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Dormir com plantas no quarto faz mal à saúde?

Existe uma lenda ainda muito difundida de que dormir com plantas no quarto faz mal à saúde, principalmente, porque poderíamos ser privados de oxigênio durante o sono. Contudo, a ciência prova que isso é um grande mito. Muito pelo contrário, ter plantas em ambientes internos pode ser um enorme benefício para manter o ar mais puro e livre de toxinas.

Além disso, especialistas ainda afirmam que algumas espécies podem até contribuir para noites de sono ainda mais tranquilas. Descubra tudo isso e mais um pouco neste artigo, e aprenda quais plantas são as mais indicadas para colocar no seu quarto. Confira!

Por que manter plantas no quarto não faz mal à saúde

Ainda que, como organismos aeróbicos, as plantas consumam oxigênio do ambiente em que estão, nunca será o suficiente para sufocar uma pessoa, segundo a ciência. Então, mesmo que você tenha uma planta gigante em seu quarto, fique tranquilo que ela não sugará todo o seu ar.

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Embora as plantas que cultivamos dentro de casa consumam oxigênio, a quantidade absorvida por elas é mínima e não representa qualquer risco para os moradores. Fatores como tamanho, taxa de crescimento e temperatura ambiente influenciam essa captação, mas, no geral, as plantas liberam muito mais oxigênio do que consomem, garantindo um ambiente saudável e equilibrado.

Estudos indicam que algumas espécies vegetais possuem a capacidade de aliviar o estresse/Shutterstock_Pixel-Shot

Alberto Romero Blanco, biólogo da equipe de pesquisa em invasões biológicas e ecotoxicologia da Universidade de Alcalá, explica no site The Conversation que o consumo de oxigênio pelas plantas domésticas é insignificante, especialmente quando comparado à necessidade de um ser humano.

De acordo com o biólogo, um grupo de petúnias pesando 5 kg absorveria apenas 0,01 litro de oxigênio ao longo de oito horas noturnas. Já um adulto consome cerca de 124,8 litros no mesmo período – uma diferença gigantesca.

Em outras palavras, não há planta grande o bastante para competir com o consumo humano de oxigênio, tornando infundado qualquer receio de sufocamento por vegetação em ambientes fechados. Pelo contrário, ter plantas em casa contribui para um espaço mais agradável, ajudando na qualidade do ar e proporcionando sensação de bem-estar.

Benefícios de ter plantas no quarto e em ambientes da casa

Um estudo conduzido pela empresa de paisagismo Ambius, em parceria com Fraser Torp, professor e pesquisador de biorremediação da Universidade de Tecnologia de Sydney (UTS), na Austrália, revelou o impacto positivo das plantas na purificação do ar.

A análise demonstrou que uma pequena parede verde, composta por uma variedade de espécies, foi capaz de eliminar até 97% dos compostos tóxicos presentes no ambiente em apenas oito horas. Os resultados reforçam o potencial das plantas como aliadas na melhoria da qualidade do ar, especialmente em espaços fechados, onde poluentes nocivos podem se acumular.

Jovem sorrindo, calma, vestida com roupas casuais, deitada na cama com as mãos juntas sob a cabeça, dormindo, descansando, relaxando, passando tempo no quarto, relaxando, em casa, no próprio quarto, em casa, acordando, sonhando, perdida em devaneios, bom dia.
Segundo pesquisas, ter plantas no quarto ajuda a dormir/Shutterstock_ViDI Studio

Aqui no Brasil, a doutora em saúde pública pela Universidade de São Paulo, Claudia Moreno em entrevista à CNN indica que espécies como aloe vera, lavanda, espada-de-são-jorge e jasmim podem ser aliadas para quem quer ter uma boa noite de sono.

De acordo com a pesquisadora, essas espécies vegetais possuem a capacidade de aliviar o estresse, o que, por sua vez, contribui para uma melhora na qualidade do sono. Claudia também destaca que estudos apontam que esse efeito relaxante é ainda mais expressivo entre os idosos, tornando as plantas uma aliada natural no bem-estar e na promoção do descanso adequado.

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Existe uma planta que pode acabar com as baratas

Quem nunca enfrentou problemas com baratas em casa? Existem diversos produtos que prometem acabar com as infestações, mas, em alguns casos, estes insetos conseguem dar um jeito de se manterem vivos.

Se você já passou por isso aí vai uma boa notícia. Uma planta pode ser extremamente promissora para afastar os animais da sua residência.

E o melhor de tudo é que ela pode ser encontrada facilmente nos jardins.

Método eficaz contra os insetos

Em entrevista ao portal Metrópoles, a bióloga Nathália Coelho, da Universidade Católica de Brasília, explicou que a lavanda pode ser muito eficaz no combate aos insetos. Ela afirmou que a planta, além de seu aroma agradável, libera compostos voláteis que atuam como repelentes naturais, tornando o ambiente menos atrativo para as baratas.

