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Como o Sol influencia chuvas de meteoros inesperadas

Um artigo publicado este mês na revista Icarus aponta que o Sol pode ajudar a prever chuvas de meteoros raras e intensas. Segundo os autores, uma oscilação sutil do astro influencia o caminho de nuvens de poeira deixadas por cometas, e isso afeta diretamente quando e onde essas partículas vão colidir com a Terra.

Essas colisões são o que geram as chuvas de meteoros, fenômenos que encantam observadores do céu. Algumas acontecem com regularidade, como a Eta Aquáridas, que surge todos os anos em maio, e as Perseidas, em agosto. No entanto, outras aparecem de forma imprevisível, duram pouco e depois somem por décadas, sem deixar pistas claras.

O novo estudo propõe que essa irregularidade pode ser explicada pelo modo como o Sol se movimenta. Apesar de parecer parado, o Sol oscila em torno de um ponto chamado baricentro, que é o verdadeiro centro de massa do Sistema Solar. Esse ponto muda de lugar por causa da influência gravitacional dos planetas, principalmente Júpiter e Saturno.

Vista do céu noturno com um céu estrelado ao fundo e muitos meteoros voando pela atmosfera, aparecendo como traços brancos, com árvores e plantas em primeiro plano. Crédito: Kenneth Brandon

Essa oscilação, embora pequena, é suficiente para afetar a trajetória de partículas espaciais. Quando um cometa se aproxima do Sol, ele libera uma trilha de poeira. Essas partículas seguem orbitando nossa estrela por séculos e, em alguns casos, cruzam o caminho da Terra, gerando uma chuva de meteoros.

Com o tempo, essas trilhas de poeira se espalham e se deformam, tornando-se mais difíceis de prever. Quanto mais antigas, mais largas e difusas elas ficam. Já as trilhas jovens são estreitas e instáveis – e por isso podem causar chuvas intensas e curtas, ou simplesmente não acontecer.

Novo modelo ajuda a prever chuvas de meteoros

Os pesquisadores Stuart Pilorz e Peter Jenniskens, do Instituto SETI, descobriram que, ao não considerar o movimento do Sol, as simulações anteriores estavam incompletas. As trilhas de poeira reagem de forma sensível a essa oscilação solar, o que muda seu percurso ao longo do tempo.

Quando as partículas estão longe, elas orbitam o baricentro. Mas, ao se aproximarem do Sol, passam a ser puxadas diretamente por sua gravidade. Esse “troca-troca” de centro gravitacional altera levemente a velocidade e o caminho dessas partículas, como se recebessem pequenos empurrões.

Essas mudanças são pequenas, mas somadas ao longo dos anos, fazem diferença. Elas explicam por que algumas trilhas atingem a Terra em momentos inesperados. Com base nisso, os autores desenvolveram um novo modelo para prever melhor essas passagens.

Oscilações do Sol em torno do centro de massa do Sistema Solar, no período de 1945 a 2010. São mostradas as posições celestes anuais do baricentro (pequenos círculos) em relação ao centro do Sol (cruz). Crédito:  Marcos José de Oliveira/Elaborado com base em Landscheidt (1981) e Scafetta (2010).

A teoria foi colocada à prova em 2023, quando Jenniskens usou o modelo para prever o retorno de uma chuva de meteoros quase esquecida. Ele calculou que a trilha de um cometa antigo cruzaria o caminho da Terra por conta de uma combinação exata entre as órbitas de Júpiter e Saturno.

Jenniskens e Pilorz viajaram até a Espanha para observar. A previsão se confirmou: uma chuva rara e intensa riscou o céu durante 40 minutos. O evento foi curto, mas espetacular – e bateu exatamente com o cálculo feito pelo novo modelo.

Essa chuva específica reaparece a cada 60 anos, seguindo um ciclo que coincide com os movimentos combinados de Júpiter (que leva 12 anos para dar a volta no Sol) e Saturno (que leva 29). A interação desses dois gigantes é o que impulsiona a oscilação solar.

Com o tempo, as trilhas de poeira vão se espalhando e ficando mais fáceis de prever. Mas nos primeiros séculos após sua formação, elas são frágeis e sensíveis. Pequenos fatores, como o movimento do Sol, podem desviá-las ou aproximá-las da Terra.

A novidade do estudo é justamente reconhecer a importância dessa influência sutil. Até então, o movimento do Sol era ignorado nas simulações, por parecer insignificante. Mas o novo modelo mostra que ele tem um papel essencial nas chuvas mais raras.

