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Proteção para o coração e o cérebro: quais os benefícios da “pílula do exercício”?

Imagine poder obter alguns dos benefícios de se exercitar tomando somente uma pílula. Essa é a promessa de um composto chamado SLU-PP-332, que está sendo estudado por cientistas. Ele funciona como uma “pílula do exercício”, ativando processos no corpo que normalmente são ligados pela atividade física, especialmente exercícios aeróbicos.  

É importante saber que o SLU-PP-332 ainda está em fase inicial de pesquisa e foi testado principalmente em ratos e camundongos. No entanto, os resultados em animais são animadores e mostram vários benefícios potenciais.  

Os efeitos da “pílula do exercício”

  • Um dos efeitos mais notáveis do SLU-PP-332 em estudos com camundongos foi o aumento da resistência física.
  • Animais que receberam o composto conseguiram correr por muito mais tempo e distâncias maiores (até 70% a mais) do que aqueles que não receberam, mesmo sem treinamento prévio.  
  • Isso parece acontecer porque o SLU-PP-332 ajuda os músculos a funcionarem de forma mais eficiente.
  • O SLU-PP-332 também mostrou efeitos positivos no metabolismo e no controle de peso em camundongos obesos.
  • O composto também ajudou a diminuir o acúmulo de gordura no fígado (esteatose hepática).  
  • Por esses motivos, os pesquisadores acreditam que o SLU-PP-332 pode ser útil no futuro para tratar obesidade, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica.  
O composto parece “convencer” o corpo a gastar mais energia, mesmo em repouso, e a queimar mais gordura. (Imagem: Aleksandr Pobeda/Shutterstock)

Proteção para o coração

O coração também parece se beneficiar do SLU-PP-332, especialmente em animais com problemas cardíacos como insuficiência cardíaca (quando o coração não bombeia sangue eficientemente) e danos por falta de oxigênio (isquemia). Os estudos evidenciaram que o composto pode:  

  • Aumentar a capacidade do coração de bombear sangue.  
  • Diminuir a formação de tecido cicatricial (fibrose) no músculo cardíaco, que atrapalha seu funcionamento.  
  • Reduzir a morte das células do músculo do coração (apoptose).  
  • Melhorar como o coração produz e usa energia, principalmente a partir de gorduras.  
  • Ajudar a evitar alterações prejudiciais na forma e tamanho do coração que ocorrem em doenças cardíacas.  
  • Esses resultados sugerem que o SLU-PP-332 também pode se tornar um tratamento para insuficiência cardíaca no futuro.  
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Em alguns estudos com animais com insuficiência cardíaca induzida, o tratamento aumentou a taxa de sobrevivência. (Imagem: Marko Aliaksandr/Shutterstock)

Efeitos contra o envelhecimento celular

Estudos em roedores mais velhos também indicaram que o SLU-PP-332 pode combater alguns sinais de envelhecimento nas células:  

  • Melhora o funcionamento das mitocôndrias em órgãos como rins e fígado.  
  • Diminui marcadores de inflamação associados à idade.  
  • Reduz danos ao DNA das mitocôndrias.  
  • Estimula processos de autofagia e mitofagia, que ajudam a remover componentes celulares danificados.  
  • Isso levanta a possibilidade de que o composto possa ajudar em condições relacionadas ao envelhecimento, como a perda de massa muscular (sarcopenia).  

Potencial para melhorar a saúde do cérebro

Há um interesse em saber se o SLU-PP-332 também poderia ajudar em doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson. A ideia é que, ao melhorar a função das mitocôndrias (que também ficam prejudicadas nessas doenças), o composto poderia ter um efeito protetor no cérebro.  

No entanto, essa área ainda está bem no começo. O SLU-PP-332 original pode não conseguir entrar facilmente no cérebro, mas os cientistas estão trabalhando em versões modificadas que talvez consigam. Portanto, ainda é cedo para dizer se ele realmente trará benefícios para doenças cerebrais.  

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Ainda é cedo para dizer se a “pílula do exercício” realmente trará benefícios para doenças cerebrais. (Imagem: Alexander Supertramp/Shutterstock)

O SLU-PP-332 é um composto fascinante que, em estudos com animais, mostrou uma capacidade notável de imitar vários benefícios importantes do exercício físico, como aumentar a resistência, ajudar na perda de peso, melhorar o metabolismo e proteger o coração. Ele representa uma esperança, especialmente para pessoas que não podem se exercitar devido a doenças, idade ou limitações físicas.  

Contudo, é fundamental lembrar que toda essa pesquisa continua na fase pré-clínica. O SLU-PP-332 ainda não foi testado em humanos, e sua segurança e eficácia a longo prazo precisam ser cuidadosamente avaliadas antes que ele possa se tornar um medicamento real. Os cientistas estão otimistas e trabalhando para levar versões aprimoradas do composto para testes clínicos.  

Leia mais sobre a pílula do exercício:

As informações são de um artigo escrito pelo professor Álvaro Carmona, da Universidade Loyola Andalucía, publicado no The Conversation. A pesquisa sobre a “pílula do exerício” foi publicada na ACS Chemical Biology em 2023.

