A Toyota está analisando a possibilidade de adiar a construção de uma nova fábrica de baterias para veículos elétricos no Japão. Isso pode atrasar os planos da montadora de produzir suas baterias de última geração com alcance de mais 1.000 km até 2028, segundo o site Electrek.
A nova linha foi prometida há quase dois anos, com o lançamento do modelo “Performance” previsto inicialmente para 2026. A bateria teria autonomia de 800 km, além de carregamento rápido (10% a 80%) em 20 minutos.
Também havia expectativa de uma nova bateria LFP “Popularization” com mais de 600 km e carregamento 40% mais rápido que o bZ4X. A Toyota garantiu ainda a continuidade de baterias de íons de lítio de “alto desempenho”, com recarga em 20 minutos para alcance de 1.000 km.
Fábrica atual em Fukuoka produz modelos Lexus para mercado asiático e europeu (Imagem: Toyota/Reprodução)
Em fevereiro, empresa japonesa adquiriu um terreno de aproximadamente 280.000 metros quadrados para a fábrica de baterias em Fukuoka. Segundo a reportagem, o presidente da Toyota, Koji Sato, visitou a região para um encontro com autoridades locais.
Apesar do atraso, há expectativa de que a empresa assine um acordo até o segundo semestre deste ano. Mas o início da produção da Toyota em 2028 ainda é incerto, afetando a produção das baterias EV.
Toyota lança na China o bZ3X, seu veículo elétrico mais barato no país (Imagem: Toyota/Divulgação)
A demanda menor do que a esperada por EV e custos de construção mais altos teriam frustrado os planos da companhia, segundo uma fonte consultada pela reportagem. A planta atual tem capacidade para produzir até 430.000 veículos por ano, sendo 90% exportados para Ásia e Europa.
A mudança de rumo pode adiar também o lançamento do sedã elétrico Lexus de última geração para garantir a inclusão da nova tecnologia. No início do mês, a Toyota lançou na China o bZ3X, seu veículo elétrico mais barato no país, com preço inicial de US$ 15.000 (R$ 85 mil).
O carregamento de veículos elétricos ainda é um impeditivo para alavancar o setor. Muita gente desiste de aposentar um carro com motor a combustão por causa da comodidade — não tem nada dessa história de plugar e esperar carregar.
Foi pensando em mudar isso que a fabricante de carros elétricos NIO e a fabricante líder de bateriasCATLfirmaram uma parceria para construir a maior rede de troca de baterias do mundo. Na prática, o plano vai expandir as estações que já funcionam em algumas partes do mundo.
A primeira “Power Swap Station” foi inaugurada pela NIO em 2018 na cidade de Shenzhen até se tornar a maior rede na China, presente em 700 cidade; de lá pra cá, a empresa também abriu mais 4.000 unidades fora do país asiático, com destaque para Alemanha, França, Itália, Holanda e Escandinávia, além dos Emirados Árabes Unidos.
Troca de bateria é feita em poucos minutos no módulo projetado pela NIO (Imagem: Nio/Divulgação)
Os motoristas simplesmente sobem na plataforma, e um sistema automatizado remove a bateria usada de baixo. O processo demora alguns minutos e também pode incluir um “check-up” dos sistemas do veículo.
“A NIO manteve uma abordagem aberta em áreas como rede de carregamento e troca e gerenciamento de ativos de bateria, visando levar a solução ‘Carregável, Trocável, Atualizável’ para uma base de usuários mais ampla e acelerar a transição da indústria automotiva para o desenvolvimento verde e de baixo carbono”, disse William Li, fundador, presidente e CEO da NIO.
Investimento da CATL será de cerca de US$ 346 milhões na NIO (Imagem: Nio/Divulgação)
O que prevê a parceria?
Ambas as empresas vão criar a “maior e mais avançada rede de serviços de troca de baterias para veículos de passageiros”;
As duas partes vão adotar padrões unificados de baterias para aprimorar a compatibilidade entre várias marcas e modelos;
Novos veículos da submarca Firefly da NIO serão compatíveis com a rede da CATL, que lançou seu próprio ecossistema Choco-Swap no ano passado;
Objetivo também é estabelecer gerenciamento de ativos e reutilização e reciclagem de materiais, ajudando a reduzir custos e melhorar a eficiência.
