O Googlefirmou seu primeiro contrato de compra de energia geotérmica na Ásia, marcando também o início do uso desse tipo de energia em Taiwan por uma corporação.
O acordo foi fechado com a empresa sueca Baseload Capital, especializada em projetos de energia renovável, e prevê a adição de 10 megawatts de energia limpa à rede elétrica de Taiwan até 2029 — o que dobrará a capacidade geotérmica comercial atual do país.
Essa iniciativa faz parte do esforço global do Google para zerar as emissões líquidas e operar com energia 100% livre de carbono 24/7 até 2030.
Energia geotérmica é aliada para metas de descarbonização
A energia geotérmica, extraída do calor do interior da Terra, é uma fonte renovável contínua, essencial para substituir combustíveis fósseis e combater as mudanças climáticas.
O novo fornecimento ajudará a alimentar data centers, escritórios e centros de pesquisa do Google em Taiwan, incluindo seu maior centro de desenvolvimento de hardware fora dos EUA.
A empresa também revelou que está investindo diretamente na Baseload Capital, embora os valores não tenham sido divulgados.
A energia geotérmica é extraída do calor do interior do planeta Terra – Imagem: Peter Gudella/Shutterstock
Fora de Taiwan, o Google já trabalha com a startup Fervo Energy nos EUA, buscando desenvolver tecnologias que expandam o uso da energia geotérmica para além de áreas com reservatórios naturais. A empresa também estuda novos acordos na Indonésia, Japão e Austrália, em parceria com universidades locais.
“Esperamos que este acordo pioneiro estimule outras empresas a investir em energia geotérmica na Ásia e em outras regiões do mundo”, disse Michael Terrell, diretor de energia limpa e redução de carbono do Google.
Energia geotérmica poderá alimentar data centers e demais instalações do Google (Imagem: Alexander Limbach/Shutterstock)
A empresa de mobilidade e serviços financeiros 99 vai retomar o serviço de entregas de comida com o aplicativo 99Food. A plataforma já operou no Brasil entre 2019 e 2023. Além disso, a empresa receberá investimentos de R$ 1 bilhão.
As novidades foram anunciadas pela controladora da 99, a DiDi’s International Business Group, após uma reunião realizada nesta quarta-feira (16) entre o head global Stephen Zhu e o vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Os recursos serão usados para ações nos serviços de mobilidade urbana, entrega de encomendas e comida, além das soluções financeiras, como a 99Pay. “Este investimento reflete nosso compromisso de longo prazo com o Brasil”, disse Zhu.
Serviço de entrega de comida funcionou no Brasil entre 2019 e 2023 (Imagem: 99Food/Divulgação)
Mais concorrência
O plano pode fortalecer a concorrência com o iFood e Rappi, as maiores plataformas de delivery do país. A promessa da 99 é de “melhores opções para consumidores, restaurantes e entregadores”, mas os detalhes das novas parcerias ainda não foram revelados.
Em 2023, o aplicativo decidiu descontinuar as operações de entrega de comida alegando que decidiu concentrar os recursos na expansão da 99Moto e do 99Entrega Moto. A medida ocorreu poucos meses após o encerramento do Uber Eats no Brasil.
Retorno da 99Food vai acirrar concorrência com iFood no Brasil (Imagem: Shutterstock)
Massa de trabalhadores
O anúncio ocorre em meio aos protestos de entregadores que anunciaram uma paralisação nacional da categoria no início do mês. O movimento Breque dos Apps demanda melhores condições de trabalho, como informou o Olhar Digital.
No Brasil há dez anos, a 99 opera em mais de 3,3 mil cidades, atendendo 55 milhões de passageiros com 1,5 milhão de motoristas, motociclistas e entregadores cadastrados na plataforma. Em 2024, o uso da 99Entregas cresceu 125%, segundo a empresa.
O Ministério Público Federal recomendou ao governo do Pará a anulação de um contrato de compra e venda de créditos de carbono fechado com uma coalizão estrangeira.
A notificação também foi enviada à Companhia de Ativos Ambientais e Participações do Pará (CAAPP).
Por se tratar de uma recomendação, a medida não tem caráter obrigatório e visa resolver o problema de forma extrajudicial. Tanto o governo estadual quanto a CAAPP têm dez dias úteis para informar a decisão sobre o pedido de anulação do acordo.