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Mais explosões de estrelas cadentes podem estar a caminho

O impacto é claro: agora os cientistas conseguem prever com mais precisão quando essas chuvas intensas e inesperadas vão ocorrer. Isso ajuda os astrônomos e também fotógrafos e curiosos que gostam de observar o céu.

Além disso, o estudo revela como fenômenos aparentemente invisíveis – como uma leve oscilação solar – podem ter efeitos concretos no nosso planeta. Mostra também como detalhes esquecidos podem mudar nossa compreensão sobre eventos naturais.

Os autores acreditam que o novo modelo vai ajudar a identificar outras chuvas raras no futuro. Eles já planejam novas observações com base nessas previsões. Se tudo correr como esperado, mais explosões de meteoros devem surgir nos próximos anos.

O trabalho também reforça a importância de incluir todos os fatores gravitacionais nas simulações. Mesmo os mais discretos, como a dança do Sol em torno do baricentro, podem mudar o curso de trilhas espaciais com centenas de anos de idade.

Ao entender melhor esses mecanismos, os cientistas abrem caminho para novas descobertas. E para nós, aqui na Terra, isso significa mais oportunidades de presenciar espetáculos celestes que antes pareciam impossíveis de prever.

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Cientistas têm um plano para encontrar ‘visitantes’ no nosso Sistema Solar

Encontrar vida alienígena é um dos grandes objetivos da ciência atualmente. Mas não são apenas os ‘aliens’ que podem estar vivendo planeta afora: objetos interestelares se originam fora do nosso Sistema Solar, mas, eventualmente, podem fazer uma ‘visitinha’ por aqui.

Porém, esses corpos celestes apresentam dois problemas: eles são extremamente rápidos e têm trajetórias inesperadas, o que torna muito difícil detectá-los e estudá-los a tempo.

Um projeto em colaboração com o Laboratório de Propulsão a Jato da NASA tem uma solução para viabilizar o estudo desses objetos.

Ilustração do conceito do projeto Neural-Rendezvous. Na imagem, as linhas amarelas representam as trajetórias dos objetos interestelares e as linhas azuis, a trajetória do enxame de naves (Imagem: Tsukamoto et al. 2025)

Objetos interestelares fazem ‘visitas’ ao nosso Sistema Solar

Objetos interestelares são corpos que nascem foram do Sistema Solar, como cometas, asteroides e meteoros. Alguns deles corriqueiramente passam por aqui e chamam atenção da ciência.

O 1I/’Oumuamua, por exemplo, foi o primeiro deles a ser descoberto passando pelo nosso Sistema Solar, em 2017. Ele viajou em uma velocidade de cerca de 315.400 km/h e, inicialmente, foi classificado como um cometa. Depois, foi renomeado apenas como “objeto interestelar”, porque não atendia às características de cometa.

Em 2019, foi a vez do 2I/Borisov, o primeiro a ser classificado como “cometa interestelar”.

Os objetos intrigam a ciência, mas, como são extremamente rápidos e têm trajetórias imprevisíveis, costumam ser difíceis de se descobrir e estudar. Uma equipe liderada por Hiroyasu Tsukamoto, professor da Universidade de Illinois Urbana-Champaign, em parceria com a NASA, pensou em uma alternativa para detectar esses corpos a tempo.

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Projeto quer detectar objetos interestelares com segurança

O projeto reconhece os dois desafios (velocidade e trajetória dos objetos interestelares) e pensou em uma solução: uma estrutura de orientação e controle baseada em aprendizado profundo que permite que naves espaciais encontrem os objetos com segurança.

Segundo Tsukamoto, em comunicado, a equipe está “tentando encontrar um objeto astronômico que atravesse nosso Sistema Solar apenas uma vez e não queremos perder essa oportunidade”. Ele destaca que, embora seja possível prever a aproximação dos objetos com antecedência, as condições de sua ‘visita’ são imprevisíveis.

A solução foi o projeto Neural-Rendezvous, que permite que uma nave espacial use IA para “pensar” rapidamente ao se aproximar dos objetos interestelares. De acordo com o Space.com, funcionaria como um cérebro humano, capaz de tomar uma decisão enquanto realiza a ação.

Uma interpretação artística do estranho formato de charuto do 'Oumuamua
O objeto interestelar ‘Oumuamua (Crédito: ESO/M. Kornmesser)

Em que pé está o projeto?

