Satélite da Nasa vai mudar o jogo na resposta a eventos climáticos

A Nasa está trabalhando em satélites autônomos alimentados por IA que podem operar sem supervisão humana para aprimorar o monitoramento de desastres. Isso pode aprimorar o processamento de imagens em tempo real e acelerar a tomada de decisões — quando se trata do clima, cada segundo importa.

A nova empreitada da agência espacial americana é o Dynamic Targeting, um sistema controlado por IA que permite que os satélites processem dados de imagem a bordo. O equipamento foi desenvolvido em parceria com a startup de inteligência de satélites Ubotica, sediada na Irlanda.

A tecnologia foi testada recentemente durante os incêndios florestais em Los Angeles, nos Estados Unidos, e no período das enchentes históricas de Valência, na Espanha.

Sistema com mediu extensão das enchentes em Valência (Imagem: Nasa/Divulgação)

O sistema foi integrado ao satélite CogniSAT-6, equipado com a plataforma Live Earth Intelligence (LEI) e emparelhado com o SPACE:AI, que permite o processamento de dados de forma autônoma e a transmissão de insights para a Terra em minutos.

No caso da Espanha, o modelo executado a bordo estimou que 21% da região observada estava submersa, fornecendo uma avaliação imediata da gravidade da enchente. Em comparação, os sistemas tradicionais podem levar dias para que os dados brutos completos sejam baixados.

“Esta demonstração tecnológica destaca o papel vital dos satélites inteligentes, autônomos e habilitados por IA no fornecimento de dados críticos em tempo real para auxiliar na mitigação de desastres e, finalmente, salvar vidas”, disse Fintan Buckley, CEO da Ubotica.

Caso a captura de imagem seja prejudicada pela cobertura de nuvens, o sistema de IA alerta os demais satélites para tentarem novamente, eliminando a necessidade de os operadores remarcarem os equipamentos manualmente.

A Ubotica já trabalhou com a Nasa em outro projeto para aplicar o processamento de imagens orientado por IA a bordo da Estação Espacial Internacional. Em 2022, a startup fechou um contrato de US$ 632.000 com o Jet Propulsion Lab para criar o Dynamic Targeting.

Nasa monitorou incêndios florestais na Califórnia no início do ano (Imagem: Nasa/Divulgação)

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Corrida geopolítica

Esse tipo de tecnologia não é novidade do outro lado do mundo, na China. O país asiático já incorporou sistemas de IA para observação da Terra com os satélites Tiantuo e Zhuhai, operados em parceria com a empresa Zhuhai Orbita.

Satélites autônomos auxiliam não só na resposta a desastres climáticos, mas também podem fornecer inteligência estratégica sobre mudanças ambientais, segurança marítima e até movimentos militares.

A Nasa e a Ubotica estão trabalhando em conjunto com agências de defesa nos Estados Unidos e na Europa para proteger ativos marítimos, como cabos submarinos e parques eólicos offshore, além da detecção de atividades suspeitas de embarcações.

“É importante proteger a vasta rede de cabos de comunicação subaquáticos de alta velocidade, pois eles frequentemente estão sujeitos a danos acidentais ou deliberados”, disse Buckley ao site Fast Company. “A chave é identificar e avisar as embarcações antes que qualquer dano ocorra e, se um incidente acontecer, rastrear e responsabilizar o infrator.” 

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