Influenciadores digitais promovem exames médicos desnecessários, alerta pesquisa

Você confia em influenciadores digitais quando o assunto é saúde e medicina? Talvez seja hora de repensar. Um estudo da Universidade de Sydney, analisou quase mil postagens sobre exames médicos no Instagram e TikTok. A conclusão é alarmante: a maioria dessas postagens é enganosa, supervaloriza benefícios e ignora riscos importantes, como o risco de superdiagnóstico.

Os cientistas analisaram testes populares, como ressonância magnética de corpo inteiro, exames genéticos para múltiplos tipos de câncer e análises do microbioma intestinal. A promessa de um diagnóstico precoce pode parecer tentadora, mas especialistas alertam: muitos desses exames não têm evidências sólidas para justificar seu uso indiscriminado.

A pesquisa, divulgada pelo portal Euronews, alerta para os riscos das postagens sobre testes médicos feitas por influenciadores, apontando que a maioria dessas publicações é enganosa. O problema, segundo a reportagem, é que as pessoas podem receber diagnósticos equivocados e passar por tratamentos desnecessários, gerando consequências graves para a saúde pública.

O perigo dos exames desnecessários

Além do impacto econômico e emocional, exames desnecessários representam um risco real à saúde, podendo levar a falsos diagnósticos ou tratamentos indevidos. A medicalização excessiva pode transformar indivíduos saudáveis em pacientes crônicos, comprometendo a qualidade de vida e sobrecarregando sistemas de saúde.

Desinformação nas redes: quando a saúde vira um jogo de incertezas (Imagem: Prostock-studio/Shutterstock)

Um dos maiores perigos é o superdiagnóstico. Isso ocorre quando pessoas saudáveis são diagnosticadas com condições que jamais trariam danos reais. Como consequência, muitos passam por exames adicionais, tratamentos invasivos e um estresse desnecessário. Os próprios pesquisadores alertam: sem critérios médicos, esses testes podem fazer mais mal do que bem.

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Apesar dos riscos, a preocupação com o superdiagnóstico quase não aparece nas redes sociais. Apenas 6% das postagens mencionavam o problema. Em contrapartida, mais da metade dos influenciadores incentivava os seguidores a realizá-los, sem qualquer ponderação. Especialistas ressaltam que essa abordagem reforça a desinformação e pode ter um impacto grave na saúde pública.

Interesses ocultos e a ilusão do conhecimento

Grande parte dos influenciadores não promove esses exames por altruísmo. Na verdade, 68% deles têm interesses financeiros, seja por meio de parcerias pagas ou códigos de desconto. A mensagem principal vendida ao público é sedutora: “conhecimento é poder”. No entanto, como alertam os pesquisadores, muitas informações são selecionadas a dedo, omitindo riscos importantes.

Informação ou ilusão? A desinformação médica nas redes pode custar caro (Imagem: Bystrov/Shutterstock)

Curiosamente, postagens feitas por médicos – cerca de 15% do total – apresentavam um tom menos promocional e mencionavam os riscos com mais frequência. Isso reforça a importância de buscar informações em fontes confiáveis e não apenas em conteúdos patrocinados. Sem uma visão completa, pacientes podem acabar realizando exames desnecessários e até recebendo tratamentos evitáveis.

Diante disso, especialistas defendem regras mais rígidas para conter a desinformação médica nas redes sociais. Afinal, sem regulamentação eficaz, influenciadores continuarão promovendo testes questionáveis, alimentando o medo e incentivando decisões que podem comprometer a saúde de milhões de pessoas.

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