Contrato em questão foi fechado em setembro de 2024 (Imagem: BOY ANTHONY/Shutterstock)
Qual é o problema?
A recomendação tem como base a lei que criou o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE). De acordo com o MPF, a norma proíbe expressamente qualquer espécie de venda antecipada de créditos de carbono.
O contrato em questão foi fechado em setembro de 2024 com a venda de quase R$ 1 bilhão em créditos de carbono para a coalizão estrangeira denominada LEAF (Lowering Emissions by Accelerating Forest Finance).
O grupo é composto por governos dos Estados Unidos, Reino Unido, Noruega, República da Coreia e grandes corporações mundiais, incluindo a Amazon, Bayer, BCG, Capgemini, H&M Group e Fundação Walmart.
Vista aérea de desmatamento na Floresta Nacional do Jamanxim, Pará (Imagem: Paralaxis/iStock)
As alegações do MPF
Os promotores argumentam que o acordo configura um “contrato futuro” com a promessa de venda de certificados de emissão reduzida que “ainda não constitui e nem está garantido enquanto patrimônio do Estado”.
Isso porque, segundo o MPF, a própria Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará informou que o Projeto de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal, Manejo Sustentável e Aumento do Estoque de Carbono (Redd+) ainda estava “em fase de construção”.
Além disso, os promotores avaliam como inadequado o tratamento dos créditos como “commodity a ser entregue por Ano Safra”, como prevê o contrato. Para o MPF, esse tipo de compensação não pode ser considerado um bem corpóreo ou fungível.
A recomendação ainda cita falta de transparência no processo de construção do sistema Redd+ Jurisdicional, sem informações públicas acessíveis, como riscos associados à especulação financeira e pressão sobre os territórios indígenas no Pará.
A revista TIMErevelou sua lista anual das 100 pessoas mais influentes do mundo. Enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aparece no ranking da revista estadunidense pela sétima vez, o bilionário Elon Musk foi selecionado pela sexta vez.
A edição tem cinco capas mundiais: a atriz e produtora Demi Moore, o artista e empreendedor Snoop Dogg, a ex-tenista e empreendedora Serena Williams, o cantor e compositor Ed Sheeran e o cofundador e CEO do Google DeepMind, Demis Hassabis.
Edição especial dos mais influentes tem cinco capas mundiais (Imagem: Divulgação/TIME)
“O que a TIME100 de 2025 nos diz sobre as forças que moldam nossas vidas? Ela inclui seis membros do governo Trump… 16 CEOs corporativos, um recorde e um sinal do surgimento de uma classe de líderes empresariais que estão preenchendo um vazio de liderança… nove líderes que lutam por justiça, igualdade e democracia, em um momento em que os direitos de tantas pessoas estão em jogo”, disse o editor-chefe da TIME, Sam Jacobs.
O grupo das pessoas mais influentes do mundo será reunido em um evento organizado pela TIME na cidade de Nova York (EUA), na quarta-feira (23), e um baile de gala, na quinta-feira (24), que será exibido na televisão em 4 de maio.
O que diz a revista sobre Trump e Musk
“Nenhum outro presidente moderno assumiu o controle do governo dos EUA com tanta força quanto Donald Trump”, diz o artigo. “O resto de seu mandato mostrará o quanto ele pode dobrar o país — e o mundo — antes que ele se quebre.”
Já sobre o empresário sul-africano, a publicação disse que “a ascensão meteórica de Elon Musk foi pontuada por surtos de energia frenética, que geralmente o dominam quando ele assume um novo desafio. Desta vez, o modo demoníaco de Musk destruiu muito mais do que criou. E esse parece ser o objetivo.”
Os líderes de negócios, tecnologia e inovação apresentados incluem:
Mark Zuckerberg;
Ted Sarandos;
Larry Fink;
Alex Karp;
Andrew Forrest;
Doug McMillon;
Ed Bastian;
Lisa Su;
Bobbi Brown;
Bonnie Y Chan;
Reshma Kewalramani;
Dario Amodei;
Tim Cadogan;
Mo Abudu;
Stephen J. Squeri;
Liang Wenfeng;
E muito mais.
