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Conheça o túnel submerso que vai mudar o mapa da Europa

A Europa está prestes a ganhar um dos maiores túneis submersos do mundo. O Cinturão de Fehmarn terá 18 quilômetros e ligará Dinamarca e Alemanha. Não chega perto do tamanho do Túnel do Canal da Mancha, de 50 quilômetros, entre França e Inglaterra — mas não deixa de ser um projeto grandioso.

A obra usa blocos de concreto pré-fabricadas, colocados em uma vala cavada no fundo do mar, conectadas entre si, seguindo estratégia que também será adotada no túnel que ligará Santos (SP) e Guarujá (SP), no litoral de São Paulo, como explicou o Olhar Digital.

As estruturas medem 217 metros de comprimento, 42 metros de largura e nove metros de profundidade, pesando 73 mil toneladas — o equivalente a dez Torres Eiffel. No total, serão instalados 79 blocos entre Rødbyhavn, no lado dinamarquês da Ilha Lolland, e Puttgarden, na ilha alemã de Fehmarn, a 40 metros de profundidade no Mar Báltico.

Uma fábrica foi construída em Rødbyhavn em área de 220 hectares para atender exclusivamente as demandas do projeto. A data para a imersão da primeira estrutura ainda não foi definida, mas a previsão é que essa etapa seja concluída até 2029.

 

Blocos de concreto estão sendo pré-fabricados e serão imersos neste ano (Imagem: Divulgação/Femern)

“Este é um processo muito complexo e também muito dependente do clima. Atualmente, estamos testando as embarcações altamente complexas que foram especialmente construídas para nosso projeto”, explicou Denise Juchem, porta-voz da Femern A/S, a empresa estatal dinamarquesa responsável pelo projeto, à CNN.

O trabalho no mar começou em junho de 2020. Cerca de duas milhões de toneladas de granito norueguês foram usadas para a criação do novo litoral. Já a dragagem da vala do túnel, concluída em 2024, resultou em quase 15 milhões de m³ de solo, pedra e areia, que serão reutilizados em áreas naturais.

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Túnel terá menor tempo de deslocamento

  • O túnel vai reduzir a viagem atual de 45 minutos de balsa para dez minutos de carro e sete minutos de trem;
  • O trajeto de cinco horas entre Hamburgo (Alemanha) e Copenhague (Dinamarca) por trilhos será reduzido pela metade;
  • “Isso tornará nosso país mais acessível do que nunca para visitantes da Europa Central. Esperamos ver aumento no turismo de autocondução, escapadas de fim de semana na cidade e opções de viagens sustentáveis, como turismo de trem e ciclismo”, disse Mads Schreiner, diretor de mercado internacional da VisitDenmark, à CNN.
Túnel terá rodovias de duas pistas em ambas as direções (Imagem: Divulgação/Femern)

Em ambos os lados dinamarquês e alemão, a primeira parte do túnel em terra já foi concluída, com a extremidade voltada para o Fehmarnbelt agora coberta com água. É aqui que o primeiro bloco será conectado.

O custo do projeto foi orçado em € 7,4 bilhões de euros (R$ 46,5 bilhões, na conversão direta) considerando a construção de rodovias de duas pistas submersas em ambas as direções, além de duas linhas ferroviárias eletrificadas.

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Como será construído o primeiro túnel imerso do Brasil?

A travessia SantosGuarujá, no litoral de São Paulo, vai marcar a inauguração de uma modalidade de transporte inédita no Brasil: um túnel imerso no mar. A obra terá 1,5 km de extensão, sendo 870 metros no leito do Canal do Porto de Santos. Atualmente, o trajeto é feito ao longo de 40 km de rodovias ou balsas.

Com concessão de 30 anos, o projeto será leiloado em 1º de agosto deste ano e vai beneficiar mais de 100 mil pessoas que cruzam as duas margens diariamente. O sistema terá três faixas de rolamento por sentido, incluindo uma exclusiva para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de acessos para pedestres e ciclistas.

O trecho vai ligar as regiões de Outeirinhos e Macuco, em Santos, ao bairro Vicente de Carvalho, em Guarujá. A profundidade do túnel será de 21 metros após estudos realizados pela Fipe e validados por consultorias internacionais especializadas em projetos de alta complexidade de engenharia, segundo o governo paulista.

Travessia fará ligação com sistema de transporte local em ambas as margens (Imagem: Governo de São Paulo/Divulgação)

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Como será feita a obra?

O sistema será composto por seis módulos de concreto pré-moldados em uma doca seca, que, depois, serão “mergulhados” na água para o teste de vedação e impermeabilidade. Em seguida, os módulos serão transportados por flutuação até o local onde o túnel será instalado no fundo do mar. As etapas são as seguintes, como divulgado pelo governo:

  • Preparação do solo: A primeira etapa é a preparação do fundo do canal onde o túnel será instalado. Uma trincheira é cavada no local para abrigar os módulos que formarão a estrutura. Também serão instaladas placas de concreto na vala para suportar os elementos de túnel;
  • Construção: Os elementos de túnel são peças de concreto construídas em uma doca seca, de preferência próxima ao local onde ficará o túnel. Os elementos contam com piscinas provisórias no seu interior. Os reservatórios fazem com que a estrutura não afunde na água em um primeiro momento;
  • Transporte: Quando as peças ficam prontas, elas passam por testes de vedação e impermeabilidade. Na sequência, a doca seca é inundada. Por conta das piscinas provisórias, os elementos flutuam para, desta forma, serem transportados por rebocadores para o local onde o túnel vai ficar;
  • Posicionamento: Os elementos são fixados em pontes flutuantes e posicionados por sistemas eletrônicos no ponto exato onde devem ser imersos;
  • Imersão: A água presente nas piscinas provisórias do interior dos módulos é bombeada, fazendo submergir lentamente os elementos do túnel. Esse processo é monitorado por sensores;
  • Ligação dos elementos: Por meio de guinchos hidráulicos, os elementos são aproximados, até o contato entre eles;
  • Acoplagem: A união final dos módulos de túnel contíguos é feita pela diferença de pressão atmosférica no interior do elemento já posicionado e a pressão que a água exerce no novo elemento;
  • Nivelamento: Em uma das extremidades do elemento, são ancorados macacos hidráulicos, que movimentam pinos de aço para nivelar o módulo. Os pinos são soldados e os macacos hidráulicos, retirados. Em seguida, é injetada areia na base, formando uma “cama” para assentar o elemento de túnel;
  • Proteção: Por fim, uma camada de pedras é utilizada para recobrir e proteger o túnel contra impactos de embarcações e o enganchamento de âncoras soltas.
Projeto do túnel foi avaliado por consultorias internacionais de engenharia (Imagem: Governo de São Paulo/Reprodução)

O empreendimento vai receber investimentos de R$ 6 bilhões e faz parte de uma parceria entre os governos federal e estadual, por meio do Ministério de Portos e Aeroportos.

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