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Pirâmides do Egito: resposta para antigo mistério vem do céu

Uma hipótese instigante propõe que um eclipse solar total pode ter marcado o fim da era das grandes pirâmides e provocado uma transformação profunda na cultura do Antigo Egito.

De acordo com o arqueoastrônomo Giulio Magli, professor do Politecnico di Milano (Itália), em entrevista ao portal Space.com, um eclipse ocorrido em 1º de abril de 2471 a.C. teria mergulhado o Delta do Nilo na escuridão durante o dia, fazendo com que o Sol se tornasse um disco negro.

Esse fenômeno, que atingiu diretamente regiões como a antiga capital e Gizé, pode ter sido interpretado como um presságio poderoso, segundo Magli.

Eclipses solares teriam influência no Antigo Egito (Imagem: aeonWAVE/Shutterstock)

O Sol no Antigo Egito

Durante a Quarta Dinastia, os faraós eram devotos do culto solar. Reis como Quéops (Cufu), Quéfren e Miquerinos — responsáveis pelas icônicas pirâmides de Gizé — chegaram a orientar seus túmulos em direção a Heliópolis, centro do culto ao deus Rá.

Muitos deles também incorporaram em seus nomes sufixos em homenagem a esse deus solar. No entanto, o breve reinado de Seberquerés, último faraó da dinastia, representou uma ruptura com essa tradição.

Diferentemente dos governantes anteriores, Seberquerés escolheu um túmulo semelhante aos antigos santuários de Buto, no Delta do Nilo. Ele não direcionou seu sepulcro a Heliópolis, nem o construiu em forma de pirâmide.

Magli sugere que essa mudança repentina pode ter sido influenciada pelo eclipse de 2471 a.C., interpretado como mau presságio. O evento teria gerado uma crise simbólica que levou o faraó a abandonar o tradicional culto solar.

Embora os registros egípcios não relatem explicitamente o eclipse, há indícios indiretos — como inscrições mencionando “trevas durante o dia” — que reforçam a ideia de que os antigos egípcios associavam eventos astronômicos raros a mensagens divinas e mudanças significativas.

Mistério sobre a era das pirâmides pode ser sido revelado. Imagem: Pandora Pictures/Shutterstock

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Cada contexto tem sua história no Egito

Esse possível impacto simbólico do eclipse durante o reinado de Seberquerés contrasta com reações em períodos posteriores. Um exemplo é o eclipse ocorrido em 1338 a.C., durante o governo de Aquenáton, na 18ª Dinastia. Apesar do fenômeno, o faraó estabeleceu uma nova forma de monoteísmo solar, o que mostra que a interpretação de presságios variava conforme o momento histórico e cultural.

Com cálculos cada vez mais precisos sobre a trajetória de eclipses antigos, pesquisadores como Magli avançam na investigação de como esses eventos celestes podem ter influenciado transformações culturais de grande escala.

Essa linha de estudo oferece novas perspectivas sobre o papel dos fenômenos astronômicos em decisões políticas, arquitetônicas e religiosas, apontando como o fim de uma era pode ter começado com um eclipse no céu do Egito.

O estudo foi publicado no repositório de pré-impressão arXiv.

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Escavação revela pirâmide repleta de relíquias perto do Mar Morto

Uma descoberta arqueológica está chamando atenção no deserto da Judeia, perto do Mar Morto. Pesquisadores encontraram uma estrutura em formato de pirâmide e o que parece ser uma antiga estação de passagem. O local fica ao norte do vale do Zohar, uma região isolada de Israel.

Entre os achados estão artefatos muito bem preservados, com mais de dois mil anos de idade. Segundo os arqueólogos, o surpreendente estado de conservação é graças ao clima seco do deserto – a umidade quase nula evitou que os materiais se deteriorassem ao longo dos séculos.

Eli Escusido, diretor da Autoridade de Antiguidades de Israel, explicou em um comunicado que a pirâmide foi construída com enormes pedras cortadas à mão, algumas pesando centenas de quilos. Ainda não se sabe qual era a função da estrutura. Especialistas cogitam que poderia ter sido um monumento, um túmulo ou uma torre para vigiar rotas comerciais.

Arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel e voluntários participam de escavação no deserto da Judeia. Crédito: Emil Aladjem/Autoridade de Antiguidades de Israel

Essas rotas ligavam o Mar Morto aos portos do Mar Mediterrâneo, facilitando o comércio entre as civilizações antigas. O sítio arqueológico é datado de aproximadamente 2,2 mil anos atrás, período marcado por disputas de poder na região.

Naquela época, o Oriente Médio estava sob influência dos impérios ptolomaico e selêucida, que surgiram após a morte de Alexandre, o Grande. Seus generais dividiram o império conquistado, e Israel ficou sob domínio desses dois poderes em momentos diferentes.

Pirâmide pode ter sido erguida em período de transição de impérios

Não há certeza se a pirâmide foi construída sob controle dos ptolomaicos ou dos selêucidas. Mais tarde, no primeiro século antes de Cristo, ambos os impérios foram absorvidos pelo Império Romano. A estrutura pode estar ligada a esse período de transição histórica.

Um pedaço de papiro com escrita grega encontrado pelos voluntários da escavação. Crédito: Emil Aladjem/Autoridade de Antiguidades de Israel

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Além da pirâmide, a equipe encontrou diversos objetos no local. Foram achados fragmentos de papiro, utensílios de madeira, cestos, cordas, armas, moedas, tecidos, sementes e vasos de bronze. Muitos desses itens seriam impossíveis de preservar em outras regiões.

Alguns dos papiros trazem inscrições em grego antigo, idioma usado tanto pelos ptolomaicos quanto pelos selêucidas. Uma voluntária que participa das escavações relatou ter encontrado pedaços desses documentos com letras visíveis.

Os trabalhos arqueológicos no local continuam até abril. Os pesquisadores esperam que as próximas escavações revelem mais pistas sobre a função da misteriosa pirâmide e sobre quem viveu ali há mais de dois mil anos.

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