“Isso permitirá que cada bateria ofereça maior valor ao longo de seu ciclo de vida e nos permitirá fornecer aos usuários globais soluções de mobilidade elétrica mais seguras, eficientes e sustentáveis”, afirmou Robin Zeng, fundador, presidente e gerente geral da CATL.
“Há três anos, este é o carro que integra nossa família – um verdadeiro sonho“, como afirma Ben Kilbey à BBC enquanto exibe seu reluzente TeslaModel Y, de um branco perolizado.
Ben é um entusiasta declarado dos veículos elétricos. À frente de uma empresa de comunicação que promove negócios sustentáveis no Reino Unido, ele conta que chegou o momento de vender o Model Y, motivado pelo seu descontentamento com as atitudes de Elon Musk, CEO da Tesla. Em especial, Ben repudia a forma como Musk lidou com a dispensa de funcionários do governo dos EUA.
“Não apoio a polarização nem comportamentos desprovidos de empatia. Existem maneiras de agir sem excluir ou desmerecer as pessoas” , explica Ben, reforçando seu desagrado com atitudes depreciativas.
Musk possui várias tarefas e tem dificuldade em gerir tudo (Imagem: Frederic Legrand – COMEO/Shutterstock)
Essa postura se insere em movimento mais amplo de contestação às atitudes de Musk, que ganhou força desde que o executivo passou a comandar o controverso Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), responsável por reduzir os gastos do governo federal.
Além disso, Musk se envolveu em política internacional, participando de um vídeo em comício do partido de direita radical Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão) antes das eleições parlamentares, e promovendo ataques online contra políticos britânicos, incluindo o primeiro-ministro Keir Starmer. Para alguns críticos, essas ações ultrapassaram todos os limites.
Manifestantes se reuniram em frente a diversas concessionárias da Tesla, não só nos EUA, mas, também, no Canadá, Reino Unido, Alemanha e Portugal. Embora a maioria dos protestos tenha sido pacífica, houve episódios de vandalismo envolvendo showrooms, estações de recarga e veículos – com alguns carros incendiados em incidentes isolados na França e na Alemanha.
Nos Estados Unidos, o Tesla Cybertruck – a caminhonete metálica de design angular – tornou-se alvo especial do sentimento anti-Musk. Diversos vídeos nas redes sociais mostram o veículo pichado com suásticas, coberto de lixo ou até utilizado como rampa de skate.
O presidente dos EUA, Donald Trump, foi rápido em demonstrar apoio à Tesla, permitindo que a empresa exibisse seus carros em frente à Casa Branca e anunciando sua intenção de adquirir um. Segundo ele, os ataques violentos aos showrooms deveriam ser tratados como “terrorismo doméstico”.
Musk, por sua vez, respondeu de forma enfática: “Esse nível de violência é insano e profundamente errado”, enfatizou em entrevista à Fox News, destacando que a Tesla fabrica apenas carros elétricos e não merece tais agressões.
Ainda é difícil mensurar exatamente o impacto dessas controvérsias sobre o desempenho da Tesla – e até que ponto as opiniões de Musk, bem como seu envolvimento com o governo Trump, possam ter afetado a marca e afastado alguns consumidores tradicionais de veículos elétricos. Se esse for o caso, resta saber se a Tesla conseguirá manter sua trajetória de sucesso enquanto Musk permanece à frente dela.
Tesla: uma história de transformação
Há cerca de 20 anos, a Tesla era apenas uma pequena startup no Vale do Silício, com equipe reduzida e grandes sonhos de revolucionar a indústria automobilística;
Hoje, a marca é líder global em vendas de veículos elétricos, com imensas fábricas espalhadas pelo mundo e é reconhecida por demonstrar que os carros elétricos podem ser rápidos, potentes, divertidos e práticos;
Musk, o principal rosto da empresa, impulsionou essa transformação desde que se juntou à Tesla em 2004, atuando como presidente e principal financiador, e assumiu o cargo de CEO quatro anos depois;
Sob sua liderança, a Tesla se tornou pioneira ao colocar os veículos elétricos no mercado de massa, incentivando outros fabricantes a investirem na tecnologia e aumentando a conscientização sobre o tema.
É impressionante recordar que, não muito tempo atrás, os veículos elétricos eram vistos como lentos, sem graça e com autonomia limitada. O lançamento do Tesla Model S em 2012, com desempenho comparável ao de um carro esportivo e autonomia superior a 400 quilômetros, foi crucial para mudar essa percepção e impulsionar o crescimento acelerado do setor.
