A atividade humana tem extinguido diversos recursos vitais para a nossa sobrevivência no planeta. Um cenário que pode ser verificado também no solo, o que pode representar uma grave ameaça para o futuro das sociedades.
De acordo com um novo estudo, até 1,4 bilhão de pessoas vivem em áreas com solo perigosamente poluído por metais pesados como arsênico, cádmio, cobalto, cromo, cobre, níquel e chumbo. Isso representa cerca de 17% de todas as terras agrícolas do planeta.
Metais reduzem o rendimento das colheitas
Os pesquisadores explicam que a poluição por metais pesados no solo é causada tanto por fontes naturais como pela atividade humana.
Ela representa riscos significativos para os ecossistemas e para a nossa saúde.
Esses poluentes reduzem o rendimento das colheitas, afetam a biodiversidade e comprometem a qualidade da água, bem como a segurança alimentar por meio da bioacumulação em animais de fazenda.
Embora estudos anteriores tenham mostrado que a poluição por metais tóxicos está espalhada pelo mundo, sua distribuição ainda era incerta.
Agora, no entanto, um novo trabalho publicado na revista Science revelou o tamanho do problema.
Cerca de 17% de todas as terras agrícolas do planeta podem estar ameaçadas (Imagem; Fotokostic/Shutterstock)
Na nova pesquisa, os cientistas utilizaram 1.493 estudos regionais abrangendo 796.084 amostras de solo. O objetivo era avaliar a distribuição global de metais tóxicos em solos agrícolas e identificar onde as concentrações excedem os limites de segurança.
Usando abordagens de aprendizado de máquina e modelagem, eles estimam que até 17% das terras agrícolas globais – cerca de 242 milhões de hectares – estão contaminadas por pelo menos um metal tóxico.
O cádmio foi o mais encontrado, especialmente no sul e leste da Ásia, partes do Oriente Médio e África.
Solos podem estar comprometidos (Imagem: 24Novembers/Shutterstock)
Níquel, cromo, arsênico e cobalto também excederam os limites em várias regiões, em grande parte devido a uma mistura de fontes geológicas naturais e atividades humanas, como mineração e industrialização. Por conta disso, a equipe fez um apelo para que as autoridades adotem medidas imediatas para proteger os solos.
Nos últimos 20 anos, os níveis de partículas finas e dióxido de nitrogênio no céu de Paris caíram 55% e 50%, respectivamente, segundo um relatório da Airparif.
O documento da entidade que monitora a qualidade do ar na capital francesa analisou dados de 2005 a 2024.
O resultado é reflexo de uma combinação de políticas europeias, nacionais e locais, para reduzir emissões nocivas ao meio ambiente e aos seres humanos, de acordo com o documento. Isso inclui tráfego de veículos e atividades da indústria.
Entre as medidas que contribuíram para a queda dos dois poluentes atmosféricos estão a substituição de veículos a diesel por veículos a gasolina e elétricos, aumento da infraestrutura de transporte público e ciclismo, tributações e padrões de emissões.
Os pesquisadores descobriram que o ozônio é o único poluente monitorado que não diminuiu nos últimos 20 anos. A molécula se forma a partir de uma reação química entre outros poluentes e a luz solar, e pode ser especialmente prejudicial em dias quentes.
Paris quer reduzir espaços de estacionamentos para carros até 2030 (Imagem: olrat/iStock)
Menos poluição, menos mortes
O estudo concluiu que o número de mortes prematuras relacionadas à poluição do ar caiu em um terço entre 2010 e 2019. Ainda assim, o impacto na saúde pública continua sendo motivo de preocupação.
Do total de novos casos de doenças respiratórias crônicas — incluindo asma, câncer de pulmão e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) —, 10% a 20% foram associados às condições do ar na capital francesa.
Além disso, 5% a 10% das condições cardiovasculares e metabólicas, como ataques cardíacos, derrames e diabetes tipo 2, estão relacionadas à poluição, segundo o estudo.
Na avaliação da Airparif, as autoridades poderiam evitar 7.900 mortes prematuras se respeitassem os limites de qualidade do ar recomendados pela Organização Mundial da Saúde.
