No início do ano, aconteceu o sétimo voo de teste do megafoguete Starship, da SpaceX, que terminou em uma explosão sobre o Oceano Atlântico. Na segunda-feira (31), a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) anunciou que a investigação sobre o incidente conduzida pela SpaceX foi concluída e aceita.
O lançamento ocorreu em 16 de janeiro, a partir da Starbase, que fica na região da praia de Boca Chica, no Texas. No começo, tudo correu bem: o primeiro estágio, chamado Super Heavy, retornou à base e pousou conforme o planejado. No entanto, o estágio superior, que dá nome ao Starship, com 52 metros de altura, explodiu minutos depois, espalhando destroços sobre as Ilhas Turks e Caicos.
Pedaços do primeiro estágio do foguete Starship, da SpaceX, que caiu em janeiro nas ilhas Truks e Caicos, no Caribe. Crédito: Reprodução/Redes Sociais
A SpaceX identificou a causa da falha como um vazamento de propelente provocado por vibrações mais intensas do que o esperado. Esse problema gerou estresse excessivo no sistema de propulsão, levando à falha do hardware. A FAA supervisionou a investigação da empresa e confirmou a implementação de 11 ações corretivas para evitar que o problema se repita.
Foguetão da SpaceX também explodiu no voo seguinte
No dia 6 de março, aconteceu o oitavo voo de teste do megafoguete, que terminou de forma semelhante. O Super Heavy retornou com sucesso à base, mas o estágio superior se perdeu sobre o oceano. A investigação desse novo incidente ainda está em andamento, mas a FAA já havia autorizado o lançamento antes mesmo da conclusão da análise do voo 7.
A agência do governo também finalizou a investigação sobre a falha no pouso do foguete New Glenn, da Blue Origin, ocorrido no mesmo dia do teste do Starship. Apesar de atingir a órbita como planejado, o primeiro estágio do New Glenn falhou ao tentar reiniciar seus motores para a reentrada, resultando na perda do veículo no oceano.
Os relatórios de ambos os incidentes foram concluídos em 28 de março. A FAA ressaltou que nenhuma das duas situações causou ferimentos ou danos significativos a propriedades públicas.
Com o encerramento dessas investigações, as empresas podem seguir com seus programas de testes. A SpaceX continua aprimorando o Starship, que faz parte dos planos da NASA para futuras missões à Lua e Marte. A Blue Origin também segue desenvolvendo o New Glenn, projetado para ser um foguete reutilizável para lançamentos comerciais e científicos.
Apesar dos desafios técnicos, os ensaios são essenciais para a evolução dessas tecnologias. Com cada voo de teste, os engenheiros identificam falhas e implementam melhorias, aproximando a exploração espacial de novos avanços.
Na madrugada deste sábado (15), Elon Musk, dono da SpaceX, afirmou que a primeira missão do megafoguete Starship a Marte será lançada até o fim de 2026. Em uma publicação no X, o bilionário disse ainda que os primeiros pousos humanos podem ocorrer em 2029, caso tudo ocorra como planejado, “embora 2031 seja mais provável”.
Com 120 metros de altura, o veículo é o maior foguete já construído. Ele é peça-chave nos planos de Musk para tornar Marte um local habitável. No entanto, o projeto ainda enfrenta desafios, já que a nave precisa passar por diversos testes antes de estar pronta para voos interplanetários.
Starship departs for Mars at the end of next year, carrying Optimus.
If those landings go well, then human landings may start as soon as 2029, although 2031 is more likely. https://t.co/JRBB95sgNN
Nos últimos meses, a SpaceX vem testando o Starship, mas os voos ainda apresentam problemas. Na última semana, um dos protótipos explodiu cerca de nove minutos após a decolagem durante o oitavo teste, repetindo a mesma falha ocorrida em janeiro. A empresa informou que analisará os dados para identificar a origem do problema, que envolveu a perda de vários motores.
