Há algo de errado com a cidade futurista da Arábia Saudita, segundo jornal

Construir uma cidade do zero é por si só uma ideia ambiciosa. Agora, implantar uma obra futurista no meio do deserto com conceitos nunca antes tirados do papel pode soar impraticável. Mas essa palavra talvez não esteja no vocabulário saudita.

O Olhar Digital vem atualizando o andamento do projeto Neom, que pretende inaugurar um novo jeito de viver — para pessoas ricas, é claro. A visão é do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman Al Saud, que parece não ter limites para tornar seu sonho, realidade.

Um relatório elaborado pelo jornal The Wall Street Journal mostra que os gastos da Arábia Saudita com a cidade futurista estão bem acima do que era esperado. No ano passado, a Bloomberg já havia sinalizado que os custos estavam saindo do controle.

Se concluído, o Line poderá abrigar 9 milhões de pessoas (Imagem: Neom/Divulgação)

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Quantias astronômicas

A principal preocupação é com a cidade arranha-céu de 170 km de extensão, o Line. Apenas a primeira fase do projeto deve custar US$ 370 bilhões (R$ 2,1 trilhões), enquanto a data de conclusão final ficou para 2080, com gasto total de US$ 8,8 trilhões (R$ 46,5 trilhões). Isso é cerca de 25 anos do orçamento anual atual da Arábia Saudita.

Em Trojena, o resort de esqui de luxo na província de Tabuk, os gastos aumentaram em mais de US$ 10 bilhões (R$ 58,1 bilhões) após uma revisão do plano de 2023. Com isso, a taxa do “glamping” teve de ser reajustada para US$ 704 por noite (R$ 4 mil), acima dos US$ 216 (R$ 1,2 mil) iniciais. Um quarto de “hotel boutique para caminhadas” foi fixado em US$ 1.866 (R$ 10,8 mil) por noite, acima dos US$ 489 (R$ 2,8 mil).

Hidden Marina é o nome da primeira fase do projeto Line (Imagem: Neom/Divulgação)

O jornal alega que os executivos do Neom falsificaram os números para esconder as verdadeiras cifras dos investimentos. Um porta-voz do projeto rebateu e afirmou que o WSJ interpretou os dados de forma incorreta para deturpá-los. 

Os caprichos do príncipe que não abre mão de suas preferências explicariam os gastos acima do orçamento, de acordo com a reportagem. O Line seria menos custoso, por exemplo, se a torre fosse um pouco menos alta. Sem contar o edifício de vidro pendurado de cabeça para baixo em uma ponte de aço — projetado por um designer de filmes da Marvel.

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