal.

Além disso, quem tomou a pílula também perdeu peso, com média de 7,2 kg para quem foi medicado com doses mais altas. A título de comparação, o Ozempic alcança a mesma quantidade com 40 semanas de tratamento, mas o comprimido perde ligeiramente para o Mounjaro (segundo ensaios clínicos não relacionados).

Já os efeitos colaterais atestados foram os mesmos que os dos injetáveis contra obesidade: diarreia, indigestão, constipação, náusea e vômito. Contudo, é possível que os benefícios diminuam e os efeitos colaterais aumentem conforme mais pessoas utilizarem o medicamento.

Leia mais:

Grupo de farmacêuticas atrás de medicações GLP-1

A Eli Lilly lidera seleto grupo de companhias que competem no desenvolvimento de comprimidos à base de GLP-1. Persistem preocupações significativas sobre possíveis efeitos colaterais graves que poderiam afastar pacientes do uso desses medicamentos.

No início da semana, por exemplo, a Pfizer revelou ter encerrado o desenvolvimento de comprimido semelhante após um participante de seu estudo apresentar “possível lesão hepática causada pelo medicamento”. No entanto, no ensaio conduzido pela Eli Lilly, o orforglipron não apresentou indícios de toxicidade hepática.

As ações da companhia dispararam após a divulgação dos dados promissores. Na quinta-feira, os papéis da companhia encerraram o dia com alta de 14%, o que representou acréscimo de US$ 100 bilhões (R$ 585,53 bilhões, na conversão direta) ao valor de mercado da empresa.

Esse foi o primeiro de sete estudos clínicos principais com o orforglipron a apresentar resultados. Alguns dos demais testes estão avaliando o uso do medicamento na perda de peso entre indivíduos sem diabetes. Resultados relacionados ao uso em pacientes obesos devem ser divulgados ainda neste ano.

Segundo o Dr. Daniel Skovronsky, diretor científico da Lilly, caso o remédio receba aprovação para o tratamento de obesidade e diabetes, a empresa estará preparada para produzir comprimidos em quantidade suficiente para atender à demanda. Ele declarou ter tomado conhecimento dos resultados do estudo na manhã de terça-feira (15), mas que a companhia já vinha se organizando para a fabricação antes mesmo de vê-los.

“Nas próximas décadas, mais de 700 milhões de pessoas em todo o mundo terão diabetes tipo 2 e mais de um bilhão viverão com obesidade”, afirmou Skovronsky. “Injeções não são soluções viáveis para bilhões de pessoas globalmente.”

Segundo o Times, atualmente, 12% dos adultos estadunidenses relatam ter utilizado medicamentos à base de GLP-1. Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, cerca de 40% da população adulta nos Estados Unidos é obesa e mais de 10% têm diabetes, majoritariamente do tipo 2.

Entre os medicamentos injetáveis mais populares já disponíveis, estão os da própria Eli Lilly — Zepbound, para obesidade, e Mounjaro, para diabetes —, além dos da Novo Nordisk, que comercializa o Wegovy (obesidade) e o Ozempic (diabetes).

Com o aumento da procura por esses tratamentos nos últimos anos, os custos crescentes passaram a pesar sobre empregadores e programas públicos de saúde, que já enfrentavam dificuldades com os preços dos medicamentos prescritos. A chegada do orforglipron promete ampliar ainda mais esse mercado e elevar a pressão sobre os orçamentos.

O surgimento do orforglipron representa, de certa forma, avanço notável da química moderna. Os medicamentos injetáveis com GLP-1 são compostos por peptídeos — pequenos fragmentos de proteínas (GLP é a sigla para peptídeo semelhante ao glucagon).

Como os peptídeos são digeridos no estômago, a criação de versão oral exigiu que os químicos desenvolvessem composto não peptídico com ação semelhante. Pesquisadores da Chugai Pharmaceutical, empresa japonesa, encontraram essa solução, licenciando o medicamento para a Lilly em 2018.

O avanço consistiu em descobrir molécula minúsculamilhares de vezes menor que um peptídeo — capaz de se encaixar em pequena cavidade na proteína-alvo dos GLP-1s. Quando isso ocorre, a proteína sofre alteração de forma, assim como acontece com a ligação do peptídeo natural. Segundo Skovronsky, encontrar essa molécula foi “o Santo Graal”.

O resultado é uma pílula que pode ser ingerida em qualquer horário do dia, com ou sem alimentos — algo praticamente inédito entre medicamentos peptídicos.

ozempic
Ozempic e medicações similares apresentam resultado similar no controle da diabetes, mas inferior quando o assunto é perda de peso) Imagem: KK Stock/Shutterstock

A insulina, provavelmente o peptídeo mais amplamente conhecido, existe há mais de 100 anos e ainda é administrada exclusivamente por injeção, apesar de tentativas persistentes de criar versão oral. O mesmo se aplica ao hormônio do crescimento humano e a diversos medicamentos para condições, como artrite e câncer.

A Novo Nordisk possui comprimido de GLP-1, o Rybelsus, que contém o próprio peptídeo GLP-1. No entanto, precisa ser administrado em doses elevadas e é menos eficaz que as versões injetáveis, pois é, em grande, parte digerido no estômago.

Para pacientes com diabetes ou que enfrentam a obesidade, uma pílula que substitua as injeções pode representar transformação profunda por diversos motivos. Um deles é a aversão que muitos têm às injeções.

O Dr. C. Ronald Kahn, professor da Escola de Medicina de Harvard e diretor acadêmico do Joslin Diabetes Center, também da universidade, afirmou ter diversos pacientes que evitavam iniciar o uso de Ozempic ou Mounjaro justamente por serem injetáveis. Uma pílula, afirmou, “seria, definitivamente, a escolha preferida da maioria das pessoas”.

