Mais de dois anos após o auge da inteligência artificial generativa, Wall Street está estabelecendo exigências cada vez mais altas para os fabricantes de chips, conforme revela a CNBC.
No caso dos relatórios de lucros — como o mais recente da Marvell Technology — um bom desempenho já não é suficiente.
Investidores que antes apostaram nas empresas responsáveis pela infraestrutura e dispositivos essenciais para a economia da IA, impulsionaram as ações a níveis históricos. Agora, eles exigem resultados mais robustos.
Na última quinta-feira (06), as ações da Marvell caíram 20%, sua maior queda desde 2001, após a empresa divulgar uma previsão de resultados abaixo das expectativas.
Leia também:
- Semicondutores: o que são, tipos e para que servem
- O que é a guerra dos chips entre Estados Unidos e China?
- Por que chip cerebral da Neuralink preocupa cientistas?
Embora a receita do último trimestre e as projeções de receita tenham superado a média das estimativas dos analistas, conforme dados da LSEG, Wall Street esperava mais depois que as ações da companhia dispararam 83% em 2024.
“Embora a Marvell tenha registrado um pequeno crescimento, suas previsões ficaram claramente abaixo das expectativas do mercado”, escreveram analistas da Cantor em um relatório pós-resultados.
Empresas de semicondutores com ações em queda
- A Nvidia passou por um processo semelhante no final de fevereiro, com uma queda de 8,5% nas suas ações, mesmo com lucros e receitas que superaram as estimativas.
- As ações da Advanced Micro Devices (AMD) caíram mais de 6% no início de fevereiro, apesar de ter superado as expectativas, sendo que o único ponto negativo foi a frustração em relação aos seus negócios de data centers.
- A Credo Technology, fornecedora de soluções ópticas, viu suas ações despencarem 14% após divulgar os lucros na quarta-feira, com uma queda adicional de 10% na quinta-feira, apesar de um crescimento de receita de três dígitos e previsões otimistas.
- O ETF de semicondutores VanEck também caiu quase 6% nesta semana, após uma queda de 7% na semana anterior. No entanto, o ETF, que inclui ações da Nvidia, Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. e Broadcom, teve um aumento expressivo de 72% em 2023 e quase 39% no ano passado.
Esse cenário revela a crescente pressão sobre os fabricantes de chips em Wall Street, à medida que a construção da IA entra em seu quarto ano. Fatores como as tarifas da administração Trump e as restrições de exportação de chips também aumentaram as preocupações dos investidores.
Contudo, nem todas as empresas do setor estão enfrentando o mesmo tratamento.
As ações da Broadcom caíram 6% na quinta-feira, antes da divulgação dos lucros trimestrais, mas subiram 12% após o expediente, com resultados melhores que o esperado, impulsionados por forte desempenho na infraestrutura e receita de semicondutores.

O post Chips: bom resultado das empresas já não basta mais para investidores apareceu primeiro em Olhar Digital.