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Hackers quânticos: quando o computador do futuro vira ameaça

Imagine um computador tão poderoso que pode quebrar senhas bancárias, códigos militares e até segredos de Estado em questão de segundos. Esse não é o roteiro de um filme de ficção científica — é o alerta real que cientistas e especialistas em segurança vêm fazendo com a chegada dos computadores quânticos. Estamos preparados para essa nova era?

Eles funcionam com as regras da física quântica, usando qubits em vez de bits. Enquanto um bit tradicional representa apenas 0 ou 1, o qubit consegue representar os dois ao mesmo tempo. Isso permite que computadores quânticos resolvam problemas praticamente impossíveis para as máquinas atuais — inclusive decifrar os algoritmos que mantêm nossas informações seguras.

O problema é que quase tudo no mundo digital depende desses códigos: mensagens criptografadas, transações financeiras, cadastros em nuvens, dados médicos, segredos industriais. Se um computador quântico suficientemente avançado cair nas mãos erradas, o impacto pode ser devastador — da espionagem internacional a golpes bancários em massa.

Computadores quânticos podem quebrar a internet como conhecemos

Segundo a revista Live Science, a segurança digital que protege senhas, mensagens e compras online pode ser destruída pelos computadores quânticos. Essas máquinas são capazes de resolver cálculos tão complexos que conseguem decifrar os códigos que usamos hoje para proteger nossas informações.

Máquinas capazes de decifrar os códigos que protegem a internet já estão no horizonte (Imagem: Song_about_summer/Shutterstock)

Para evitar esse cenário, cientistas trabalham em novas formas de proteção, conhecidas como criptografia pós-quântica. A ideia é substituir os sistemas atuais por códigos mais resistentes, preparados para enfrentar esta revolucionária tecnologia.

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Entre as soluções mais promissoras estão as lattices — grades matemáticas difíceis até para os supercomputadores mais avançados — e outras técnicas que embaralham dados de forma quase impossível de decifrar. A boa notícia é que essas defesas já estão em desenvolvimento.

O perigo silencioso que já começou

Mesmo sem computadores quânticos plenamente operacionais, o risco já é real. Grupos mal-intencionados estão coletando dados criptografados hoje para decifrá-los no futuro, quando a tecnologia permitir. É a estratégia do “coletar agora, decifrar depois” — e pode afetar tudo, de contas bancárias a segredos de Estado.

Computador quântico.
Detalhe de um computador quântico (Imagem: Bartlomiej K. Wroblewski/Shutterstock)

A solução está na antecipação. Atualizar sistemas leva tempo, especialmente em ambientes críticos, como redes militares. Por isso, especialistas defendem a “agilidade criptográfica” — a capacidade de mudar de algoritmo rapidamente, caso um deles falhe.

Não há solução única para todos os cenários. A segurança digital dependerá de um conjunto de algoritmos complementares, escolhidos conforme o tipo de risco e aplicação. Será uma estrutura flexível, capaz de se adaptar conforme novas ameaças surgirem — e esse trabalho precisa começar agora.

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Computador quântico gera aleatoriedade verdadeira pela primeira vez

A computação quântica continua a avançar a passos largos, e agora um novo feito promete mudar a forma como lidamos com a segurança digital. Pela primeira vez, um computador quântico gerou um número certificado como verdadeiramente aleatório, utilizando qubits entrelaçados.

Este marco não apenas demonstra o potencial das máquinas quânticas, mas também evidencia uma função que, até então, estava além da capacidade dos supercomputadores mais poderosos. A pesquisa, conduzida por cientistas dos EUA e do Reino Unido, utiliza o computador quântico de 56 qubits da Quantinuum, que se destacou em um experimento de supremacia quântica. O estudo foi publicado na revista Nature.

Este feito é particularmente importante em um momento de crescente ameaça à segurança cibernética. A geração de números aleatórios confiáveis é fundamental para garantir criptografia robusta e impedir que dados sensíveis sejam acessados por sistemas mal-intencionados. A computação quântica, agora, se apresenta como uma ferramenta crucial para a comunicação eletrônica segura.

Computação quântica alcança feito inédito (Imagem: Wright Studio / Shutterstock.com)

O desafio da aleatoriedade

  • Historicamente, a geração de números aleatórios não era tão simples quanto parece.
  • Mesmo em atividades como jogar dados ou escolher uma carta, as ações envolvem regras complexas que, em teoria, são previsíveis, dependendo das condições.
  • Até fenômenos caóticos, como o movimento da cera em uma lâmpada de lava, têm um comportamento fundamentado nas leis da termodinâmica, tornando-os, de certa forma, determinísticos.
  • Isso significa que um computador poderoso poderia, em teoria, prever esses resultados e quebrar sistemas de segurança baseados nessas formas de aleatoriedade.
  • A solução proposta pela física quântica oferece uma nova abordagem.
  • Em vez de seguir as regras clássicas da física, a quântica lida com propriedades imprevisíveis de partículas, criando uma verdadeira aleatoriedade.
  • Não há elementos ocultos que um supercomputador possa manipular para prever os resultados, tornando a aleatoriedade quântica incomparável à dos sistemas tradicionais.

Superando as barreiras da física clássica

Para realizar o experimento, os pesquisadores utilizaram o protocolo de randomização certificada proposto por Scott Aaronson e Shih-Han Hung, da Universidade do Texas, em 2018. Através deste método, o time foi capaz de garantir que o número gerado fosse de fato aleatório, ao minimizar a interferência da física clássica e maximizar o uso das capacidades quânticas do sistema.