Hoje, a Tesla não se limita a produzir automóveis. A empresa investe fortemente em sistemas de direção autônoma, com o objetivo de lançar frotas de robô-táxis sem motorista. Também expandiu sua atuação para o armazenamento de energia e está desenvolvendo um robô humanoide, batizado de Optimus.
Assim como Steve Jobs se tornou sinônimo da Apple, Musk encarna a marca, sempre presente em eventos e lançamentos, e possui uma legião de admiradores. Contudo, recentemente, o executivo também ganhou notoriedade por difundir suas opiniões políticas por meio do X, enquanto a própria Tesla enfrenta desafios cada vez maiores.
Apesar das dificuldades, o Model Y foi o veículo mais vendido no ano passado (Imagem: Artistic Operations/Shutterstock)
Desafios e queda nas vendas
Embora o Model Y tenha sido o carro mais vendido do mundo no último ano, as vendas totais da Tesla caíram pela primeira vez em mais de uma década, passando de 1,81 milhão para 1,79 milhão de unidades. Mesmo que o declínio seja pequeno, em uma empresa orientada para o crescimento, essa redução, acompanhada de queda no lucro anual, já serve de alerta.
O início deste ano foi especialmente complicado na Europa, onde os novos registros de veículos caíram 45% em janeiro de 2024 em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em fevereiro, os principais mercados europeus novamente registraram declínios, com exceção do Reino Unido, que teve aumento de 21% nas vendas, e a Austrália. Paralelamente, as remessas dos carros fabricados na China – destinados tanto ao mercado interno quanto ao externo – sofreram queda de mais de 49% no mesmo período.
No começo de março, o analista Joseph Spak, do UBS, previu queda de 5% nas vendas globais da Tesla para este ano, contrariando as expectativas de crescimento de 10%. Essa previsão provocou queda brusca de 15% no valor das ações em um único dia, contribuindo para desvalorização de 40% desde o início do ano.
Pesquisa realizada pela Morning Consult Intelligence aponta que as atitudes de Musk têm prejudicado a Tesla, principalmente na União Europeia (UE) e no Canadá, embora não tenham o mesmo impacto na China, um dos maiores mercados da empresa.
Nos EUA, a situação é mais complexa, pois muitos consumidores aprovam os cortes nos gastos do governo promovidos pelo DOGE, mas a pesquisa ressalta que Musk pode estar afastando compradores de alta renda, colocando a Tesla em desvantagem frente a outros concorrentes.
A Tesla não comentou sobre a queda nas vendas em resposta às indagações da BBC. Entretanto, especialistas acreditam que os problemas enfrentados pela empresa vão além das controvérsias envolvendo a imagem de seu CEO.
Inovação estagnada e concorrência crescente
A linha atual de modelos da Tesla, que já foi considerada revolucionária, hoje, parece perder seu brilho. O Model S, lançado em 2012, e o Model X, em 2015, já não surpreendem como antes. Mesmo os mais recentes e acessíveis Model 3 e Model Y começam a parecer desatualizados em mercado cada vez mais competitivo.
Segundo Stephanie Valdez Streaty, diretora de insights de mercado na Cox Automotive, a única novidade significativa foi o lançamento da Cybertruck – modelo ainda de nicho –, e as atualizações no Model Y não geraram grande repercussão.
Peter Wells, diretor do Centro de Pesquisa do Setor Automotivo da Universidade de Cardiff (País de Gales), observa que a falta de inovação na linha de produtos pode ser um dos principais entraves para a Tesla, sugerindo que Musk deveria buscar novas direções.
A concorrência vem de diversos lados. Fabricantes tradicionais, como Kia e Hyundai, estão investindo fortemente na transição para veículos elétricos e ganhando reputação pela qualidade de seus carros movidos a bateria.
Simultaneamente, uma série de novas marcas chinesas, como BYD, Xpeng e Nio, está emergindo – oferecendo desde modelos com excelente desempenho e preços competitivos até veículos sofisticados focados no segmento de luxo e tecnologia de ponta. Valdez Streaty destaca que os incentivos e subsídios na China têm impulsionado essas empresas, representando ameaça significativa não só para a Tesla, mas para todo o setor.