Lavanda age como repelente natural contra os insetos (Imagem: Pi-R photos/Shutterstock)

Existem diversas maneiras de afastar os animais. Uma das opções é o uso do óleo essencial de lavanda, que pode ser diluído em água e aplicado com um borrifador em áreas escuras ou próximas a ralos. Essa aplicação cria uma barreira aromática que interfere no comportamento das baratas, afastando-as sem causar danos.

Outra alternativa é o uso de sachês com flores secas de lavanda, que podem ser colocados em armários e despensas. Além disso, adicionar algumas gotas de óleo essencial à água de limpeza ajuda a manter o ambiente menos propício para a presença desses insetos.

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Medida pode tornar ambiente menos atrativos para as baratas (Imagem: RHJPhtotos/Shutterstock)

Limpeza é fundamental

  • Apesar de comprovadamente eficaz, Nathália Coelho ressalta que a lavanda não resolve infestações graves de baratas.
  • Em casos assim, é essencial buscar métodos mais abrangentes de controle de pragas.
  • Outras medidas também podem ajudar a evitar que se chegue neste cenário.
  • Entre elas, manter a cozinha sempre limpa, sem restos de alimentos expostos.
  • Selar frestas e rachaduras em paredes e pisos, que podem servir de entrada para as baratas, também é uma dica importante.
  • Além disso, armazenar alimentos em recipientes herméticos e reparar vazamentos de água impedem a criação de ambientes propícios para os insetos.

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As plantas que deveriam estar aqui, mas sumiram

Você enxerga uma floresta intacta, mas ela pode estar vazia por dentro. Um estudo global revelou que muitas espécies de plantas que poderiam viver ali simplesmente sumiram. É a chamada “diversidade faltante”, um impacto oculto da ação humana, que atinge até áreas protegidas e compromete a regeneração natural. A meta de preservar 30% do planeta até 2030 pode ser a última chance de reverter esse apagão verde.

A pesquisa foi conduzida por mais de 200 cientistas da rede internacional DarkDivNet, que analisaram 5.500 locais em 119 regiões do mundo, e destacada pela Agência Fapesp. Eles não buscaram apenas o que está presente, mas o que deveria estar e não está. Usando uma metodologia padronizada, os pesquisadores mapearam quais espécies nativas poderiam viver em cada local — mas estão ausentes, muitas vezes por causa de impactos humanos

As conclusões são preocupantes. Mesmo reservas naturais estão ficando cada vez mais empobrecidas. A boa notícia é que há um limite claro: quando ao menos um terço da paisagem ao redor permanece intacto, os danos são muito menores.

O que não se vê também importa

A chamada “diversidade faltante” é um conceito relativamente novo na ecologia, mas tem ganhado força justamente por escancarar o que os olhos não veem. Espécies que desapareceram — ou nunca chegaram a se estabelecer — deixam lacunas importantes na rede de interações do ecossistema. Sem certas plantas, polinizadores perdem alimento. Sem polinizadores, outras plantas deixam de existir. É um efeito dominó silencioso.

Onde o ser humano avança, a natureza recua: o desmatamento é só a face visível de um impacto muito maior (Imagem: Bayu Adli/Shutterstock)

Entre os principais vilões estão a fragmentação dos habitats e o desmatamento. Além disso, o fogo, o pisoteio excessivo por humanos e a poluição por nutrientes também fazem sua parte, alterando o solo e impedindo que espécies nativas se regenerem. Ao longo do tempo, esse conjunto de pressões transforma ecossistemas diversos em paisagens homogêneas e frágeis.

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Os pesquisadores destacam que restaurar áreas degradadas não é suficiente se o entorno continuar destruído. A conectividade entre ambientes naturais é essencial para que espécies consigam retornar, se espalhar e sobreviver. Ou seja, a conservação precisa ser pensada em escala de paisagem, não apenas em áreas isoladas.

O peso invisível das pegadas humanas

Para entender o grau de perturbação em cada área estudada, os pesquisadores usaram um índice conhecido como Pegada Humana (Human Footprint), que mede o impacto humano com base em elementos como densidade populacional, uso da terra (incluindo agricultura e urbanização) e presença de infraestrutura como estradas e ferrovias. A conclusão foi clara: quanto maior essa pegada ecológica, menor a diversidade de plantas observada.

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Estudo global usa o índice Human Footprint para mostrar como a ação humana transforma silenciosamente os ecossistemas ao redor do mundo (Imagem: petrmalinak/Shutterstock)

Segundo os autores, essa influência negativa se manifesta de várias formas. Fragmentação do habitat, perda de conexão entre ecossistemas, desaparecimento de animais que ajudam na dispersão de sementes, além de distúrbios como incêndios e a retirada de madeira, todos contribuem para um cenário de empobrecimento vegetal.

A pesquisa deixa claro: conservar ao menos 30% da paisagem em estado natural é decisivo para conter os impactos humanos. Mais do que proteger áreas isoladas, é preciso preservar o que está ao redor para manter a biodiversidade viva.

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Quais nações têm a maior concentração de florestas do mundo?