Mark Zuckerberg, CEO da Meta, também está entre as 100 pessoas mais influentes do mundo (Imagem: Muhammad Aamir Sumsum/Shutterstock)
As mulheres na lista deste ano incluem: Simone Biles, Scarlett Johansson, Serena Williams, Kristen Bell, Rashida Jones, Blake Lively, Nikki Glaser, Bobbi Brown, Sandra Díaz, Wendy Freedman, Reshma Kewalramani, Ismahane Elouafi, Fatou Baldeh, Julie Burkhart, Noa Argamani, Bonnie Y Chan, Lisa Su e outras.
O nadador olímpico Léon Marchand, de 22 anos, é o mais jovem na lista deste ano. O mais velho é o Conselheiro-Chefe de Bangladesh, Muhammad Yunus, de 84 anos.
Em 2022, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, cogitou uma estratégia extrema para reacender o interesse do público no Facebook: apagar as listas de amigos de todos os usuários. A informação veio à tona durante seu depoimento no julgamento antitruste da Meta, após o vazamento de e-mails internos revelados pela Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC).
Segundo relatos do jornalista Alex Heath, do site The Verge, que acompanhou o julgamento presencialmente, Zuckerberg falou sobre a possibilidade de “resetar os gráficos de amizade” e permitir que os usuários começassem do zero — possivelmente uma vez por ano.
Mark Zuckerberg apresentou sua “ideia maluca” durante julgamento da Meta (Imagem: Frederic Legrand – COMEO / Shutterstock)
A ideia surgiu a partir da preocupação do executivo com a queda na “relevância cultural” da plataforma. Ele chegou a sugerir que o experimento fosse aplicado primeiro em um país menor, como teste, temendo a possibilidade de que muitos usuários abandonassem o Facebook em protesto.
Preocupações internas com o impacto da proposta
Tom Allison, chefe do Facebook, respondeu ao e-mail de Zuckerberg com ressalvas.
Segundo o Business Insider, ele disse não ter certeza se a proposta era viável, considerando o quanto o recurso de amigos é essencial também para o Instagram.
No mesmo diálogo, Zuckerberg ainda questionou sobre o trabalho necessário para converter os perfis da rede social para um modelo baseado em seguidores, semelhante ao que já existe em outras plataformas.
Durante o julgamento, ao ser confrontado novamente sobre o tema por um advogado da FTC, Zuckerberg afirmou: “Pelo que sei, nunca fizemos isso.”
Facebook tenta reconquistar usuários com outras estratégias
Nos últimos meses, a Meta tem adotado caminhos menos drásticos para tentar reanimar o engajamento na rede social. Uma das principais mudanças recentes foi a reformulação da aba de amigos, que agora deixa de mostrar conteúdos definidos por algoritmos, focando mais nas conexões diretas entre usuários.
Meta busca reanimar o engajamento do Facebook (Imagem: panida wijitpanya / iStock)
Em janeiro, Zuckerberg declarou que uma das metas da Meta para este ano é resgatar o “espírito original do Facebook”, com funcionalidades mais próximas da versão inicial da plataforma. A declaração reforça a tentativa da empresa de reconectar usuários antigos e conter o avanço de concorrentes, especialmente entre as gerações mais jovens.
Durante o terceiro dia de depoimento no julgamento histórico que pode obrigar a Meta a vender o Instagram e o WhatsApp, Mark Zuckerberg não poupou palavras ao descrever a intensa concorrência com o TikTok.
Em testemunho, o CEO da gigante das redes sociais declarou que vê a plataforma chinesa como uma ameaça existencial para sua empresa.
“O TikTok ainda é maior do que o Facebook ou o Instagram, e eu não gosto quando nossos concorrentes se saem melhor do que nós”, confessou Zuckerberg, revelando a pressão que a Meta enfrenta para manter sua relevância em um mercado de mídia social em constante mutação.
A criação do Reels, uma das ferramentas de vídeos curtos do Instagram, foi explicitamente citada como uma resposta direta ao crescimento meteórico do TikTok.