O primeiro estágio do superfoguete Starship, da SpaceX, que dá nome ao complexo veicular, servirá de módulo de pouso para os humanos em Marte. Crédito: SpaceX
A Administração Federal de Aviação (FAA) exigiu que a SpaceX conduza uma investigação antes de realizar novos testes. A NASA também acompanha os avanços do veículo, já que pretende usá-la como módulo de pouso para a missão Artemis III, que levará astronautas à Lua.
Musk acredita que o Starship será um marco para viagens espaciais e poderá transportar humanos não só à Lua, mas também a Marte, tornando a humanidade “multiplanetária”. Segundo ele, a primeira missão do foguete ao Planeta Vermelho levará a bordo o robô humanoide Optimus, desenvolvido pela Tesla. A ideia é que, no futuro, esse robô possa realizar tarefas do dia a dia e tenha um custo entre US$20 mil e US$30 mil (de R$115 mil a R$170 mil, aproximadamente).
Estes são os planos da SpaceX para o foguete Starship
Exploração da Lua: O Starship fará parte da missão Artemis III, da NASA, e, futuramente, deve levar turistas à Lua. Há também a possibilidade de desenvolver uma base permanente no satélite natural;
Missões a Marte: Musk pretende criar uma colônia autossuficiente em Marte com até um milhão de pessoas. Para viabilizar esse plano, a Starship deverá realizar viagens frequentes entre a Terra e Marte, podendo fazer uso de uma frota de até mil foguetes;
Transporte na Terra: O foguete pode revolucionar o transporte intercontinental, tornando viagens que hoje duram horas em deslocamentos de menos de 60 minutos. Além disso, promete reduzir impactos ambientais e oferecer trajetos mais confortáveis, com menos turbulência do que os aviões convencionais.
Missões a Marte vão enfrentar desafios
Tornar as viagens a Marte uma realidade ainda exige superar muitos desafios. Segundo Annibal Hetem, professor de propulsão espacial da Universidade Federal do ABC (UFABC), ir até o planeta é um desafio muito maior do que uma viagem à Lua.
“A Lua está relativamente próxima, permitindo missões curtas. Já Marte exige um tempo de viagem muito maior, além de lidar com a exposição dos astronautas à radiação espacial”, explicou Hetem ao G1. A jornada pode levar até oito meses, o que impõe riscos à tripulação.
Para contornar essas dificuldades, a SpaceX trabalha em novas versões do Starship, que terão mais potência e capacidade de carga. As atualizações visam reduzir o número de reabastecimentos necessários em órbita antes da viagem a Marte.
Conceito artístico de uma frota de foguetes Starship em direção a Marte, elaborado com Inteligência Artificial. Créditos: Flavia Correia via DALL-E/Olhar Digital
Os modelos 2 e 3 do complexo veicular serão maiores que a versão atual, chegando a 150 metros de altura. Musk revelou alguns detalhes técnicos sobre as novas versões em um evento realizado em abril de 2024, mas ainda não há uma data definida para isso.
Sobre o megafoguete Starship:
Dimensões: 120 metros de altura (contando a nave e o propulsor Super Heavy) e nove metros de diâmetro;
Capacidade: até 100 passageiros;
Reutilização: projetado para ser reutilizável, reduzindo custos de lançamento;
Carga: suporta até 250 toneladas em missões descartáveis ou 150 toneladas em voos reutilizáveis.
Apesar dos desafios, a SpaceX continua avançando com testes e ajustes na Starship. Se os planos de Musk se concretizarem, a humanidade poderá dar os primeiros passos rumo a uma presença permanente fora da Terra.
Todas as sextas-feiras, ao vivo, a partir das 21h (pelo horário de Brasília), vai ao ar o Programa Olhar Espacial, no canal do Olhar Digital no YouTube. O episódio da última sexta-feira (7) (que você confere aqui) repercutiu os lançamentos espaciais mais importantes da semana: duas missões lunares e o oitavo voo de teste do megafoguete Starship, da SpaceX.
O programa contou com a presença da divulgadora científica Ned Oliveira. Em um bate-papo com o apresentador Marcelo Zurita, a convidada falou sobre os pousos dos módulos privadosBlue Ghost (da Firefly Aerospace) e Athena (da Intuitive Machines) na Lua, além de analisar a falha no oitavo voo da Starship, considerado por ela um retrocesso.