  • Tsukamoto quer projetar o ‘cérebro’ e provar que ele funciona com segurança;
  • Para chegar nesse objetivo, dois membros da equipe, os graduandos Arna Bhardwaj e Shishir Bhatta, tiveram a ideia de implementar o sistema em várias naves ao mesmo tempo. A intenção é maximizar a coleta de informações sobre os objetos interestelares e potencializar a atuação do sistema;
  • A dupla colocou esse conceito à prova usando simuladores multi-espaçonave M-STAR e pequenos drones chamados Crazyflies, que funcionaram como uma espécie de enxame de naves trabalhando em conjunto;
  • Os avanços foram descritos em um artigo, mas, por enquanto, o Neural-Rendezvous ainda é um “conceito teórico“. O primeiro teste foi uma tentativa de “torná-lo mais útil e prático”.

Um vídeo no YouTube descreveu como o sistema funcionaria:

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Vento solar “esmagou” Júpiter; entenda

Um estudo publicado nesta quinta-feira (03) na revista Geophysical Research Letters descreveu pela primeira vez um fenômeno curioso em Júpiter: um vento solar de 2017 comprimiu a bolha protetora do planeta, aumentando (e muito) a temperatura por lá.

Além disso, os pesquisadores apontam que esse evento pode atingir Júpiter mais vezes do que o esperado, de duas a três vezes por mês.

O trabalho também ajudou a entender a influência do Sol nas atmosferas dos planetas do nosso sistema solar.

Pesquisa mostrou que vento solar que atingiu o planeta teve influências na atmosfera (Imagem: Geophysical Research Letters/Reprodução)

Vento solar comprimiu a bolha protetora de Júpiter

Cientistas da Universidade de Reading descobriram que um evento solar de 2017 atingiu Júpiter e comprimiu sua magnetosfera. Trata-se de uma região comum em planetas magnetizados, que funciona como uma bolha protetora contra a radiação solar e partículas cósmicas.

As observações foram feitas a partir do telescópio terrestre Keck e de dados da nave espacial Juno, da NASA, que permitiram uma modelagem do vento solar. Ele teria ‘esmagado’ a magnetosfera pouco antes do início das observações.

Segundo o Dr. James O’Donoghue, autor principal da pesquisa, a resposta de Júpiter a esse evento nunca havia sido estudada. A análise revelou que o vento solar intensificou o aquecimento auroral nos polos do planeta, fazendo com que a atmosfera se expandisse e derramasse gás quente em direção ao centro. O resultado foi um aumento na temperatura da magnetosfera para mais de 500ºC (normalmente, as camadas atmosféricas mais altas por lá medem cerca de 250ºC).

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Ele explicou o que aconteceu:

O vento solar esmagou o escudo magnético de Júpiter como uma bola de squash gigante. Isso criou uma região superaquecida que abrange metade do planeta. O diâmetro de Júpiter é 11 vezes maior que o da Terra, o que significa que essa região aquecida é enorme.

Dr. James O’Donoghue, autor principal

Ainda, segundo o líder do estudo, essa é a primeira vez que um fenômeno assim é visto em qualquer mundo.

Trabalho combinou observações do telescópio Keck e da nave Juno (Imagem: Geophysical Research Letters/Reprodução)

O que isso nos diz sobre Júpiter?

O’Donoghue explicou que Júpiter serve como um laboratório do Sistema Solar. Através dele, é possível estudar e compreender os efeitos do Sol em outros planetas, e entender as consequências das tempestades solares na atmosfera e nas invenções humanas, como redes de energia, comunicações e GPS.

Além disso, os efeitos foram inesperados:

  • A equipe pensava que a rápida rotação de Júpiter confinaria o aquecimento auroral às regiões polares. A pesquisa mostrou que não, já que o vento solar causou o aumento da temperatura em outras regiões;
  • Isso indica que as atmosferas dos planetas do nosso sistema solar estão mais vulneráveis às influências do Sol do que sabíamos anteriormente;
  • O professor Mathew Owens, coautor da pesquisa, explicou que essas descobertas ajudam a entender os sistemas de previsão e podem ajudar a proteger a Terra do clima espacial perigoso.

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Existência do “Planeta 9” é indicada em estudo liderado por brasileiro

Quantos planetas possui o Sistema Solar? Bem, se você está atualizado, provavelmente respondeu oito. Mas sabia que desde o século 19 é especulada a existência de um “Planeta 9”? (e não estamos falando do rebaixado Plutão). Agora, um estudo comandado por um brasileiro colocou mais lenha na fogueira e trouxe novos indícios desse astro.

A existência do Planeta 9 começou a ser hipotetizada após a descoberta de Netuno em 1846. Isso, pois características como a direção das órbitas de objetos no Sistema Solar externo, distâncias perihélicas maiores do que o normal e a existência de objetos com elevadas inclinações indicavam a presença de um novo astro.

