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Esqueletos com marcas de batalha desvendam história de povo misterioso 

Uma enorme tumba circular contendo 24 esqueletos com marcas de batalha foi encontrada no sítio arqueológico El Curaca, no Vale do Rio Ático, no Peru. Os restos mortais, pertencentes a homens, mulheres e crianças, datam de 1000 a 1450 d.C. e estão associados ao povo Chuquibamba ou Aruni, uma civilização pré-inca ainda pouco conhecida.

A descoberta, liderada pelo arqueólogo Jósef Szykulski, da Universidade de Wrocław, incluiu fragmentos de cerâmica, ferramentas de osso e pedra, além de tecidos e espigas de milho. A análise inicial sugere que todos os indivíduos morreram devido a ferimentos violentos, possivelmente em um mesmo conflito.

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Enterro Honroso Indica Vitória em Batalha

Os corpos foram sepultados com ricos pertences funerários, indicando um ritual de honra pós-batalha. Szykulski acredita que os mortos pertenciam ao lado vencedor do confronto, recebendo um funeral digno de seus sobreviventes. A descoberta pode ajudar a esclarecer os costumes funerários e a organização social dos Aruni.

Um dos sepultamentos descobertos em El Curaca, no Peru, no final de 2024.(Crédito da imagem: Jósef Szykulski / Universidade de Wrocław)

Até o final de abril, a equipe continuará analisando os achados, incluindo escaneamentos 3D dos crânios e a conservação dos tecidos. Os resultados podem trazer novas luzes sobre essa população misteriosa e seu papel na história pré-colombiana do Peru.

Além dos esqueletos, os petróglifos deixados pelos Aruni nas cavernas da região podem ser a chave para entender sua cultura e os possíveis motivos do conflito. Os pesquisadores esperam que a análise dos artefatos e a datação mais precisa dos materiais ajudem a reconstruir a linha do tempo desses povos e suas interações com civilizações vizinhas. Enquanto isso, a descoberta reforça a importância do Vale do Rio Ático como um centro de investigação arqueológica, capaz de revelar histórias há muito esquecidas.

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Mineração de ouro na Amazônia está destruindo depósitos naturais de carbono

Pesquisadores avaliaram em novo estudo os impactos da mineração artesanal de ouro no sul da Amazônia peruana. O grupo descobriu que essa prática está levando ao aumento maciço da destruição de turfeiras, que são acúmulos de restos de plantas responsáveis por estocar carbono. Constataram que a atividade destruiu mais turfas nos últimos dois anos do que nas três décadas anteriores combinadas.

Cerca de 70% da exploração de ouro em pequena escala no Peru acontece na região de Madre de Dios. Lá, os sedimentos dos rios têm abundância desse metal precioso, tanto que é possível ver o brilho por satélite

É estimado que a atividade gere emprego para mais de 30 mil pessoas. O número tem crescido desde a crise econômica de 2008.

Poços de prospecção de ouro ao lado do rio Inambari, no Peru
Poços de prospecção de ouro ao lado do rio Inambari, no Peru. (Imagem: NASA Earth Observatory)

A mineração na área é ilegal e considerada o principal fator que contribui para o desmatamento. Os cientistas descobriram uma nova camada dessa destruição ao estudarem o impacto da operação nas turfeiras amazônicas.

Elas são ecossistemas pantanosos e alagados, compostos por material vegetal em decomposição que atuam como reservatórios de carbono. São responsáveis por sequestrar CO2 sete vezes mais do que as árvores da região.

Grandes áreas desse terreno estão sendo desenterradas e destruídas por garimpeiros. Isso está liberando quantidades alarmantes de carbono na atmosfera, contribuindo para a crise climática.

Descoberta e destruição em uma década

O grupo de cientistas analisou mais de 35 anos de dados dos satélites Landsat da NASA e descobriu que mais de 550 hectares de turfeiras foram destruídos. Esse desmatamento liberou entre 0,2 e 0,7 milhões de toneladas de carbono na atmosfera e mais da metade disso ocorreu somente nos últimos dois anos.

“Se não desacelerarmos a destruição, os danos às turfeiras da Amazônia podem ser permanentes, com sérios impactos ambientais, sociais e econômicos no futuro”, disse o Dr. John Householder, um dos autores do estudo do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, na Alemanha, em um comunicado.

A comunidade científica descobriu esses terrenos pantanosos no sul do Peru somente em 2012. Uma década depois, o mesmo grupo de pesquisadores que estudou originalmente essas formações agora está descrevendo a sua extinção.

Turfeiras na Indonesia
Turfeiras tropicais em Jambi, na Indonésia. (Imagem: Eka Dana Kristanto / Shutterstock)

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Cerca de 9% da mineração em Madre de Dios ocorre em turfeiras atualmente, mas espera-se que esse número cresça nos próximos anos. Se as tendências continuarem, a atividade mineradora em turfas deverá corresponder a 25% do total da mineração da região. Os cientistas alertam que isso poderia liberar mais de 14,5 milhões de toneladas de carbono.

“O que nosso artigo mostra é que, mesmo dentro de uma geração humana, é bem possível que grandes depósitos de turfa desapareçam da paisagem, antes que a ciência tenha a chance de descrevê-los. Para aqueles depósitos de turfa que já são conhecidos, essas descobertas da pesquisa são um chamado para protegê-los”, conclui o Dr. Householder.

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