Ned Oliveira foi a convidada do programa Olhar Espacial de sexta-feira (7). Imagem: YouTube/Olhar Digital
Em referência ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no sábado (8), Ned Oliveira comentou a presença de garotas na Ciência. Ela diz que ainda há desafios para que as jovens acessem iniciativas científicas, mas que a situação tem melhorado. Com isso, crianças e adolescentes estão perdendo o medo de escolher as áreas de tecnologia e ciência como profissão.
“Eu fico emocionada quando vejo as meninas, que hoje eu admiro demais o trabalho delas, quando a gente se encontra em algum evento. Elas falam que as inspirei por meio do meu trabalho, participação em lives e eventos astronômicos”, disse a divulgadora científica.
Segundo Zurita, “a gente acaba perdendo muitas mentes brilhantes com o nosso machismo e o nosso preconceito”. Ambos destacaram que há lugar para todos na divulgação do conhecimento e nas áreas da ciência e tecnologia.
Pouso da Blue Ghost é animador
Os primeiros comentários no programa foram sobre o ótimo pouso do módulo Blue Ghost. Para Ned Oliveira, esse é um sinal positivo para a Artemis III – a missão que deve levar astronautas ao polo sul da Lua em meados de 2027.
A nave viajou cerca de 4,5 milhões de quilômetros desde seu lançamento, em 15 de janeiro, vindo a pousar na formação chamada Mons Latreille, uma cratera com mais de 480 km de largura. Dentre os objetivos da missão citados pela convidada estão:
Testar o instrumento de GNSS, sendo esse o primeiro teste de GPS na Lua
Avaliar a resistência dos computadores à radiação
Medir o campo magnético lunar
Testar tecnologias diversas para a futuras missões tripuladas
O módulo de pouso Blue Ghost capturou seu primeiro nascer do Sol na Lua, marcando o início do dia lunar e o início das operações de superfície em seu novo lar. (Imagem: Firefly Aerospace)
A missão está prevista para durar um dia lunar (cerca de quatorze dias terrestres). Zurita explicou que o objetivo do programa de parceria da NASA com empresas privadas é reduzir custos e buscar mais eficiência. “Ninguém aguenta mais um investimento tão alto e missões que não trazem retorno financeiro e que não trazem grandes conquistas para a humanidade a curto prazo”, diz o astrônomo.
Athena tomba na Lua, mas empresa não desanima
Zurita e Ned seguiram o programa para comentar o tombo do módulo Athena, da empresa Intuitive Machines (IM). O equipamento pousou numa cratera para além do seu raio de pouso calculado e ficou sem acesso à luz solar, que carrega suas baterias.
Em fevereiro do ano passado, o módulo Odysseus, da mesma empresa, pousou de forma indevida e também tombou. De acordo com os comentaristas, isso se deve a um design aeroespacial já conhecido por falhas.
No entanto, a Intuitive Machines não desanimou. “Eles [Intuitive Machines e NASA] não consideram um fracasso. Inclusive, a próxima missão já está em andamento. Estão se preparando e vão continuar. A questão é realmente esta: não desistir”, diz Ned Oliveira.
A nave espacial Athena, da empresa Intuitive Machines (IM), foi declarada como “morta” após tombar na superfície da Lua durante sua tentativa de pouso. (Imagem: Intuitive Machines)
A IM considerou o feito um sucesso, descrevendo como “o pouso lunar e as operações de superfície mais ao sul já realizados”.
O módulo levou diversos equipamentos para experimentação científica. Dentre eles, a broca de regolito Trident, que funcionaria para buscar água na Lua, e três sondas robóticas para explorar o polo sul lunar.
O último teste de voo da Starship, da SpaceX, foi marcado por um desastre: a perda de controle e autodestruição da nave. O equipamento teve uma falha de motor, o que causou sua desaceleração, perda de comando de altitude e, em seguida, o fim da comunicação com a Terra.
“Ela teve o incêndio no compartimento dos motores e nisso ela perdeu vários motores. Então, ficou sem estabilidade e começou a rodopiar”, explicou Ned Oliveira.