Essa ameaça foi evidenciada em meados de março, quando a BYD anuncioudesenvolvimento de sistema de carregamento ultrarrápido que promete fornecer 400 quilômetros de autonomia em apenas cinco minutos, superando a capacidade da rede de supercarregadores da Tesla.
Lançamento da Cybertruck foi o que mais movimentou o mercado da empresa nos últimos anos (Imagem: Mike Mareen/Shutterstock)
Durante as teleconferências de resultados da Tesla, Musk enfatizou suas prioridades no desenvolvimento de veículos autônomos. Em janeiro, ele afirmou que um serviço de robô-táxi estaria operando no Texas (EUA) até junho, o que gerou ceticismo entre analistas, lembrando promessas similares feitas em 2019, quando Musk previu um milhão de Teslas capazes de operar como táxis autônomos.
Enquanto isso, o sistema Full Self Driving (FSD) da Tesla ainda requer que o motorista permaneça atento o tempo todo. Jay Nagley, da consultoria Redspy, critica a repetição dessas promessas, afirmando que, a cada ano, surge uma nova garantia de que os carros autônomos estão chegando – mas eles parecem nunca se materializar.
A situação levanta uma questão: será que Musk está realmente conseguindo conciliar todas as suas atividades? A Tesla precisa de uma liderança forte e focada, mas o CEO, atualmente, divide sua atenção entre diversos empreendimentos – como o X, a empresa de inteligência artificial (IA) xAI e a companhia espacial SpaceX, que, recentemente, enfrentou problemas com os lançamentos do foguete Starship.
Em entrevista à Fox Business, quando questionado sobre como consegue administrar tantas responsabilidades, Musk respondeu: “Com grande dificuldade”.
Peter Wells ressalta que é complicado identificar até que ponto Musk está diretamente envolvido nas decisões estratégicas da Tesla, como o posicionamento de produtos e a localização de fábricas. Se ele é o responsável por essas escolhas fundamentais, é imprescindível que a liderança seja 100% comprometida e tenha profundo conhecimento do setor automotivo.
Desde sua entrada na empresa, o controle de Musk na Tesla tem sido inquestionável. Atualmente, ele permanece como o maior acionista individual, com participação de 13% – avaliada em mais de US$ 95 bilhões (R$ 537,9 bilhões, na conversão direta) – equivalente às somas combinadas de gigantes do investimento, como Vanguard e Blackrock, enquanto outras instituições, como State Street Bank e Morgan Stanley, mantêm participações menores.
Para os investidores, embora as recentes quedas no preço das ações tenham sido desagradáveis, o valor atual ainda está quase 30% acima do registrado há um ano, e o declínio recente apenas compensou o crescimento acentuado observado após as eleições, que, praticamente, dobrou o valor de mercado da empresa.
Pedidos pela saída de Musk
Hoje, a Tesla é avaliada em mais de 100 vezes seus lucros, múltiplo muito superior ao de concorrentes, como Ford, General Motors (GM) e Toyota, o que indica que os investidores continuam depositando grandes expectativas em avanços tecnológicos e crescimento acelerado.
No entanto, Jay Nagley observa que a empresa está sendo valorizada como se dominasse tanto o mercado de veículos elétricos quanto o futuro dos robô-táxis e carros autônomos – cenários que parecem cada vez mais distantes diante da crescente força dos fabricantes chineses.
Embora os principais investidores não estejam se mobilizando por mudanças imediatas, alguns críticos, como o gerente de fundos de investimento Ross Gerber, chegaram a pedir a renúncia de Musk.
Especialistas, por sua vez, acreditam que a Tesla se beneficiaria enormemente de uma nova liderança. Matthias Schmidt, da consultoria Schmidt Automotive Research, defende que um novo CEO seria “a melhor solução para a empresa neste momento”, eliminando a “contaminação tóxica” associada a Musk, resolvendo os conflitos de interesse ligados ao seu cargo no DOGE e permitindo dedicação integral ao negócio automotivo.
Peter Wells conclui que a Tesla precisa urgentemente de alguém com sólida experiência no setor, capaz de racionalizar as operações e orientar a empresa rumo à nova fase de crescimento.
Concorrência de chinesas, como a BYD, e de outras montadoras, é outro problema para a Tesla (Imagem: ssi77/Shutterstock)
Em suma, enquanto a Tesla segue sua trajetória como líder mundial em veículos elétricos, os desafios impostos pela estagnação de sua linha de produtos, a intensa concorrência internacional e as controvérsias envolvendo seu carismático – porém polêmico – CEOlevantam dúvidas sobre a continuidade desse sucesso.
