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Pegada de 3 dedos no Canadá revela novo dinossauro da família anquilossaurídeos

Recentemente, um conjunto de pegadas pré-históricas foi descoberto numa pedra em Tumbler Ridge, cidade da província da Colúmbia Britânica (Canadá). As pegadas contêm marcas de três dedos e, segundo os paleontólogos, indicam a existência de um novo dinossauro da família dos anquilossaurídeos.

Esta não é a primeira vez que a Columbia Britânica ganha destaque por esse motivo: duas crianças, intituladas Mark Turner e Daniel Helm, encontraram uma trilha de fósseis já nos anos 2000.

Para quem tem pressa:

  • Pegadas pré-históricas de um dinossauro da família dos anquilossauros foram encontradas numa pedra no Canadá;
  • A descoberta, além de importante para o estudo desses bichos, revelou que a pata dianteira tem 3 dedos: algo inédito para essa família de dinossauros;
  • A análise do fóssil ocorreu via “fotogrametria” e os cientistas nomearam esse novo animal como Ruopodosaurus clava.

Os anquilossauros são um grupo de dinossauros composto por duas famílias: os nodossaurídeos e os anquilossaurídeos; um membro desta última família foi o responsável por deixar as pegadas de três dedos encontradas em uma pedra.

Vestígios de um Ruopodosaurus clava encontrado no rio Wolverine, incluindo moldes naturais do dinossauro esquerdo manus e pes em bloco caído. A) fotografia, B) desenho de linha interpretativo e C) mapa de elevação do modelo fotogramétrico do par manus-pes. (Arbour et al., Jornal de Paleontologia de Vertebrados, 2025)

Segundo Science Alert, esta é a primeira vez que temos registro de pegadas de um anquilossaurídeo de 100 milhões de anos cuja pata traseira tem três dedos ao invés de quatro.

Charles Helm (pai de Daniel, uma das crianças que achou fósseis de dinossauros na região nos anos 2000) é consultor científico do Tumbler Ridge Museum e conversou com Victoria Arbour: uma especialista em anquilossauros. Ele a mostrou uma série de pegadas de três dedos encontradas pela região nos últimos anos.

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Quase todos os achados estão preservados no Geoparque Global da UNESCO de Tumbler Ridge. Estima-se que as pegadas são do período Cretáceo e foram preservadas em regiões não-marinhas num conjunto de rochas chamado de Formações Dunvegan e Kaskapau, local que hoje se encontra entre a Colúmbia Britânica e Alberta (ambas províncias canadenses).

Outra análise via fotogrametria (Arbour et al., Jornal de Paleontologia de Vertebrados, 2025)

Como todo fóssil, este é muito importante porque fornece material de estudo para que especialistas possam entender mais sobre as espécies pré-históricas que habitaram o planeta.

As pegadas foram analisadas e digitalmente reproduzidas por meio de uma tecnologia intitulada “fotogrametria”. Segundo o relatório dos cientistas (veja aqui), a pata traseira tinha três dedos e a dianteira tinha cinco. Eles deram o nome de Ruopodosaurus clava para esta nova espécie identificada.

Embora não saibamos exatamente como era o dinossauro que fez as pegadas do Ruopodosaurus, sabemos que ele teria cerca de 5 a 6 metros (16 a 20 pés) de comprimento, pontiagudo e blindado, e com uma cauda rígida ou um taco de cauda completa.

— Victoria Arbour: especialista em anquilossauros

De forma geral, os anquilossauros são conhecidos por serem herbívoros (uma dieta que inclui folhas, frutos, flores e caules), mas a característica mais marcante era o “corpo blindado”: um conjunto de placas ósseas (osteodermos) que os dominava da cauda, passava pelo dorso e continuava até a cabeça.

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Pegadas de dinossauro com 167 milhões de anos encontradas na Escócia

Pesquisadores da Universidade de Edimburgo descobriram 131 pegadas de dinossauros na Ilha de Skye, na Escócia. Isso faz do local um dos mais abundantes em marcas dinossáuricas do país.  Com ajuda de equipamentos, a equipe mostrou no estudo que diferentes espécies gostavam de ficar em lagoas no local.

Em contraste com o clima frio da ilha hoje em dia, a região teria um clima subtropical quente e úmido durante o Jurássico Médio, há 170 milhões de anos. No local haveria diversos corpos d’água e um enorme estuário de rio, segundo o paleontólogo Tone Blkesley, um dos autores do estudo. As pegadas foram deixadas nas areias de uma antiga lagoa desse período.

Para estudar os vestígios, o grupo tirou milhares de fotografias de todo o local com um drone. Através de um software especializado, eles construíram modelos digitais em 3D das pegadas por meio de uma técnica conhecida como fotogrametria.

Pegadas em modelo 3D feito pelos cientistas. (Imagem: Blakesley et al.)

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Dinossauros diferentes frequentavam as lagoas

As marcas deixadas pelos dinossauros têm entre 25 e 60 centímetros e variam em duas formas. Há pegadas de três dedos, provavelmente deixadas por terópodes carnívoros bípedes e marcações mais redondas, do tamanho de pneus, feitas por saurópodes quadrúpedes de pescoço longo.

Segundo os cientistas, muitas dessas pegadas estão em sequência, indicando um trajeto. O maior desses caminhos tem cerca de 12 metros, também sendo um dos maiores de toda a ilha.

A distância e a orientação dessas marcas representam passos lentos, provavelmente deixados por animais andando tranquilamente em momentos diferentes. A análise das trilhas indica que os dinossauros circulavam pelas margens da lagoa, da mesma forma que os animais de hoje se reúnem em torno de lagos e corpos d’água.

“As pegadas em Prince Charles’ Point fornecem uma visão fascinante sobre os comportamentos e distribuições ambientais de terópodes carnívoros e saurópodes herbívoros de pescoço longo durante um momento importante em sua evolução”, disse Blakesley.

Ilustração dos megalossauros carnívoros e saurópodes herbívoros.
Ilustração dos megalossauros carnívoros e saurópodes herbívoros. (Imagem: Tone Blakesley e Scott Reid)

Curiosamente, as pegadas sugerem que, apesar dos conflitos, os terópodes carnívoros e os saurópodes herbívoros costumavam passar tempo nas lagoas. Porém, a equipe diz que, embora eles frequentassem o local, as pegadas não demonstram nenhuma evidência de que interagiram perto da lagoa, e é improvável que estivessem lado a lado

“Seria um desastre para os saurópodes se isso acontecesse. A tentação do almoço… teria sido demais para os terópodes”, explicou o paleontólogo para a CNN.

A equipe de Blakesley pretende continuar estudando o local e suas marcas. Eles também estão examinando outros caminhos de dinossauro na Ilha de Skye e em todo o sul da Inglaterra.

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