As florestas são responsáveis por dar um habitat para diversos seres vivos no mundo inteiro, incluindo plantas, fungos, micro-organismos e animais. Além disso, nelas é possível encontrar alimentos, recursos para combustível, produção de móveis e muitos outros meios de trabalho.

Sem contar que elas sustentam a fertilidade do solo e protegem os recursos hídricos e ajudam a reduzir as mudanças climáticas, pois armazenam carbono.

Celebrando a importância dessas áreas, a Assembleia Geral das Nações Unidas definiu o dia 21 de março como o Dia Internacional das Florestas. Com toda essa relevância, é importante que você conheça alguns fatos interessantes sobre esse ecossistema. Nas próximas linhas, saiba quais são as nações que detêm a maior concentração de florestas no mundo. 

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Quais os países com mais florestas em todo o mundo?

O planeta Terra conta com aproximadamente 4.060 milhões de hectares de florestas. Mas, uma boa parte desse espaço está concentrada em 5 países. Veja abaixo quais são eles!

5 – China

Imagem: THONGCHAI.S/Shutterstock

Localizada no continente asiático, a China conta com uma grande diversidade de florestas, com as do tipo pântano e coníferas incluídas, segundo um relatório da Academia Chinesa de Ciências Botânicas, divulgado em 2023. 

De acordo com a ONU (Organizações das Nações Unidas), o país está na 5ª colocação, pois possui 220 milhões de hectares de floresta, o que representa 5% do total mundial. 

4 – Estados Unidos

Vista aérea do glaciar Mendenhall na Floresta Nacional de Tongass (Imagem: USDA Forest Service/Reprodução)

Com 8% das florestas de todo o mundo, totalizando 310 milhões de hectares de florestas, os Estados Unidos, país localizado na América do Norte, ocupam a 4ª colocação nesta lista. 

Conforme informações do Serviço Florestal, uma agência do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a maior floresta tropical temperada intacta da Terra está no país. O nome dela é Floresta Nacional de Tongass, no Alasca. Ela possui 69 mil quilômetros quadrados. Entretanto, metade está coberta por gelo, pântanos, rocha e água. 

3 – Canadá

Cachoeira Cascade (Rio Kettle) ao sul do Lago Christina e ao norte da fronteira Canadá-Estados Unidos
Cachoeira Cascade (Rio Kettle) ao sul do Lago Christina e ao norte da fronteira Canadá-Estados Unidos – Imagem: DSLucas/Shutterstock

País também da América do Norte, o Canadá vem logo em sequência como a terceira nação com a maior concentração de florestas do mundo. Isso porque ele tem 347 milhões de hectares de cobertura florestal, o que equivale a 9% deste ecossistema no planeta, segundo a ONU

Entretanto, o Departamento de Recursos Naturais do Canadá diz que, na verdade, o país tem 367 milhões de hectares de florestas. Além disso, o órgão afirma que a área vem sendo bem preservada, pois apenas metade de 1% foi desmatada desde 1990.

De acordo com informações da Britannica, no Canadá as florestas são mistas, com uma vegetação do tipo tundra, composta por vegetação rasteira, como líquens, musgos, pequenos arbustos e ervas. 

2 – Brasil

Floresta Amazônica – Imagem: Panga Media/Shutterstock

Conforme aponta o Relatório de Avaliação Global dos Recursos Florestas (FRA 2020), desenvolvido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Brasil é a segunda nação com a maior concentração de florestas do mundo. São 497 milhões de hectares. 

Localizado na América do Sul, o país tem 12% da área florestal de todo o mundo. De acordo com o Sistema Nacional de Informações Florestais (SNIF), 58,5% do território brasileiro é ocupado por florestas.

As maiores proporções estão concentradas na Amazônia e Caatinga. Porém, esses biomas apresentam uma grande diversidade, sendo que a floresta amazônica é úmida e precisa do ciclo das chuvas para existir. Por outro lado, a Caatinga sobrevive bem em tempos de seca e altas temperaturas.

Na Caatinga, a vegetação conta com árvores que podem chegar a 20 metros de altura e apresentam uma copa frondosa em tempos de chuva, mas também há árvores de apenas 8 metros, com aspectos de cactáceas. Além disso, há plantas que ficam sem folhas nos períodos de seca, como caules finos e arbustos emaranhados. 

1 – Rússia

Bela vista de Grebnevo, na Rússia
Bela vista de Grebnevo, na Rússia – Imagem: Ann Kapustina/Shutterstock

Conforme um relatório de 2024 da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, chamado de “The State of The Word’s Forest 2024” (“O estado das Florestas do Mundo 2024”), a Rússia é o país com a maior concentração de florestas do mundo.

O país já é considerado o primeiro lugar há um bom tempo. Um relatório de 2020, citado neste conteúdo, já afirmava que o país tem 815 milhões de hectares de cobertura florestal, o que significa que ele tem 20% de toda área de floresta no mundo.

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Conheça a ‘planta alienígena’ que pode viver por mais de mil anos

No deserto do Namibe, entre a Angola e a Namíbia, vive uma misteriosa “planta alienígena” cuja vida pode se estender por mais de um milênio. Na verdade, estimativas apontam que a idade máxima da chamada Welwitschia mirabilis pode chegar a até 3.000 anos – o que explica seu apelido de “fóssil vivo”. E ela realmente parece de outro planeta!

