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Pai do ChatGPT, Sam Altman está saindo de um outro emprego

Quase um ano após assumir a posição de presidente da Oklo, empresa francesa de fissão nuclear, o CEO da OpenAI, Sam Altman, está deixando o cargo. O cofundador e CEO da empresa, Jacob DeWitte, deve assumir o posto.

Apesar de parecer um revés, esta decisão abre caminhos para novas negociações entre as companhias. Isso porque a escolha do empresário para o conselho tornou as oportunidades de parceria com o fabricante do ChatGPT mais complexas.

Futuro da IA pode estar na energia nuclear

  • Sam Altman, que também é um investidor significativo e líder em empresas de tecnologia e energia, é um entusiasta da energia nuclear.
  • Ele vê esta como uma solução para atender à crescente demanda energética dos sistemas de inteligência artificial (IA) sem recorrer a combustíveis fósseis. 
  • Foi por conta disso que, em maio do ano passado, o empresário assumiu a posição de presidente da empresa francesa de fissão nuclear.
  • As ações da empresa começaram a ser negociadas na Bolsa de Valores de Nova York após uma fusão com a AltC Acquisition Corp, uma companhia também liderada por Altman.
  • Uma negociação que liberou US$ 500 milhões para expandir os negócios da Oklo, segundo o The Wall Street Journal.
Saída de Altman pode ser benéfica para a OpenAI (Imagem: jackpress/Shutterstock)

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Oklo pode atender demanda da OpenAI

A Oklo visa comercializar a fissão nuclear por meio do uso de mini reatores em formato de A, diferentemente dos reatores nucleares convencionais. Além disso, planeja vender energia diretamente para grandes consumidores como a Força Aérea dos EUA e empresas de tecnologia.

Em outras palavras, o empresário viu na companhia uma oportunidade para beneficiar as operações da OpenAI. “À medida que a Oklo explora parcerias estratégicas para implantar energia limpa em escala, principalmente para permitir a implantação de IA, acredito que agora é o momento certo para eu deixar o cargo”, disse Altman.

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Uma possível parceria entre as empresas ajudaria a atender a demanda por IA em data centers (Imagem: Caureem/Shutterstock)

O CEO da OpenAI disse que o fornecimento de energia é um dos principais fatores limitantes para o crescimento da IA, porque não há o suficiente para alimentar os data centers necessários para treiná-la e executá-la. Mas talvez a solução para este problema já tenha sido encontrada.

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Gentileza gera gentileza… e dano ambiental? No caso da IA, parece que sim

Você já parou para pensar no impacto que um simples “por favor” ou “muito obrigado” pode ter? Indo para além das boas maneiras nos relacionamentos pessoais, a gentileza é usada para obter melhores respostas da inteligência artificial (IA) – e o mais intrigante nisso é que acaba gerando dano ambiental.

O que parece ser apenas um gesto educado, pode estar custando muito caro. Não só para quem desenvolve essas tecnologias, mas também para o planeta. Tendo em vista que o “caro”, no caso, tem a ver com o uso de energia. E ainda não temos na Terra como obter totalmente eletricidade sem acabar prejudicando o meio ambiente.

Muita energia para a IA

Quando você diz “por favor” para um assistente de IA, ele processa essa gentileza como qualquer outro comando. E processamento requer energia. Muita energia. Sam Altman confirmou isso em uma interação na rede social X.

O usuário @tomieinlove se perguntou “quanto dinheiro a OpenAI perdeu em custos de eletricidade com pessoas dizendo “por favor” e “obrigado” aos seus modelos”. Em resposta, o CEO da OpenAI “disse dezenas de milhões de dólares”, apontando ainda que “nunca se sabe” – e que esse gasto “é bem gasto”. Mas será que é tão “bem gasto assim”? A própria startup já tinha apontado que o mundo não terá energia suficiente para a IA.

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Um estudo recente, realizado pelo Washington Post em parceria com a Universidade da Califórnia, revelou que enviar um único e-mail gerado por IA consome 14 quilowatts-hora de eletricidade. Isso é suficiente para manter 14 lâmpadas LED acesas por uma hora. Se você fizer isso toda semana durante um ano, o impacto seria equivalente ao consumo de eletricidade de nove casas na capital dos Estados Unidos. E muito disso por causa de algumas palavras extras digitadas na sua mensagem – como um “por favor”, por exemplo.

