iStock-1489873405-1024x683

Prêmio Nobel: conheça as universidades americanas com mais conquistas

O Prêmio Nobel é uma das maiores honrarias mundiais — e talvez o maior trunfo de uma universidade. Instituído em 1895, o título é concedido anualmente às realizações de destaque em seis categorias: Física, Química, Literatura, Paz, Medicina e Economia.

Um ranking acaba de ser divulgado com as universidades americanas que mais “produziram” ganhadores do Prêmio Nobel ao longo desses anos. O levantamento foi feito pelo site Best Master’s Programs, com base em conquistas de docentes e ex-alunos.

E aqui um detalhe curioso: 30% dos vencedores ligados a instituições americanas não nasceram nos Estados Unidos, o que reforça a tese de “migração de cérebros” para o país por causa de sua excelência acadêmica.

1. Universidade de Harvard: 161 vencedores

Uma das escolas mais prestigiadas do mundo, Harvard é conhecida como uma universidade de pesquisa, com nível de excelência acadêmica de destaque no campo de ciências. A maioria das conquistas partiu de pesquisas em Matemática e Química. 

O primeiro prêmio veio com TW Richards, em 1914, que foi também o primeiro cientista americano laureado com um Nobel, na categoria Química, pelas determinações exatas de pesos atômicos de elementos químicos.

2. Universidade da Califórnia, Berkeley: 110 vencedores

Com ganhadores do prêmio Nobel em cinco categorias diferentes, a Berkeley é conhecida por ser uma das universidades mais avançadas na costa oeste dos EUA. Os maiores atrativos da escola são os programas de graduação acadêmica e o alto nível de diversidade.

O vencedor mais conhecido de todos os ganhadores na instituição é Linus Pauling, única pessoa a receber dois prêmios em categorias distintas sem dividi-los com outros cientistas. Ele foi laureado com o Nobel de Química em 1954, por diversos trabalhos na área, e o da Paz, em 1962, por campanhas contra testes nucleares.

3. Universidade de Chicago: 100 vencedores

Localizada no Centro-Oeste americano, a universidade é conhecida pelos altos padrões acadêmicos. A maioria dos ganhadores contribuiu com pesquisas nas áreas de Física, Química, Fisiologia ou Medicina e Economia, respectivamente.

A instituição também celebra dois ganhadores do Prêmio Nobel da Paz até o momento: Emily Greene Balch, por seu trabalho como líder central da Liga Internacional de Mulheres pela Paz e Liberdade, em 1946; e Barack Obama, ex-presidente dos EUA, em 2009, por “fortalecer organismos internacionais e promover o desarmamento nuclear”.

Campus do MIT em Cambridge, Massachusetts (Imagem: hapabapa/iStock)

4. Instituto de Tecnologia de Massachusetts: 97 vencedores

Também conhecido como MIT, é o instituto referência em tecnologia avançada. Os principais campos de pesquisa reconhecidos pelo Nobel são das áreas de Física, Química ou Economia. A escola tem um ganhador do Nobel da Paz: Kofi Annan, que criou o Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária quando era secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

5. Universidade de Columbia: 96 vencedores

Física, Química e Economia são as categorias com o maior número de ganhadores do Prêmio Nobel em Columbia, com destaque também para Literatura. 

Há seis ganhadores do Prêmio Nobel da Paz associados à universidade. Theodore Roosevelt foi o primeiro ganhador em 1906. Os vencedores seguintes foram Nicholas Butler (1931), Al Gore (2007), Barack Obama (2009), Liu Xiaobo (2010) e Leyman Gbowee (2011).

Leia Mais:

6. Universidade de Stanford: 84 vencedores

Além de manter programas educacionais com alta qualidade, Stanford também é reconhecida pelo ambiente geral de aprendizagem e pelos membros profissionais do corpo docente.