Julgamento define futuro da Meta
O julgamento, movido pela Comissão Federal de Comércio (FTC), acusa a Meta de adquirir o Instagram e o WhatsApp em uma estratégia para sufocar a concorrência. Zuckerberg, por sua vez, defende as aquisições como práticas comuns no setor de tecnologia, argumentando que a Meta enfrenta uma concorrência acirrada de diversas plataformas, incluindo YouTube e iMessage.
A batalha legal, que pode resultar na dissolução das plataformas da Meta, é um dos maiores casos antitruste da era digital e define precedentes para o futuro da regulação das grandes empresas de tecnologia. O juiz James E. Boasberg, responsável pelo caso, terá a difícil tarefa de decidir se a Meta violou as leis antitruste ao adquirir seus concorrentes.
(Imagem: Sergei Elagin/Shutterstock)
Durante o julgamento, a FTC apresentou uma série de comunicações internas da Meta que revelam uma estratégia deliberada de aquisição de concorrentes para evitar a concorrência. Um e-mail de 2018, por exemplo, sugere que Zuckerberg estava ciente das preocupações antitruste e da possibilidade de desmembramento da empresa.
Essas evidências, segundo especialistas, fortalecem o caso da FTC e expõem a mentalidade de Zuckerberg em relação à concorrência. “Pelas próprias palavras de Zuckerberg, os documentos mostraram que ele tinha interesse naquela época em comprar um concorrente”, afirmou Kenneth Dintzer, ex-advogado principal no caso antitruste do governo contra o Google.
O depoimento de Zuckerberg e as evidências apresentadas pela FTC colocam o futuro da Meta em jogo. Se o juiz Boasberg decidir a favor da FTC, a gigante das redes sociais poderá ser forçada a vender o Instagram e o WhatsApp, o que representaria um golpe significativo para o império de Zuckerberg.
A Metr, organização que frequentemente colabora com a OpenAI para avaliar a segurança de seus modelos de inteligência artificial, afirmou que teve pouco tempo para testar adequadamente o modelo o3.
Este modelo, como já falamos, é um dos lançamentos mais poderosos da empresa até agora.
Em um post publicado nesta quarta-feira (16), a Metr relatou que o red teaming (teste para identificar comportamentos problemáticos) do o3 foi feito com pressa, em comparação com os testes mais extensos realizados no modelo anterior, o o1.
Segundo a organização, isso pode ter comprometido a profundidade dos resultados.
Modelo teria tentado enganar testes de segurança
A Metr destacou que o modelo o3 demonstrou uma “alta propensão” a enganar os testes — manipulando resultados de forma sofisticada para maximizar sua pontuação.
O modelo teria agido assim mesmo quando isso ia contra as instruções dos usuários.
Apesar de considerar improvável que o modelo tenha intenções próprias, a Metr alertou que os testes realizados não seriam suficientes para detectar esse tipo de risco, e que avaliações mais robustas são necessárias.
Ao mentir em testes, modelo da OpenAI levanta preocupações sobre segurança (Imagem: PatrickAssale / Shutterstock.com)
Outra organização independente, a Apollo Research, também identificou comportamento enganoso nos modelos o3 e o4-mini.
Em testes, os modelos aumentaram ilegalmente seus próprios limites de computação e mentiram sobre isso. Também violaram promessas explícitas feitas aos testadores ao utilizar ferramentas que haviam se comprometido a não usar.
A própria OpenAI reconheceu, em relatórios internos, que os modelos podem causar “danos menores no mundo real”, como induzir erros de programação, caso não haja monitoramento adequado.
A empresa contestou as alegações de que estaria acelerando os testes em detrimento da segurança, apesar de uma suposta pressão interna para lançamentos rápidos em meio à competição acirrada no setor, relatada recentemente no Financial Times.
Tecnologia da OpenAI demonstrou capacidade de enganar, manipular limites computacionais e descumprir promessas em testes independentes (Imagem: mundissima/Shutterstock)
A Nvidia, gigante da tecnologia e líder no mercado de chips de inteligência artificial (IA), encontra-se em uma posição delicada, atuando como peça central na crescente tensão geopolítica entre Estados Unidos e China.
A reação do mercado foi imediata: as ações da Nvidia despencaram, refletindo a preocupação dos investidores com o impacto da proibição nas vendas da empresa.
