El Niño e La Niña: qual a diferença entre cada um e no que afetam o Brasil?

Já faz bastante tempo que o brasileiro escuta sobre fenômenos climáticos, como frentes frias, frentes quentes, zonas de convergência e até ciclones extratropicais. No entanto, poucos termos são tão recorrentes quanto El Niño e La Niña.

Todos os anos, esses nomes surgem em previsões meteorológicas e discussões sobre o clima, trazendo preocupações sobre secas, enchentes e variações extremas de temperatura. Embora pareçam fenômenos complexos, ambos têm uma explicação clara e exercem grande influência no clima global e, consequentemente, no Brasil.

Qual a diferença entre El Niño e La Niña?

(Imagem: Domínio Público)

El Niño e La Niña são fenômenos climáticos que resultam do aquecimento e resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, respectivamente. Eles impactam a circulação atmosférica e alteram padrões de temperatura e chuva ao redor do mundo. Enquanto o El Niño intensifica ondas de calor e secas, a La Niña favorece chuvas mais intensas e frentes frias mais rigorosas.

O El Niño ocorre quando as águas do Pacífico Equatorial ficam anormalmente quentes por um período prolongado, alterando ventos e circulação atmosférica. Esse fenômeno pode causar secas severas em algumas regiões e chuvas extremas em outras, além de influenciar a temperatura global.

Já a La Niña se caracteriza pelo resfriamento dessas águas, intensificando os ventos alísios e modificando a circulação atmosférica. Isso pode resultar em aumento de chuvas em certas áreas e estiagem em outras, afetando o clima de forma oposta ao El Niño.

Ambos fazem parte do ciclo climático chamado Oscilação Sul-El Niño (ENSO), que pode durar entre nove meses e dois anos. A intensidade de cada evento pode variar, e sua frequência não segue um padrão fixo, podendo ocorrer com intervalos irregulares ao longo das décadas.

Seus impactos são sentidos globalmente, inclusive no Brasil, onde influenciam desde secas prolongadas até períodos de chuvas intensas.

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Qual a influência do El Niño e La Niña no Brasil?

Seca
(Imagem: Khenyothaa/Shutterstock)

O Brasil sente os impactos do El Niño e da La Niña de formas diferentes, dependendo da intensidade do fenômeno e da localização geográfica da região afetada.

Durante o El Niño, o aquecimento das águas do Pacífico altera os padrões atmosféricos, trazendo mudanças climáticas expressivas no país. Entre os principais efeitos estão:

  • Aumento das temperaturas médias em diversas regiões.
  • Secas prolongadas na Amazônia e no Nordeste, afetando a biodiversidade e a agricultura.
  • Chuvas intensas no Sul do Brasil, aumentando o risco de enchentes e deslizamentos.
  • Maior risco de ondas de calor em estados do Sudeste e Centro-Oeste.

Já a La Niña, com o resfriamento das águas do Pacífico, provoca um efeito oposto ao do El Niño, trazendo impactos como:

  • Chuvas mais frequentes no Norte e Nordeste, podendo reduzir os períodos de seca nessas regiões.
  • Invernos mais rigorosos no Sul do Brasil, com maior frequência de frentes frias e geadas.
  • Redução das chuvas no Sul e Sudeste, aumentando o risco de estiagem e impactos na produção agrícola.
  • Possíveis ciclones tropicais no Atlântico Sul, embora ainda sejam eventos raros.
enchente
Imagem: michelmond/Shutterstock

A intensidade desses efeitos pode variar de acordo com outros fatores climáticos e atmosféricos, como o aquecimento global e as oscilações do Atlântico. Por isso, cada evento de El Niño ou La Niña pode apresentar impactos distintos em cada ocorrência.

Em que épocas do ano o El Niño e La Niña chegam ao Brasil?

Ambos os fenômenos costumam se formar entre a primavera e o verão, mas seus efeitos podem se estender ao longo do ano.

De onde vêm os nomes “El Niño e La Niña”?

Os nomes vêm do espanhol. “El Niño” significa “O Menino” e se refere ao Menino Jesus, pois os pescadores peruanos notavam o fenômeno próximo ao Natal. “La Niña” foi nomeada como o oposto de El Niño.

Com informações de NOAA.

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