A resposta para o futuro da empresa pode depender, em grande parte, de renovação na liderança e de foco mais concentrado no setor automotivo.
“Uma nova espécie nasce.” Foi com essa frase que a Longbow revelou o que chamou de os “primeiros elétricos leves do mundo”. A empresa se autointitula como a primeira fabricante britânica de carros esportivos elétricos.
São dois os modelos: Speedster e Roadster, com pré-reservas já abertas. “Velocidade, agilidade e segurança são inseparáveis — cada uma moldada pela arte da engenharia leve”, diz o site da companhia, fundada em 2023 por ex-executivos da Tesla e da Lucid.
“Nossos dois primeiros carros, o Speedster e o Roadster, incorporam tudo o que um carro de motorista moderno deve ser: ágil, equilibrado, elétrico e emocionante. Estamos revivendo um ícone, o esportivo britânico leve”, disse o CEO da Longbow, Daniel Davey, ao NewAtlas.
Speedster é capaz de atingir 97 km/h em 3,5 segundos (Imagem: Divulgação/Longbow)
Muitos carros esportivos pesam até 1,5 mil kg e os veículos elétricos a bateria (BEVs, na sigla em inglês) podem atingir quase o dobro disso, segundo Davey;
Ainda de acordo com ele, há demanda por veículos leves “atingíveis e acessíveis”. E suas invenções parecem ter dado conta do recado;
O modelo Speedster pesa 895 kg, é capaz de atingir 97 km/h em 3,5 segundos e tem autonomia de 442 km;
Já o Roadster pesa 995 kg, bate os 97 km/h em 3,6 segundos e ostenta autonomia de 280 km. Informações sobre bateria ou potência do trem de força ainda não foram fornecidas.
Preço e disponibilidade dos carrões
O preço inicial do Speedster é £ 84.995 (R$ 526 mil, na conversão direta). Serão produzidos apenas 150, incluindo dez modelos Luminary First Edition e 25 Autograph Edition.
Já o preço base do Roadster é ₤64.995 (R$ 402 mil). O pacote virá com 100 Autograph Editions ou 50 modelos Luminary 1st Edition. Ambas as versões serão construídas à mão no Reino Unido e devem ser colocadas à venda em 2026.
Preço base do Roadster é de ₤ 64.995 (R$ 402 mil) (Imagem: Divulgação/Longbow)
A BYD revelou seu mais recente avanço tecnológico: a estação de recarga Megawatt Flash Charger, capaz de fornecer incríveis 1000 kW de potência. Essa inovação promete transformar a experiência de recarga de veículos elétricos, equiparando-a ao tempo de um abastecimento convencional de um automóvel a combustão.
Projetado para operar com veículos de alta voltagem de 1000V, o sistema possibilita recuperar 400 km de autonomia em meros 5 minutos.
Primeiro carregador para veículos de passeio a alcançar 1 MW
O Megawatt Flash Charger se destaca como a primeira estação de recarga para veículos de passeio a alcançar 1 MW de potência, operando com 1000V e 1000A.
Em testes práticos, o sistema atingiu essa marca em apenas 10 segundos, demonstrando sua eficiência em modelos como o BYD Han L EV e o Tang L EV.
Em um teste específico, a recarga de 7% a 50% foi concluída em apenas 4,5 minutos.
A nova estação de recarga da BYD supera significativamente as tecnologias concorrentes, como a Tesla V4 (500 kW), Li Auto 5C (520 kW), NIO Power (640 kW) e Xpeng S5 (800 kW).
Os veículos elétricos utilizados nos testes estavam equipados com a nova bateria de 1500V e módulo de carboneto de silício da BYD, que aprimora a eficiência da descarga elétrica.
Wang Chuanfu, presidente da BYD, revelou o ambicioso plano de instalar mais de 4 mil dessas estações ultrarrápidas em toda a China.
Novidade visa superar um dos principais obstáculos à adoção em massa dos elétricos: o tempo de recarga. (Imagem: Divulgação/BYD)
Apesar de já ser reconhecida pela segurança e durabilidade de suas baterias LFP Blade, a BYD enfrentava críticas em relação à velocidade de recarga, inferior às baterias de outras montadoras. Para superar esse desafio, a empresa desenvolveu sua primeira linha de veículos com sistema elétrico de 1000V, otimizada para o novo carregador de 1000 kW.