Essa busca resultou na descoberta de Plutão, mas mais de um século depois foi visto que o Planta não tinha a mesma característica de seus vizinhos, o que fez ele perder seu status.

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Mas se Plutão não é esse planeta, poderia existir outro? Após a correção da classificação do nosso anão favorito as buscas se intensificaram, levando a estudos modernos sobre o tema. O mais provável hoje é que, caso ele seja real, esteja situado para além do Cinturão de Kuiper — um vasto disco de objetos espaciais, como asteroides, cometas e planetas anões — em uma região mais externa, fria e escura do Sistema Solar.

Toda essa distância tornaria sua detecção difícil, o que pode explicar a falta de evidências de sua existência. 

Estudo de brasileiro indica existência do “Planeta 9”

A pesquisa feita por pesquisadores da Unesp em parceria com cientistas dos EUA e da França analisou a influência do eventual “Planeta 9” na formação e na trajetória de cometas que já foram observados no Sistema Solar. 

De acordo com a Universidade, no estudo, publicado na revista científica Icarus, “o grupo relata o resultado de uma simulação de um modelo do sistema Solar contendo um nono planeta. O experimento permitiu monitorar a evolução da nossa vizinhança espacial ao longo de um período equivalente a bilhões de anos”.

Os resultados revelaram que a existência do “Planeta 9” afetaria a formação de duas áreas do sistema solar que abrigam reservatórios de cometas: a área expandida do cinturão de Kuiper e a Nuvem de Oort.

A hipótese moderna mais aceita da existência do astro é de 2016, liderada pelo astrônomo Michael Brown, e considera que Netuno não teria força suficiente para exercer influência gravitacional sozinho contra seis objetos transnetunianos classificados como os mais distantes já registrados no Sistema Solar.  

Regiões onde o Planeta 9 ainda não foi procurado (Imagem: Reprodução/Michael E. Brown et al.)

“A ideia é que esse planeta forneceria uma força gravitacional forte o suficiente para alinhar esses objetos”, diz Rafael Ribeiro de Sousa, pesquisador da Faculdade de Engenharia e Ciências da Unesp, campus de Guaratinguetá, à Unesp.

Mas como esses objetos estão muito distantes do Sul e possuem uma órbita extremamente longa, de 10 mil anos, identificar um planeta ali é bem desafiador. “O que os seis objetos transnetunianos indicam é que é preciso descobrir mais objetos assim, para conseguir uma precisão maior da órbita e do local do Planeta 9”, completa Sousa. 

“A dificuldade de encontrar objetos distantes no Sistema Solar se deve, basicamente, à distância. Eles precisam ser refletidos, ou seja, a luz do Sol precisa incidir nesses objetos para que apresentem um brilho que possibilite sua observação”, disse ainda o pesquisador.

Como o estudo sobre o novo planeta foi feito

Para contornar isso, o estudo simulou a formação do Sistema Solar e sua evolução contando com a existência do planeta, com o objetivo de entender se essa evolução comportaria o astro.

O experimento simulou a história dos últimos 4,5 bilhões de anos do Sistema Solar, com o Planeta 9 incluído no modelo. O foco estava na formação das regiões do Cinturão de Kuiper e da Nuvem de Oort.

Concepção artística do suposto nono planeta do Sistema Solar. Créditos: Caltech/R. Hurt

Os resultados mostraram que a introdução de um hipotético Planeta 9 resultava na formação de ambas estruturas. Mas, a simulação também resultava no surgimento de uma segunda nuvem, na região expandida do Cinturão de Kuiper.

“Descobrimos que houve um match, uma coincidência. Nossas simulações foram consistentes com as observações das órbitas dos cometas”, disse o pesquisador. 

Os próximos passos agora são aprimorar a simulação para abarcar os cometas de longo período e entender a relação entre a origem deles, a Nuvem de Oort e o “Planta 9”.

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10 curiosidades sobre os cometas que você não sabia

Os cometas sempre fascinaram a humanidade com suas caudas brilhantes e trajetórias imprevisíveis. Mas por trás da beleza que vemos no céu, há muitos fatos científicos que revelam a importância desses corpos celestes para a compreensão do nosso Sistema Solar. Confira abaixo 10 curiosidades sobre os cometas que você provavelmente não sabia.

1. Cometas orbitam o Sol, assim como os planetas

Cometa cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) fotografado em Vega de San Mateo, nas Ilhas Canárias (Espanha). Crédito: Frank A. Rodriguez via Spaceweather.com

Embora muitas vezes pareçam surgir do nada, os cometas estão presos à gravidade do Sol, assim como todos os planetas do Sistema Solar. Eles seguem trajetórias bem definidas, ainda que bastante excêntricas e inclinadas. Quando se aproximam do Sol, tornam-se visíveis a olho nu, o que dá a impressão de que são imprevisíveis, mas seus movimentos podem ser calculados com precisão.