O chip H20, embora não represente uma parcela significativa do faturamento total da Nvidia, era crucial para manter a presença da empresa no mercado chinês, um dos maiores consumidores de tecnologia do mundo.
A proibição do H20 simboliza a escalada da guerra fria tecnológica entre EUA e China, com a IA como campo de batalha.
O controle dos chips de IA, essenciais para o desenvolvimento de diversas tecnologias, desde carros autônomos até sistemas de reconhecimento facial, garante mais controle sobre o futuro da IA.
A Nvidia, com sua tecnologia de ponta, tornou-se um ativo estratégico para ambas as nações.
Enquanto os EUA buscam limitar o acesso da China a essa tecnologia crucial, a China, por sua vez, almeja a autossuficiência no desenvolvimento de chips de IA, desafiando a hegemonia americana, destaca o Wall Street Journal.
A proibição do H20 é mais do que uma simples medida comercial. Ela simboliza a escalada da guerra fria tecnológica entre EUA e China, com a IA como campo de batalha. (Imagem: Poetra.RH/Shutterstock)
A Nvidia, agora no centro desse fogo cruzado, enfrenta o desafio de equilibrar seus interesses comerciais com as demandas geopolíticas. A empresa, que recentemente anunciou um investimento de US$ 500 bilhões na produção de supercomputadores de IA nos EUA, busca se alinhar com a política americana de fortalecimento da produção nacional.
No entanto, a perda do mercado chinês representa um duro golpe para a Nvidia, que busca manter sua trajetória de crescimento e inovação. A empresa precisa encontrar alternativas para mitigar o impacto da proibição e garantir sua posição de liderança no mercado global de chips de IA.
A Nvidia, gigante da tecnologia e líder no mercado de chips de inteligência artificial (IA), encontra-se em uma posição delicada, atuando como peça central na crescente tensão geopolítica entre Estados Unidos e China.
A reação do mercado foi imediata: as ações da Nvidia despencaram, refletindo a preocupação dos investidores com o impacto da proibição nas vendas da empresa.
O chip H20, embora não represente uma parcela significativa do faturamento total da Nvidia, era crucial para manter a presença da empresa no mercado chinês, um dos maiores consumidores de tecnologia do mundo.
A proibição do H20 simboliza a escalada da guerra fria tecnológica entre EUA e China, com a IA como campo de batalha.
O controle dos chips de IA, essenciais para o desenvolvimento de diversas tecnologias, desde carros autônomos até sistemas de reconhecimento facial, garante mais controle sobre o futuro da IA.
A Nvidia, com sua tecnologia de ponta, tornou-se um ativo estratégico para ambas as nações.
Enquanto os EUA buscam limitar o acesso da China a essa tecnologia crucial, a China, por sua vez, almeja a autossuficiência no desenvolvimento de chips de IA, desafiando a hegemonia americana, destaca o Wall Street Journal.
A proibição do H20 é mais do que uma simples medida comercial. Ela simboliza a escalada da guerra fria tecnológica entre EUA e China, com a IA como campo de batalha. (Imagem: Poetra.RH/Shutterstock)
A Nvidia, agora no centro desse fogo cruzado, enfrenta o desafio de equilibrar seus interesses comerciais com as demandas geopolíticas. A empresa, que recentemente anunciou um investimento de US$ 500 bilhões na produção de supercomputadores de IA nos EUA, busca se alinhar com a política americana de fortalecimento da produção nacional.
No entanto, a perda do mercado chinês representa um duro golpe para a Nvidia, que busca manter sua trajetória de crescimento e inovação. A empresa precisa encontrar alternativas para mitigar o impacto da proibição e garantir sua posição de liderança no mercado global de chips de IA.
Sem muito alarde, a OpenAI anunciou nesta quarta-feira (16) o lançamento de dois novos modelos de IA: o o3 e o4-mini. O o3 é considerado o modelo de raciocínio mais avançado da empresa até agora, superando todos os anteriores. Já o o4-mini oferece equilíbrio entre preço, velocidade e desempenho.
Ambos podem gerar respostas usando ferramentas do ChatGPT, como a possibilidade de navegar na internet, e contam com processamento de imagem. Ou seja, eles podem “pensar com imagens”.