A BYD continua a expandir seu portfólio com o lançamento de uma nova plataforma de 1000 volts para veículos elétricos. Essa tecnologia proporciona maior eficiência energética, tempos de recarga drasticamente reduzidos e melhor desempenho dos motores elétricos. Além disso, a nova arquitetura permite o uso de baterias de alta densidade e sistemas de propulsão mais avançados, estabelecendo um novo padrão para o segmento.
A Toyota revelou, em seu evento anual de estratégia de produto, o FT-Me, conceito de carro elétrico ultracompacto pensado para a cidade.
Com menos de 2,5 metros de comprimento, ele ocuparia apenas metade de uma vaga convencional. Além do design futurista, a proposta se destaca pelo teto solar, que poderia adicionar até 30 km de autonomia, e pelos comandos manuais que eliminam os pedais, ampliando a acessibilidade.
Leveza também é um dos destaques do conceito. Com apenas 425 kg, o FT-Me se enquadra na categoria de quadriciclos leves, permitindo que, em alguns países da Europa, motoristas a partir de 14 anos possam conduzi-lo sem habilitação tradicional. A Toyota aposta nessa proposta para reforçar a mobilidade urbana sustentável, reduzindo a dependência de carregamento graças aos painéis solares integrados.
A praticidade também está no centro do projeto. O banco do passageiro pode ser removido, permitindo mais espaço para carga ou acomodação de uma cadeira de rodas. Além disso, o design minimalista e as amplas janelas garantem excelente visibilidade, tornando a condução mais intuitiva, especialmente em espaços reduzidos.
Interior futurista e minimalista: volante retrátil, telas panorâmicas e espaço pensado para o conforto urbano no conceito Toyota FT-ME (Imagem: Divulgação/Toyota)
Mobilidade elétrica sem complicação é marca do FT-Me
Voltado para deslocamentos curtos, o FT-Me propõe autonomia de cerca de 100 km por carga, suficiente para as necessidades diárias nas grandes cidades;
Para aumentar a eficiência, o teto solar pode acrescentar de 20 a 30 km extras, reduzindo a dependência de recargas frequentes;
A ideia é criar alternativa acessível e sustentável, alinhada às demandas da mobilidade urbana moderna;
A experiência de condução também segue a proposta de simplicidade;
No lugar dos pedais, o FT-Me adota controles manuais, tornando o uso mais intuitivo e acessível para motoristas com mobilidade reduzida;
Essa escolha reforça a tendência de criar veículos urbanos que atendam a diferentes perfis, ampliando as possibilidades dentro da mobilidade elétrica.
Mesmo sendo apenas um conceito, o FT-Me se encaixa na estratégia da Toyota de explorar a micro-mobilidade. Compacto por fora e funcional por dentro, ele aponta para possível solução em cidades cada vez mais congestionadas, onde otimizar espaço e consumo de energia se tornou fundamental.
Vislumbre do futuro urbano
Com abordagem inovadora, o FT-Me desafia os padrões ao repensar o conceito de veículo elétrico urbano, de acordo com o New Atlas. Seu design minimalista equilibra eficiência e praticidade, criando proposta alinhada às necessidades de cidades densamente povoadas, onde mobilidade ágil e sustentável faz toda a diferença.
A combinação de estrutura leve e captação de energia solar é pensada para a sustentabilidade. Enquanto a maioria dos elétricos ainda depende amplamente da infraestrutura de carregamento, o FT-Me aposta em soluções que ajudam a reduzir essa necessidade, ampliando sua eficiência no uso diário.
Sem previsão de produção, o conceito indica possível caminho para a indústria automotiva. O crescimento do mercado de micro-veículos elétricos reforça a relevância de projetos como o FT-Me, que antecipa tendências de mobilidade compacta e acessível. Se chegar às ruas, pode transformar o transporte urbano e conquistar novo público em busca de soluções mais sustentáveis.
Visual compacto e futurista, faróis em LED e design aerodinâmico: Toyota FT-ME é a ideia de elétrico urbano que recarrega com o Sol (Imagem: Divulgação/Toyota)
Esta semana, a Toyota e sua divisão de luxo, a Lexus, apresentaram novos modelos elétricos e atualizações para o mercado europeu. O destaque ficou por conta das melhorias nas baterias e na eficiência dos veículos, o que pode aumentar a autonomia e o desempenho.
