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Bioma brasileiro está em risco, mostra pesquisa

Após o Brasil enfrentar uma das piores secas da história em 2024, a chegada da chuva era uma esperança de que as coisas mudassem. No entanto, a estação chuvosa, que terminou em março, ficou abaixo do esperado em algumas regiões do país, intensificando o problema.

Por conta disso, o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) alerta que enfrentaremos uma nova temporada de seca neste ano. A diferença é que a estiagem “migrou” do Norte para o Centro-Sul.

Falta de chuva e risco de queimadas

  • O relatório destaca que há 1,9 mil cidades brasileiras em situação de seca.
  • Isso representa uma área de cerca de 1 milhão de km² em alerta para a estiagem.
  • As autoridades esperam sequências de dias sem chuva.
  • No ano passado, por exemplo, algumas regiões ficaram mais de 100 dias sem precipitações.
  • Isso pode causar um déficit hídrico nas bacias que abastecem o setor energético, sendo a bacia do Paraguai, que corta o Pantanal, a mais afetada.
  • Em outras palavras, a energia deve ficar mais cara para os brasileiros.
  • Além disso, há o risco de aumento da vulnerabilidade ao fogo, principalmente no Pantanal.
  • Este cenário pode causar queimadas devastadoras, como também já foi registrado em 2024.
O ano de 2024 foi marcado pelas queimadas no Brasil (Imagem: Joédson Alves/Agência Brasil)

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Riscos para o Pantanal

Um dos pontos mais preocupantes é o Pantanal. Parte do bioma encontra-se em uma área classificada como seca.

O rio Paraguai, que banha este ecossistema tão fundamental para a região, está em situação considerada extremamente crítica, com níveis abaixo dos registrados em 2023.

No ano de 2024, o bioma viveu seu pior momento. Em meio à estiagem e com as águas em níveis de baixa recorde, o Pantanal sofreu grandes incêndios. Em meio à crise, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, chegou a avaliar que o bioma poderia desaparecer.

Brasil enfrentará mais um ano de seca intensa (Imagem: Chakkaphong wanphukdee/Shutterstock)

O Cemaden agora alerta para um novo cenário desafiador. Em fevereiro, o Ministério do Meio Ambiente assinou uma portaria declarando emergência ambiental em áreas vulneráveis a incêndios florestais, como o Pantanal, e anunciou o reforço das ações para evitar que a crise de 2024 se repetisse.

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Brasil perdeu duas cidades de SP em superfície de água

O Brasil registrou uma redução alarmante de 400 mil hectares na superfície de água em 2024, área equivalente a mais de duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo. De acordo com dados atualizados do MapBiomas Água, divulgados na sexta-feira (21), o território nacional coberto por corpos hídricos e reservatórios ficou em 17,9 milhões de hectares, uma queda de 2% em relação aos 18,3 milhões registrados em 2023. A tendência de diminuição se intensificou na última década, marcada por oito dos anos mais secos desde o início da série histórica em 1985.

A Amazônia, responsável por 61% da superfície hídrica do Brasil, foi fortemente impactada. O bioma perdeu 1,1 milhão de hectares de água em relação a 2023 e 4,5 milhões em comparação a 2022, afetado por secas extremas consecutivas. Sub-bacias importantes, como as do Rio Negro e do Tapajós, registraram perdas significativas.

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No Pantanal, a situação é ainda mais crítica: o bioma alcançou apenas 366 mil hectares de água em 2024, representando uma redução de 4,1% em relação ao ano anterior e acumulando uma perda de 61% desde 1985. Enquanto isso, outros biomas apresentaram cenários mistos. A Caatinga teve um saldo positivo, consolidando um ciclo de cheias iniciado em 2018, mas áreas vulneráveis, como a bacia do São Francisco, continuam enfrentando secas recorrentes.

No Pampa, após estiagens severas no início do ano, ocorreu uma cheia extrema em maio, a maior registrada nos últimos 40 anos. Já o Cerrado experimentou uma transformação preocupante: corpos hídricos naturais, como rios e lagos, cederam espaço para reservatórios artificiais, que agora respondem por 60% da superfície hídrica do bioma.

Superfície de água no Brasil em 2024 (% do total):

  • Amazônia: 10,9 milhões de hectares (61%)
  • Mata Atlântica: 2,2 milhões de hectares (13%)
  • Pampa: 1,8 milhão de hectares (10%)
  • Cerrado: 1,6 milhão de hectares (9%)
  • Caatinga: 981 mil hectares (5%)
  • Pantanal: 366 mil hectares (2%)

O Brasil mais seco

No geral, o Brasil viu um aumento histórico de superfícies artificiais de água, com acréscimo de 1,5 milhão de hectares desde 1985. Esse crescimento, concentrado principalmente na Mata Atlântica e no Cerrado, reflete a expansão de reservatórios e hidrelétricas. Contudo, os corpos d’água naturais encolheram 15% no mesmo período, restando apenas 77% da cobertura total.

Para especialistas, a combinação de eventos climáticos extremos e mudanças no uso da terra está tornando o Brasil mais seco. Os dados servem como um alerta para a necessidade urgente de políticas públicas e estratégias de gestão hídrica que revertam essa tendência preocupante.

Via Agência Brasil

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