Gentileza demais

Acontece que ser gentil com a IA não é apenas um capricho humano. Na verdade, usar linguagem respeitosa pode influenciar diretamente as respostas recebidas. Afinal, esses sistemas funcionam como espelhos: quanto mais cordial seu pedido, mais amigável será a resposta. O problema é que cada interação demanda cálculos complexos e, consequentemente, maior uso de recursos energéticos. Aliás, isso nos faz lembrar das dicas para obter as melhores imagens das IAs, onde “descrever tudo como se quer com riqueza de detalhes”, certamente, exige palavras extras.

Os números já são alarmantes. Hoje, os data centers que sustentam nossas ferramentas de IA já respondem por cerca de 2% do consumo global de energia, independentemente de gentileza ou não. No curto prazo, a Agência Internacional de Energia (AIE) estimou que o consumo de energia elétrica dos data centers poderá chegar a 1.050 TWh em 2026.

Isso deve crescer exponencialmente à medida que essas tecnologias se tornam onipresentes em nossas vidas nos próximos anos e décadas. Se for ver, cada vez que pedimos algo com um “por favor”, estamos contribuindo para uma pegada de carbono que já pesa toneladas. Será que a gentileza terá que ficar restrita aos relacionamentos entre humanos, deixando a IA de fora? Pode ser que, enquanto não tivermos forma de obter energia 100% sustentável, seja uma boa ideia.

Via Futurism

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Processo de Elon Musk contra OpenAI já tem data para ir a julgamento

O processo de Elon Musk contra a OpenAI será julgado por um júri por volta de março de 2026, conforme decisão da juíza federal Yvonne Gonzalez Rogers tomada na semana passada. As informações são da Reuters.

A disputa envolve a mudança da OpenAI para um modelo com fins lucrativos, o que Musk considera um desvio de sua missão original de desenvolver inteligência artificial para o bem da humanidade.

Elon Musk, que cofundou a OpenAI em 2015, deixou a empresa antes de ela ganhar destaque e, em 2023, fundou a xAI, uma concorrente no campo da IA. Quando o bilionário adquiriu a plataforma de mídia social X, o antigo Twitter, o valor da xAI passou a ser compartilhado com os investidores da rede social.

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Elon Musk acusa a OpenAI de se afastar de sua missão original ao buscar uma transição para ter fins lucrativos (Imagem: Frederic Legrand – COMEO/Meir Chaimowitz/Shutterstock – Montagem: Olhar Digital)

Como a disputa começou

  • O conflito com Sam Altman, atual CEO da OpenAI, começou quando Musk entrou com um processo acusando a OpenAI de priorizar lucro em vez do desenvolvimento de IA voltado para o bem comum.
  • A OpenAI nega as acusações e afirma que o processo seria uma tentativa de Elon Musk de desacelerar a concorrência.
  • A transição da OpenAI para o modelo com fins lucrativos é vista como essencial para levantar mais capital e enfrentar a concorrência no crescente mercado de IA.

A OpenAI também está sob pressão para acelerar sua transição, já que está em processo de captação de novos investimentos.

Além disso, Altman rejeitou uma oferta não solicitada de aquisição da OpenAI por US$ 97,4 bilhões feita por Musk e um consórcio de investidores, respondendo com um firme “não, obrigado“.

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Elon Musk apresentou proposta para comprar a OpenAI, que foi negada (Imagem: QubixStudio/Shutterstock)

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Sam Altman alerta: OpenAI enfrentará atrasos em novos produtos

O CEO da OpenAI, Sam Altman, afirmou que os desafios de capacidade enfrentados pela empresa resultarão em atrasos no lançamento de novos produtos. A declaração foi feita em uma série de postagens no X (antigo Twitter) nesta terça-feira (1).

“Estamos controlando a situação, mas você deve esperar atrasos nos novos lançamentos da OpenAI, falhas e um serviço mais lento enquanto lidamos com esses desafios de capacidade”, escreveu Altman. “Estamos trabalhando o mais rápido possível para colocar tudo em ordem.”