Capital francesa restringe circulação de carros em bairros centrais desde novembro de 2024 (Imagem: Olivier DJIANN/iStock)
Menos espaço para carros
O plano climático da cidade 2024-2030 prevê a remoção de 60.000 vagas de estacionamento para dar lugar a árvores e espaços verdes. Desde novembro do ano passado, Paris tem uma zona de tráfego limitado em bairros centrais, restringindo a circulação de veículos e incentivando o transporte a pé.
Segundo o estudo, moradores que vivem mais próximos do tráfego intenso são os mais afetados pela condição do ar. As zonas de alta poluição estão localizadas principalmente “a menos de 50 metros das principais vias de tráfego”, diz o relatório.
Combater a poluição gerada pelos plásticos é um dos principais desafios da atualidade. Todos os anos, mais de 400 milhões de toneladas do material são produzidas e cerca de cinco por cento disso acaba nos rios, mares e oceanos.
E um dos “vilões” neste cenário são os canudos. Algumas alternativas chegaram a ser desenvolvidas, como os produtos de papel, mas ainda enfrentam algumas limitações. Agora, uma nova solução promete resolver o problema de uma vez por todas.
Composição do material é igual à do papel comum
Um grupo de pesquisadores desenvolveu o que está sendo chamado de papelão transparente (tPB).
O material é feito totalmente de celulose e sua composição é igual à do papel comum.
Mas há diferenças importantes nesse ‘papel diferentão’.
Os cientistas usaram celulose regenerada de plantas e madeira para criar um hidrogel transparente e que possa ser moldado.
De acordo com os autores, isso foi possível através da secagem do hidrogel de celulose espesso e uso de uma solução aquosa de brometo de lítio (LiBr) como solvente.
Assim foi criado um material espesso transparente e tridimensional feito exclusivamente de celulose pura, capaz de assumir várias formas, desde placas com milímetros de espessura até formas de copo ou canudo.
As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Science Advances.
Material pode ser transformado em outros objetos, como copos (Imagem: Science Advances)
Os pesquisadores explicam que o novo produto resolve um problema comum dos canudos de papel. O material não se desfaz ao entrar em contato com líquidos em altas temperaturas. Testes mostraram que ele é capaz de resistir ao longo de três horas. Um fino revestimento de resina ainda impede que haja vazamentos.
Outro destaque do tPB é o fato dele e do solvente usado para produzi-lo serem recicláveis. Ao mesmo tempo, é possível utilizar materiais reciclados para criar o produto, o que diminui os impactos da sua produção para o meio ambiente.
Nova tecnologia pode ajudar a combater a poluição gerada pelos plásticos (Imagem: xalien/Shutterstock)
A equipe também analisou o que aconteceria se o canudo fosse lançado no oceano. Em grandes profundidades, por exemplo, ele desapareceria totalmente em menos de um ano, um processo muito mais rápido do que o plástico original, que pode levar séculos.
Níveis “alarmantes” de microplástico foram encontrados em grandes rios da Europa, de acordo com cientistas em 14 estudos publicados simultaneamente nesta segunda-feira (07), segundo informações da AFP.
A poluição por microplásticos foi detectada em todos os rios europeus estudados, com uma média de três partículas por metro cúbico de água, segundo um dos estudos, liderado pelo cientista francês Jean-François Ghiglione.
A pesquisa envolveu nove grandes rios, como o Tâmisa e o Tibre, e revelou uma poluição alarmante, embora em níveis inferiores aos dos rios mais poluídos do mundo, como o Yangtze e o Ganges.
No entanto, os estudos destacam que, em rios como o Ródano, o fluxo rápido resulta em até 3.000 partículas por segundo.
Nove grandes rios europeus foram estudados, levando a revelação preocupante sobre poluição de microplásticos (Imagem: Sansoen Saengsakaorat/Shutterstock)
Partículas invisíveis se espalham
Uma descoberta surpreendente foi que a massa de microplásticos invisíveis, que não podem ser vistas a olho nu, é mais significativa que a de partículas visíveis.