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“Pílula do exercício”: quais são os efeitos colaterais?

Apelidado de “pílula do exercício”, o medicamento SLU-PP-332 promete queimar gordura e melhorar a resistência do corpo, simulando, em parte, a atividade física. Por enquanto, o remédio ainda está em fase de testes com animais e deve demorar para que seja aplicado em humanos — se é que isso acontecerá. Mas, antes mesmo disso, será que as pesquisas já indicam quais são os possíveis riscos e efeitos colaterais?

Primeiro, vamos aos dados sobre a “pílula do exercício”. A pesquisa, publicada na ACS Chemical Biology em 2023, mostrou que esse composto ativa os receptores ERR (α, β e γ), principais reguladores do metabolismo energético. Dessa forma, ele aumenta a eficiência mitocondrial e promove a queima de gordura.

Durante os experimentos, camundongos que receberam a pílula correram 70% mais tempo e 45% mais longe em comparação com aqueles que não a tomaram. Isso se deve a uma mudança na composição muscular, com um aumento nas fibras típicas de atletas de resistência.

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Quais são os possíveis efeitos colaterais do medicamento?

O medicamento ainda não foi testado em humanos, mas um artigo do The Conversation, escrito pelo pesquisador Álvaro Carmona, da Universidade de Loyola, avalia as possíveis consequências físicas e psicológicas da “pílula do exercício”.

O primeiro ponto é que, embora o composto aumente a queima de gordura e o gasto energético basal, ele não fortalece os ossos e as articulações, nem reduz o estresse ou melhora o humor. Ou seja, não substitui os exercícios físicos.

Imagem: GBJSTOCK/Shutterstock

Isso pode gerar consequências psicológicas, como a percepção equivocada de que a atividade física não é mais necessária. “Se for comercializada como uma solução fácil, algumas pessoas podem abandonar o exercício, o que pode prejudicar a cultura do esporte e levar a problemas de saúde associados ao sedentarismo”, explica o artigo.

Se os efeitos da pílula forem comprovados, suas consequências podem ir além da forma física e até mesmo afetar competições esportivas. Um medicamento desse tipo, por exemplo, provavelmente seria banido de competições, como já ocorreu no passado com o GW501516.

Além disso, espera-se que, inicialmente, o remédio tenha um custo elevado, tornando-o inacessível para muitas pessoas e criando disparidades entre quem pode e quem não pode usá-lo.

Por fim, surge a dúvida: ele deveria ser usado como tratamento para obesidade e doenças graves? Ou apenas como um recurso estético para “simular” alguns efeitos do exercício? Essa discussão ainda precisa ser aprofundada após os estudos em humanos — que estão longe de começar.

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“Pílula do exercício” queima gordura e melhora resistência do corpo

Obter todos os benefícios das atividades físicas sem precisar fazer esforço necessário para isso. Este é o sonho de milhões de pessoas no mundo todo. Mas talvez isso não esteja tão longe de se tornar realidade.

Pesquisadores desenvolveram um composto que pode imitar os efeitos do treinamento físico. O SLU-PP-332, também conhecido como “pílula do exercício”, pode ativar vias metabólicas semelhantes às do exercício, fazendo com que o corpo funcione como se estivesse no meio de um treino.

Produto não substitui a atividade física

De acordo com os cientistas, este composto ativa os receptores ERR (α, β e γ), principais reguladores do metabolismo energético. Dessa forma, ele aumenta a eficiência mitocondrial e promove a queima de gordura.

Durante experimentos, camundongos correram 70% mais tempo e 45% mais longe em comparação com aqueles que não receberam a pílula. Isso se deve a uma mudança na composição muscular, com um aumento nas fibras musculares típicas de atletas de resistência.

Prática regular de atividade física é considerada insubstituível (Imagem: voronaman/Shutterstock)

Os possíveis benefícios da “pílula do exercício” incluem o aumenta a queima de gordura e o gasto energético basal, além da manutenção da massa muscular e o fortalecimento de órgãos vitais, caso do coração.

Por outro lado, o composto não fortalece os ossos e as articulações, e nem é capaz de reduzir o estresse ou melhorar o humor. Por conta disso, os próprios pesquisadores destacam que ele não pode substituir a prática de exercícios físicos.

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“Pílula do exercício” pode ser usada para combater a obesidade (Imagem: VGstockstudio/Shutterstock)

Composto pode ser útil contra a obesidade e outras doenças

  • Estudos também revelaram que o SLU-PP-332 pode ajudar no tratamento da obesidade e da síndrome metabólica.
  • Camundongos obesos que receberam o composto por um mês perderam 12% do peso corporal e acumularam 10 vezes menos gordura, sem alterar a dieta ou os níveis de atividade.
  • Eles também melhoraram sua sensibilidade à insulina, uma descoberta promissora para o diabetes.
  • Há também indicações de que a “pílula do exercício” pode ter efeitos positivos para o coração e o cérebro, reduzindo os riscos de insuficiência cardíaca e de doenças como o Alzheimer.
  • Apesar dos possíveis benefícios, ainda é necessário realizar testes em humanos, o que ainda não tem data para acontecer.
  • As informações fazem parte de artigo escrito pelo professor Álvaro Carmona, da Universidade Loyola Andalucía e publicado no The Conversation.

