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Sabia que a origem do Bluetooth tem a ver com um líder viking? Conheça os detalhes

O Bluetooth é uma tecnologia de comunicação de curto alcance que está presente em muitos produtos no mercado: de smartphones a caixas de som, passando por fones de ouvidos e pulseiras fitness, além de outros dispositivos. Ela é muito vantajosa, já que permite a conexão entre muitos aparelhos sem a necessidade de fios..

Hoje em dia, estamos acostumados a ver o símbolo e a função de Bluetooth em todos os lugares e, por isso, muitas vezes não paramos para pensar a respeito do seu surgimento e o significado de seu nome. Ele foi desenvolvido nos anos 90 pela Ericsson, tendo forte influência da cultura nórdica, o que inclui seu nome e até mesmo sua logo.

Essa história é bastante curiosa e envolve uma série de coisas que nem parecem ter muita ligação. Conheça abaixo na matéria.

Qual a relação entre vikings, a Dinamarca e o surgimento da tecnologia Bluetooth?

Em algum momento, você já se deu conta de que, na tradução literal, Bluetooth significa “dente azul”? Esse nome pode parecer totalmente aleatório e sem um motivo específico, no entanto, a história por trás dessa escolha é muito interessante.

O nome Bluetooth significa, literalmente, “dente azul” (Imagem: Vectorjuice/Freepik)

A tecnologia de comunicação foi batizada como uma homenagem ao antigo rei viking Harald I da Dinamarca. Ele é conhecido como Harald “Blatand” Gormsson nos países nórdicos, que pode ser traduzido como Dente Azul.

Há diversas versões sobre as origens desse apelido, mas a mais famosa é que seus dentes eram tão podres que acabavam tendo uma coloração azul escura.

Conheça o rei do dente azul

Seu nome real era Harald Gormsson. Ele nasceu no ano de 911, e se tornou rei da Dinamarca em 958 aos 47 anos de idade. A característica física mais marcante que o fez receber o apelido de Blåtand (sendo Blå traduzido para dente tand para azul), como o próprio nome sugere, eram seus dentes.

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A tecnologia capaz de unir diversos dispositivos é uma homenagem ao rei que uniu nações (Imagem: Rawpixel.com/Freepik)

A história diz que Harald possuía um dente danificado que se destacava, uma vez que, naquela época, havia escassez de acesso a tratamentos dentários adequados, mesmo entre os membros da aristocracia. Isso acabava resultando em uma ocorrência comum de problemas dentários entre as pessoas.

Seu principal feito durante seu reinado foi a unificação da Dinamarca com os países que hoje são a Noruega e a Suécia, além de conseguir converter toda a Escandinávia ao cristianismo, se tornando o primeiro rei cristão do seu país. Ele foi responsável por unir tribos vikings que antes eram inimigas, unindo a Dinamarca e a Noruega.

Curiosamente, centenas de anos depois, o nome do rei foi lembrado durante uma conversa entre dois engenheiros do Vale do Silício, que nem ao menos sabiam que estavam a ponto de causar uma revolução no mundo tecnológico para sempre.

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Nascimento do Bluetooth

A história mais conhecida é que, nos anos 90, dois engenheiros da Intel e da Ericsson, chamados Jim Kardach e Sven Matheson, estavam em um bar na cidade de Toronto, no Canadá, conversando sobre um projeto que estava sendo idealizado por grandes empresas de tecnologia.

O rei viking Harald Gormssom, que unificou as tribos nórdicas e serviu de inspiração para o nome Bluetooth da tecnologia
O rei viking Harald Gormssom, que unificou as tribos nórdicas e serviu de inspiração para o nome Bluetooth da tecnologia (Imagem: Reprodução/Wikimedia)

Os dois encontraram uma paixão mútua por estudar história e aprender a respeito dos diversos períodos e personalidades que existiram, até que Kardach mencionou um livro chamado “The Long Ships”, que possuia uma história a respeito dos feitos do rei Harald Bluetooth, chamando atenção dos profissionais.