Esses microplásticos, menores que um grão de arroz, incluem fibras sintéticas de roupas, resíduos de pneus e pellets plásticos industriais, conhecidos como “lágrimas de sereia”.
Esses grânulos plásticos podem ser encontrados também nas praias após incidentes marítimos.
Além disso, os pesquisadores identificaram uma bactéria patogênica associada a um microplástico no rio Loire.
Os estudos, que contaram com a colaboração de 40 cientistas de 19 laboratórios, sugere que a poluição plástica nos rios é difundida e originada de diversas fontes, incluindo a produção industrial de plástico.
Os cientistas alertam para a necessidade urgente de reduzir a produção de plástico primário para combater essa poluição crescente.
Poluição de microplásticos em rios da Europa motivou um alerta dos cientistas para a região – Imagem: Deemerwha studio/Shutterstock
A água é uma das substâncias mais importantes do planeta, imprescindível para que a vida aconteça e sobreviva, principalmente para os humanos. Ela cobre mais de 70% da superfície da Terra, porém, apenas a pequena fração de 2,5% é de água doce e, em teoria, própria para consumo. Dessa quantidade, cerca de 1,8% está congelada nas calotas polares, restando algo em torno de 0,6% de água disponível para vivermos.
Com esses dados, fica evidente a necessidade de cuidado para preservar a água, uma vez que ela existe em pouca quantidade para tantas pessoas que existem no mundo. Porém, esse acaba sendo um paradigma, pois a atividade humana é a principal responsável pela poluição das poucas reservas do líquido que nos restam. Com isso, você já parou para pensar o que nos aconteceria se toda água doce do planeta estivesse poluída?
Sem dúvidas, essa seria uma situação que complicaria a nossa vida como um todo. Confira abaixo na matéria o que teríamos que fazer para lidar com essa situação.
Apenas 0,6% da água do mundo está disponível para consumo. (Imagem: Freepik)
O que faríamos se toda a água do doce do planeta ficasse poluída?
Por pior que pareça essa situação, nem tudo estaria perdido: mesmo com as reservas de água doce comprometidas, a tecnologia atual não nos deixaria sem esse precioso líquido. Com a evolução considerável das técnicas para tratamento da substância, seria possível até mesmo a transformação de esgoto em água potável.
Entre essas tecnologias estão a ultra e a nanofiltração, além dos processos oxidativos avançados e outras técnicas que se baseiam em mecanismos físico-químicos e biológicos, que estão sendo desenvolvidas e permitem que diversos poluentes sejam removidos da água.
No entanto, mesmo que a tecnologia tenha avançado, ainda há alguns problemas que seriam encontrados em uma situação hipotética de poluição de toda a água. São elas:
Custo: o acesso à água potável ficaria consideravelmente mais caro caso esse processo fosse feito em larga escala. Isso poderia piorar mais ainda a situação das regiões onde o recurso já é mais escasso do que a média, além das pessoas que vivem em risco hídrico. Sendo assim, o recurso se tornaria proibitivo para muitas pessoas;
Falhas possíveis: com o abastecimento totalmente dependente do tratamento, qualquer pequena falha no sistema poderia comprometer de forma significante o acesso à água. Isso porque, quanto mais complexos os poluentes da água a ser tratada, mais barreiras são exigidas para garantir que ela tenha a qualidade esperada no final do tratamento.
Alguns rios atingem um nível tão alto de poluição que os tornam “rios mortos”. (Imagem: Freepik)
O que é água poluída?
A poluição da água é um conceito que precisa ser analisado do ponto de vista do equilíbrio ecológico, e também do uso que os seres humanos fazem dela. Primeiro, a água não pode estar tão poluída de modo a impedir a sobrevivência dos organismos e gerar a perda de biodiversidade. Isso acontece com os rios Tietê e Pinheiros em São Paulo, por exemplo, onde o nível de poluição dos trechos que passam pela cidade os transformam em “rios mortos”.
Além disso, a água precisa juntar as condições ideais para ser usada pelos humanos sem que haja risco. Ainda que a água de um rio seja limpa, não significa que não ofereça problema ao ser consumida sem nenhum tipo de tratamento, por exemplo. Contudo, essa água ainda poderia servir para outros usos, como a irrigação de culturas agrícolas.