O Toyota bZ4x, SUV elétrico da marca, chega com três versões na Europa, todas com baterias atualizadas. A opção mais acessível tem tração dianteira e motor de 165 cv, com bateria de 57,7 kWh. Já as versões mais potentes entregam 221 cv ou 337 cv, com uma nova bateria de 73,1 kWh. A autonomia do modelo mais eficiente deve subir de 510 km para 573 km no padrão europeu WLTP.
Toyota C-HR+, bZ4x e Urban Cruiser. Crédito: Toyota
Modificação na bateria pela Toyota melhora eficiência dos motores
Além do ganho em alcance, a Toyota adotou carboneto de silício na eletrônica de potência, melhorando a eficiência dos motores. Outra novidade é a capacidade de reboque, que dobrou para 1.500 kg. De acordo com o site Ars Technica, nos EUA, onde o bZ4x já é vendido há alguns anos, as versões atuais têm baterias de 71,4 kWh para tração dianteira e 72,8 kWh para tração integral.
A Lexus também trouxe atualizações para seu SUV elétrico RZ. O modelo europeu agora conta com uma bateria maior, de 77 kWh, e três opções de potência. As versões AWD entregam 375 cv ou 402 cv, dependendo da configuração. Além disso, a Lexus aposta no sistema Interactive Manual Drive, que simula trocas de marcha para tornar a condução mais dinâmica.
Lexus RZ Euro-spec. Crédito: Toyota
Outros modelos elétricos foram revelados, como o compacto CR-H + e o ainda menor Urban Cruiser, ambos abaixo do bZ4x em tamanho. A Toyota também planeja lançar uma picape elétrica na Europa nos próximos dois anos. Outra novidade foi o FT-Me, um minicarro voltado para motoristas com habilitação básica, semelhante ao Citroën Ami.
As decisões do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estão escalando a guerra comercial e gerando incertezas no mercado mundial. Até mesmo aliados do republicano estão preocupados com a situação.
A Tesla, de Elon Musk, alertou que ao cenário pode expor a montadora de carros elétricos a tarifas retaliatórias que também afetariam outros fabricantes de automóveis nos EUA. Lembrando que o bilionário assumiu um cargo na Casa Branca.
Tesla manifestou temor com a postura da Casa Branca
Em uma carta enviada para o representante comercial dos EUA, a Tesla disse que “apoia o comércio justo”, mas que o governo Trump deve garantir que as medidas adotadas não “prejudiquem inadvertidamente as empresas norte-americanas”.
Empresa pode ser prejudicada pelo aumento das tarifas sobre veículos elétricos importados para outros países (Imagem: Roschetzky Photography/Shutterstock)
A empresa ainda destacou que “incentiva o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos a considerar os impactos a jusante de certas ações propostas tomadas para lidar com práticas comerciais desleais”.
O documento prossegue afirmando que “os exportadores dos EUA estão inerentemente expostos a impactos desproporcionais quando outros países respondem às ações comerciais de Trump”. Um dos temores é de que a retaliação mundial cause o aumento das tarifas sobre veículos elétricos importados para esses países.
Trump quer usar tarifas para aumentar produção doméstica (Imagem: Chip Somodevilla/Shutterstock)
Futuro preocupa a fabricante de carros elétricos
A manifestação da Tesla ocorre em um momento delicado da empresa.
A fabricante de veículos elétricos tem registrado uma queda na demanda, especialmente na Europa, enquanto vê os concorrentes chineses crescerem rapidamente.
Além disso, as ações da companhia despencaram recentemente.
Nos últimos quatro meses, os papéis da empresa de Musk desvalorizaram mais de 50%.
Isso significa uma perda US$ 800 bilhões (R$ 4,6 trilhões) em capitalização de mercado.
Dessa forma, a Tesla apela para uma estabilização econômica global, o que parece estar cada vez mais distante com as recentes decisões de Trump.
Usado para o desenvolvimento das baterias de veículos elétricos, o lítio se tornou um dos minerais mais cobiçados da atualidade. Por conta disso, garantir o acesso aos depósitos naturais é agora uma questão de importância estratégica.
No entanto, a mineração pode gerar problemas ambientais. Pensando nisso, pesquisadores do Imperial College, de Londres, criaram uma tecnologia que poderia ser usada para extrair o material com eficiência de fontes de água salgada, como salmouras de lago salgado ou soluções de salmoura geotérmica.