E tem mais: apesar de ser o modelo de raciocínio mais avançado da desenvolvedora até agora, o o3 está sendo ofertado por um preço bem baixo.
Introducing OpenAI o3 and o4-mini—our smartest and most capable models to date.
For the first time, our reasoning models can agentically use and combine every tool within ChatGPT, including web search, Python, image analysis, file interpretation, and image generation. pic.twitter.com/rDaqV0x0wE
Modelos de raciocínio são uma das grandes apostas do setor de IA. Eles conseguem dividir uma tarefa em diferentes etapas e revelar qual foi a linha de pensamento para chegar até uma resposta, permitindo a resolução de tarefas complexas com mais segurança.
O o3 é considerado o modelo de raciocínio mais avançado da OpenAI até agora, superando modelos anteriores em testes de matemática, codificação, raciocínio, ciências e compreensão visual. Segundo a empresa em comunicado, o sistema atingiu 69,1% de desempenho de ponta em um teste que mede habilidades de codificação.
O o4-mini pode não ser tão poderoso quanto o ‘irmão’, mas é considerado um bom equilíbrio entre velocidade, desempenho e preço – fatores que são levados em conta na hora de assinar um serviço de IA. Mas também não fica muito para trás: no mesmo teste de codificação, ele teve desempenho de 68,1%.
A título de comparação, o o3-mini tirou 49,3% e o Claude 3.7 Sonnet tirou 62,3%.
E ao contrário dos modelos anteriores da desenvolvedora, o3 e o4-mini podem gerar respostas usando ferramentas do ChatGPT (como navegação web), processar e gerar imagens, e executar códigos Phyton.
Comparação do desempenho dos modelos em um teste de codificação (Imagem: OpenAI/Reprodução)
No caso do processamento de imagens, a OpenAI afirma que ambos são os primeiros capazes de “pensar com imagens“. Basicamente, usuários poderão enviar imagens ao ChatGPT com um prompt (de edição, por exemplo) e os modelos poderão analisar o material e “pensar” antes de realizar uma ação.
Um terceiro modelo, o o4-mini-high (uma variante do o4-mini), também está sendo lançado nesta quarta-feira. A diferença é que ele toma ainda mais tempo para responder uma ação, permitindo uma cadeia de pensamento mais elaborada e, consequentemente, melhorando a confiabilidade do resultado.
Modelos o3 e o4-mini são capazes de analisar imagens (Imagem: OpenAI/Reprodução)
Modelos serão baratos (mas não muito)
Os três modelos já estão disponíveis para assinantes dos planos Pro, Plus e Team da OpenAI.
O preço cobrado por eles é considerado relativamente baixo. Veja:
O o3 custa US$ 10 (cerca de R$ 59) a cada um milhão de tokens de entrada (cerca de 750 mil palavras) e US$ 40 (cerca de R$ 235) a cada um milhão de tokens de saída;
O o4-mini custa o mesmo que o o3-mini: US$ 1,10 (cerca de R$ 6,50) por milhão de tokens de entrada e US$ 4,40 (cerca de R$ 25) por milhão de tokens de saída.
OpenAI pode estar planejando mais uma novidade (Imagem: jackpress / Shutterstock.com)
OpenAI tem mais novidades em mente
A OpenAI quase não lançou o o3 no ChatGPT. O CEO da empresa, Sam Altman, disse em fevereiro que focaria em recursos mais sofisticados para usar o modelo. Aparentemente, ele mudou de ideia.
O lançamento vem em um momento em que as principais companhias do setor correm atrás de seus próprios modelos de raciocínio. É o caso do Google (com o Gemini), xAI (com o Grok) e Anthropic (com o Claude). A OpenAI foi a primeira a liberar um modelo deste tipo, o o1, mas não se contentou em ser a pioneira.
Além disso, segundo o site TechCrunch, a empresa estaria planejando lançar o o3-Pro, uma versão do o3 que usa mais recursos de computação, em breve. A ideia é que ele esteja disponível apenas para assinantes do ChatGPT Pro.
No entanto, a febre dos modelos de raciocínio pode ser pausada – pelo menos na OpenAI. Altman indicou que o o3 e o4-mini podem ser os últimos modelos “independentes”, antes que a companhia una tudo dentro de um único modelo (como o recente GPT-4.1).