É importante deixar claro que mesmo as fontes de água que não apresentam poluição causada por seres humanos podem ter características diferentes dependendo de cada região, como o tipo de solo, o relevo e a vegetação. Sendo assim, a ideia de poluição depende de possíveis impactos que a água poluída pode causar para os ecossistemas, ou os prejuízos e limitações que ela pode impor para as atividades humanas.
A água salgada dos oceanos seria mais uma opção em caso de comprometimento de toda a água doce do planeta. (Imagem: Freepik)
Água salgada como opção
A água salgada dos oceanos seria mais uma opção em caso de comprometimento de toda a água doce do planeta. Isso seria possível com um processo chamado de dessalinização que, basicamente, remove o sal da água e a torna própria para o consumo.
Entretanto, esse procedimento tem um custo muito elevado, o que causaria um problema sério de oferta que já foi citado acima. Além disso, geraria um alto gasto energético e produção considerável de resíduos. Então, em escala global, essa solução traria uma série de outros problemas juntamente com a solução da questão principal.
Preservação: o melhor caminho
Com as soluções apresentadas acima, sabemos que a humanidade dificilmente ficaria sem água. Contudo, o comprometimento completo das reservas de água potável causaria diversas consequências terríveis, como prejuízos aos seres humanos, perdas na biodiversidade e alterações consideráveis nos ecossistemas, por exemplo.
Por isso, é sempre importante reforçar que o tratamento de água precisa estar em última opção no caso de esgotamento de outras atitudes para preservar a qualidade adequada da substância. Para isso, entre as melhores práticas estão a preservação dos mananciais, através de:
Tratamento de esgoto;
Controle da expansão urbana e agrícola;
Reflorestamento de áreas degradadas.
A melhor forma de evitar a necessidade de tratamento de água não potável é promovendo a preservação. (Imagem: Freepik)
Essas atividades evitariam que os poluentes chegassem até as águas, resolvendo boa parte do problema diretamente em sua origem.
O ciclo hidrológico também merece atenção, incluindo a evaporação da água, a formação das nuvens e a condensação da água, que causa as chuvas que alimentam os rios e demais corpos d’água. O ciclo é fechado e faz com que a quantidade de água se mantenha constante no planeta.
Contudo, ele é afetado diretamente pelas mudanças climáticas, que fazem aumentar a ocorrência de eventos extremos e geram desequilíbrio. Uma consequência disso são as regiões secas que ficam ainda mais secas. Com tudo isso, fica claro que garantir a boa qualidade da água é uma questão de sobrevivência para os seres que dela dependem.
Nem mesmo áreas marinhas protegidas (AMPs) — áreas com diversas restrições para atividade humana — estão livres da contaminação por microplásticos no Brasil. É o que mostra um estudo feito por cientistas brasileiros e australianos e publicado na revista Environmental Research.
Pela classificação internacional, microplásticos podem ter até cinco milímetros de diâmetro, fabricados para uso industrial ou cosmético. As partículas também podem resultar da fragmentação de plásticos maiores, contaminando o oceano a partir da decomposição do lixo marinho, por exemplo.
Na nova pesquisa, a equipe usou ostras, mariscos e mexilhões para apurar o nível da contaminação em dez AMPs: Parque Nacional de Jericoacoara, Atol das Rocas, Fernando de Noronha, Rio dos Frades, Abrolhos, Tamoios, Alcatrazes, Guaraqueçaba, Carijós e Arvoredo.
Arquipélago de Alcatrazes, no litoral de São Paulo, concentra a maior taxa de contaminação (Imagem: MatheusHonorato/iStock)
Os moluscos bivalves são considerados “sentinelas do mar”, já que se alimentam filtrando a água-marinha. Os alimentos ali presentes são retidos pelas brânquias, tipo de peneira que pode ser analisada posteriormente para indicar possíveis contaminantes.