Física, Química, Economia e Fisiologia ou Medicina são as principais categorias, além de três vencedores que se enquadram na categoria de Literatura, incluindo o ex-aluno John Steinbeck. Suas principais obras são A Leste do Paraíso e As Vinhas da Ira.

7. Instituto de Tecnologia da Califórnia: 76 vencedores

O California Institute of Technology é considerado uma das escolas mais avançadas do mundo quando se trata de tecnologia e pesquisa científica de ponta. Embora a escola tenha 76 afiliados notáveis ​​que ganharam um Prêmio Nobel, há mais seis que não se qualificam.

A maioria dos ganhadores do Prêmio Nobel se enquadra em uma das quatro categorias principais, incluindo Química, Física, Economia ou Fisiologia ou Medicina. Linus Pauling é o único afiliado/membro do corpo docente que ganhou o Prêmio Nobel da Paz. 

8. Universidade de Princeton: 69 vencedores

Considerada uma das escolas de elite de todas as Ivy League, Princeton tem uma longa história quando se trata de pesquisa científica e excelência acadêmica. 

Woodrow Wilson ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1919. Ele se formou em Princeton em 1879, foi um distinto membro do corpo docente e também serviu como Presidente Emérito. Wilson também foi o 28º Presidente dos Estados Unidos.

Blair Hall da Universidade de Princeton (Imagem: arlutz73/iStock)

9. Universidade de Yale: 65 vencedores

Yale é uma das universidades mais respeitadas do mundo e também faz parte das escolas da Ivy League, com muitos recursos que ajudam os alunos a entrar no mercado de trabalho.

Os ganhadores do Prêmio Nobel podem ser encontrados em todas as principais categorias, incluindo cinco afiliações no campo da Literatura. Há três ganhadores do Prêmio Nobel da Paz que são afiliados à escola. Eles incluem Philip Noel-Baker (1959), Elle Wiesel (1986) e Wangari Maathai (2004).

10. Universidade Cornell: 61 vencedores

Fundada em 1865, a Cornell se destaca pelas conquistas na área da Física, com destaque também para Química, Fisiologia ou Medicina e Economia. 

A Literatura ostenta quatro ganhadores do Prêmio Nobel, um dos quais é a famosa escritora Pearl S. Buck, em 1938, autora de “A Boa Terra”, “The exile” e “Fighting angel”. A universidade também tem dois ganhadores do Prêmio Nobel da Paz. Eles são John R. Mott em 1946 e Norman Borlaug em 1970.

O post Prêmio Nobel: conheça as universidades americanas com mais conquistas apareceu primeiro em Olhar Digital.

albert-einstein

Efeito fotoelétrico e o Nobel de Einstein

No dia 14 de março comemoramos o aniversário de um grande físico: Albert Einstein, um dos cientistas mais icônicos e populares da história. Sinônimo de genialidade, ele revolucionou nossa compreensão do Universo com a Teoria da Relatividade, mostrando que o espaço e o tempo são relativos, que a gravidade é uma curvatura do espaço-tempo e que E=mc². Entretanto, curiosamente, não foi por isso que ele recebeu o Prêmio Nobel de Física em 1921. O reconhecimento veio por um trabalho menos famoso que a Relatividade e que sua língua – mas igualmente revolucionário: a explicação do Efeito Fotoelétrico. Mas afinal, o que é esse efeito? E por que ele foi tão importante para a ciência?

A famosa foto de Albert Einstein feita em 1951 – Créditos: Arthur Sasse

O Efeito Fotoelétrico, em termos simples, ocorre quando a luz incide sobre um material e “arranca” elétrons dele. Podemos ver esse efeito em ação nas células de um painel solar, que transformam a luz do Sol em eletricidade. “Quando a luz incide sobre as células solares, ela arranca elétrons e gera uma corrente elétrica. Simples, não é? Só que esse fenômeno, observado pela primeira vez em 1887 pelo físico alemão Heinrich Hertz, escondia um mistério. Por décadas, os cientistas tentaram entender como ele funcionava, mas até o final do século XIX, ninguém conseguiu explicar.

