Destaque-Vapes-jovens-1024x576

Vape causa “pulmão de pipoca” em jovem de 17 anos; entenda

Uma adolescente foi diagnosticada com um quadro conhecido como “pulmão de pipoca” após usar cigarro eletrônico em segredo por três anos. O termo técnico para a condição é bronquiolite obliterante devastadora — e pode ser fatal.

Ao The Daily Mail, a mãe de Brianne Cullen, Christie Martin, contou que a jovem de 17 anos começou a usar os vapes descartáveis aos 14 anos para “aliviar a ansiedade” causada pelo retorno às aulas depois da pandemia de Covid-19.

Quatro meses atrás, a líder de torcida de Nevada, nos Estados Unidos, ligou para casa em pânico, relatando dificuldade para respirar. No mesmo dia, os exames confirmaram a doença já instalada no pulmão da jovem.

Jovem começou a usar vapes aos 14 anos. (Imagem: Fotogrin/Shutterstock)

O que é a condição?

A bronquiolite obliterante devastadora é desencadeada pela inflamação nos bronquíolos, as menores vias aéreas dos pulmões. A condição pode ser minimizada por inaladores e esteroides, mas casos graves podem levar a um transplante de pulmão.

Os sintomas precisam ser controlados ao longo de toda a vida, e os doentes precisam evitar a poluição do ar, a fumaça do cigarro e contato com pessoas doentes, que podem transmitir infecções mais facilmente.

“Eles me disseram que ela conseguiria se recuperar totalmente porque descobrimos o problema muito cedo, mas que isso também pode causar problemas como câncer no futuro”, explicou a mãe.

Leia Mais:

Vape está associado a problemas de saúde e médicos fazem alerta. Imagem: DedMityay/Shutterstock

Relação com vapes

Cientistas já estudaram a possível ligação entre o “pulmão de pipoca” e uma substância química encontrada em alguns vapes, chamada diacetil, mas os resultados não foram conclusivos até o momento.

Em 2016, o produto foi proibido em líquidos para cigarros eletrônicos em uma diretriz da União Europeia, mas ainda pode ser encontrado em vapes vendidos nos EUA, de acordo com a reportagem.

Uma em cada quatro crianças já experimentou os dispositivos, enquanto uma em cada dez os usa regularmente, segundo uma pesquisa realizada no Reino Unido. As taxas sobem para até uma em cada seis entre jovens de 16 a 17 anos.

“Gostaria de pedir aos pais que conscientizem. Este é um alerta para não deixar seus filhos usarem cigarros eletrônicos, aconteça o que acontecer”, alertou a mãe. “Foi preciso um diagnóstico fatal para ela parar.”

O post Vape causa “pulmão de pipoca” em jovem de 17 anos; entenda apareceu primeiro em Olhar Digital.

iStock-1475225987-1024x683

Existe um problema oculto nos vapes vendidos no Brasil

O líquido de seus vapes pode estar contaminado com metais tóxicos. São elementos que se desprendem do circuito elétrico das versões descartáveis dos cigarros eletrônicos. E a contaminação ocorre antes mesmo de o dispositivo ser usado pela primeira vez.

É o que sugere um estudo do Laboratório de Química Atmosférica (LQA) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), obtido pela BBC.

Os pesquisadores analisaram 15 vapes descartáveis e identificaram diferentes concentrações de cobre, estanho, níquel e zinco em níveis “muito acima do esperado para qualquer tipo de material que vai ser inalado”, segundo a reportagem.

Venda de cigarros eletrônicos é proibida pela Anvisa desde 2009 (Imagem: SeventyFour/iStock)

A equipe também analisou 14 líquidos de vapes recarregáveis, mas não identificou elementos em níveis quantificáveis. Isso ocorre possivelmente pelo fato de o líquido ser vendido separadamente, sem entrar em contato com o circuito elétrico previamente.

Os cientistas alertam que tanto o “juice” quanto o “e-líquido” usados na recarga apresentaram “toxicidade significativa” que podem desencadear processos associados a doenças crônicas, incluindo doenças cardiovasculares e respiratórias.

A venda de cigarros eletrônicos é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil desde 2009. Mas isso não tem impedido a distribuição de lotes contrabandeados, com formatos que mudaram ao longo dos anos, desde caneta, pen-drive a uma espécie de pequeno tanque.

No ano passado, um estudo preliminar em dez amostras apreendidas também encontrou octodrina, substância com estrutura similar à anfetamina. A análise foi feita pelo Laboratório de Pesquisas Toxicológicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Leia mais:

Vape usa aromatizante de vela e compostos de óleos essenciais (Imagem: Daisy-Daisy/iStock)

Vape: doce nada inocente

  • De acordo com a reportagem, mais de 20 substâncias foram detectadas nas amostras do estudo da PUC-Rio, das quais dez foram identificadas;
  • A maioria tem a função de conferir sabor e aroma ao cigarro eletrônico;
  • Os líquidos usam compostos extraídos de óleos essenciais que, em determinadas temperaturas, podem formar acroleína, presente nos escapamentos de carros e em frituras;
  • Se inalado de forma contínua, pode trazer prejuízos à saúde;
  • Diversas substâncias usadas pela indústria de alimentos também estavam presentes, como o mentol, que pode irritar as vias aéreas, além de um composto tradicionalmente usado pela indústria como aromatizante de vela.

O post Existe um problema oculto nos vapes vendidos no Brasil apareceu primeiro em Olhar Digital.