O Dr. Sean Wharton, diretor da Wharton Medical Clinic em Burlington, Ontário (Canadá), vê potencial ainda maior. O médico, que participou do estudo da Lilly com o orforglipron voltado à obesidade, acredita que um comprimido pode levar o tratamento com GLP-1 a populações carentes ao redor do mundo.

“Pode ser facilmente produzido em uma fábrica e enviado para qualquer lugar”, afirmou. Seu custo de produção deve ser bem menor que o dos peptídeos e não exige canetas injetoras especiais nem refrigeração. Atualmente, os medicamentos estão disponíveis apenas para uma minoria com acesso a convênios de saúde ou recursos financeiros para arcar com o custo. O acesso está restrito, até agora, a países ricos.

Mas esse cenário começa a mudar: a Eli Lilly, recentemente, lançou seu medicamento injetável de GLP-1 na Índia. Lá, os pacientes teriam que pagar cerca de US$ 200 (R$ 1.171,06) por mês, valor fora do alcance da maioria da população local. Há expectativa de que, já no próximo ano, o Ozempic e o Wegovy possam ser vendidos como genéricos em alguns países, mas não nos Estados Unidos.

Com o orforglipron, “temos a chance de que um medicamento alcance milhões e milhões de pessoas”, disse o Dr. Wharton. No entanto, tudo depende da estratégia de precificação e distribuição da Eli Lilly. “É por isso que enfatizo a palavra ‘chance’”, completou.

Hoje, tanto a Eli Lilly quanto a Novo Nordisk oferecem seus injetáveis — Zepbound e Wegovy — por cerca de US$ 500 (R$ 2.927,65) mensais para pacientes estadunidenses que pagam do próprio bolso. Já empregadores e programas públicos, que cobrem a maior parte dos custos para os pacientes nos EUA, pagam valores semelhantes após negociações e descontos, cujos detalhes não são divulgados.

Logo da Lilly em um smartphone que está em uma mão; atrás, notebook com um gráfico
Ações e valor de mercado da Eli Lilly dispararam após divulgação dos resultados (Imagem: MacroEcon/Shutterstock)

Quando uma farmacêutica anuncia um preço, refere-se ao valor de tabela — ponto de partida para negociações. Raros são os pacientes que pagam esse valor integral. Analistas de Wall Street preveem que a Eli Lilly deverá definir o preço de tabela do orforglipron abaixo de US$ 1 mil (R$ 5.855,30) por mês, inferior aos de Zepbound (US$ 1.086/R$ 6.358,85) e Wegovy (US$ 1.349/R$ 7.898,79).

Como está bem à frente de concorrentes no desenvolvimento de comprimidos com GLP-1, a Eli Lilly deverá manter exclusividade nesse mercado por alguns anos — o que lhe garante margem para manter preços elevados por mais tempo.

Tornar o orforglipron acessível em escala global exigiria preços significativamente menores do que os praticados nos Estados Unidos. Medicamentos injetáveis de GLP-1 já são vendidos a preços bem inferiores na Europa. O presidente dos EUA, Donald Trump, frequentemente, criticava o fato de os estadunidenses pagarem muito mais do que outros países ricos pelos mesmos remédios, completa o Times.

O post Melhor que Ozempic? Comprimido diário promete perda de peso e controle de diabetes apareceu primeiro em Olhar Digital.

shutterstock_1869700453

Ozempic: Anvisa agora vai exigir que a receita fique retida nas farmácias

A Anvisa decidiu tornar obrigatória a retenção da receita médica para a compra de medicamentos como Ozempic, Saxenda e Wegovy, conhecidos como canetas emagrecedoras, conforme comunicado divulgado nesta quinta-feira (16).

A nova regra vale imediatamente e foi aprovada por unanimidade pela diretoria colegiada da agência. Antes, a apresentação da receita era suficiente para comprar os remédios. Agora, a farmácia deve reter o documento no momento da venda.

A medida busca conter o uso indiscriminado desses medicamentos, originalmente desenvolvidos para tratar diabetes tipo 2, mas que se tornaram populares para controle de peso.

Leia mais

Com venda sob retenção de receita, agência quer evitar uso inadequado e proteger pacientes – Imagem: rafastockbr/Shutterstock

Medida protege a saúde pública

  • Segundo a Anvisa, a decisão visa proteger a saúde pública e garantir o uso racional dos fármacos.
  • Entidades médicas, como as sociedades brasileiras de Endocrinologia e Metabologia e de Diabetes, já defendiam essa exigência.
  • Elas alertam que o uso sem orientação pode causar efeitos colaterais como náusea, constipação, diarreia e impactar negativamente a saúde mental, especialmente em pessoas com transtornos alimentares.

A obesidade é considerada um desafio global. No Brasil, mais da metade da população adulta vive com sobrepeso ou obesidade, e o acesso equilibrado a tratamentos eficazes é uma preocupação crescente entre especialistas.

Ozempic pode causar efeitos colaterais

Entre os estudos que avaliam os riscos que o uso de canetas emagrecedoras como o Ozempic pode representar, uma pesquisa recente fez uma descoberta alarmante.

Pesquisadores da Universidade de Utah identificaram que pacientes com problemas de visão, como danos ao nervo óptico, compartilhavam o uso desses medicamentos. Leia mais aqui.

Receitas de Ozempic, Wegovy e similares precisarão ser retidas pelas farmácias – Imagem: Natalia Varlei/Shutterstock

O post Ozempic: Anvisa agora vai exigir que a receita fique retida nas farmácias apareceu primeiro em Olhar Digital.