A Volkswagen é uma das maiores montadoras do mundo. Aqui no Brasil, principalmente para os mais velhos, carros da Volks sempre foram sinônimo de confiabilidade e força. O motor alemão é um fenômeno – vide a quantidade de Fuscas que ainda estão rodando por aí. O mesmo vale para Gols. E Kombis…
Mesmo com todo esse histórico, a companhia enfrenta grandes desafios no mercado atual. Demissões em massa, queda nas vendas, fechamento de fábricas… Isso tem explicação no aumento da competividade global e no crescimento das empresas chinesas. Não somente as que produzem carros elétricos. A verdade é que é difícil concorrer contra rivais que oferecem alta tecnologia e preços baixos.
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Foi justamente na China o maior baque sofrido. Dados do China Automotive Technology and Research Center mostram que a marca alemã foi a empresa que mais vendeu veículos no país asiático entre 2008 e 2023. Esses longos 15 anos de reinado foram interrompidos pela BYD e seus EVs.
A tendência de baixa continuou no ano passado, quando a Volks registrou um tombo de 10% no seu principal mercado. A gigante também foi mal na própria casa: a Europa. No mesmo período, a empresa praticamente andou de lado e os emplacamentos caíram 0,01% no Velho Continente.
Você pode até ter lido aqui e ali alguns textos sobre as dificuldades que a Volks enfrenta. Nenhum deles, porém, fala em uma crise flagrante. Isso porque a companhia teve um resultado positivo nas Américas – e foi isso que salvou o balanço de 2024. O problema é que 2025 deve ser bem diferente…
Más notícias para a Volkswagen
- As vendas da Volks cresceram expressivos 15% na América do Sul no ano passado.
- E tiveram uma alta de 6% na América do Norte – resultado sustentado, principalmente, pelos Estados Unidos, que cresceram 15,2% no período.
- A má notícia para a marca alemã – e que deve derrubar esses números – são as tarifas de importação do novo governo Donald Trump.
- Um relatório recente da empresa Jato Dynamics descobriu que 44% dos veículos do Grupo Volkswagen vendidos nos EUA são feitos no México.
- E o México está na lista de países taxados – uma alíquota de 25% junto ao Canadá.
- Será extremamente difícil lidar com 44% dos produtos da empresa de repente ficando 25% mais caros.
- E são produtos importantes da marca, como o Audi Q5, o VW Tiguan, o VW Taos e o VW Jetta.
- A Volks até se movimentou nos bastidores e pediu ao governo americano que reconsidere sua decisão.
- Trump, no entanto, permanece irredutível.

O que vem na sequência?
A questão das tarifas fica ainda mais grave se levarmos em consideração o cenário global – sobre o qual falamos lá em cima. Com as vendas estagnadas na Europa e em baixa na China, os Estados Unidos se tornaram um mercado importante para a Volkswagen.
A empresa, por enquanto, está em compasso de espera. É preciso entender a essência dessas tarifas: se elas são uma espécie de moeda de troca temporária ou se elas farão parte de uma sólida política governamental.
A segunda opção é o pior dos mundos para a montadora alemã, que deve fazer um ajuste de rota no caso da manutenção dessas taxas por muito mais tempo. Isso pode significar diminuir a produção e apostar em modelos mais caros apenas.
A verdade é todas as montadoras estrangeiras devem sofrer nesse processo. O caminho da Volks, no entanto, parece mais tortuoso. Uma prova de fogo para essa que ainda é uma das maiores empresas do mundo.
As informações são do Inside EVs.
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