A nave foi destruída por questão de segurança. Tudo é calculado para que os destroços caiam na água.
Para a divulgadora científica, aliás, segurança é a palavra de ordem – principalmente quando humanos estiverem na tripulação de uma Starship. E, neste aspecto, ainda há muito o que evoluir. Afinal, apertar o botão de autodestruição e recomeçar não será uma opção com vidas a bordo.
No entanto, a falha é considerada um retrocesso da empresa na visão de Ned Oliveira. Segundo ela, o ritmo acelerado da construção e teste entre uma nave e outra não resolve os problemas. “Quando a nave 7 explodiu, no mesmo dia Elon Musk já estava dando a data [de lançamento] da 8”, comenta.
Pouso do propulsor Super Heavy na plataforma durante 8º voo de teste do foguete Starship, da SpaceX. (Imagem: SpaceX)
A divulgadora destacou como bons exemplos os lançamentos do foguete Falcon 9, usado para levar satélites Starlink para a órbita terrestre. “A gente via isso nos Falcon 9: quando tinha algum problema, no outro voo era perfeito, porque o problema era resolvido. O que a gente viu nos voos da Starship 7 e 8 é que o problema continuou”, disse Ned, concluindo que “esse voo, comparado com o voo 7, foi sim considerado um retrocesso“.
2025 pode ser o ano de Elon Musk, mas o início tem sido conturbado – pelo menos para a SpaceX. A empresa espacial da qual o bilionário é dono lançou o megafoguete Starship duas vezes em cerca de dois meses e, nas duas, viu a nave explodir.
Musk recebeu um cargo no governo de Donald Trump e fechou contratos com a NASA para usar a Starship em missões lunares. No entanto, contratempos podem atrasar um cronograma já apertado e deixam dúvidas sobre a viabilidade do foguete.
Sétimo e oitavo voos de teste da Starship terminaram em explosão (Imagem: Reprodução/X/SpaceX)
Starship: dois voos, duas explosões
A SpaceX lançou a Starship duas vezes este ano: em 16 de janeiro e na semana passada, 06 de março. Nas duas ocasiões, os voos de testes terminaram em explosão.
No primeiro lançamento do ano (e sétimo teste da nave), o motivo foi um vazamento de propelente que causou incêndios contínuos. O Olhar Digital reportou a causa completa aqui. Já no segundo caso, quatro dos seis motores do foguete falharam, causando um desligamento inesperado e um giro descontrolado céu abaixo. A empresa está investigando a causa da explosão.
Elon Musk recentemente ganhou um cargo no governo de Donald Trump e teve apoio do atual presidente dos Estados Unidos em suas declarações a favor da exploração espacial em Marte. No entanto, os eventos recentes da SpaceX mostraram que isso ainda pode estar um pouco distante.
As explosões não são necessariamente um problema, já que a empresa fez seu nome com base na mentalidade de “lançar, quebrar, consertar e lançar novamente”. Ou seja, se der errado, tente novamente. Além disso, a Starship será reutilizável e, quando finalmente chegar ao fim dos testes, terá uma operação contínua.
O problema é chegar lá. Isso porque os três voos de teste anteriores da nave foram um sucesso, mas o desempenho positivo não se repetiu na sétima e oitava tentativa, logo quando a Starship passou por uma atualização de design. Na prática, a versão atualizada não deu tão certo quanto as versões antigas, possivelmente forçando a SpaceX dar um passo atrás.
Outro problema é que as duas últimas falhas aconteceram na mesma parte do foguete: perto dos motores, no segundo estágio. Isso pode indicar que a empresa não está conseguindo resolver as falhas a tempo – ou, ainda, há uma grande falha no novo design da nave que ainda não foi identificado.
Captura do foguete na torre Mechazilla era um procedimento complicado – e deu certo (Imagem: SpaceX)
Starship pode afetar missões da NASA
Na prática, a Starship precisa:
Decolar, separar o primeiro e segundo estágio do foguete, permanecer em órbita por um longo período de tempo, sair de órbita, retornar ao local de lançamento e ser capturada pelos braços mecânicos da torre Mechazilla (essa última parte deu certo nas últimas tentativas);
Ainda, por se tratar de um modelo reutilizável, precisa fazer isso em sucessão.
