Já imaginou ficar um ano ganhando salário sem fazer absolutamente nada? Parece bom, não é mesmo? Não para esses funcionários do Google no Reino Unido.
De acordo com uma reportagem do site Business Insider, existem profissionais da big tech que vivem hoje essa condição.
Eles teriam assinado contratos de não concorrência com duração de até 12 meses.
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Esses acordos proíbem uma pessoa de entrar em uma empresa rival por esse período. O site relata que a situação ocorre no DeepMind, uma companhia britânica que realiza pesquisas e desenvolve ferramentas de Inteligência Artificial.
O Google em si não confirma a informação. O vice-presidente de IA da Microsoft, uma concorrente do Google, no entanto, corroborou a história do site. Em uma postagem no X, no mês passado, Nando de Freitas disse que tem funcionários do DeepMind procurando por ele, desesperados, para fugir dessas amarras:
Dear @GoogDeepMind ers, First, congrats on the new impressive models.
Every week one of you reaches out to me in despair to ask me how to escape your notice periods and noncompetes. Also asking me for a job because your manager has explained this is the way to get promoted, but…
— Nando de Freitas (@NandoDF) March 26, 2025
Mas férias remuneradas são ruins?
- O Business Insider ouviu alguns desses funcionários e eles disseram que ficar “de fora” do mercado de IA pode ser extremamente ruim.
- Primeiro porque esse é um ramo da tecnologia que vem crescendo bastante – e de forma ininterrupta.
- Ou seja, se parar, você pode ficar para trás.
- Esses funcionários do Google terminaram projetos bem-sucedidos e, após a conclusão, é natural que eles sejam sondados por outras empresas.
- Para não sair, eles pegam uma espécie de geladeira por até 12 meses – ou esperam para entrar em um novo projeto no Google.
- Alguns até saem e não têm mais vínculo com a big tech, mas, mesmo assim, precisam respeitar esse contrato de um ano sem trabalhar para um rival.
- Esse é mais um capítulo na batalha por talentos no mercado de tecnologia – principalmente talentos de IA.
- Esse tipo de contrato evita com que um ex-funcionário leve o conhecimento do seu produto para uma concorrente.
E o Google pode fazer isso?
Segundo informa o Business Insider, as leis de não concorrência nos Estados Unidos variam de acordo com o estado. E na Califórnia, onde fica a sede do Google, elas não se aplicam. Ou seja, as big techs não podem “amarrar” seus funcionários com esse tipo de contrato.
Esse tipo de acordo também é proibido no âmbito federal. No ano passado, a Federal Trade Commission emitiu um comunicando banindo essa modalidade. De acordo com o texto, “as cláusulas de não concorrência mantêm os salários baixos, suprimem novas ideias e roubam o dinamismo da economia americana”.
No Reino Unido, porém, onde fica a sede do DeepMind, as regras são mais flexíveis. Lá, as cláusulas de não concorrência são aplicáveis se forem consideradas razoáveis para proteger os interesses comerciais legítimos do empregador.
O Google, portanto, está jogando dentro das regras. Mas isso pode ter reflexos no futuro. O site gringo relatou que alguns funcionários começaram a pedir transferência para os EUA, justamente para escapar dessa cláusula.
As informações são do Business Insider.
O post Google estaria pagando funcionários para não fazer nada – literalmente apareceu primeiro em Olhar Digital.
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