Então, eles encontraram uma ligação entre a ideia de conexão entre vários dispositivos a uma rede única, e a importante unificação feita por Harold, criando um paralelo da história do rei com o trabalho dos dois.

A ideia era que a nova tecnologia fosse capaz de unir diferentes aparelhos, assim como o rei conseguiu unir a Escandinávia.

A logo é uma representação visual que une duas runas nórdicas: a letra H, simbolizando Harold, e a letra B, como símbolo do apelido recebido pelo rei dinamarquês
A logo é uma representação visual que une duas runas nórdicas: a letra H, simbolizando Harold, e a letra B, como símbolo do apelido recebido pelo rei dinamarquês (Imagem: Reprodução)

Com isso, Kardach foi para casa e preparou uma apresentação de slides a respeito da idealização do nome no qual ele e Matheson haviam pensado.

A princípio, a ideia foi aceita como um codinome para a tecnologia, e o nome mais cotado para ser o comercial era PAN (sigla para Personal Area Networking). Entretanto, Bluetooth foi tão bem aceito que passou a ser oficial.

Com o nome decidido, faltava apenas a criação de uma logo para identificar a tecnologia. Ela também não podia deixar de ter ligação com a cultura nórdica, assim como sua alcunha.

Sendo assim, foi criada uma representação visual partindo da união de duas runas nórdicas: a letra H, simbolizando Harold, e a letra B, como símbolo do apelido recebido pelo rei dinamarquês.

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Naufrágio “Viking” revela ser outra coisa e surpreende arqueólogos

Pesquisadores descobriram que um naufrágio de 500 anos na costa da Suécia, na verdade, não é um navio Viking como esperavam. De acordo com estudos recentes da estrutura, ele é o barco escandinavo mais antigo construído no estilo “caravela”, que é mais robusto e o permitia carregar canhões.

Desde 1800, cinco naufrágios foram encontrados em Landfjärden, ao sul de Estocolmo. A hipótese mais forte era de que eles foram da Era Viking, que durou de 793 a.C. até 1066 a.C., mas sua idade continuava incerta.

No entanto, arqueólogos marinhos do museu Vrak, especializado em navios afundados, constataram que quatro dos desastres datam dos séculos XVI e XVII. Além deles, acredita-se que um mais antigo foi construído por volta de 1460 a 1480.

A equipe nomeou esse último de “Vrak 5”. Seu aspecto mais significante é o modelo de construção: as tábuas no casco estavam niveladas com as tábuas vizinhas, de modo que toda a superfície do casco ficava relativamente lisa. Isso classifica o barco como exemplar do estilo “caravela”.

Ilustração de como teria sido o Vrak 5. (Imagem: Vrak Museum of Wrecks)

“É um navio grande, provavelmente com cerca de 35 metros de comprimento e 10 metros de largura”, disse Håkan Altrock, curador do museu e gerente de projeto.

Em contraste, os vikings construíam seus navios no estilo “clínquer”, parecido com uma canoa. O que os fazia mais leves e flexíveis.

No entanto, o uso do modelo caravela, que é original do Mediterrâneo, com seus primeiro exemplares datando do século VII a.C., surpreendeu os pesquisadores. Segundo Altrock, nesse momento o estilo clínquer estava se tornado obsoleto pela força do novo formato.

Navio foi digitalizado

Esses detalhes tornam Vrak 5 essencial para se entender a transição dos modelos de construção. Sendo esse um período importante na história marítima da Suécia, diz o gerente do projeto.

O grupo do museu fez um modelo digital do navio usando fotogrametria. Assim todos podem acessar os resultados online.

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Para o futuro, as pesquisas continuarão. “Planejamos solicitar financiamento externo para uma escavação”, ele disse. “Este navio representa um elo fascinante entre a construção naval medieval e moderna”, conclui Altrock.

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