No entanto, os atrasos têm repercussões que vão além da SpaceX: a NASA contratou a SpaceX para usar uma versão da Starship na missão Artemis 3, que vai levar astronautas à Lua até 2027.
Para que isso aconteça, a empresa precisa corrigir os erros. Um deles é a transmissão de propelentes do foguete, um processo essencial para que a nave acumule combustível suficiente para ir até o satélite natural (e além, em possíveis missões a Marte). Elon Musk havia afirmado que esse era um procedimento simples, mas não parece ser.
De acordo com Amit Kshatriya, vice-administrador associado do programa “Lua para Marte” da NASA, em dezembro, os testes deste ano demonstrariam o desempenho da Starship e ajudariam a agência a montar um cronograma realista para a missão Artemis 3. Segundo o The New York Times, agora que a nave ‘falhou’, não há como saber quantos lançamentos de teste serão necessários – talvez até 20.
O astronauta Don Pettit, da NASA, tirou fotos do momento em que o foguete Starship, da SpaceX, explode e cai durante teste de lançamento na quinta-feira (06). “Vimos a Starship 8 se desintegrar na atmosfera e cair de volta à Terra a partir da ISS [Estação Espacial Internacional]”, escreveu no X.
A postagem traz duas fotos. Se você imaginou algo cinematográfico, reajuste as expectativas. Está mais para algo abstrato (e bonito, diga-se). O que dá para ver nas imagens de Pettit: fumaça, causada pela explosão da espaçonave no seu oitavo voo.
Veja abaixo as imagens postadas pelo astronauta na sua página no X:
We saw the Starship 8 breakup in the upper atmosphere and fall back to earth from the ISS. pic.twitter.com/ZhDoGTCvS4
Entre uma tarefa e outra na ISS, Pettit movimenta suas páginas nas redes sociais com postagens sobre rotina e momentos intrigantes vividos (e vistos) do espaço.
Em janeiro, por exemplo, o astronauta publicou um vídeo curto do que chamou de “aurora boreal muito verde” vista da ISS. Mais recentemente, Pettit postou vídeos nos quais mostra como vestir calças pode ser divertido no espaço.
Explosão da Starship afetou mais de 200 voos nos EUA, segundo governo
Cerca de 240 voos foram prejudicados nos Estados Unidos pela explosão do foguete Starship. É o que informou a Administração da Aviação Federal (FAA, na sigla em inglês), na sexta-feira (07).
Explosão da Starship durante teste de lançamento causou atrasos e desvios de voos nos EUA (Imagem: SpaceX)
Segundo a FAA, o incidente causou atrasos em 171 decolagens e desvios em 28 voos. Em média, os atrasos foram de 28 minutos.
O lançamento ocorreu às 20h31 (horário de Brasília) em Boca Chica, no Texas (EUA). Aproximadamente dez minutos depois, a SpaceX perdeu o contato com a nave.
Após cerca de oito minutos do lançamento, o estágio superior do foguete começou a girar descontroladamente e perder altitude, o que resultou numa explosão – para Musk, um “pequeno revés“.
Cerca de 240 voos foram prejudicados nos Estados Unidos pela explosão do foguete Starship, da SpaceX, na quinta-feira (06). É o que informou a Administração da Aviação Federal (FAA, na sigla em inglês), na sexta-feira (07), segundo a Reuters.
A explosão, ocorrida no oitavo voo da Starship, foi a segunda consecutiva a ocorrer num teste de lançamento da espaçonave – a maior do mundo. Agora, a FAA e a empresa de Elon Musk investigam as possíveis causas do incidente.
Explosão da Starship no teste da SpaceX atrasou e desviou voos; Musk considera ‘pequeno revés’
O lançamento ocorreu às 20h31 (horário de Brasília) em Boca Chica, no Texas (EUA). Aproximadamente dez minutos depois, a SpaceX perdeu o contato com a nave.