Entenda:

  • Uma “planta alienígena” do deserto do Namibe pode viver por mais de mil anos;
  • Chamada de Welwitschia mirabilis, a planta passou por um evento de duplicação genética há milhões de anos, adquirindo uma combinação de genes que a mantém protegida nas condições extremas do deserto;
  • Além de raízes, a planta ainda possui duas folhas extremamente longas que capturam umidade;
  • Ainda, capaz de capturar matéria orgânica carregada do vento no deserto, a impressionante planta alienígena evita que o solo se torne infértil.
‘Planta alienígena’ vive no deserto e pode chegar a mais de mil anos. (Imagem: Pavaphon Supanantananont/Shutterstock)

A W. mirabilis é, na verdade, o único gênero vivo da família Welwitschiaceae, e sua longevidade impressionante está relacionada a um evento de duplicação genética que aconteceu há 86 milhões de anos. De acordo com um estudo publicado na Nature Communications, uma combinação de genes ajudou a planta a se adaptar e se manter protegida nas condições extremamente secas e quentes do deserto. 

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Planta alienígena tem folhas que nunca param de crescer

Foram necessárias duas décadas de pesquisas para confirmar a hipótese, mas, em 2005, um estudo determinou que a W. mirabilis desenvolveu algo chamado de metabolismo ácido das crassuláceas (MAC). O processo permite que a planta absorva dióxido de carbono na forma de ácido málico durante a noite, e o transforme em glicose durante o dia, através da fotossíntese.

Comprimento das folhas de ‘planta alienígena’ impressiona. (Imagem: Boonthasak1995/Shutterstock)

Além de raízes longas para encontrar água no subsolo, a planta alienígena também pode contar com um impressionante e igualmente extenso par de folhas que servem como uma “armadilha” de água, capturando a umidade na neblina. Para se ter ideia, suas folhas nunca param de crescer, podendo alcançar mais de 10 metros de circunferência.

E como se tudo isso já não fosse impressionante o suficiente, a W. mirabilis ainda consegue evitar que o solo se torne infértil apesar das condições extremas, enriquecendo-o com a matéria orgânica carregada pelo vento no deserto.

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Mandioca: estudo desvenda um ‘dom’ que ajudará na luta contra a fome

Pesquisadores realizaram um grande estudo sobre a diversidade genética da mandioca (aipim ou macaxeira, se preferir!) e descobriram que a domesticação da planta teve uma grande importância. Segundo os cientistas, as variedades existentes são capazes de carregar bastante variabilidade genética.

Isso possibilitaria que elas continuassem ajudando a alimentar cerca de um bilhão de pessoas todos os dias sem grandes riscos de desaparecer por causa de pragas ou outros problemas. O trabalho foi publicado na revista Science.

Brasil é a origem da mandioca domesticada

  • Durante o trabalho, os pesquisadores analisaram quase 600 genomas (o conjunto do DNA de um indivíduo) da espécie.
  • Boa parte dos exemplares foi obtida do Brasil.
  • O país, em especial nas áreas do sudoeste amazônico, como a atual Rondônia, provavelmente é o local de origem da mandioca domesticada.
  • Os cientistas acreditam que o cultivo por aqui poderia ter começado há quase 10 mil anos.
  • A pesquisa ainda levou em conta também o DNA de plantas que viveram antes da chegada dos europeus, como uma mandioca de mais de 600 anos encontrada na região do Peruaçu, em Minas Gerais, e outra com cerca de dois mil anos achada em Arica, no Chile.
  • O grupo também analisou variedades e práticas de cultivo do povo waurá, indígenas do Xingu que mantêm boa parte do conhecimento ancestral sobre o manejo da mandioca.
Mandioca tem alta variabilidade genética (Imagem: Luis Echeverri Urrea/Shutterstock)

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Maior resistência contra pragas

O padrão de variabilidade genética altamente incomum identificado pelos pesquisadores na mandioca se deve, em grande parte, à maneira como ela quase sempre é propagada por agricultores no mundo todo. Isso porque as plantas cultivadas quase sempre são clones de outras.

Em vez de usar sementes, surgidas do cruzamento entre plantas diferentes, a prática mais comum é enterrar ramas (pedaços cortados do caule), a partir das quais nascem novas plantas. Isso não significa que elas não cruzem e produzam sementes, mas o produtor quase nunca vai plantar essas sementes porque elas ficam um ano sem produzir as raízes tuberosas.

Por causa da facilidade de transporte e troca das ramas de uma comunidade para outra, a propagação da planta por esse método se espalhou por boa parte do continente americano antes da invasão europeia. Com o início da colonização, ela alcançou muitas outras regiões do mundo, em especial na África.