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Como funciona a pílula do dia seguinte?

A pílula do dia seguinte é um método contraceptivo de emergência amplamente utilizado, mas ainda cercado por dúvidas e mitos.

Muitas mulheres recorrem a ela após relações sexuais desprotegidas ou quando há falha no método contraceptivo regular, como o rompimento do preservativo. No entanto, é essencial compreender como funciona a pílula do dia seguinte para usá-la de maneira segura e eficaz.

Diferente dos anticoncepcionais de uso contínuo, a pílula do dia seguinte atua de forma pontual, interferindo no ciclo menstrual para evitar a gestação. Contudo, sua eficácia depende do tempo de administração e de características individuais da usuária. Além disso, seu uso frequente pode trazer riscos à saúde.

Para esclarecer as principais dúvidas, explicamos o que é a pílula do dia seguinte, como ela age no organismo e quais são os cuidados necessários para seu uso correto.

Pílula do dia seguinte: o que é e por que tem esse nome?

A pílula do dia seguinte é um contraceptivo de emergência que pode ser usado após uma relação sexual desprotegida.

Útero e ovários (Reprodução: Orawan Pattarawimonchai/Shutterstock)

Sua principal função é prevenir a gestação ao inibir ou retardar a ovulação. Dependendo do momento do ciclo menstrual da mulher, também pode dificultar a fertilização do óvulo pelo espermatozoide ou impedir a implantação do embrião no útero.

O medicamento surgiu na década de 1960, mas foi somente nos anos 1990 que começou a ser amplamente utilizado em diversos países.

No Brasil, a pílula do dia seguinte chegou oficialmente no final dos anos 1990 e, atualmente, é encontrada em farmácias e alguns postos de saúde públicos. Seu nome se deve ao fato de ser mais eficaz quando tomada o mais rápido possível após a relação sexual desprotegida.

A compra da pílula não exige receita médica e ela está disponível em versões de dose única ou em dois comprimidos. Em unidades básicas de saúde (UBS), é possível encontrar a pílula gratuitamente, especialmente para vítimas de violência sexual.

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Qual a ciência por trás da pílula do dia seguinte? Entenda como ela funciona

A pílula do dia seguinte é composta, na maioria das vezes, por levonorgestrel: um hormônio sintético que impede ou atrasa a ovulação.

punhado de remédios repousados em uma mesa
Punhado de remédios repousados em uma mesa (Reprodução: nito/Shutterstock)

Em alguns casos, pode conter acetato de ulipristal, que é um modulador de progesterona que também interfere no processo de ovulação.

Para ser mais eficaz, a pílula deve ser ingerida o mais rápido possível após a relação sexual desprotegida.

O ideal é tomá-la dentro das primeiras 24 horas, quando sua eficácia pode chegar a 95%. Após esse período, sua taxa de sucesso diminui progressivamente, podendo ser usada até 72 horas depois, com eficácia reduzida.

Apesar de sua alta taxa de sucesso, ainda é possível engravidar mesmo após o uso da pílula. Isso pode acontecer caso a ovulação já tenha ocorrido antes da ingestão ou se houver falha na absorção do medicamento pelo organismo.

Como saber se a pílula do dia seguinte fez efeito?

Não há um sintoma específico que indique se a pílula funcionou. No entanto, algumas mulheres podem apresentar efeitos colaterais como náuseas, dores de cabeça e alterações no ciclo menstrual.

Caso a menstruação atrase mais de uma semana, é recomendável realizar um teste de gravidez para descartar uma possível gestação.

Quais mudanças a pílula do dia seguinte causa no corpo?

Por ser uma dose alta de hormônio, a pílula pode provocar alterações no ciclo menstrual, tornando a menstruação irregular nos meses seguintes.

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Ilustração sobre o período menstrual (Imagem: La corneja artesana/Shutterstock)

Além disso, usuárias relatam efeitos colaterais como tontura, fadiga, dor abdominal, sensibilidade nos seios e alteração no humor.

O que acontece se tomar a pílula do dia seguinte em excesso?

A pílula do dia seguinte não deve ser utilizada como método contraceptivo regular. Seu uso frequente pode causar desregulações hormonais severas, aumentando o risco de efeitos colaterais graves.

Há diversos relatos de mulheres que, por pressão de parceiros, tomam a pílula seguidamente como substituto de métodos contraceptivos convencionais.

Isso pode levar a complicações sérias, como hemorragias, problemas hepáticos, alterações no endométrio e, em casos extremos, internação ou até óbito. Dito isso, o uso dessa pílula deve ser pontual e nunca frequente.

Portanto, a pílula do dia seguinte deve ser usada apenas em situações emergenciais, e o ideal é investir em métodos contraceptivos regulares, como anticoncepcionais diários ou dispositivos intrauterinos (DIU), além do uso de preservativos para prevenir doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

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