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Esse pode ser o símbolo mais antigo que já vimos em uma pedra

Uma intervenção arqueológica encontrou uma pedra com marcações que podem ter mais de 200.000 anos. A descoberta foi feita na região de Coto Correa, em Las Chapas de Marbella, na Espanha, local protegido para escavações desde a década de 1950.

A peça foi localizada ao lado de um conjunto de ferramentas de pedra esculpida que pertencem aos estágios inferiores do Paleolítico. O governo local está financiando estudos adicionais para confirmar a datação da descoberta.

Se confirmado, esse pode ser um dos símbolos de rocha mais antigos da humanidade. Ultrapassaria até mesmo a arte rupestre figurativa mais antiga do mundo, de 51.200 anos atrás, encontrada em uma caverna em Sulawesi, na Indonésia.

Datação da pedra será feita com digitalização tridimensional (Imagem: Governo Marbella)

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Conhecendo a peça

A pedra é formada por gabro, uma rocha grossa, rica em magnésio e ferro, formada a partir de magma resfriado, e foi marcada com linhas artificialmente retas. Estudos iniciais mostram a dupla relevância da descoberta:

  • Confirma a presença de povoadores em Marbella durante o Paleolítico Médio Inicial de grandes lascas, período pouco documentado em Espanha e até agora inédito na província de Málaga;
  • As representações gráficas identificadas podem ser 100.000 anos mais antigas do que as mais antigas manifestações artísticas conhecidas em cavernas.
Descoberta foi feita na cidade de Marbella em 2022 (Imagem: xbrchx/iStock)

A datação vai usar técnicas de análise de quartzo de diferentes amostras de sedimentos. Além disso, documentos serão escaneados em 3D para criar uma composição virtual de alta resolução do conjunto de marcas identificadas na superfície do bloco de pedra.

A digitalização tridimensional permitirá estudar toda a superfície com grande detalhe para determinar quais são marcas de trabalho e quais são gráficos intencionais. Os resultados do trabalho serão divulgados pelo departamento de cultura de Marbella.

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Nossos antepassados usavam pedras vulcânicas de forma inusitada

Esferas de basalto naturais podem ter sido usadas como um tipo de ferramenta por espécies de hominídeos por mais de um milhão de anos. É o que sugere um novo estudo publicado na revista científica Quaternary International.

Nas últimas décadas, diversos itens que datam do período Pleistoceno, entre 2,5 milhões e 11,7 mil anos atrás, foram coletados em regiões da Europa, Ásia e África. Acredita-se que eram usados como ferramentas de percussão a implementos de caça.

A análise recente se concentrou no acervo da região de Melka Kunture, Etiópia, onde foram encontrados líticos globulares naturais, denominados “esferas”. As peças são feitas de basalto vulcânico, diferentemente daquelas encontradas nas áreas vizinhas, de calcário.

Itens analisados foram encontrados na Etiópia (Imagem: Dmitry_Chulov/iStock)

“É possivelmente a primeira evidência do uso de formas naturais para atividades variadas, e isso aconteceu repetidamente ao longo de mais de 1 milhão de anos de evolução humana em Melka Kunture”, diz a arqueóloga Margherita Mussi, autora do artigo.

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Como foi feita a pesquisa?

  • As esferas utilizadas na análise do estudo foram coletadas em oito locais: Gombore IB, Atebella II, Garba XII, Gombore II-1, Gombore II-2, Garba IIIE, Gotu III e Garba I;
  • Gombore IB foi o sítio habitado mais antigo, datado de 1,7 milhões de anos atrás, e continha  5.000 ferramentas de pedra , três esferas e dois fósseis de ossos do braço de um Homo cf. ergaster humerus;
  • Já Garba I, III e II eram os sítios mais jovens, datados de cerca de 0,6 milhões de anos atrás, com 22 esferas e mais de 7.000 ferramentas líticas.
  • A cientista analisou peso, formato, tamanho e evidências de cicatrizes de lascas de cada uma das esferas; ela concluiu que as peças foram levadas deliberadamente aos locais onde foram encontradas, excluindo métodos naturais de transporte, como a água.
Pedras são feitas de basalto vulcânio, e não de calcário como as demais (Imagem: Mussi/Reprodução)

“Estou convencida de que os duros vulcânicos eram usados ​​para lascar/retocar ferramentas líticas, enquanto os mais macios, de lapilli, eram usados ​​para esfregar vegetais/peles ou outras coisas”, explica a pesquisadora.

O estudo fornece novos insights sobre a evolução do comportamento das ferramentas nos primeiros hominídeos, na transição de Homo erectus para H. heidelbergensis. “Esta é uma boa evidência de como os hominídeos estavam explorando cuidadosamente qualquer novo recurso e usando-os habilmente”, conclui.

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