Mandioca é importante opção contra a insegurança alimentar (Imagem: rocharibeiro/Shutterstock)

O processo parece ter sido tão bem-sucedido que a planta praticamente não carrega uma característica que é típica de quase todas as espécies, inclusive as domesticadas: a chamada estrutura populacional geográfica. O termo significa que, em geral, as subpopulações de uma espécie muito espalhada tendem a desenvolver suas próprias características em cada região.

Em outras palavras, as variedades da mandioca no Pará e no Peru, por exemplo, não são muito diferentes entre si. Ao mesmo tempo, elas costumam manter um grau relativamente elevado da chamada heterozigosidade em seu genoma, o que ajuda a planta a ser versátil o suficiente para enfrentar desafios como novos ambientes e pragas.

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Dores, alucinações e morte: veja o top 10 das plantas mais perigosas do mundo e o que fazem no nosso organismo

A natureza é repleta de seres vivos belíssimos com características impressionantes, e uma delas, sem dúvidas, é a capacidade de causar a morte de outros seres. No reino das plantas, isso não é diferente: existem diversas espécies, muitas encontradas facilmente em qualquer jardim, que podem produzir venenos poderosos, capazes de matar uma pessoa.

Essa é a forma encontrada pela natureza como mecanismo de defesa, que cria toxinas para proteger essas plantas dos ataques de predadores, preservando, assim, sua espécie. Muitas delas possuem belas flores, folhas e frutos chamativos, o que podem atrair a atenção de pessoas que não conhecem a letalidade dessas plantas.

Confira o top 10 das plantas mais perigosos do mundo

10 – Erva-de-São-Cristóvão (Actae pachypoda)

Não se engane pela aparência delicada: essa planta, também conhecida como olho-de-boneca, é extremamente perigosa. A espécie florida é nativa da área norte e leste da América do Norte, mede apenas 1 cm de diâmetro, e resguarda pequenas frutinhas brancas com uma mancha preta.

Erva-de-São-Cristóvão (Actae pachypoda) (Reprodução: Sean Munson)

Toda a estrutura dessa planta é considerada danosa para o ser humano, mas a maior parte de sua toxina está concentrado no fruto. A baga possui uma toxina chamada carcinógeno, cujo efeito sedativo age quase que imediatamente no músculo cardíaco e causa uma morte rápida.

9 – Trombeta-de-anjo (Brugmansia suaveolens)

A espécie é nativa da América do Sul, e inclusive pode ser encontrada em muitas regiões do Brasil. Seu nome remete ao formato da flor, que lembra um pêndulo, e geralmente são encontradas nas cores branca e amarela, apesar de também haver variedades e híbridos de tons rosados.

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Trombeta-de-anjo (Brugmansia suaveolens (Reprodução: Kolforn)

Seu tamanho fica entre 14 e 50 cm, e todas as partes da espécie são consideradas tóxicas e narcóticas. A planta possui alcaloides tropânicos como escopolamina, atropina e hiosciamina, o que incentiva pessoas a usarem com objetivo alucinógeno.

Porém, quem se arrisca com ela pode ter uma overdose e morrer, ou sofrer com paralisia dos músculos, taquicardia, confusão e midríase.

8 – Fava-de-santo-Inácio (Strychnos nux-vomica)

Também chamada de noz-vômica, possui tamanho médio e é nativa da Índia e do sudoeste da Ásia. Ela detém pequenos frutos arredondados e perigosos, similar às laranjas; contudo, cada fruto contém alcaloides venenosos com estricnina e brucina. Suas sementes contam com 1,5% do primeiro componente, e as extremidades florais secas, cerca de 1%.

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Fava-de-santo-Inácio (Strychnos nux-vomica) (Imagem: Sundara Pandiyan)

Contudo, apenas 30mg dessas toxinas é capaz de matar um adulto de forma violenta e dolorosa, com convulsões e estímulos simultâneos no gânglio sensorial da espinha. Apesar do perigo, a espécie também tem propriedades medicinais que combatem astenia cardíaca, paralisias, neurastenia, sintomas de uso de entorpecentes e problemas gastrintestinais tóxico-infecciosos.

7 – Teixo (Taxus baccata)

O teixo, nativo da Europa, sudoeste da Ásia e noroeste da África, é bastante chamativo por seus belos frutos vermelhos e macios, que protegem suas sementes. Essa é, justamente, a única parte da planta que não possui veneno, o que possibilita que os pássaros comam a casca e espalhem as sementes sem serem infectados.

Teixo (Taxus baccata)
Teixo (Taxus baccata) (Imagem: Jardim Botânico UTAD)

Apenas uma dose de 50g da planta já é fatal para um ser humano, e os sinais de intoxicação incluem dificuldade respiratória, tremor muscular, convulsão, desmaio e parada cardíaca. Se a intoxicação for mais séria, a morte pode acontecer de forma tão rápida que não há sequer tempo para que os sintomas sejam apresentados.

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6 – Water hemlock (Cicuta)

A Cicuta é um grupo de plantas muito venenosas, e que podem ser encontradas nas regiões temperadas do hemisfério norte. Elas possuem flores brancas ou amarelas, que são dispostas em formato de guarda-chuva. Nos Estados Unidos, são consideradas as mais danosas de todas as espécies.