Lançamento da Starship, da SpaceX, ocorreu em Boca Chica, no Texas (Imagem: SpaceX/Reprodução)
Após cerca de oito minutos do lançamento, o estágio superior do foguete começou a girar descontroladamente e perder altitude, o que resultou numa explosão – para Musk, um “pequeno revés“.
Segundo a FAA, o incidente causou atrasos em 171 decolagens e desvios em 28 voos. Em média, os atrasos foram de 28 minutos.
A jornalista Stefanie Waldek, correspondente do site Space.com, estava de férias com a família nas Bahamas e contou que a “chuva” foi silenciosa. “O reflexo na água dos destroços em chamas era bem bonito”, escreveu.
Ela publicou um vídeo mostrando a vista. Assista abaixo:
“Qualquer detrito sobrevivente teria caído dentro da Área de Resposta a Detritos pré-planejada”, diz um comunicado da SpaceX. “Não há materiais tóxicos presentes nos destroços e não se espera que ocorram impactos significativos em espécies marinhas ou na qualidade da água.”
A SpaceX está investigando, em conjunto com a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês), as possíveis causas da explosão do foguete Starship em seu oitavo voo. Destroços foram flagrados no céu da região das Bahamas nesta quinta-feira (6), mas a empresa de Elon Musk não confirmou a relação das filmagens com a missão.
O lançamento ocorreu às 20h31 (horário de Brasília) em Boca Chica, no Texas, (EUA). O contato final com o maior foguete do mundo — não tripulado — ocorreu aos 9m30s após a decolagem.
“Qualquer detrito sobrevivente teria caído dentro da Área de Resposta a Detritos pré-planejada. Não há materiais tóxicos presentes nos destroços e não se espera que ocorram impactos significativos em espécies marinhas ou na qualidade da água”, diz o comunicado.
Lançamento ocorreu na base da SpaceX no Texas (EUA) (Imagem: Reprodução/SpaceX)
Como noticiado pelo Olhar Digital, um evento energético na parte traseira do Starship resultou na perda de quatro dos seis motores Raptor, levando a perda de controle de atitude e, em seguida, a perda de comunicação com a Terra.
O que é a Área de Resposta a Detritos onde o Starship teria que cair?
Um dos objetivos da FAA é garantir a integração de serviços espaciais com operações comerciais, garantindo resposta rápida em caso de acidentes. A Área de Resposta a Detritos (Debris Response Area, em inglês) foi criada como um plano de contingência com esse propósito.
Uma vez que o DRA é ativado, os controladores de tráfego aéreo seguem protocolo padrão para minimizar os impactos de falhas não programadas. No caso de reentrada espacial que gere detritos, eles emitem a localização aproximada da área de resposta, como mostra o exemplo abaixo:
“Atenção a todas as aeronaves, devido a um acidente com veículo espacial, possíveis destroços caindo no NAS de aproximadamente Brownsville, Texas, estendendo-se para leste por aproximadamente quinhentas milhas. Aguardem instruções individuais.”
Evento energético levou à perda de motores e falha na comunicação (Imagem: Reprodução/SpaceX)
A transmissão de alerta é feita a cada 15 minutos. O plano pode ser desativado quando todos os detritos deixam de representar um risco para outras aeronaves. Segundo a FAA, o protocolo é válido somente em áreas com grande capacidade de vigilância e cobertura de rádio.
A missão mais recente da SpaceX causou o adiamento de voos no Aeroporto Internacional de Miami e no Aeroporto Internacional de Fort Lauderdale-Hollywood. Além disso, foram emitidas restrições temporárias de decolagens e pousos para ambos os terminais.
O oitavo voo da Starship, da SpaceX, aconteceu nesta quinta-feira (06) – e não saiu como planejado. Após cerca de oito minutos do lançamento, o estágio superior do foguete começou a girar descontroladamente e perder altitude, o que resultou em uma explosão.
A SpaceX pode não ter conseguido o que queria, mas os espectadores tiveram um show no céu. Destroços da nave foram vistos reentrando na Terra e caindo no mar do Oceano Atlântico por pessoas nas Bahamas.