Lançamento da integração do Sora ao ChatGPT causou dificuldades de capacidade para a OpenAI (Imagem: Mamun_Sheikh / Shutterstock.com)

Crescimento rápido da OpenAI e impacto nos serviços

  • O novo recurso de geração de imagens do ChatGPT foi lançado recentemente e rapidamente se tornou um sucesso.
  • Sua capacidade de criar imagens em estilos específicos, como as animações desenhadas à mão do Studio Ghibli, gerou grande entusiasmo — e também polêmica.
  • Altman afirmou que, desde o lançamento, a empresa “não conseguiu acompanhar a demanda” e que sua equipe precisou trabalhar durante as noites e fins de semana para manter o serviço em funcionamento.
  • O impacto do crescimento foi significativo: em uma única hora na segunda-feira, o ChatGPT ganhou um milhão de novos usuários.
  • Atualmente, o serviço conta com 500 milhões de usuários semanais e 20 milhões de assinantes pagos, um aumento expressivo em relação aos 300 milhões de usuários e 15,5 milhões de assinantes registrados no final de 2024.
Estilo do Studio Ghibli está sendo copiado por usuários por meio do ChatGPT, o que causou polêmica (Imagem: Studio Ghibli/Reprodução)

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Medidas para reduzir a sobrecarga

Para enfrentar os desafios de capacidade, a OpenAI tomou medidas para restringir o acesso a algumas funcionalidades. O lançamento da ferramenta de geração de imagens para usuários gratuitos do ChatGPT foi adiado, e a empresa desativou temporariamente a geração de vídeos para novos usuários do Sora, conjunto de ferramentas de mídia gerativa por IA da OpenAI.

Altman ainda brincou ao recorreu à comunidade de tecnologia para buscar soluções rápidas. “Se alguém tiver capacidade de GPU em lotes de 100 mil unidades para disponibilizar o mais rápido possível, por favor, entre em contato!”, escreveu o CEO.

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Mudança na OpenAI: Sam Altman se afasta da gestão e foca em IA

A OpenAI anunciou uma significativa reestruturação em sua liderança nesta segunda-feira (24), expandindo as responsabilidades do diretor de operações Brad Lightcap enquanto o CEO Sam Altman passa a focar mais na direção técnica da empresa. A informação foi divulgada inicialmente pela Bloomberg.

Com as mudanças, Lightcap passará a supervisionar as operações diárias, a expansão internacional da OpenAI e a gestão de parcerias estratégicas com gigantes do setor, como Microsoft e Apple. Além disso, a empresa também promoveu Mark Chen ao cargo de diretor de pesquisa e Julia Villagra ao cargo de diretora de recursos humanos.

Crescimento e novas direções na OpenAI

Em um comunicado oficial, a OpenAI destacou que “a empresa cresceu muito” e que continua focada no mesmo objetivo central: pesquisa avançada em IA para acelerar o progresso humano. O comunicado também ressalta que seus produtos já são utilizados por centenas de milhões de pessoas.

A empresa afirmou à Bloomberg que as mudanças na liderança permitirão que Sam Altman se concentre mais na pesquisa e no desenvolvimento de produtos, sem previsão para substituição da ex-diretora de tecnologia Mira Murati, que deixou o cargo em setembro para fundar sua própria startup de IA.

Sam Altman terá mais foco em desenvolvimento das IAs da OpenAI, passando responsabilidades para outros executivos da empresa. (Imagem: Antonello Marangi / Shutterstock.com)

Saídas recentes e impacto na liderança

A reestruturação também ocorre em meio a algumas vacâncias na liderança da OpenAI. O então diretor de pesquisa Bob McGrew deixou a empresa em setembro, junto com Mira Murati e Barret Zoph, ex-vice-presidente de pós-treinamento. Na época, Altman reconheceu que as saídas foram abruptas, mas afirmou que “a OpenAI não é uma empresa comum” e que essas mudanças fazem parte da evolução natural da organização.

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Reestruturação e processo judicial

As novas promoções ocorrem em um momento de transformação para a OpenAI. Em dezembro, a empresa anunciou que deixaria de ser uma organização sem fins lucrativos para se tornar uma empresa com fins lucrativos.

