caixa-manuscrito-merlin-1024x749-1

Manuscrito medieval revela histórias perdidas sobre o Rei Arthur

Um pedaço de pergaminho encontrado em um volume de registros de propriedade do século XVI conta histórias antigas da Era Medieval. Mas muito mais do que isso, ele apresenta trechos sobre Merlin, o mago conselheiro do Rei Arthur, da Inglaterra.

Dobrado, costurado, rasgado e desgastado, o documento é um fragmento da Suite Vulgata du Merlin, uma rara sequência dos contos britânicos escrita entre 1275 d.C. e 1315 d.C. Ele foi restaurado por especialistas da Biblioteca da Universidade de Cambridge.

Manuscrito foi recuperado através da tecnologia

O manuscrito estava escondido na coleção da Biblioteca da Universidade de Cambridge. Ele finalmente atraiu as atenções de pesquisadores em 2019, mas o conteúdo era indecifrável. Isso porque remover e desdobrar o manuscrito teria danificado seu frágil pergaminho.

Mas foi aí que a tecnologia ajudou a entender mais sobre o passado da região. Os pesquisadores aplicaram uma variedade de técnicas de imagem para desdobrar digitalmente e ver através do papel para ler o que está escrito nele.

Documento foi descoberto em 2019, mas não podia ser decifrado (Imagem: Universidade de Cambridge)

A imagem multiespectral capturou todos os aspectos do pergaminho em vários comprimentos de onda, do infravermelho ao ultravioleta, para revelar o texto, mesmo onde ele havia sido usado além da legibilidade na luz visível. A tomografia computadorizada usou raios-X para fornecer um modelo 3D do fragmento.

Isso não apenas ajudou seu desdobramento digital, mas revelou os detalhes intrincados das técnicas usadas para vinculá-lo a outro livro. Esse modelo 3D foi então estudado em detalhes exaustivos, usando ferramentas como prismas e espelhos para fotografar o manuscrito de todos os ângulos possíveis para revelar as partes dele que estavam fora de alcance.

Leia mais

Segredos sobre Merlin e o Rei Arthur

O fragmento conta dois episódios-chave do final do Suite Vulgata du Merlin. A primeira parte relata a vitória dos cristãos contra os saxões na Batalha de Cambénic. Conta a luta de Gauvain (com sua espada Excalibur, seu cavalo Gringalet e seus poderes sobrenaturais), seus irmãos e seu pai, o rei Loth, contra os reis saxões Dodalis, Moydas, Oriancés e Brandalus.

A segunda passagem apresenta uma cena ambientada na Festa da Assunção da Virgem Maria, com Merlin aparecendo na corte do Rei Arthur disfarçado de harpista – um momento que destaca suas habilidades mágicas e sua importância como conselheiro do rei.

Escultura do Rei Arthur em nas falésias que cercam o Castelo de Tintagel, local de seu aparente nascimento. (Crédito: Gary Perkin/Shutterstock)
Escultura do Rei Arthur, personagem mítico que historiadores acreditam nunca ter existido (Imagem: Gary Perkin/Shutterstock)

A metodologia desenvolvida nesta abordagem serve como modelo para o estudo e acesso não invasivo a documentos delicados. A equipe espera que a iniciativa inspire novas buscas por manuscritos medievais esquecidos, como este sobre o universo do Rei Arthur e do mago Merlin. As informações são do ScienceAlert.

O post Manuscrito medieval revela histórias perdidas sobre o Rei Arthur apareceu primeiro em Olhar Digital.

caixa-manuscrito-merlin-1024x749

Tecnologia revela manuscrito perdido sobre Merlin e o Rei Arthur na Inglaterra

Um raro manuscrito medieval com trechos sobre Merlin, o mago conselheiro do Rei Arthur, da Inglaterra, foi restaurado por especialistas da Biblioteca da Universidade de Cambridge. O projeto durou três anos e uniu tecnologia de ponta à pesquisa histórica para recuperar o conteúdo sem causar danos ao documento original. 

O fragmento foi reconhecido como parte do Suite Vulgata du Merlin, uma sequência em francês da lenda do Rei Arthur. A história fazia parte do ciclo Lancelot-Graal, um best-seller medieval, mas poucos agora permanecem.