2. Eles são compostos por gelo, poeira e detritos rochosos

Cometa Hale-Bopp. Crédito: MarcelClemens – Shutterstock

Os cometas são verdadeiros “fósseis gelados” do Sistema Solar. Compostos por uma mistura de gelo, poeira e fragmentos rochosos, eles carregam em seu interior materiais primitivos formados há cerca de 4,5 bilhões de anos. Esses elementos são vestígios da nuvem que deu origem ao Sol e aos planetas, funcionando como cápsulas do tempo cósmicas.

3. Cometas vêm de regiões distantes como a Nuvem de Oort e o Cinturão de Kuiper

O distante Cinturão de Kuiper (além da órbita de Netuno) e a aonda mais distante Nuvem de Oort, são as regiões longínquas do Sistema Solar de onde tem origem os Cometas – Créditos: NASA

A maioria dos cometas tem origem em duas regiões extremas do Sistema Solar: a Nuvem de Oort e o Cinturão de Kuiper. A primeira fica muito além da órbita de Plutão, numa região quase intergaláctica. Já o Cinturão de Kuiper é mais próximo e é o lar de milhares de corpos gelados. Ambos os locais abrigam objetos remanescentes da formação do Sistema Solar, que ocasionalmente são empurrados em direção ao Sol por forças gravitacionais.

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4. As órbitas dos cometas são elípticas

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Cometa C/2024 G3 (ATLAS) no periélio Órbita e localização do cometa C/2024 G3 (linha branca e ponto) em relação ao resto do Sistema Solar interno em 13 de janeiro de 2025, quando o cometa está próximo do periélio. Imagem: NASA / JPL-Caltech

Ao contrário dos planetas, que têm órbitas quase circulares, os cometas seguem órbitas altamente elípticas. Isso significa que eles passam por períodos muito distantes do Sol, onde permanecem inativos e escuros, e outros em que se aproximam da estrela, ganhando brilho e desenvolvendo suas características caudas. Essa variação de distância influencia diretamente sua aparência e atividade.

5. Existem cometas de curto e longo período

Cometa Hale-Bopp. Crédito: MarcelClemens – Shutterstock

Os cometas são classificados de acordo com o tempo que levam para completar uma órbita em torno do Sol. Cometas de curto período completam esse ciclo em até 20 anos, como o famoso Halley. Já os de longo período podem levar centenas ou milhares de anos para retornar, como o cometa Hale-Bopp. Existe ainda uma categoria intermediária chamada de cometas do tipo Halley, com períodos entre 20 e 200 anos.

6. Cada cometa tem três partes principais

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Ao todo, dez cometas já foram vistos no Cinturão de Asteroides. Créditos: Marko Aliaksandr/Shutterstock

Um cometa é formado por três componentes principais: o núcleo, a coma e as caudas. O núcleo é o centro sólido, feito de gelo e rochas. A coma é uma nuvem de gás e poeira que envolve o núcleo quando ele aquece ao se aproximar do Sol. As caudas, sim, no plural, se formam quando partículas da coma são empurradas pelo vento solar, criando um rastro espetacular que pode se estender por milhões de quilômetros.

7. A cauda do cometa pode brilhar de diferentes formas

Representação artísticas das moléculas orgânicas encontradas no núcleo do foguete Hale-Bopp, que podem ter se formado nos estágios iniciais do Sistema Solar. Crédito: Eric R. Willis, Drew A. Christianson e Robin T. Garrod

A cauda de um cometa pode brilhar de duas maneiras distintas. A primeira é por reflexão da luz solar sobre a poeira expelida pelo núcleo. A segunda ocorre quando o gás da coma interage com a radiação do Sol, criando uma cauda azulada chamada de cauda iônica, composta por moléculas excitadas. Algumas caudas também emitem luz amarelada por causa de átomos de sódio neutros.

8. O tamanho dos cometas varia muito

Superlua e cometa podem ser vistos no céu esta noite (imagem meramente ilustrativa, já que, na verdade, os dois objetos estarão em lados opostos). Créditos: Smh.shuvo – Shutterstock. Edição: Olhar Digital

Os cometas podem ter tamanhos bem diferentes. Alguns possuem núcleos com menos de um quilômetro de diâmetro, enquanto outros, como o cometa Chiron, chegam a medir até 300 quilômetros. No entanto, cometas gigantes como esse não costumam se aproximar do interior do Sistema Solar. Em geral, os cometas visíveis da Terra têm entre 1 e 10 quilômetros de diâmetro.