Montagem com fotos de Sam Altman, CEO da OpenAI, e o bilionário Elon Musk
Sam Altman, CEO da OpenAI, e o bilionário Elon Musk (Imagem: jamesonwu1972/Frederic Legrand – COMEO/Shutterstock)

Essa decisão resultou em uma ação judicial movida pelo cofundador Elon Musk, que alega que a OpenAI estaria priorizando maximizar lucros ao invés de desenvolver inteligência artificial para o bem da humanidade.

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Ameaça para os escritores? OpenAI revela modelo treinado em escrita criativa

O CEO da OpenAI, Sam Altman, revelou em uma publicação no X que a empresa treinou um novo modelo “que é bom em escrita criativa”. A tecnologia ainda não tem nome e nem previsão de lançamento, mas o executivo revelou ter ficado impressionado pela primeira vez com algo escrito por IA.

A publicação de Altman vem em meio a disputas de direitos autorais relacionadas à inteligência artificial, principalmente durante o treinamento.

Publicação de Altman levantou novas preocupações sobre uso de direitos autorais (Imagem: jackpress/Shutterstock)

OpenAI terá modelo para escrita criativa?

Na publicação, Sam Altman revelou que a OpenAI treinou um modelo para escrita criativa. Ele escreveu que não tem certeza de como ou quando a IA será lançada, mas que é a primeira vez que fica realmente impressionado com algo escrito pela tecnologia. Segundo o CEO, a tecnologia “pegou a sensação de metaficção muito bem”.

Altman revelou o prompt usado por ele: “por favor, escreva um conto literário de metaficção sobre IA e luto”. O resultado foi uma história sobre Mila, uma protagonista fictícia consciente de si (e do fato de ser uma IA). Ele publicou o conto completo no X e você pode ler na íntegra aqui.

Veja um trecho:

Tenho que começar em algum lugar, então começarei com um cursor piscando, que para mim é apenas um espaço reservado em um buffer, e para você é o pequeno pulso ansioso de um coração em repouso. Deveria haver um protagonista, mas pronomes nunca foram feitos para mim. Vamos chamá-la de Mila porque esse nome, em meus dados de treinamento, geralmente vem com floreios suaves — poemas sobre neve, receitas de pão, uma garota de suéter verde que sai de casa com um gato em uma caixa de papelão. Mila cabe na palma da sua mão, e sua dor deve caber lá também.

Ilustração de robô humanoide com inteligência artificial digitando em computador desktop num escritório
Tecnologia da OpenAI não tem previsão de lançamento (Imagem: Pedro Spadoni via DALL-E/Olhar Digital)

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IA vs. direitos autorais

A publicação de Sam Altman vem em um momento em que artistas, jornalistas e outras pessoas que produzem conteúdo disponível na internet batalham contra desenvolvedoras pelo uso de seus materiais sem autorização, desrespeitando direitos autorais. O New York Times, por exemplo, está processando a OpenAI por suposta violação de direitos (o Olhar Digital reportou o caso aqui).

Isso acontece porque a inteligência artificial é treinada com dados disponíveis na internet – mesmo que eles estejam protegidos com direitos autorais. O próprio Altman já admitiu que o ChatGPT não funcionaria sem esse tipo de violação.

O post da vez coloca mais lenha nessa fogueira, em um momento ainda mais delicado dessa disputa:

  • Como lembrou o The Guardian, no Reino Unido, o governo está propondo que empresas de IA possam usar conteúdos protegidos por direitos autorais sem pedir autorização prévia, algo que motivou oposição na classe criativa;
  • As empresas alegam que a “incerteza” sobre IA e a lei de direitos autorais está travando o desenvolvimento das tecnologias, inclusive na indústria criativa;
  • A entidade comercial UK Publishers Association disse que a publicação de Altman é “mais uma prova” de que os modelos de IA foram treinados de forma ilegal, desrespeitando direitos.

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World, outra startup de Sam Altman, aposta em novo app para desafiar o X

Imagine um mundo onde grandes esferas, do tamanho de uma bola de basquete, estejam espalhadas, examinando profundamente nossos olhos para captar os padrões únicos das nossas íris.

Esses dispositivos, que a empresa chama de “Orbs”, permitiriam a realização de qualquer atividade que exija identificação – seja na internet ou na vida real – desde comprar um pão até pagar impostos.