Ao conectar o computador quântico Quantinuum à internet, os cientistas conseguiram gerar números aleatórios em tempo real, testando a capacidade do dispositivo para realizar operações que dependem desse processo.

A precisão do experimento foi validada por meio de supercomputadores, que realizaram mais de um milhão de trilhões de operações por segundo (1.1 exaflops). Esses cálculos confirmaram que o número gerado era, de fato, aleatório, superando o benchmark que valida a aleatoriedade verdadeira. Isso eliminou qualquer possibilidade de exploração de falhas por um supercomputador avançado, mesmo em um longo período de tempo.

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Supercomputadores validaram o experimento (Imagem: Timofeev Vladimir / Shutterstock.com)

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Implicações para a segurança e o futuro

A aplicação de aleatoriedade certificada quântica abre novas possibilidades para a segurança digital e a criptografia. Como afirma Rajeeb Hazra, presidente e CEO da Quantinuum, este é um “marco crucial que coloca a computação quântica firmemente no campo das aplicações práticas e reais”. Essa descoberta tem implicações significativas para indústrias como finanças, manufatura e além, estabelecendo um novo padrão para a entrega de segurança robusta e permitindo simulações avançadas em diversas áreas.

Esse avanço não se limita apenas à segurança digital, mas também demonstra o potencial da tecnologia de íons aprisionados da Quantinuum, que, ao ser acessada via internet, facilita o uso de números aleatórios gerados por computação quântica em qualquer lugar do mundo. Com a computação quântica, estamos cada vez mais próximos de transformar a segurança e os processos computacionais de maneira radical.

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IAs compartilham seus dados com outras empresas, diz pesquisa

As suas conversas com chatbots de inteligência artificial (IA) podem não ser tão seguras quanto parecem. Um estudo da Surfshark revelou que um terço das 10 maiores empresas de IA compartilham dados dos usuários sem que eles saibam exatamente como essas informações são usadas.

Além de expor quais dados são coletados, o relatório da empresa de cibersegurança apontou quais tipos de informações são as mais coletadas.

Estudo da Surfshark sobre uso de dados de empresas de I.A (Imagem: Surfshark/Reprodução)

De acordo com o estudo, cerca de 40% das IAs consideradas utiliza a localização dos consumidores, sendo que 30% delas rastreiam os dados pessoais, entre eles contatos, histórico e interações com chatbots. Além disso, boa parte dessas companhias também reúnem informações comportamentais dos usuários.

Saiba como proteger seus dados

  • Utilize IAs confiáveis, muitos bots coletam suas informações sem nem informar o usuário.
  • Verifique as configurações de privacidade do seu chatbot, algumas empresas disponibilizam suas diretrizes de uso, confira se você está de acordo.
  • Evite compartilhar informações sensíveis, como: endereços, senhas e dados pessoais.
  • Desative opções de rastreamento em seus dispositivos.
  • Use extensões de privacidade, como uBlock Origin, Privacy Badger ou Ghostery.
  • Ative a opção “Do Not Track” no seu navegador.
  • Utilize uma VPN confiável para ocultar seu endereço IP.
  • Desative o rastreamento de anúncios em Google, Facebook e outros serviços.
Logos de inteligências artificiais em um smartphone
Empresas de inteligência articifial compartilham dados de usuários para terceiros (Imagem: Tada Images/Shutterstock)

Como cada IA rastreia dados de usuários

Google Gemini

O Gemini é o chatbot que mais coleta dados, registrando 22 dos 35 tipos possíveis. Ele é um dos poucos que coleta localização precisa e reúne informações como nome, e-mail, número de telefone, histórico de navegação e contatos salvos no dispositivo.

ChatGPT

O ChatGPT coleta 10 tipos de dados, incluindo informações de contato, conteúdo das interações, identificadores e informações de uso. No entanto, ele não rastreia usuários para publicidade e não compartilha com terceiros para fins de anúncios. Além disso, há a opção de usar chats temporários, que se apagam automaticamente após 30 dias.

Copilot

O Copilot coleta IDs de dispositivos. Essa informação pode ser usada para associar o comportamento do usuário ao longo do tempo e vinculá-lo a outros bancos de dados para fins de publicidade ou análise de comportamento. Além disso, Copilot pode compartilhar essas informações com terceiros.

Poe

O Poe também realiza rastreamento de usuários, coletando IDs de dispositivos. Essa prática permite que os dados dos usuários sejam cruzados com outras informações coletadas por terceiros, permitindo a exibição de anúncios personalizados ou até mesmo a venda desses dados para corretores de informações digitais.

Jasper

O Jasper é o chatbot que mais rastreia usuários entre os analisados, coletando IDs de dispositivos, dados de interação com o produto, informações publicitárias e outras informações de uso. Ele pode compartilhar essas infos com terceiros ou usá-los para segmentação de anúncios, tornando-o um dos mais invasivos nesse aspecto.

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DeepSeek

O DeepSeek coleta 11 tipos de dados, incluindo histórico de chat e infos do usuário, armazenando-os em servidores. Embora não seja mencionado o uso explícito para rastreamento publicitário, seus servidores já sofreram um vazamento de mais de 1 milhão de registros, incluindo conversas e chaves de API.

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