Descobertas da pesquisa sobre microplásticos em AMPs brasileiras
Microplásticos foram encontrados em todas as localidades analisadas, com concentração média de 0,42 ± 0,34 partícula por grama de tecido úmido;
O Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, no litoral de São Paulo, concentra a maior taxa de contaminação entre as áreas estudadas;
A Reserva Biológica do Atol das Rocas, no Rio Grande do Norte, apresentou o menor volume dessas partículas;
Os principais microplásticos encontrados foram polímeros alquídicos, utilizados em tintas e vernizes; celulose; polietileno tereftalato (PET); e politetrafluoretileno (PTFE ou teflon), usado em revestimentos antiaderentes e industriais;
A pesquisa conseguiu identificar 59,4% deles, mas os 40,6%não puderam ser descritos.
Atol das Rocas possui o menor volume de microplásticos entre AMPs (Imagem: ICMBio)
“O dado positivo é que a contaminação em todas essas áreas está abaixo da média internacional para áreas marinhas protegidas. E muito abaixo da média brasileira para áreas não protegidas. Locais muito contaminados, como Santos e algumas praias do Rio de Janeiro, chegam a apresentar contaminações de 50 a 60 vezes maior”, disse Ítalo Braga, professor do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (IMar-Unifesp), à Agência Fapesp.
Diversos alertas já foram emitidos pela ciência sobre os problemas causados pela baixa qualidade do ar. Mas um novo relatório divulgado pela IQAir aponta que a situação da poluição pode ser ainda mais grave do que se imaginava.
De acordo com o trabalho, apenas sete países atenderam aos padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS) no ano passado. As conclusões têm como base a análise de milhares de estações de monitoramento ao redor do planeta.
Mudanças climáticas aumentam o problema
O Relatório Mundial de Qualidade do Ar IQAir 2024 destaca que apenas Austrália, Nova Zelândia, Bahamas, Barbados, Granada, Estônia e Islândia apresentaram resultados considerados satisfatórios pelas normas vigentes.
Já Chade e Bangladesh foram os piores países em 2024. Nestes locais, os níveis médios de poluição foram mais de 15 vezes maiores do que o recomendado pelas diretrizes da OMS, o que significa que a população destas nações está exposta à grandes riscos de saúde.
Problema da poluição pode ser maior do que pensava (Imagem: Chris LeBoutillier/Unsplash)
Apesar dos resultados preocupantes, os responsáveis pelo trabalho afirmam que o problema pode ser ainda pior, uma vez que muitas partes do mundo carecem de sistemas de monitoramento precisos. Na África, por exemplo, há apenas uma estação para cada 3,7 milhões de pessoas.
Ainda de acordo com os pesquisadores, as mudanças climáticas estão desempenhando um papel cada vez maior no aumento da poluição. As temperaturas mais altas fazem com que os incêndios florestais se tornem cada vez mais violentos e prolongados, prejudicando a qualidade do ar.
Apenas 17% das cidades do mundo atendem às diretrizes de poluição do ar da Organização Mundial da Saúde (OMS). É isso o que aponta um relatório que analisou dados de milhares de estações de monitoramento da qualidade do ar ao redor do planeta.
Em outras palavras, o trabalho destaca que a maioria da população global respira ar sujo. Este cenário pode ter implicações graves para a saúde humana, além de representar problemas ambientais importantes.
Piores cenários estão na África e na Ásia
O banco de dados de monitoramento da qualidade do ar IQAir, com sede na Suíça, analisou dados de 40 mil estações de monitoramento da qualidade do ar em 138 países. Os piores resultados foram identificados em Chade, Congo, Bangladesh, Paquistão e Índia.
Qualidade do ar pode ser ainda pior em função da falta de dados precisos (Imagem: Keyframe’s/Shutterstock)
Apesar de preocupante, os responsáveis pelo trabalho afirmam que o problema pode ser ainda pior, uma vez que muitas partes do mundo carecem de sistemas de monitoramento precisos. Na África, por exemplo, há apenas uma estação para cada 3,7 milhões de pessoas.
Os pesquisadores destacam que mais monitores de qualidade do ar precisam ser instalados de forma urgente. Recentemente, 8.954 novos locais passaram a contar com a medição a partir de mil novas estações que passaram a funcionar.