Water hemlock (Cicuta) (Imagem: Mary Keim)
Water hemlock (Cicuta) (Imagem: Mary Keim)

Isso porque possuem uma substância conhecida como cicutoxina, que provoca convulsões. Todas as partes da planta são perigosas, mas a raiz é onde o veneno se concentra com maior potência.

A convulsão acontece quase imediatamente, além de outros sintomas que incluem: náusea, vômito, dores abdominais, tremores e confusão. A morte é normalmente causada por insuficiência respiratória ou fibrilação ventricular, que acontece poucas horas depois da ingestão.

5 – Acônito (Aconitum napellus)

Também é conhecida como “capacete-do-diabo”, a planta acônito faz parte da família Ranunculaceae, nativas das regiões montanhosas do hemisfério norte. Elas possuem uma grande quantidade do alcaloide pseudaconitina, que é usado para a caça, colocado na ponta das flechas do povo Ainu do Japão.

Acônito (Aconitum napellus)
Acônito (Aconitum napellus) (Imagem: Jean-Pol GRANDMONT)

Com a ingestão em doses baixas, a pessoa apresenta queimação abdominal e nos membros do corpo. Caso a dose seja maior, a morte pode acontecer dentro de 2 a 6 horas, sendo que basta apenas o consumo de 20 mg para acabar com a vida de um ser humano adulto.

4 – Ervilha-do-rosário (Abrus precatorius)

Possui também o nome de olho-de-caranguejo, sendo uma planta que pode chegar a 60 cm, com flores papolíacias de cor violeta que se agrupam em cachos. De forma geral, elas nascem juntamente aos troncos das árvores, pertencendo originalmente à região da Indonésia, mas podendo ser encontradas também em diferentes lugares do mundo.

Ervilha-do-rosário (Abrus precatorius)
Ervilha-do-rosário (Abrus precatorius) (Imagem: BT Wursten)

O veneno presente na planta é o abrin, muito parecido com a ricina de outras espécies tóxicas. Porém, a substância encontrada na ervilha-do-rosário é 75 vezes mais forte, sendo necessário apenas 3 microgramas dela para matar um adulto.

Devido à sua aparência, muitas pessoas a usam como pulseira ou rosário, mas há relatos de pessoas que morreram somente por furar o dedo com o equipamento usado para fazer os buracos nas sementes.

3 – Beladona (Atropa belladonna)

Também pode ser encontrada com o nome cereja-do-inferno, sendo nativa da Europa, África do Sul e Ásia Ocidental. É rica em um alcaloide chamado tropano, capaz de provocar delírio e alucinações.

Beladona (Atropa belladonna)
Beladona (Atropa belladonna) (Imagem: Paul Belson)

Outros sinais de envenenamento por beladona podem incluir a perda da voz, boca seca, dor de cabeça, dificuldades respiratórias e convulsão.

A planta toda é perigosa, incluindo seus frutos. É preciso o consumo de 10 a 20 cerejas para matar um adulto, mas basta apenas uma folha, onde a toxina é mais concentrada, para acabar com a vida de uma pessoa.

No período elisabetano (século 16), a beladona era usada como parte da rotina cosmética diária, sendo que as pessoas usavam gotas feitas da espécie como colírio para dilatar as vistas, o que era atraente na época.

2 – Mamona (Ricinus communis)

A mamona é uma planta bastante conhecida no Brasil, principalmente pela brincadeira antiga dos jovens de jogar o fruto uns nos outros. Contudo, essa espécie, facilmente encontrada em várias regiões do território nacional, possui uma abundância da toxina ricina.

Mamona (Ricinus communis)
Mamona (Ricinus communis) (Imagem: Jason Hollinger)

Basta uma semente crua de mamona para causar uma morte agonizante. Os primeiros sintomas aparecem poucas horas depois do envenenamento, incluindo a sensação de queimação na garganta e nos olhos, além de dores abdominais, diarreia e vômito com sangue. Esse processo é incontrolável, culminando na morte da vítima por desidratação.

1 – Gympie-gympie (Moroides dendrocnide)

A Gympie-gympie é considerada a planta mais venenosa do mundo, sendo um grande arbusto natural das florestas tropicais australianas. Ela pode causar graves problemas de saúde não só pelo consumo, mas também através do tato.

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Gympie-gympie (Moroides dendrocnide) (Imagem: Cgoodwin / Wikimedia Commons)

Também é chamada de gympie ferrão, picada de mato, amoreira de folhas e até planta do suicídio.

O problema está em seus pelos urticantes que cobrem toda a planta, expelindo uma neurotoxina quando é tocada. Como consequência, a pessoa pode ter reações alérgicas graves e até mesmo falecer por conta do veneno na corrente sanguínea. A dor é considerada tão insuportável que algumas pessoas podem tomar atitudes extremas para acabar com o sofrimento.

