iStock-874868146-1024x576

Ucrânia tem apenas uma opção à Starlink — e pode não ser suficiente

Os governos de Ucrânia e Rússia podem estar a poucos passos de fechar um cessar-fogo. Mas, que fique claro — é uma trégua, e não o encerramento do conflito, que já dura três anos. Isso implica em novas estratégias militares de ambos os lados.

Para os ucranianos, pode ser momento de rever a dependência dos satélites da Starlink. Recentemente, o CEO da empresa, Elon Musk, afirmou que toda a linha de frente de Kiev entraria em colapso caso o sistema fosse desligado, como relatou o Olhar Digital.

“Para ser extremamente claro, não importa o quanto eu discorde da política da Ucrânia, a Starlink nunca será desligada no país. Sem nossa empresa, os russos poderiam bloquear todas as outras comunicações e nós nunca faríamos tal coisa”, enfatizou.

Ações de operadora da constelação OneWeb subiram após ameaça de Musk (Imagem: EvgeniyShkolenko/iStock)

Leia mais:

Ucrânia tem alternativa?

  • A Europa até tem plano de lançar sua própria constelação de satélites, a IRIS². O problema é que a rede com 290 dispositivos financiada pela Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), além de capital privado, não ficará pronta antes de 2030;
  • Segundo o Ars Technica, a opção que resta ao presidente Volodymyr Zelensky é a constelação OneWeb, -rede de 630 satélites lançados entre 2019 e 2023;
  • Isso representa um décimo do tamanho da megaconstelação Starlink da SpaceX, mas garante conectividade de alta velocidade;
  • A reportagem destaca o histórico conturbado da empresa, que passou por uma série de mudanças de propriedade até ser adquirida pela operadora de satélite francesa Eutelsat, em 2023, por US$ 3,4 bilhões (R$ 19,52 bilhões, na conversão direta);
  • No início do ano, as ações estavam sendo negociadas em baixas históricas a US$ 1,25 (R$ 7,17).;
  • Mas, desde a ameaça de desligamento da Starlink, os papéis da empresa dispararam, aumentando quatro vezes seu valor, segundo o site;
  • Os governos britânico e francês possuem, cada um, pouco mais de 10% da empresa.
Empresa prometeu 40.000 novos terminais de nível militar e padrão para Kiev (Imagem: Nzpn/iStock)

Desafios

Para o diretor de pesquisa da Quilty Analytics, Caleb Henry, que está escrevendo um livro sobre a história da OneWeb e foi consultado pelo Ars Technica, o Exército da Ucrânia poderia encontrar alguns obstáculos caso optasse pelos serviços da companhia.

Os soldados não conseguiriam, por exemplo, montar terminais de usuário em drones, como ocorre com sistemas da Starlink, porque os equipamentos da OneWeb são grandes demais para isso, segundo ele. 

Ainda assim, a empresa tem se movimentado para tentar ocupar um espaço que pode se abrir futuramente. A Eutelsat já tem satélites de baixa altitude implantados na Ucrânia para dar suporte a “comunicações governamentais e institucionais”.

À Bloomberg, a CEO, Eva Berneke, informou que há plano para fornecer 40 mil terminais de nível militar e padrão para Kiev dentro de “alguns meses”. E que a companhia está considerando usar 35 satélites geoestacionários para fornecer “capacidade adicional” sobre o país.

O post Ucrânia tem apenas uma opção à Starlink — e pode não ser suficiente apareceu primeiro em Olhar Digital.

54355073229_8623c721ad_k-1024x569

Foguete reutilizável terá plataforma de pouso no mar; conheça

Uma empresa de sistemas espaciais dos Estados Unidos vai construir no mar uma plataforma de pouso para seu foguete reutilizável com o objetivo de atender a demanda crescente pela implantação de constelações de satélites.

A Rocket Lab já é líder global em serviços de lançamentos espaciais e vai dar mais um passo para consolidar a presença no mercado com o projeto “’Return On Investment”. A plataforma começará a ser construída este ano e estará pronta para uso em 2026.

A barcaça de 122 metros vai passar por modificações que incluem um equipamento autônomo de suporte terrestre para capturar e proteger o foguete, blindagem contra explosões e propulsores de manutenção de estação para posicionamento preciso.

Plataforma foi adquirida de empresa de transporte marítimo (Imagem: Rocket Lab/Divulgação)

Operada na Costa Leste dos EUA, a plataforma está sendo construída sobre a antiga embarcação “Oceanus” — fornecida pela Canal Barge Inc., uma empresa de transporte marítimo de Nova Orleans — e nomeada em homenagem ao titã grego Oceanus, a personificação do rio que os gregos acreditavam que circundava o mundo inteiro.

Leia Mais:

Um novo foguete para chamar de seu

O projeto integra um plano maior de lançamento do novo foguete da empresa, o Neutron, feito a partir de carbono reutilizável. O veículo de médio porte — 43 metros — é capaz de implantar cargas úteis de até 15.000 kg e foi projetado não só para transportar satélites, mas também para uso em missões de segurança nacional, bem como exploração lunar e interplanetária.

Novo foguete pode implantar cargas de até 15.000 kg (Imagem: Rocket Lab/Divulgação)

O Neutron pode executar dois perfis de missão: Return To Launch Site (RTLS) para pousos propulsivos no Rocket Lab Launch Complex 3, na Virgínia; e missão reutilizável com manobra Down Range Landing, com pouso na plataforma instalada no mar. O voo de estreia está previsto para o segundo semestre de 2025.

“Estamos trabalhando duro para colocar a Neutron na ativa com um dos cronogramas de desenvolvimento mais rápidos da história para um novo foguete, porque sabemos que as oportunidades de lançamento de médio porte são limitadas e o acesso ao espaço está sendo sufocado”, afirmou o fundador e CEO da Rocket Lab, Sir Peter Beck.

Além do Neutron, a empresa também revelou um novo satélite que pode ser produzido em grandes volumes e adaptado para grandes constelações. O Flatellite promete conectividade segura, de baixa latência, alta velocidade e capacidade de sensoriamento remoto para mercados de segurança nacional, defesa e comerciais.

O post Foguete reutilizável terá plataforma de pouso no mar; conheça apareceu primeiro em Olhar Digital.