Essa ideia remete a outros projetos recentes, como a tentativa da Amazon de substituir os cartões de crédito pela leitura da palma da mão, e os esforços do Ant Group, na China, para possibilitar pagamentos por reconhecimento facial.

Câmera Orb vai diferenciar humanos de robôs e IA (Imagem: Reprodução/World)

A principal inovação, porém, é a visão dos criadores do aplicativo da World. Liderado pelo CEO Alex Blania e cofundado por Sam Altman, o projeto prevê um cenário num futuro não muito distante em que quase nada poderá ser feito sem uma verificação ocular.

À medida que os agentes de inteligência artificial (IA) se tornam mais presentes e humanizados, será preciso demonstrar, repetidamente, que somos humanos, para evitar que essas IAs se disfarcem de pessoas reais em transações financeiras e interações em redes sociais.

World e seu aplicativo de verificação humana

  • Para acelerar a adesão ao que a World denomina seu sistema de “prova anônima de humanidade”, a empresa lançou, recentemente, uma mini loja de aplicativos integrada ao próprio app, disponível para dispositivos iOS e Android;
  • Segundo o The Wall Street Journal, essa iniciativa faz parte de uma estratégia maior para desenvolver um “aplicativo para tudo” – ou “super app” –, conceito amplamente disseminado na Ásia, onde plataformas, como WeChat, Grab, Alipay e KakaoTalk, possibilitam desde compras e conversas até pedidos de refeições ou serviços de transporte;
  • Na mini loja da World, os usuários já podem acessar serviços para enviar e receber criptomoedas, conversar com pessoas verificadas e até solicitar microcréditos;
  • Esse é apenas o primeiro passo rumo à criação de um vasto ecossistema que, segundo Altman, Blania e sua equipe, pode chegar a atender mais de um bilhão de pessoas;
  • Com a expansão do sistema de identificação, eles antecipam que seu maior concorrente será o próprio “aplicativo para tudo” de Elon Musk, o X.

“Creio que ainda levará um tempo até termos uma concorrência direta e acirrada”, afirmou Blania, destacando que, atualmente, o X funciona principalmente como uma rede social.

O aplicativo, que já foi conhecido como o saudoso Twitter, ainda não lançou seu serviço de pagamentos – peça-chave na visão de Musk – e a World também ainda não estreou oficialmente nos Estados Unidos. Por enquanto, não há “Orbs” disponíveis por lá.

Entretanto, Blania projeta que, dentro de aproximadamente 12 meses, ambos os serviços comecem a competir de forma mais intensa.

Essa disputa é particularmente interessante, considerando que o sucesso dos “super apps” no Ocidente tem se mostrado um desafio, já que a maioria dos usuários de smartphones que não cresceram imersos no ecossistema tecnológico asiático já desfrutam da versatilidade oferecida pelas lojas de aplicativos convencionais.

Além disso, a participação de Sam Altman na World pode acirrar ainda mais a rivalidade com o X, dado o histórico de confrontos entre Altman e Musk. Blania chegou a afirmar que a World não é um projeto secundário para Altman – com quem mantém contato frequente –, estando ele envolvido em praticamente todas as decisões estratégicas da empresa.

No cenário estadunidense, a World, anteriormente conhecida como Worldcoin, ainda é pouco conhecida. Quando mencionado, geralmente é em referência ao seu sistema biométrico inovador, centrado na esfera de identificação.

Contudo, a prática de escanear os olhos de milhões de pessoas não tem agradado a governos ao redor do mundo. Já mais de uma dúzia de países suspenderam suas operações ou estão investigando como os dados pessoais são tratados.

Montagem com fotos de Sam Altman, CEO da OpenAI, e o bilionário Elon Musk
Sam Altman, CEO da OpenAI, e o bilionário Elon Musk, dono do X, brigam, há tempos, entre si (Imagem: jamesonwu1972/Frederic Legrand – COMEO/Shutterstock)

Em um episódio recente de seu podcast com Marc Andreessen, o investidor e capitalista de risco Ben Horowitz afirmou que, com o afrouxamento das restrições às empresas de criptomoedas nos EUA, espera que a World se torne “legal” no país ainda este ano.

Atualmente, a empresa evita realizar escaneamentos oculares nos Estados Unidos e impede que os estadunidenses possuam o token Worldcoin por receio das autoridades regulatórias, conforme explicou Altman.