Contudo, a estimativa é de que basta estar próximo da planta para sentir mal-estar, já que ela libera pequenos espinhos no ar para se proteger de outras espécies, acabando até mesmo sem muitas plantas em sua volta. Eles se fixam na pele e soltam uma espécie de veneno que cai na corrente sanguínea, atingindo todos os órgãos.

Qual a planta mais perigosa do mundo?

Uma das plantas mais perigosas do mundo é a gympie-gympie, nativa da Austrália. Basta encostar na planta para que a pessoa sinta dores insuportáveis, consideradas pior do que a de um parto.

Qual a planta mais perigosa do Brasil?

São a comigo-ninguém-pode e a mamona. A primeira pode causar irritação, inchaço, vômito, diarreia e sangramentos, e a segunda, além de tudo isso, pode causar convulsões e morte.

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Plantas choram? Mariposas evitam depositar ovos nas que emitam “sons de estresse”

A ideia de que plantas “choram” e afastam mariposas pode parecer poética e intrigante, mas será que tem algum fundo de verdade? A ciência está começando a desvendar os segredos da comunicação vegetal, revelando um mundo complexo de sinais químicos e bioacústicos.

O que dizem as plantas, será que choram em silêncio? E o que pensar sobre as mariposas que evitam plantas “estressadas”? Para responder esses questionamentos, precisamos voltar para 2019, quando pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, em Israel, surpreenderam o mundo com uma pesquisa singular.

O estudo publicado detectou sons ultrassônicos emitidos por plantas de tomate e tabaco em situações de estresse, como falta de água ou poda. Esses sons, inaudíveis para o ouvido humano, seriam uma forma de comunicação entre as plantas ou um sinal de seu estado de sofrimento.

É importante ressaltar que essa pesquisa ainda é recente e controversa. Alguns cientistas questionam a metodologia utilizada e a interpretação dos resultados. No entanto, o estudo abre portas para novas investigações sobre a comunicação vegetal e a possibilidade de que as plantas emitam sinais de “choro” em situações de estresse.

Mariposas evitam depositar ovos nas que emitam “sons de estresse”

Outro estudo interessante, publicado na revista Science em 2023, revelou que mariposas fêmeas evitam colocar seus ovos em plantas que emitem “sons de estresse”. Pesquisadores da Universidade de Massachusetts Amherst, nos Estados Unidos, descobriram que plantas de repolho, quando atacadas por lagartas, emitem vibrações que se propagam pelo ar e são percebidas por outras plantas. Essas vibrações servem como um sinal de alerta, induzindo as plantas vizinhas a produzir substâncias químicas de defesa.

As mariposas, por sua vez, são capazes de detectar esses “sons de estresse” e evitam colocar seus ovos nas plantas que os emitem, buscando plantas mais saudáveis para suas larvas. Essa descoberta demonstra que as plantas não apenas se comunicam entre si, mas também são capazes de interagir com outros organismos através de sinais bioacústicos.

Mas o que significa tudo isso?

As mariposas são capazes de detectar os sons das plantas (Imagem: Pixamio / Pixabay)

As pesquisas sobre a comunicação vegetal ainda estão em seus estágios iniciais, mas já revelam um mundo fascinante de interações complexas entre as plantas e o ambiente.

A possibilidade de que as plantas emitam sinais de “choro” em situações de estresse e que as mariposas evitem plantas “estressadas” nos leva a questionar nossa compreensão sobre a inteligência vegetal e a importância da comunicação no mundo natural.

Também devemos lembrar que as plantas são seres vivos complexos, capazes de sentir e responder a estímulos do ambiente. A comunicação vegetal é apenas uma das muitas formas pelas quais as plantas interagem entre si e com outros organismos.

Ao desvendar os segredos da comunicação vegetal, podemos aprender mais sobre a natureza e talvez até mesmo encontrar novas formas de aplicar esse conhecimento em áreas como a agricultura e a medicina.

Há um debate acalorado na comunidade científica sobre a interpretação dos resultados e as metodologias utilizadas. Um dos principais problemas é a tendência de antropomorfizar as plantas, ou seja, atribuir-lhes características e comportamentos humanos, como “choro”, “inteligência” e “consciência”.

Essa visão pode levar a interpretações errôneas dos resultados e dificultar a compreensão da complexidade da comunicação vegetal. As plantas são organismos vivos com suas próprias formas de sentir e responder ao ambiente, que são diferentes das dos humanos e dos animais.

Vista de uma plantação de soja, pesquisa sobre as plantas que choram afastam mariposas pode ajudar na agricultura
As pesquisa sobre comunicação vegetal apresentam um grande potencial para revolucionar a agricultura
(Imagem: oticki / Shutterstock)

As metodologias utilizadas em algumas pesquisas sobre comunicação vegetal são questionadas por outros cientistas. Há dúvidas sobre a precisão dos equipamentos utilizados para detectar os sinais emitidos pelas plantas, a forma como os experimentos são conduzidos e a interpretação dos resultados.

Alguns cientistas argumentam que os sons ultrassônicos detectados em plantas estressadas podem ser apenas ruídos aleatórios ou vibrações causadas por fatores externos, e não necessariamente uma forma de comunicação.