O problema é que naquela época, a luz era entendida apenas como uma onda eletromagnética, e as teorias da física clássica não conseguiam explicar o Efeito Fotoelétrico. Os cientistas esperavam que, quanto mais intensa fosse a luz (mais energia), mais elétrons seriam arrancados e com maior velocidade. Mas os experimentos mostravam o contrário! Apenas algumas cores específicas, ou seja, certas frequências do espectro, conseguiam arrancar elétrons, independentemente da intensidade da luz. E esse comportamento, a física clássica não explicava.

Representação esquemática do efeito fotoelétrico: fótons arrancando elétrons de uma chapa metálica – Créditos: Ponor / wikimedia.org

O enigma só foi resolvido em 1905, por um jovem físico de 26 anos que, longe dos grandes laboratórios e universidades, trabalhava como escriturário em um escritório de patentes na Suíça. Seu nome? Albert Einstein! Em seu artigo, Einstein propôs uma ideia revolucionária: a luz não era apenas uma onda, mas também se comportava como se fosse composta por pequenos “pacotes” de energia, chamados de quanta (ou fótons, como seriam chamados mais tarde).

Cada fóton carrega uma quantidade específica de energia, que é proporcional à sua frequência (cor). Se essa energia for suficiente, o elétron é ejetado. Mas se não for, aumentar a intensidade da luz não faz diferença alguma — uma descoberta que contrariava tudo o que se esperava da física clássica! O efeito fotoelétrico é como uma festa, onde o que faz as pessoas levantarem e dançarem não é o volume da música, e sim o ritmo em que ela toca! 

E Einstein descreveu de forma brilhante essa relação com uma equação simples e elegante:

E = hf − ɸ

Onde E representa a energia do fotoelétron, h é a constante de Planck, f é a frequência da luz e ɸ é a energia mínima necessária para arrancar um elétron do material.

Era a prova definitiva da dupla natureza da luz: às vezes, ela se comporta como uma onda; outras vezes, como uma partícula!

A descoberta de Einstein foi um marco na história da física. Ela não apenas explicou o Efeito Fotoelétrico, mas também lançou as bases da física quântica, revolucionando nossa compreensão da luz e da matéria. A ideia de que a luz pode se comportar tanto como partícula quanto como onda — a chamada dualidade onda-partícula — tornou-se um dos pilares da física moderna.

Einstein em 1904, no escritório de patentes suíco que trabalhou – Créditos: Lucien Chavan

Leia mais:

Além de sua importância teórica, o Efeito Fotoelétrico impulsionou avanços tecnológicos que fazem parte do nosso cotidiano. As células fotovoltaicas, que convertem a luz solar em eletricidade, são baseadas nesse fenômeno. Sensores de câmeras de celulares e telescópios espaciais, fotocélulas usadas em portas automáticas, leitores de código de barras e muitos outros dispositivos também operam sob esse princípio.

Embora Einstein seja mais lembrado por sua Teoria da Relatividade, foi sua explicação do Efeito Fotoelétrico que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Física em 1921. Essa descoberta — que em 2025 completa 120 anos — nos lembra que a ciência está em constante evolução e que até as descobertas mais inesperadas podem abrir caminho para verdadeiras revoluções científicas e tecnológicas.

Então, no aniversário de Einstein, celebremos não apenas sua genialidade, mas também o poder da ciência de desvendar os mistérios do universo e transformar nossa visão do cosmos. Graças ao Efeito Fotoelétrico, podemos enxergar a luz das estrelas como um fluxo de partículas cruzando a vastidão do espaço até alcançar a Terra, energizando sensores e revelando a beleza e a grandiosidade do universo. O legado de Albert Einstein, assim como a luz, continua a iluminar os caminhos da ciência e da humanidade.

O post Efeito fotoelétrico e o Nobel de Einstein apareceu primeiro em Olhar Digital.