9. Cometas podem colidir com a Terra

Cometa C/2024 S1 (ATLAS) em seu mergulho fatal no Sol. Crédito: SOHO

Embora seja raro, existe a possibilidade de um cometa colidir com a Terra. Por isso, cientistas monitoram constantemente a trajetória desses corpos celestes. Conhecer a estrutura, a composição e o comportamento dos cometas é fundamental para desenvolver planos de defesa planetária, caso um deles entre em rota de colisão com nosso planeta.

10. Ainda sabemos pouco sobre o interior dos cometas

[ Imagem: ESA/Rosetta ]
A missão Rosetta foi lançada há 10 anos rumo ao cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Crédito: ESA/Rosetta

Mesmo com os avanços da ciência, ainda há muito mistério em torno da estrutura interna dos cometas. Sabemos que sua superfície é escura e por vezes irregular, mas não se sabe ao certo se existe uma crosta sólida, camadas internas ou um núcleo poroso. Missões espaciais como a Deep Impact ajudam a desvendar essas questões, revelando como esses corpos se formaram e como evoluem com o tempo.

Com informações de University of Maryland – Deep Impact

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“Mini-Terra” é descoberta perto do Sistema Solar

Astrônomos identificaram um exoplaneta ao redor da estrela solitária mais próxima do Sistema Solar. Chamado Barnard b, o mundo alienígena recém-descoberto orbitando a Estrela de Barnard, tem metade da massa de Vênus e é classificado como uma “Mini-Terra”.

Barnard b completa uma órbita em torno da estrela-hospedeira a cada três dias terrestres, a cerca de 2,4 milhões de km de distância, o que representa apenas 5% da distância entre o Sol e Mercúrio. Apesar da proximidade, o planeta não está na zona habitável.

Planetas ao redor da Estrela de Barnard. Crédito: Eyes on Planets/Sicence/NASA

“Barnard b é um dos exoplanetas de menor massa já descobertos, mas está muito perto de sua estrela, o que torna improvável a presença de água líquida”, explica Jonay González Hernández, do Instituto de Astrofísica das Canárias, em um comunicado. “Mesmo sendo uma estrela mais fria que o Sol, ainda é quente demais para permitir condições favoráveis à vida na superfície do planeta”.

Como a mini-Terra foi detectada

A descoberta foi feita usando o Very Large Telescope (VLT), um conjunto de telescópios no deserto do Atacama, no Chile. Os astrônomos identificaram o planeta analisando pequenas oscilações na Estrela de Barnard, causadas pela atração gravitacional do objeto em seu entorno. Os dados foram coletados pelo instrumento ESPRESSO e confirmados pelo HARPS, ambos especializados na busca por planetas fora do Sistema Solar. Os resultados foram relatados em um artigo publicado na revista Astronomy & Astrophysics.

Localizada a apenas 6 anos-luz do Sistema Solar, a Estrela de Barnard não é a mais próxima de nós – esse título pertence ao sistema Alpha Centauri, que inclui Proxima Centauri. A diferença é que ela é uma estrela solitária, enquanto Alpha Centauri é um sistema múltiplo.

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Estrelas anãs vermelhas são as mais comuns da Via Láctea

A busca por planetas ao redor da Estrela de Barnard tem sido uma prioridade para astrônomos, já que estrelas anãs vermelhas, como ela, são os tipos mais comuns da Via Láctea. Além disso, exoplanetas rochosos de baixa massa são mais fáceis de detectar orbitando essas estrelas.

Esse objeto é menor e mais frio que o Sol, com temperatura superficial em torno de 2.800°C, enquanto a do Sol chega a 5.600°C. Além disso, acredita-se que essa anã vermelha tenha menos elementos pesados, o que pode dificultar a formação de planetas rochosos em sua órbita.

Mesmo assim, a equipe de González Hernández segue analisando a região em busca de outros planetas. Os cientistas têm especial interesse em mundos que possam estar na zona habitável da estrela, onde a temperatura permitiria a presença de água líquida. Essa região oferece condições nem muito quentes nem muito frias para um planeta potencialmente abrigar vida.

A Estrela de Barnard é 80% menor que o Sol e tem uma temperatura de superfície de cerca de 2.800 graus Celsius, enquanto a solar é de 5.600 graus Celsius. Crédito: IEEC/Science-Wave – Guillem Ramisa

“Levamos tempo para encontrar Barnard b, mas sempre tivemos confiança de que algo estava lá”, disse Hernández. A equipe também identificou sinais de outros três possíveis exoplanetas ao redor da Estrela de Barnard, que serão investigados em pesquisas futuras.

