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Fóssil revela que dinossauro gigante foi devorado por vários predadores

Um artigo publicado este mês na revista Publicación Electrónica de La Asociación Paleontológica Argentina revela que um dinossauro gigante virou comida para vários animais depois de morrer. A conclusão foi possível graças a marcas observadas em um fóssil que foi encontrado em Cerro Fortaleza, na província de Santa Cruz, região argentina da Patagônia.

Trata-se de um pedaço de osso que ainda não foi identificado com precisão. Os cientistas acreditam que ele pode ser parte da perna do animal, da cintura pélvica ou da região dos ombros.

O que você vai ler aqui:

  • Um fóssil de dinossauro gigante foi encontrado com marcas de mordida na Patagônia;
  • O osso, possivelmente de um saurópode, foi devorado por ao menos três tipos de predadores;
  • As marcas indicam ataques de dinossauros carnívoros, crocodilos extintos e um pequeno mamífero;
  • A carcaça parece ter ficado exposta por muito tempo, sendo consumida por animais com hábitos diferentes;
  • O achado revela interações complexas entre espécies no Cretáceo e destaca a diversidade de espécies da região.

Esse osso pertenceu a um saurópode, grupo de dinossauros herbívoros, quadrúpedes e de grande porte. Apesar de não saberem a espécie exata, os pesquisadores conseguiram analisar as marcas deixadas no osso e concluir que o animal morto foi devorado por pelo menos três tipos diferentes de predadores.

Entre os animais que se alimentaram dele estão dinossauros carnívoros, crocodilos ancestrais e até mesmo um pequeno mamífero. Cada grupo teria atacado em momentos diferentes, o que indica que o corpo permaneceu exposto por um tempo considerável.

Fragmento de osso de dinossauro com marcas de predação pós-morte por diferentes espécies. Crédito: Paulina-Carabajal et. al.

Predadores arrancaram a carne do osso do animal

A equipe envolvida no estudo é formada por pesquisadores do Museu Paleontológico de Bariloche, do Instituto Patagônico de Geologia e Paleontologia e do Instituto de Pesquisas em Biodiversidade e Meio Ambiente, todas instituições argentinas. Os cientistas analisaram o osso em laboratório e o compararam com outros fósseis já estudados.

Ao todo, foram identificados 99 sulcos e 19 perfurações no fragmento. Essas marcas são diferentes das mordidas de caça, que geralmente acontecem durante o ataque. No caso deste fóssil, os traços são repetitivos e seguem um padrão, o que indica que os animais estavam arrancando carne do osso.

As marcas foram divididas em três tipos. O primeiro apresenta sulcos individuais ou em pares. O segundo tipo mostra sulcos paralelos, semelhantes a cortes feitos com ferramentas afiadas. Já o terceiro corresponde a buracos profundos, redondos ou ovais, que indicam mordidas mais fortes.

Representação dos três tipos de marcas encontrados no fragmento ósseo. Crédito: Paulina-Carabajal et. al.

Os pesquisadores acreditam que essas marcas podem ter sido feitas por dinossauros carnívoros como os abelissaurídeos e os megaraptores, ambos parentes distantes do tiranossauro. Também podem ter vindo de crocodilos extintos chamados notossúquios, além de um pequeno mamífero carnívoro.

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Carcaça de dinossauro foi consumida em horários variados

A diferença nos hábitos desses animais também ajudou a montar o quebra-cabeça. Enquanto dinossauros predadores eram ativos durante o dia, mamíferos costumavam agir à noite. Isso sugere que a carcaça ficou exposta por um bom tempo, sendo visitada por diferentes espécies em horários variados.

Segundo os autores, não é possível dizer com certeza se os animais caçaram o dinossauro ou apenas aproveitaram seus restos. Assim como urubus e hienas hoje em dia, muitos animais do passado se alimentavam de cadáveres que já estavam no chão.

O estudo mostra como a alimentação em grupo, mesmo entre espécies diferentes, já existia há milhões de anos. Além disso, revela a complexidade das relações entre predadores e carniceiros no fim do período Cretáceo, entre 72 e 66 milhões de anos atrás.

Por fim, os pesquisadores destacam a importância do achado para entender a diversidade de espécies que viveram na Patagônia no passado. As marcas de mordida revelam diferentes estratégias de sobrevivência e alimentação em uma região rica em vida pré-histórica.

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