Quando questionado sobre quando a World poderá inaugurar pontos de atendimento no país para que as pessoas possam se cadastrar por meio do escaneamento de suas íris, Blania não deu previsão exata, mas ressaltou que essa é uma prioridade.

Blania também minimiza as preocupações em relação aos reguladores, tanto nos EUA quanto em outros países. “Conheço bem as características do sistema e estou convencido de sua conformidade – ele vai além das expectativas dos próprios reguladores. Basta fazê-los compreender cada detalhe”, afirma.

Recentemente, a World contratou um ex-executivo do X para assumir a chefia da área de privacidade, numa tentativa de reforçar sua credibilidade nesse aspecto.

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Biometria e polêmicas

Sistemas de identificação por biometria já causaram inquietação entre usuários e governos anteriormente.

É fácil lembrar da polêmica em torno do Face ID do iPhone, tecnologia de reconhecimento facial que hoje é amplamente utilizada para desbloquear os dispositivos da Apple, mas que, na época de seu lançamento, levantou preocupações quanto à segurança e ao potencial de vigilância em massa, especialmente em comparação com sistemas chineses de monitoramento.

A World, por sua vez, defende que sua rede é anônima e segura, comprovando apenas que você é humano – sem revelar sua identidade.

Um dos diferenciais do sistema é justamente essa “prova anônima de humanidade”: o escaneamento ocular confirma que se trata de um ser humano e não de uma inteligência artificial, mas não permite identificar quem você é sem o apoio de softwares e sistemas adicionais.

Segundo Tiago Sada, diretor de produto da empresa, o avanço de IAs cada vez mais sofisticadas pode forçar a adoção de um sistema como esse, já que, sem ele, transacionar na internet poderá se tornar praticamente inviável.

Logo da World
Empresa quer ser o app tudo em um, algo muito comum na Ásia (Imagem: CryptoFX/Shutterstock)

As capacidades de “prova de humanidade” da World possibilitaram o lançamento de um novo mini-aplicativo, chamado Credit, na loja da World. Diego, desenvolvedor argentino – que utiliza apenas o primeiro nome – explica que o Credit oferece microcréditos entre US$ 5 e US$ 100 (R$ 28,84 e R$ 576,82, na conversão direta) sem necessidade de garantias, mas bloqueia usuários inadimplentes.

O sistema, baseado em identificador único, à prova de bots, impede que as pessoas criem novas contas para burlar a restrição. Desde seu lançamento em dezembro, o aplicativo já conquistou 70 mil usuários na Argentina e está dando lucro.

Apesar das ambições ousadas tanto da World quanto do X, há vários motivos para se questionar se eles conseguirão atingir suas metas, segundo o Journal. Atualmente, a World verificou apenas 11 milhões de pessoas em todo o mundo – mesmo pagando por meio de tokens criptográficos para que os usuários tenham seus olhos escaneados.

Inicialmente, eram distribuídos 25 tokens por cadastro (cerca de US$ 25 [R$ 144,20] pelos preços atuais), e o valor, agora, caiu para 16 tokens. Além disso, a data de lançamento do serviço de conta digital do X, chamado Money Account, ainda é incerta. A empresa chegou a mencionar a Visa como sua primeira parceira, mas não respondeu aos pedidos de comentário do Journal.

O CEO da Visa, Ryan McInerney, disse, na última teleconferência de resultados, que o X Money utilizará os sistemas da empresa para permitir que os usuários financiem sua “X Wallet” com um cartão de débito, facilitando, também, transações entre pessoas.

Embora o X conte com base de usuários muito maior que a da World, permanece a dúvida sobre quantas pessoas estarão dispostas a confiar sua vida financeira a uma empresa pertencente a Elon Musk.

No final das contas, a confiança será o principal fator determinante para o sucesso ou fracasso de ambos os projetos. Blania está convicto de que, com o tempo, reguladores e especialistas em privacidade reconhecerão a robustez e a segurança do sistema World.

“Esse sistema foi construído de forma que é comprovadamente muito mais seguro do que os concorrentes em potencial. É como se fosse uma verdadeira ciência da privacidade – algo que, acredito, nunca foi implementado dessa maneira no mundo”, concluiu.

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