“Precisamos continuar monitorando a estrela para confirmar esses sinais”, disse Alejandro Suárez Mascareño, também do Instituto de Astrofísica das Canárias. “A descoberta de Barnard b, junto com outros planetas como Proxima b e d, mostra que nossa vizinhança cósmica está repleta de mundos de baixa massa”.

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Urano é mais quente do que se pensava, indicam novos estudos

Pesquisadores descobriram que Urano libera mais calor interno do que os dados da sonda Voyager 2, da NASA, sugeriam. Isso significa que, além de refletir a luz solar, o planeta emite uma quantidade extra de energia. 

Dois estudos, conduzidos por duas equipes independentes – e que aguardam revisão por pares – indicam que Urano se comporta de forma mais semelhante a Júpiter, Saturno e Netuno do que se pensava.

Os planetas possuem três fontes principais de calor: o calor residual de sua formação, a radioatividade de seus elementos e a energia recebida do Sol. O primeiro fator aquece mundos jovens, mas diminui ao longo de bilhões de anos. O equilíbrio entre a radioatividade e a luz solar depende da composição química do planeta e de sua distância do Sol.

Representação artística da sonda Voyager 2 investigando Urano. Créditos: Joshimerbin – Shutterstock (Urano); NASA (Voyager 2). Edição: Olhar Digital

Quando a sonda Voyager 2 passou por Urano em 1986, os dados coletados indicaram que ele não possuía uma fonte significativa de calor interno, ao contrário dos outros gigantes gasosos. Isso surpreendeu os cientistas, pois Urano e Netuno compartilham muitas características. Desde então, novos telescópios em solo e no espaço têm permitido reavaliar essa conclusão.

Sonda da NASA pode ter medido errado a temperatura de Urano

Uma equipe liderada por Patrick Irwin, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, analisou dados coletados entre 2000 e 2009 pelo Telescópio Espacial Hubble e observatórios no Havaí. Outro grupo, liderado por Xinyue Wang, da Universidade de Houston, nos EUA, estudou registros desde meados do século 20 e incorporou medições recentes para avaliar as variações térmicas ao longo da órbita de 84 anos do planeta.

Os resultados sugerem que a Voyager 2 pode ter medido erroneamente a temperatura ou passado por Urano em um período atípico. Ambas as equipes concluíram que o planeta reflete mais calor do que se pensava, indicando a presença de uma fonte interna de energia. Embora as estimativas variem (12,5% para um grupo e 15% para o outro), as diferenças estão dentro da margem de erro.

Imagem de Urano feita pelo James Webb (Crédito: NASA)
Imagem de Urano feita pelo Telescópio Espacial James Webb. Crédito: NASA

Apesar dessa descoberta, Urano ainda emite muito menos calor do que os outros planetas gigantes do Sistema Solar. Netuno, por exemplo, libera mais que o dobro da energia que recebe do Sol. As razões para essa discrepância ainda são desconhecidas, mas podem estar ligadas ao impacto que inclinou Urano em um ângulo extremo.

Uma missão dedicada ao planeta poderia responder a essas questões. Para isso, cientistas defendem um lançamento em 2032, aproveitando um impulso gravitacional de Júpiter para tornar a viagem mais eficiente. No entanto, o futuro dessa proposta dependerá das prioridades da exploração espacial nos próximos anos.

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Onda galáctica de gás e poeira engoliu o Sistema Solar há 14 milhões de anos

Uma nuvem gigante de gás e poeira cósmica conhecida como Onda Radcliffe já encontrou e engoliu o Sistema Solar. Segundo um estudo, isso ocorreu há 14 milhões de anos e diminuiu a visão do céu estrelado a partir da Terra. De acordo com os autores, o evento pode ter deixado traços na história geológica terrestre.

Em 2024, cientistas descobriram ondas galácticas enormes feitas de estrelas, gás e poeira na Via Láctea. Uma das mais próximas e evidentes é a Onda Radcliffe, com 9 mil anos-luz de largura e a cerca de 500 anos-luz de distância do Sistema Solar. 

Pesquisadores da Universidade de Viena, na Áustria, descobriram que essa onda já esteve mais próxima da Terra. Ela cruzou com a órbita solar e seus planetas entre 11 e 18 milhões de anos atrás, segundo a pesquisa.