Em poucas palavras:

  • Um manuscrito medieval com trechos sobre Merlin, conselheiro do Rei Arthur, foi encontrado em 2019 na capa de um livro antigo;
  • O material era frágil, dobrado e costurado, dificultando o acesso ao conteúdo original;
  • Especialistas da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, criaram métodos não invasivos para recuperar o texto;
  • Técnicas como modelagem 3D, tomografia e imagens multiespectrais revelaram trechos apagados.

O manuscrito escondido e o desafio da restauração

O manuscrito foi encontrado em 2019, escondido na encadernação de um livro antigo. Produzido à mão na Idade Média, em torno de 700 anos atrás, foi recuperado séculos depois. Estava dobrado, rasgado, manchado e costurado como parte estrutural da capa do livro, o que dificultava o acesso ao seu conteúdo. 

Diante da fragilidade do material, os conservadores optaram por não desmontar o livro fisicamente, para não comprometer ainda mais o manuscrito. O desafio levou ao desenvolvimento de uma abordagem inovadora, que permitiu a leitura do texto por meio de métodos não invasivos.

A equipe utilizou modelagem 3D e técnicas de digitalização industrial para mapear os vincos e as dobras do papel em detalhes precisos. Com esses dados, foi possível simular digitalmente o desdobramento do manuscrito, evitando qualquer contato direto com o material.

O Laboratório de Imagens do Patrimônio Cultural da universidade (CHIL) também usou espelhos, ímãs e câmeras especiais para fotografar cada parte do fragmento. As imagens foram reunidas e montadas digitalmente, formando uma réplica tridimensional do documento.

O fragmento medieval foi descoberto em 2019 nesta caixa de rolos judiciais durante a recatalogação de registros senhoriais e imobiliários. Crédito: Universidade de Cambridge

Segredos revelados sobre Merlin e o Rei Arthur

Em seguida, os pesquisadores aplicaram imagens multiespectrais (MSI), uma técnica que capta diferentes comprimentos de onda de luz, como ultravioleta e infravermelho. Essa tecnologia revelou palavras apagadas ou escondidas por manchas, trazendo trechos do texto de volta à visibilidade.

Para aprofundar a análise, a equipe recorreu a um scanner do departamento de Zoologia da universidade. O equipamento, geralmente usado em fósseis, realizou uma tomografia computadorizada do manuscrito. O resultado foi um modelo 3D detalhado da encadernação do século XVI.

Sally Kilby (Departamento de Conservação) e Błażej Mikuła (CHIL) fotografando cuidadosamente dentro das dobras do manuscrito. Crédito: Universidade de Cambridge

Leia mais:

Em um comunicado, Irène Fabry-Tehranchi, especialista da Biblioteca de Cambridge, explica que o objetivo não era apenas recuperar um texto antigo, mas também criar um método aplicável a outros casos semelhantes. Ela destacou que muitas bibliotecas enfrentam o mesmo desafio: fragmentos frágeis escondidos em encadernações históricas.

O fragmento conta dois episódios-chave do final do Suite Vulgata du Merlin. A primeira parte relata a vitória dos cristãos contra os saxões na Batalha de Cambénic. Conta a luta de Gauvain (com sua espada Excalibur, seu cavalo Gringalet e seus poderes sobrenaturais), seus irmãos e seu pai, o rei Loth, contra os reis saxões Dodalis, Moydas, Oriancés e Brandalus.

A segunda passagem apresenta uma cena mais cortês, ambientada na Festa da Assunção da Virgem Maria, com Merlin aparecendo na corte do Rei Arthur disfarçado de harpista – um momento que destaca suas habilidades mágicas e sua importância como conselheiro do rei.

A metodologia desenvolvida nesta abordagem serve como modelo para o estudo e acesso não invasivo a documentos delicados. A equipe espera que a iniciativa inspire novas buscas por manuscritos medievais esquecidos, como este sobre o universo do Rei Arthur e do mago Merlin.

O post Tecnologia revela manuscrito perdido sobre Merlin e o Rei Arthur na Inglaterra apareceu primeiro em Olhar Digital.