A cavitação x choro das plantas

A cavitação é um fenômeno físico que ocorre quando a pressão em um líquido diminui, fazendo com que bolhas de vapor se formem e “implodam”. Esse processo libera energia na forma de ondas de pressão, que podem ser detectadas como sons.

Em plantas, a cavitação pode ocorrer no xilema, tecido responsável por transportar água e nutrientes das raízes para as folhas. Quando a planta está sob estresse hídrico, a pressão dentro do xilema diminui, o que pode levar à formação de bolhas de vapor e à cavitação.

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A relação com o “choro” das plantas

É possível que a cavitação seja um dos mecanismos responsáveis pelos sons ultrassônicos detectados em plantas em situações de estresse. As bolhas de vapor, ao implodirem, geram vibrações que se propagam pelos tecidos vegetais e podem ser captadas por equipamentos sensíveis.

No entanto, é importante ressaltar que a pesquisa sobre a comunicação vegetal ainda é um campo em desenvolvimento e controverso. A cavitação é apenas uma das possíveis explicações para os sons emitidos pelas plantas, e outros mecanismos podem estar envolvidos.

Além da cavitação, outras hipóteses para o “choro” das plantas incluem:

  • Movimento da seiva: o fluxo de água e nutrientes pelo xilema pode gerar vibrações que são detectadas como sons.
  • Ruptura de células: o estresse hídrico pode levar à ruptura de células vegetais, liberando líquidos e gases que geram sons.
  • Comunicação acústica: algumas plantas podem ser capazes de se comunicar através de vibrações sonoras, como forma de alertar sobre perigos ou coordenar o crescimento.

Apesar de alguns estudos terem demonstrado a capacidade das plantas de se comunicarem através de sinais químicos e bioacústicos, ainda faltam evidências concretas sobre como esses sinais são produzidos, percebidos e interpretados pelas plantas.

Os mecanismos moleculares e fisiológicos envolvidos na comunicação vegetal ainda são pouco compreendidos, o que dificulta a aceitação generalizada dos resultados.

Detalhe de uma folha com gotículoas de água
A inteligência vegetal influencia a forma como as plantas interagem entre si, com outros organismos e com o ambiente. (Imagem: Dan Carlson / Unsplash)

Um dos princípios fundamentais da ciência é a capacidade de replicar os resultados de um estudo. No entanto, algumas pesquisas sobre comunicação vegetal têm apresentado dificuldades em replicar os resultados obtidos por outros cientistas, o que gera dúvidas sobre a validade das descobertas.

As pesquisas sobre comunicação vegetal podem ter aplicações comerciais em áreas como a agricultura, o que pode gerar conflitos de interesse e influenciar na interpretação dos resultados. A pesquisa científica deve ser conduzida de forma ética e transparente, para evitar que interesses comerciais interfiram na busca pela verdade.

Apesar das controvérsias, esse tipo de pesquisa é um campo promissor que pode revolucionar a nossa compreensão sobre o mundo natural. Entender como as plantas se comunicam entre si e com o ambiente abre portas para o desenvolvimento de novas tecnologias e práticas agrícolas mais eficientes e sustentáveis.

Quais animais podem ouvir o choro das plantas?

É possível que alguns desses animais consigam ouvir o “choro” das plantas. Entre eles, destacam-se:
Morcegos: os morcegos utilizam a ecolocalização para se orientar e caçar, emitindo sons ultrassônicos e detectando os ecos que retornam. É possível que eles também sejam capazes de ouvir os sons emitidos pelas plantas.
Ratos: os ratos também possuem uma audição mais aguçada que a dos humanos, captando sons em frequências mais altas. Eles podem ser capazes de ouvir o “choro” das plantas e utilizar essa informação para encontrar alimento ou evitar plantas doentes.
Mariposas: as mariposas fêmeas evitam colocar seus ovos em plantas que emitem “sons de estresse, que parecem que choram”. Isso sugere que as mariposas ouvem esses sons e se afastam, escolhendo plantas mais saudáveis para suas larvas.Imagem mostra um ratinho cheirando uma planta

De todo modo, se os estudos mostrarem que as plantas emitem sinais de “estresse” quando estão sob ataque de pragas, doenças ou deficiência de nutrientes, podem ajudar no campo da agricultura. Não é simplesmente saber que as plantas choram e afastam mariposas, por exemplo. Ao monitorar esses sinais, os agricultores podem identificar problemas na lavoura antes que se tornem graves, permitindo uma ação mais rápida e precisa.

Apesar do grande potencial, a aplicação da comunicação vegetal na agricultura ainda enfrenta desafios. É preciso desenvolver tecnologias que permitam monitorar os sinais das plantas de forma precisa e eficiente, além de aprofundar o conhecimento sobre os mecanismos moleculares e fisiológicos envolvidos na comunicação vegetal.

Porém, se as pesquisas avançarem nesse campo, os benefícios serão inúmeros, como equilíbrio dos ecossistemas, resiliência a mudanças climáticas, interação com outros organismos, que são funções exercidas pelas plantas. 

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