Complexo veicular Starship posicionado na plataforma de lançamento para o 8º voo de teste (Imagem: SpaceX)
Destroços da Starship iluminaram os céus
O sétimo voo da Starship, em 16 de janeiro, explodiu e causou uma chuva de destroços no céu. A situação se repetiu no oitavo voo: após a explosão, pedaços do foguete começaram a reentrar na Terra e cair no mar do Oceano Atlântico, nas Bahamas.
A jornalista Stefanie Waldek, correspondente do site Space.com, estava de férias com a família nas Bahamas e contou que a ‘chuva’ foi silenciosa e o “reflexo na água dos destroços em chamas era bem bonito”. Ela publicou um vídeo mostrando a vista:
O Olhar Digital reportou tudo sobre o oitavo voo da Starship aqui. Vamos ao resumo:
O lançamento aconteceria na segunda-feira (3), mas foi adiado por problemas no abastecimento. A nova data aconteceu 49 dias após o sétimo voo de teste, que acabou em explosão;
Nesta tentativa, a trajetória programada incluia a separação dos dois estágios com a captura do propulsor Super Heavy pelos braços mecânicos da torre Mechazilla, o teste de implantação de protótipos de satélites em órbita, e a reentrada da Starship com um pouso no Oceano Índico;
Tudo corria bem. Sete minutos após a decolagem, o propulsor foi capturado perfeitamente pela torre. O procedimento é complicado e foi muito comemorado pela equipe da SpaceX;
No entanto, após oito minutos da decolagem, a Starship começou a girar descontroladamente e perdeu altitude. Um evento energético na parte traseira da espaçonave resultou na perda de vários motores Raptor;
Por fim, o foguete explodiu e se desintegrou no Oceano Atlântico, acima da região das Bahamas.
Lançamento aconteceu 49 dias após explosão do sétimo voo (Imagem: SpaceX)
SpaceX está investigando causa da explosão
Em publicação no X, a SpaceX escreveu que os detritos caíram dentro da Área de Resposta a Detritos pré-planejada. A empresa também garantiu que não há materiais tóxicos presentes nem impactos significativos para espécies marinhas ou qualidade da água.
A companhia complementou que conduzirá uma investigação completa junto da FAA e implementará correções para futuros voos da Starship.
With a test like this, success comes from what we learn, and today’s flight will help us improve Starship’s reliability. We will conduct a thorough investigation, in coordination with the FAA, and implement corrective actions to make improvements on future Starship flight tests… pic.twitter.com/3ThPm0Yzky
Conforme noticiado pelo Olhar Digital, o oitavo teste de voo do megafoguete Starship, da SpaceX, decolou da Starbase. no Texas, às 20h30 (pelo horário de Brasília) de quinta-feira (6). O estágio inferior, chamado Super Heavy, acendeu com sucesso seus 33 motores Raptor e impulsionou a espaçonave através de uma subida bem-sucedida. No entanto, o segundo estágio não se comportou de acordo com o esperado.
Aproximadamente dois minutos e meio de voo, o propulsor desligou a maioria – exceto três – de seus motores Raptor, conforme planejado para a separação a quente. A nave Starship então acendeu com sucesso seus seis motores Raptor e se separou do booster para continuar sua ascensão ao espaço.
Então, o Super Heavy reacendeu 11 dos 13 motores Raptor planejados e realizou uma queima para retornar ao local de lançamento. Quando o booster se aproximou da torre Mechazilla, ele religou 12 dos 13 motores planejados no início de sua queima de pouso para desacelerar com sucesso o propulsor. “Os três motores centrais continuaram funcionando para manobrar o propulsor para os braços da torre de lançamento e captura, resultando na terceira captura bem-sucedida de um propulsor Super Heavy”, diz a SpaceX em um comunicado.
Starship perdeu controle de altitude e acionou comando de autodestruição
A Starship continuou sua ascensão à trajetória planejada. Antes do final da queima de subida, um evento energético na parte traseira da espaçonave resultou na perda de vários motores Raptor, levando a uma perda de controle de atitude e, em seguida, a uma perda de comunicação com a Terra. O contato final da equipe de controle com a Starship ocorreu aproximadamente 9 minutos e 30 segundos após a decolagem.