Método não prejudica o meio ambiente
A extração convencional de lítio de salmouras leva meses e usa quantidades significativas de água e produtos químicos, gerando emissões de gases de efeito estufa no processo.
A alternativa desenvolvida, por outro lado, usa uma membrana que separa o mineral da água salgada, filtrando-o através de poros minúsculos.
Essa abordagem não é nova, mas acaba tendo um ponte negativo, uma vez que os poros também deixam passar magnésio e outros contaminantes.
O que os pesquisadores fizeram foi desenvolver uma classe de polímeros especiais que são altamente seletivos para o lítio.
A descoberta foi publicada na revista Nature Water.
Salina de lítio no norte da Argentina (Imagem: Freedom_wanted/Shutterstock)
No novo trabalho, os cientistas ajustaram os microporos para se tornarem altamente seletivos para o lítio. Usados em um dispositivo de eletrodiálise, os íons são efetivamente puxados através dos microporos da membrana por uma corrente elétrica, enquanto os íons de magnésio maiores são deixados para trás.
Testadas em salmouras simuladas de lago salgado, essas membranas eram altamente seletivas para lítio e produziam carbonato de lítio de alta pureza para baterias. No entanto, para que sejam de uso prático, elas devem ser produzidas em grandes quantidades.
Mineral é usado na produção de baterias para carros elétricos (Imagem: to:guteksk7/iStock)
Felizmente, os polímeros são solúveis em solventes comuns e podem ser transformados em membranas usando técnicas industriais estabelecidas. O objetivo agora é buscar parcerias para extrair o lítio em larga escala através da técnica.
O mundo terá cada vez mais baterias — isso é inegável com o avanço dos veículos elétricos. E garantir a sustentabilidade dos dispositivos já é um desafio dentro dos laboratórios. Por isso, a União Europeia (UE)criou um projeto para estudar células de íons de lítio de alta tensão inovadoras e sustentáveis para baterias de próxima geração.
A investida mais recente do IntelLiGent foi coordenada pela Fundação para Pesquisa Industrial e Técnica da Noruega (SINTEF, na sigla em norueguês) e apresentou resultados promissores: uma bateria autorreparável e ecologicamente correta.
O dispositivo tem como base o LNMO: óxido de lítio-níquel-manganês, material livre de cobalto que contém menos lítio e níquel do que as composições usuais. A tecnologia tem alta densidade de energia, o que significa mais atividade em um volume menor.
Pesquisadores vão testar viabilidade comercial da nova bateria (Imagem: Divulgação/SINTEF)
Mas um problema apareceu…
A vida útil dos primeiros protótipos era curta — o que impossibilitaria sua aplicação comercial em um veículo elétrico, por exemplo. Por isso, os pesquisadores criaram nova geração de cátodos LNMO, com silício e grafite.
A combinação dos elementos garantiu mais energia, força e estabilidade para a bateria durar mais. Os compostos são atualmente produzidos pela Vianode na Noruega, que, segundo a SINTEF, pode fabricar materiais com emissões e consumo de recursos mais baixos.
O projeto também busca aprimorar a maneira de construir os eletrodos para montar a estrutura da bateria em si. Isso faz toda a diferença na densidade de energia e na capacidade de carga;
“Um efeito da maior densidade de energia é que a bateria pode ficar muito quente. Então, precisamos garantir que a estrutura não permita que o calor se acumule dentro da bateria”, explicou o pesquisador sênior da SINTEF, Nils Peter Wagner;
Por isso, a equipe se debruçou na criação de peças que podem reparar pequenos danos ao longo do caminho;
Enquanto os ligantes ajudam a manter a estrutura do eletrodo, os separadores garantem que os eletrodos sejam mantidos fisicamente separados, evitando assim curtos-circuitos.
Agora, os pesquisadores querem colocar a produção de eletrodos em funcionamento em larga escala e otimizar os protocolos de fabricação e teste para avaliar as condições de aplicação da bateria no mercado em futuro breve.
“Essas baterias permitirão que você dirija seu carro elétrico por mais tempo sem carregá-lo e você poderá carregá-lo mais rápido. E, como indivíduo, você também estará contribuindo para uma pegada de carbono menor”, conclui Wagner.
Ilustração da bateria com função de auto-reparo (Imagem: Divulgação/SINTEF)