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Nova cepa de mpox confirmada em São Paulo é mais agressiva

O Ministério da Saúde está investigando o primeiro caso de mpox no Brasil causado pela cepa 1b do vírus. A paciente é uma mulher de 29 anos que mora na cidade de São Paulo e teve contato com um familiar da República Democrática do Congo, seu país de origem, onde há circulação endêmica do vírus.

Ela segue internada, com lesões já cicatrizadas, em isolamento no Instituto de Infectologia Emílio Ribas. A previsão é de alta médica ainda nesta semana. O caso é acompanhado por quatro profissionais, incluindo infectologista, epidemiologista de campo e técnicos especializados em vigilância epidemiológica e imunização.

A nova cepa identificada inicialmente na África Central é considerada mais agressiva, com uma taxa de mortalidade de 10%. Já a variante da África Ocidental tem uma taxa de letalidade de menos de 4%, sendo prevalente em pacientes com HIV.

Erupção cutânea é sintoma mais característico da infecção (Imagem: Marina Demidiuk/iStock)

Desde julho do ano passado, casos da cepa 1b foram identificados em diversos países, incluindo Uganda, Ruanda, Quênia, Zâmbia, Reino Unido, Alemanha, China, Tailândia, Estados Unidos, Bélgica, Angola, Canadá, França, Índia, Paquistão, Suécia e Emirados Árabes Unidos.

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Quais são as principais diferenças entre as cepas?

A mpox é uma doença zoonótica causada pelo vírus de mesmo nome, que pertence ao gênero Orthopoxvirus. Existem duas classes diferentes: clado I e clado II, que são divididos em 1a, 1b, 2a e 2b, como explica a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Clado 1: a infecção é mais grave, podendo levar à morte. As lesões se espalham por todo o corpo, incluindo o rosto. A transmissão ocorre principalmente pela exposição a animais infectados ou após contato com pessoas infectadas.

Clado 2: a infecção é mais branda, com erupções cutâneas afetando a região genital e a região da boca. A transmissão é mais comum após o contato íntimo entre pessoas do mesmo sexo.

Vacina contra mpox não está disponível para aplicação em larga escala (Imagem: angelp/iStock)

Os principais sintomas incluem febre; erupções cutâneas; lesões na pele; dor; dores de cabeça; ínguas; calafrios; exaustão. Não há tratamento específico, mas a maioria se recupera após um mês de controle dos sintomas por meio de hidratação e repouso.

A melhor maneira de prevenir, segundo o Ministério da Saúde, é evitar contato com pessoas com suspeita ou confirmação da doença. Apesar de a vacina ser aliada na contenção, ainda não há doses suficientes para uma campanha generalizada, de acordo com o governo.

Em 2024, o Brasil registrou 2.052 casos de mpox, enquanto, em 2025, até o início de fevereiro, foram notificados 115 casos de diferentes cepas em circulação. Nenhum óbito foi registrado nos últimos dois anos no país, e a maioria dos casos apresenta sintomas leves ou moderados, segundo o Ministério da Saúde.

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Mpox: SP registra primeira ocorrência de nova cepa no Brasil

O Estado de São Paulo identificou o primeiro registro da nova cepa da Mpox, a clado 1b, no Brasil, marcando novo capítulo na luta contra a doença. A infecção foi confirmada em uma mulher de 29 anos, residente da Região Metropolitana de São Paulo, que apresenta evolução clínica favorável e deve receber alta ainda na próxima semana.

A paciente, que não realizou viagens recentes para áreas com surtos conhecidos, teve contato com indivíduos provenientes do Congo, país de origem de onde a cepa se espalhou. As autoridades ainda investigam como o vírus conseguiu chegar ao Brasil, esforço coordenado pelo serviço de vigilância.

Ao O Globo, Luiz Carlos Pereira Júnior, diretor do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, destacou que os exames da paciente confirmaram a infecção pelo clado 1b – mesma cepa responsável por um surto prolongado no Congo, que se espalhou para nações vizinhas.

Mulher não foi a regiões contaminadas, mas recebeu pessoas de lá (Imagem: airdone/Shutterstock)

“Podemos transmitir a mensagem de que este não é um momento de alarme. Em diversos países, os contatos dos primeiros casos foram monitorados e a doença bloqueada. Fora do Congo, onde a prevalência é maior, o clado 1b não se estabeleceu. Nossa vigilância é bastante robusta”, afirmou o especialista.

Como a nova cepa da Mpox se desenvolveu na paciente

  • Inicialmente, a paciente buscou atendimento em outro serviço de saúde em São Paulo (SP), onde recebeu alta com a orientação de permanecer em isolamento por três semanas;
  • Devido ao desconforto causado pelas lesões, ela foi encaminhada ao Instituto Emílio Ribas;
  • Segundo Pereira Júnior, o fato de a paciente ter circulado fora dos serviços de saúde não eleva o risco de disseminação, já que a transmissão da Mpox geralmente requer contato íntimo – seja pelo toque das lesões ou pelo compartilhamento de itens pessoais, como roupas de cama;
  • O especialista ainda aconselha que, caso alguém apresente sintomas compatíveis com a doença – como febre, dores no corpo e o aparecimento de lesõesdeve procurar, imediatamente, uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para realizar os testes necessários e iniciar o tratamento.

Desde 2022, quando os primeiros casos foram confirmados, o Brasil convive com a Mpox, predominantemente com a cepa clado 2. Em São Paulo, por exemplo, foram registrados 1.126 casos em 2024, sem qualquer óbito.

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Sintomas e mecanismos de transmissão

Os sinais iniciais da Mpox costumam incluir febre, dores musculares, cansaço e linfonodos inchados, além do surgimento de erupções cutâneas. Essas lesões, que podem se manifestar como bolhas, geralmente se iniciam no rosto e se estendem para outras partes do corpo, especialmente mãos, pés e genitálias.

Os sintomas tendem a aparecer entre seis e 13 dias após o contágio, podendo, em alguns casos, demorar até três semanas para se manifestarem. Normalmente, em casos leves, eles desaparecem espontaneamente em duas a três semanas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Mpox é transmitida através do contato físico direto com pessoas infectadas, por meio de materiais contaminados ou pelo contato com animais infectados. Um dos fatores que permitiu a disseminação global do vírus em 2022 foi a transmissão por meio de relações sexuais.

Imagem é uma ilustração do vírus da mpox
Ilustração do vírus da Mpox (Imagem: Lightspring/Shutterstock)

Evidências recentes sugerem que o clado 1b também se propaga dessa forma. Em avaliação realizada em junho, a OMS ressaltou que “a transmissão comunitária sustentada, impulsionada pela transmissão sexual e outras formas de contato físico próximo, torna o risco elevado na República Democrática do Congo.”

As autoridades continuam monitorando a situação com rigor, a fim de impedir que a nova cepa se estabeleça de forma significativa no País, reforçando as medidas de prevenção e a importância do diagnóstico precoce.

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