Sobre os riscos da auto-destruição da espaçonave, a SpaceX afirma que “a Starship voou dentro de um corredor de lançamento designado para proteger o público tanto no solo, quanto na água e no ar”. Após a anomalia, a empresa imediatamente começou a coordenação com a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês), o Controle de Tráfego Aéreo (ATO) e outros oficiais de segurança para implementar respostas de contingência pré-planejadas.
During Starship’s ascent burn, the vehicle experienced a rapid unscheduled disassembly and contact was lost. Our team immediately began coordination with safety officials to implement pre-planned contingency responses.
We will review the data from today’s flight test to better…
“Quaisquer detritos sobreviventes teriam caído dentro da Área de Resposta a Detritos pré-planejada”, diz a nota da SpaceX, garantindo que não há materiais tóxicos presentes nos detritos nem impactos significativos esperados para as espécies marinhas ou a qualidade da água.
With a test like this, success comes from what we learn, and today’s flight will help us improve Starship’s reliability. We will conduct a thorough investigation, in coordination with the FAA, and implement corrective actions to make improvements on future Starship flight tests… pic.twitter.com/3ThPm0Yzky
“Com um teste como esse, o sucesso vem do que aprendemos, e este voo nos ajudará a melhorar a confiabilidade da Starship”, diz a empresa. “Conduziremos uma investigação completa, em coordenação com a FAA, e implementaremos ações corretivas para fazer melhorias em futuros testes de voo da Starship”.
Nesta quinta-feira (6), um teste do foguete Starship da SpaceXapresentou falha que resultou na dispersão de fragmentos em regiões do Caribe, ocasionando transtornos no tráfego aéreo e afetando o funcionamento de quatro aeroportos na Flórida (EUA).
Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram o que muitos acreditam ser a desintegração da nave no Espaço, próxima à região das Bahamas.
Fragmentos foram vistos em várias regiões (Imagem: Reprodução/X/GeneDoctor)
A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) ordenou que voos com destino aos aeroportos de Miami, Fort Lauderdale, Orlando e Palm Beach permanecessem em solo por mais de uma hora;
Segundo a agência, os atrasos nas decolagens nesses aeroportos atingiram, em média, 45 minutos, com as operações sendo retomadas por volta das 20h locais (22h em Brasília);
Durante o incidente, a FAA impôs restrições ao tráfego aéreo nas áreas sob risco de queda dos destroços, desacelerando ou, em alguns casos, paralisando temporariamente as aeronaves próximas à rota dos fragmentos;
Em nota, a agência informou que as operações já voltaram ao normal e que a SpaceX deverá conduzir investigação detalhada para apurar as causas da perda de contato com a nave.
With a test like this, success comes from what we learn, and today’s flight will help us improve Starship’s reliability. We will conduct a thorough investigation, in coordination with the FAA, and implement corrective actions to make improvements on future Starship flight tests… pic.twitter.com/3ThPm0Yzky
O episódio remete a incidente semelhante ocorrido em janeiro, quando um teste da Starship levou voos comerciais que cruzavam o Caribe a desviarem suas rotas. Enquanto a SpaceX ainda não se pronunciou com detalhes adicionais, os vídeos que circulam nas redes sociais continuam alimentando debates e expectativas sobre os próximos passos da empresa no desenvolvimento de suas tecnologias espaciais.
O que a SpaceX conseguiu realizar antes da explosão
O complexo veicular de 120 metros de altura decolou da Starbase, em Boca Chica, no sul do Texas (EUA), às 20h31 (horário de Brasília). Após cerca de oito minutos o lançamento e a separação dos estágios do foguete, o Starship começou a girar descontroladamente e perdeu contato com a central da SpaceX.
Módulo principal foi perdido e precisou ser explodido (Imagem: Reprodução/X/SpaceX)
Quatro dos seis motores da espaçonave falharam e desligaram antes do esperado, causando seu giro descontrolado. Nenhum dos testes a serem realizados no Espaço foram realizados. Em contrapartida, o Super Heavy conseguiu, mais uma vez, retornar à Terra de ré e ser agarrado pelo Mechazilla, que o aguardava.