Onda Radcliffe se movendo pela galáxia (Foto: Ralf Konietzka, Alyssa Goodman, Telescópio Mundial/Reprodução)

A equipe usou dados coletados pelo Telescópio Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), responsável por mapear milhares de estrelas na Via Láctea. O foco do estudo foi identificar grupos recém formados de estrelas dentro de Radcliffe com as nuvens de poeira e gás das quais elas foram feitas.

Por meio dessas informações, eles puderam compreender como a onda se move. A partir dessa análise, mapearam as órbitas das nuvens de gás no decorrer do tempo e conseguiram revelar suas diferentes localizações pela história do Universo.

Onda cósmica já engoliu o Sistema Solar

“A descoberta de novas estruturas galácticas, como a onda de Radcliffe, levanta a questão de se o Sol encontrou alguma delas”, dizem os pesquisadores.

Em busca da resposta, o grupo calculou o passado da Via Láctea, voltando aos eventos dos últimos 30 milhões de anos. Ao regredirem, descobriram que o Sol e Radcliffe fizeram uma aproximação entre cerca de 15 e 12 milhões de anos atrás. Eles estimam que o Sistema Solar estava dentro da onda há 14 milhões de anos.

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A onda cósmica atrapalharia a chegada da luz vinda de estrelas distantes (Imagem: National Geographic/Shutterstock/Vchal)

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Esse evento teria tornado a visão do céu noturno a partir da Terra mais escuro do que parece hoje. O contraste ocorreria principalmente pelo planeta estar numa área relativamente vazia do espaço

“Se estivermos em uma região mais densa do meio interestelar, isso significaria que a luz vinda das estrelas para você seria diminuída. É como estar em um dia de neblina”, diz Efrem Maconi, principal autor do estudo.

Evento pode ter deixado rastros

O encontro entre os corpos galácticos pode ter deixado evidências na história natural da Terra, observadas no depósito de isótopos na crosta. Porém, os autores explicam que isso é difícil de mensurar devido ao passado distante quando aconteceu.

A Terra passava por um período de esfriamento, chamado de Mioceno Médio, quando a onda provavelmente atravessou o Sistema Solar. Há a possibilidade de que os dois eventos estejam ligados, porém, isso seria muito complicado de se provar, de acordo com Maconi.

Para Ralph Schoenrich, professor de física climática da Universidade de Londres, uma regra geral na história terrestre é que a geologia supera qualquer influência cósmica.

“Se você deslocar continentes ou interromper correntes oceânicas, você terá mudanças climáticas a partir disso, então sou muito cético de que você precise de algo adicional”, conclui o físico.

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Lua se encontra com Marte esta noite

Depois de passar por Mercúrio, Vênus e Júpiter, a Lua vai fazer a penúltima “parada” da “turnê mensal” de março pelos planetas do Sistema Solar visitando Marte – em um fenômeno conhecido como conjunção astronômica.

Segundo o guia de observação InTheSky.org, isso acontece às 21h27 (horário de Brasília) deste sábado (8). De São Paulo, o par estará visível na direção norte do céu das 18h45 à 0h36 do dia seguinte – o que significa que o momento da conjunção poderá ser observado.

O par não caberá no campo de visão de um telescópio, mas será visível a olho nu ou através de binóculos.  

Configuração do céu no momento da conjunção entre a Lua e Marte neste sábado (8). Crédito: SolarSystemScope

Enquanto a Lua estará em magnitude de -12.3, a de Marte será de -0.1, com ambos na constelação de Gêmeos. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o corpo mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.

O último planeta a receber a “visita” da Lua neste mês será Saturno (28). Essa série de conjunções que o satélite faz mensalmente ocorre porque ele orbita a Terra aproximadamente no mesmo plano em que os planetas orbitam o Sol, chamado plano da eclíptica.

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Por que Marte é vermelho? 

O característico tom avermelhado de Marte sempre chamou atenção, evocando associações com deuses e a operações bélicas. Na mitologia grega, Ares, o deus da guerra, era frequentemente ligado a essa cor. Curiosamente, a estrela mais brilhante da constelação de Escorpião, Antares, ganhou esse nome por sua tonalidade avermelhada, que remete a Ares, significando “Anti-Ares”.

Marte
Representação artística do Planeta Vermelho. Crédito: Sergei Voevitko – Shutterstock

Mais tarde, com o domínio romano na Europa, Ares foi renomeado como Marte, nome que também foi dado ao planeta e permanece em uso até hoje.

A tonalidade vermelha marciana é resultado de uma combinação de fatores complexos. E essa interação se dá entre a composição da superfície do planeta, sua atmosfera e fenômenos geológicos. Saiba mais aqui.

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